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Sumário
Diabete Melito...............................................................................................4

Doenças Cardiovasculares..............................................................................7

Obesidade....................................................................................................10

Alergias e intolerâncias alimentares (carnes, leite, ovos, soja) – doença


celíaca........................................................................................................................................17

Câncer..........................................................................................................21

Síndrome da imunodeficiência adquirida....................................................28

Terapia nutricional enteral e parenteral.......................................................33

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DIABETE MELITO 
O que é o diabete melito? 

É um grupo de desigualdades de distúrbio do metabolismo,


causado não só pela falta de produção de insulina (do pâncreas), mas pelo
estilo de vida atual causando o acúmulo de gordura corporal, como também
caracterizados pela hiperglicemia crônica (fator primário para o
desenvolvimento do DM) levando a alterações do metabolismo de
Carboidratos, Proteínas e Lipídeos. 

Quais as possíveis complicações do diabete melito para a


saúde do portador desta doença? 

Com a sobrevida e o tempo de exposição a hiperglicemia,


aumenta as complicações crônicas da doença, que podem ser debilitantes,
doenças cardiovasculares, nefropatia, pé diabético (feridas, inchaços –
causados por má circulação), retinopatia (doença causada no olho), de modo
que a glicemia oscila em faixa estreita, o que garante nutrientes aos tecidos e
proteção contra neuroglicopenia.

Quais os tipos de diabete existentes? 

O diabete mellitus tipo 1, diabete mellitus tipo 2 e o diabete


mellitus gestacional. 

Quais as diferenças entre diabete melito tipo 1 e tipo 2?  

No diabetes tipo 1 ocorre a destruição progressiva e específica


da célula beta pancreática por mecanismo autoimune, sendo que em crianças
essa destruição é mais rápida. 
Já no tipo 2 o nível de insulina é bem alto, por isso os picos de
glicemia e insulinemia pós-prandial tendem a ser bem mais pronunciados, é a
incapacidade da célula beta de resistência a insulina.

Quais os critérios para o diagnóstico do diabete, incluindo


exames laboratoriais?

 Após alguns sintomas como: Poliúria (vontade excessiva em


urinar), Polidipsia (sede excessiva), Visão turva (embaçada), e através de
exame laboratorial de HbA1c (Hemoglobina glicada) realizados duas vezes ao
ano, com valores maiores ou iguais a 6,5% que indicam variação de glicemia
nos últimos 3 meses.  

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Quais as diferenças entre o pré-diabete com o diabete


propriamente dito? 

A diferença seria que a pré-diabete é de maior 100 e menor


que 126 mg/dl de glicose no sangue, enquanto a diabete é maior que 126 mg/dl
de glicose (valores em Jejum). 

De que forma a atividade física e a prática de exercícios físicos


traz benefícios para os portadores de diabete?

É excelente para controle do peso, aumento da aptidão física,


bem-estar psicológico, melhora da capacidade de trabalho, da composição
corporal e aumento da HDL-c (colesterol bom), e os benefícios são melhor
tolerância a glicose, elevação da sensibilidade à insulina, redução da pressão
vascular, redução dos fatores de risco aterosclerose, aptidão cardiovascular
melhorada. 

Quais os fatores alimentares relacionados à incidência de DM


tipo 2?

O consumo contínuo de dietas e alimentos ricos em colesterol


e gorduras (ácidos graxos e trans), está associado a inflamação e redução da
sensibilidade à insulina e são determinantes das concentrações de fração de
LDL-c (colesterol direto). O consumo de alimentos glicémicos ao longo da vida,
onde predominam o carboidrato de rápida absorção, como sacarose, podem
contribuir para elevar o número de indivíduos obesos e com diabete mellitus
tipo 2. 

Quais as recomendações e condutas nutricionais?  

 A redução de alimentos energéticos, com objetivo de perda


ponderada de 0,5 a 1 Kg/semana, evitar alimentos com valor energético inferior
a 800 Kcal, pois não são efetivas e não recomendada por nutricionista,
carboidratos de 45 a 60% do valor energético total, sacarose até 10% do VET,
alimentos integrais, fontes de amido são fontes de energia, fibras, vitaminas e
minerais e causam saciedade e bem-estar, frutas e pelo menos uma rica em
vitamina C, refeições de pequeno porte ao longo do dia, preferencial aos
grelhados, assados, cozidos a vapor. Moderação do sal e açúcar no preparo de

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alimentos, evitar molhos e caldos prontos, produtos industrializados, redução


no consumo de doces e bebias com açúcar. O tratamento nutricional não
consiste em proibir e sim estabelecer medidas que melhorem o controle da
glicemia, e previnam complicações agudas e crônicas, por meio de uma melhor
alimentação.

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DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
Explique o que são as dislipidemias e suas classificações.  

As dislipidemias são as elevações dos níveis plasmáticos de


triglicérides ou de alterações dos níveis de lipoproteínas (classificadas como
primária quando decorre de alterações genéticas; secundária devido ao uso de
medicamento, hábitos de vida inadequados ou às outras doenças como diabete
ou a combinação destes fatores). E classificadas a partir do ponto de vista
laboratorial como hipercolesterolemia isolada: quando há aumento no
colesterol total e/ou da fração LDL; hipertrigliceridemia isolada: devido ao
aumento dos triglicérides; hiperlipidemia mista: quando há aumento do
colesterol total e dos triglicérides; e diminuição isolada do HDL ou ligada ao
aumento os triglicérides ou LDL.

Como ocorre o transporte de lipídios no plasma?  

Os lipídios são transportados atraves das lipoproteínas por


serem substâncias hidrofóbicas e necessitarem de um meio especifico de
transporte. Uma das suas classificações são responsavéis pelo transporte no
plasma dos triglicérides originários da dieta, o quilomícrons que são partículas
ricas em triglicérides.

Explique o que é a aterosclerose. 

A aterosclerose é definida como uma doença inflamatoria


crônica que tem origem de diversos fatores que podem ter naturezas diversas.
A placa aterosclarotica tem sua formação a partir de um ferimento ao edotelio
vascular decorrente da elevação de lipoproteinas, HAS e tabagismo, é
constituida pelo nucleo lipidico, e quando é quebrada expões o material lipídico
trombogenico. Esse processo é um dos principais determinantes das
manifestações clinicas, como o infarto.

Qual a terapia nutricional para as dislipidemias e aterosclerose,


considerando os tipos de gorduras existentes?  

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As recomendações para prevenção e tratamento é ingerir de


25% a 35% das gorduras totais, menos de 7% dos ácidos graxos saturados,
menos de 10% dos ácidos graxos poli-insaturados, menos de 20% dos ácidos
graxos monoinsaturados.

Quais alimentos podem ter papel coadjuvantes para a


prevenção e controle das dislipidemias? 

Os alimentos que podem contribuir para a prevenção e o


controle das dislipidemas são as frutas, aveia, cevada, leguminosas, trigo,
grãos, hortaliças, soja, verduras, frutas vermelhas, sementes, castanhas,
codimentos e ervas, vinho, suco de uva, chocolate, bebidas alcoolicas(efeito
protetor do vinho, mas não é recomendado o consumo).

Explique o que é a Hipertensão arterial? 

Hipertensão Arterial ocorre quando o equilibrio entre os


mecanismos pressores e depressores se rompe com predominancia dos
fatores pressorres, esse rompimento pode ser provocado ou acelerado por
fatores ambientais, sendo uma doença assintomatica.

Quais órgãos alvo pode ser prejudicados pela hipertensão


arterial? 

Sua presença causa lesão dos chamados órgãos alvo


(coração, cérebro, vasos, rins e retina).

Quais modificações de estilo de vida podem gerar redução da


pressão arterial sistólica? 

As modificações no estilo de vida que pode ocasionar redução


da pressão arterial sistólica são: controle de peso, padrão alimentar, redução
do consumo de sal, moderação no consumo de alcool, excercicio fisico.

Apresente as estratégias de terapia nutricional para a


hipertensão arterial. 

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As estretégia para a hipertenção arterial são: a dietoterapia faz


parte de um conjunto de medidas terapêuticas, não farmacológicas, que tem
como principal objetivo diminuir a morbidade e mortalidade por meio de
modificações do estilo de vida; o controle de peso é a medida mais eficaz para
controlar a HAS; redução no consumo de sal; plano alimental DASH, possui
objetivo de equilibrar macro e micronutrientes de maneira ideal para redução
da PA.

Caracterize o infarto agudo do miocárdio e a insuficiência


cardíaca. 

 O infarto agudo do miocárdio é caracterizado pela limitação do


fluxo coronário levando à necrose do músculo cardíaco.

A insuficiencia cardiaca é uma síndrome clínica ocasionada por


anormalidade cardíaca em bombear o sangue (disfunção sistólica) e/ou de
acomodar o retorno sanguíneo (disfunção diastólica) e frequentemente
acompanhada por retenção hídrica, dispneia, edema periférico e fadiga.

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OBESIDADE 
O que é a obesidade? 

Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é


o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à
saúde. Trata-se de uma doença crônica, progressiva, multifatorial, que pode
acarretar diversas complicações ao organismo e ocasiona elevado custo para a
saúde pública. Nos últimos anos, a obesidade vem crescendo de forma
alarmante, em proporções epidêmicas, configurando um problema de saúde
pública. Estima-se que 1 em cada 4 brasileiros apresenta obesidade. Estudos
demonstram que a obesidade está associada à redução expressiva da
expectativa de vida (cerca de 5 a 20 anos perdidos) a depender da gravidade
do excesso de peso e de outras doenças relacionadas ou não. Uma pessoa é
considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou
igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os
indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com
sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

Quais as formas de diagnóstico da obesidade? 

Além do IMC, outros fatores podem ser analisados para


certificar o diagnóstico de obesidade. Por exemplo, o histórico familiar, a
evolução do peso, hábitos alimentares, o índice de gordura no corpo (medidos
pelos exames de densitometria de corpo total e bioimpedânciometria) e alguns
outros exames clínicos e de sangue. Um check-up tradicional e um exame de
sangue podem auferir se há um desequilíbrio da tensão arterial e dos níveis
sanguíneos de lípidos. E se esses índices estão elevados, pode ser sinal de
obesidade. Outros exames também podem ser solicitados. Por meio do
monitoramento constante da saúde do corpo é possível buscar o tratamento
mais adequado para a obesidade, quando detectada.

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Quais as diferenças entre as formas de distribuição


regional de gordura corporal? 

• Obesidade periférica, ginóide ou ginecoide: A distribuição


regional de gordura com maior concentração no quadril. Risco aumentado de
artroses e varizes.

• Obesidade generalizada, difusa ou mista: Depósito de


gordura estão difusamente distribuídos. Risco aumentado para DCV,
endócrinas, musculoesqueléticas e outras.

• Obesidade central, troncular ou abdominal: Maior


concentração de gordura visceral. Maior risco cardiovascular. O acúmulo de
gordura visceral na região central vem sendo descrito como o tipo de
obesidade que oferece maior risco para a saúde dos indivíduos, sendo
identificada como potente fator de risco coronariano e cardiovascular,
comparativamente aos demais tipos de obesidade. A avaliação da CC pode
promover a correlação entre a distribuição de gordura e riscos à Saúde.

Quais as comorbidades relacionadas à obesidade?  

Síndrome metabólica (segundo NCEP/ ATPIII):

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.

• Diabetes melittus tipo 2.

• Intolerância à glicose.

• Glicemia de jejum alterada.

• Dislipidemias.

• Hipertrigliceridemia.

• HDL baixo.

• Hipercolesterolemia.

• Hiperuricemia.

• Doença hepática gordurosa não alcoólica e esteado-hepatite


não alcoólicas.

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CARDIOPATIAS:

• Cardiopatia isquêmica.

• Insuficiência cardíaca congestiva.

• Cor pulmonares.

• Outras cardiopatias.

• Síndrome da hiperventilação pulmonar relacionada à


obesidade.

• Dispneia aos esforços

CÂNCER:

• Colo-retal

• Endométrio.

• Esôfago.

• Mama

• Pâncreas.

• Rins.

• Vesícula.

• Síndrome dos ovários policísticos.

• Infertilidade.

COMORBIDADES RELACIONADAS AO AUMENTO DE


CARGA SOBRE A ESTRUTURA CORPORAL:

• Artropatias.

• Insuficiência venosa periférica e suas complicações.

• Apneia Obstrutiva do Sono.

• Refluxo Gastroesofágico.

• Hérnias da Parede Abdominal.

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• Incontinência urinária de esforço.

COMORBIDADES RELACIONADAS A CONDIÇÕES DE


LIMITAÇÃO FÍSICA AGRAVANDO A OBESIDADE:

• Amputação de membro(s) inferior(s).

• Sequela de paralisia infantil ou paralisia cerebral.

• Sequela de acidente vascular cerebral (AVC).

• Tetraplegia, paraplegia ou hemiplegia.

• Sequela de lesão ortopédica.

Portanto somente a presença destas condições não é


indicação absoluta para a cirurgia, devendo cada caso ser analisado, levando-
se em conta o tempo, a gravidade, a resposta ao tratamento e o IMC do
paciente.

Quais as formas de tratamento nutricional da obesidade?  

O tratamento deve incluir, necessariamente, aspectos


relacionados à promoção de padrão alimentar saudável, modo de vida ativo e
modificações comportamentais mudanças dietéticas para controle de
quantidade e qualidade das refeições devem ser a base do tratamento da
obesidade, de forma individualizada.

Apresente a estratégia de dietoterapia para o plano de restrição


energética moderada. 

Conteúdo Energético: Calcular o valor energético desejado


segundo a situação clínica. Aconselha-se reduzir progressivamente a ingestão
entre 500 kcal e 1000 kcal por dia com relação ao valor obtido, segundo a
anamnese alimentar (não inferior a 1200 kcal/dia).

Conteúdo ideal de nutrientes:

Carboidratos: 55% – 60% (com aproximadamente 20 % de


absorção simples).

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Proteínas: 15%-20% (não menos de 0.8 g/ Kg de peso


desejável).

Gorduras: 20%-25%, com 7% de gorduras saturadas, 10% de


gorduras poli-insaturadas e 13% de gorduras monoinsaturadas.

Fibras: entre 20 e 30g por dia Álcool: não é aconselhável sua


recomendação.

Colesterol: não mais que 300mg/dia.

Vitaminas e Minerais: são atingidos os requerimentos totais


nos planos de 1200 kcal ou maiores.

Cloreto de Na: adequada a situação biológica individual


Líquidos: 1500cc para cada 1000kcal.

Distribuição: sugerem-se 6 refeições por dia

Quais as principais formas de aconselhamento nutricional


para pacientes obesos? 

O nutricionista deverá demonstrar interesse em todos os


aspectos relacionados a alimentação do paciente. Deverá saber desvendar os
fatores ambientais e antecedentes genéticos que representam a tendência à
obesidade. Sem omitir a responsabilidade do paciente no tratamento, é preciso
estabelecer relação de cumplicidade e parceria, visando atingir os objetivos
propostos. Cabem ao nutricionista e paciente papéis distintos, definidos, porém
inter-relacionados. A eficiência da intervenção depende do entendimento dos
diversos aspectos determinantes da obesidade e da complexidade do
tratamento, principalmente no que se refere à adesão.

Quais os critérios para a realização da cirurgia bariátrica


em pacientes obesos? 

A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para tratar


casos de obesidade grave. Ela ficou conhecida como “redução do estômago”
porque muda a forma original do órgão e reduz sua capacidade de receber
alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias.

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Uma pessoa não operada tem espaço para consumir


aproximadamente de 1 litro a 1,5 litro de alimentos. Já um estômago pós-
bariátrica tem capacidade para 25 ml a 200 ml (equivalente a um copo
americano). A cirurgia afeta ainda a produção do hormônio da saciedade, o que
diminui a vontade de comer, mas a redução da capacidade é a principal
responsável pelo emagrecimento.

A cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos obesos


com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40, por exemplo, uma pessoa
de 1,70 metro e 116 quilos ou pessoas que tenham IMC acima de 35, por
exemplo, uma pessoa de 1,70 metro e 102 quilos que tenha doenças
associadas, como diabetes, colesterol alto, hipertensão, hérnia de disco,
esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras.

Quais as estratégias de atenção dietética no pré e pós


operatório para a cirurgia bariátrica? 

Pré-operatório: Pacientes que serão submetidos a uma cirurgia


bariátrica devem passar por uma avaliação pré-operatória específica, realizada
por uma equipe multidisciplinar. O objetivo dessa avaliação é mapear o perfil
nutricional desse paciente, destacando suas necessidades e deficiências,
visando uma orientação adequada para a conduta alimentar nesse período.

Avaliação antropométrica: Nesta fase, o nutricionista mapeia a


constituição física do paciente, através da avaliação do peso, altura e
circunferências. Dependendo do caso, o profissional poderá solicitar mais
exames a fim de uma melhor análise física;

Avaliação bioquímica: A partir de exames laboratoriais (de


sangue) e exames de imagem (ultrassonografia de abdômen) o nutricionista irá
avaliar o estado nutricional do paciente e identificar possíveis deficiências;

Avaliação dietética: nesta fase, o nutricionista avaliará a


conduta alimentar do paciente, através de um questionário de frequência
alimentar. O procedimento é mais conhecido como anamnese alimentar. A
partir dessas avaliações, será possível elaborar um programa alimentar

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específico para o paciente e para o período pré-operatório, visando minimizar


os riscos cirúrgicos através da redução de peso de forma adequada.

Pós-operatório: Os cuidados com a alimentação no período


pós-operatório são essenciais para a recuperação e adaptação do organismo a
nova realidade. Por isso, os pacientes devem passar por quatro fases antes de
voltar a ter uma alimentação regular. Em geral, este período pode variar de 8 a
10 semanas. É importante ressaltar que cada caso é único e podem existir
variações nas fases nutricionais de acordo com a técnica utilizada e também
com a realidade pessoal do paciente. Recomendamos que seja informado ao
paciente que nenhuma medida seja tomada sem conhecimento prévio da
equipe responsável pela dieta.

Dieta líquida clara: Nesta fase a alimentação deve ser


totalmente líquida e isenta de açúcar, com o mínimo de valor calórico possível.
O período da dieta pode durar de 24 a 48 horas, de acordo com avaliação da
equipe multidisciplinar;

Dieta totalmente líquida: A redução de peso nesta fase é


intensa e pode durar de 2 a 4 semanas. Os alimentos ingeridos continuam
sendo totalmente líquidos e isentos de açúcar, mas já apresentam mais textura
que na fase anterior;

Dieta branda: Esse é o estágio de transição alimentar. Nesse


período, os alimentos ingeridos têm textura, mas devem ser amassados,
misturados ou na forma de purê, bem macios para facilitar a ingestão;

Dieta regular: É o período em que o paciente, sempre


seguindo as orientações de sua equipe multidisciplinar, poderá voltar a ter uma
alimentação regular. Deve haver restrição de açúcar e fibras, além de
suplementação nutricional e acompanhamento constante.

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ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES (CARNES,


LEITE, OVOS, SOJA) – DOENÇA CELÍACA. 

Como podem ser classificadas as alergias alimentares?  

As alergias alimentares podem ser classificadas em:


tóxicas, intolerância e hipersensibilidade (alergia).

O que são as reações tóxicas? 

As reações tóxicas ocorrem quando uma quantidade suficiente


de toxina capaz de provocar manifestações clínicas é ingerida por qualquer
indivíduo (todos são suscetíveis).

O que é a intolerância alimentar? 

A intolerância depende de suscetibilidade individual. Por


exemplo, a intolerância à lactose na hipolactasia do tipo adulto. Assim, a
intolerância à lactose é uma reação adversa não tóxica, tendo a deficiência de
lactose como fator individual de suscetibilidade.

Explique as categorias de classificação da intolerância à


lactose. 

Deficiência primária de lactase (alactasia congênita):


Doença genética congênita muito rara na qual existe ausência de lactase.
Manifesta-se por diarreia quando o recém-nascido recebe leite contendo
lactose (humano ou fórmula à base de leite de vaca).
Hipolactasia do tipo adulto: Apesar da denominação, a
diminuição de lactase pode ter início a partir dos 2 aos 3 anos de idade, em
geral dos 4 aos 5 anos, ou até após essa idade. A maior parte dos
hipolactásicos tipo adulto é assintomática mesmo quando consome lactose
como parte da dieta habitual.

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Deficiência secundária de lactase: Ocorre em


consequência à lesão intestinal por diferentes mecanismos, como, por
exemplo, agentes infecciosos e outros, que promovem agressão da mucosa
do intestino delgado, acompanhada da diminuição na quantidade de lactase
no ápice das vilosidades.

Apresente a terapia nutricional proposta para indivíduos


portadores de intolerância à lactose.  

Alguns não necessitam excluir totalmente o leite da


alimentação, porém o consumo de lactose deve ser reduzido a uma
quantidade que não proporcione o aparecimento dos sintomas. A maioria
dos indivíduos com algum grau de deficiência de lactase pode tolerar a
quantidade de lactose contida, por exemplo, em um copo de leite (cerca de
12 g), sem apresentar sintomas, especialmente se consumido com outros
alimentos. Pequenas quantidades de lactose consumidas ao longo do dia
são mais bem toleradas do que se consumidas em uma única refeição.

O que são as reações de hipersensibilidade (alergia


alimentar) e quais suas classificações? 

A alergia alimentar está incluída nas reações adversas a


alimentos. Fundamentalmente, ocorre uma falha na supressão da resposta
imunológica a uma determinada proteína, falhando, assim, o mecanismo de
tolerância.
Podem ser classificadas em: Mecanismos mediados por
IgE são responsáveis pelas reações imediatas que ocorrem minutos ou
horas após a ingestão do alérgeno alimentar, desencadeando
manifestações clínicas respiratórias, gastrintestinais e, nos casos mais
graves, acometem o sistema cardiovascular.
Manifestações cutâneas podem variar de urticária até
dermatite herpetiforme, incluindo angioedema. Mecanismos mediados e não
mediados por IgE podem estar envolvidos e tem relação com alimentos
como frutas, vegetais, peixes e frutos do mar. Nos casos em que há
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acometimento cardiovascular, a anafilaxia aos alimentos é a mais temida.


As reações anafiláticas são graves, potencialmente fatais. Ocorrem
subitamente após a ingestão do alérgeno alimentar. Os alimentos mais
envolvidos nos processos anafiláticos são: leite de vaca, clara de ovo,
amendoim, castanhas, peixes, frutos do mar e trigo.

Apresente a terapia nutricional proposta para indivíduos


portadores de alergia alimentar por meio da dieta de exclusão ou dieta de
eliminação. 

A dieta de exclusão/eliminação deve ser utilizada por


pacientes com sintomas persistentes. Além de base do tratamento dietético,
a dieta de exclusão é também instrumento fundamental no diagnóstico da
alergia alimentar. Permite confirmar a suspeita de alergia alimentar quando
ocorre desaparecimento dos sintomas e seu reaparecimento após a
reintrodução do(s) alimento(s) suspeito(s). Dessa maneira, o resultado é
considerado positivo para alergia alimentar àquele(s) determinado(s)
alimento(s).
completa eliminação do alimento alergênico é a única forma
comprovada de manejo dietético atualmente disponível. A dieta de exclusão
tem os seguintes objetivos:
- Eliminar ou proscrever da dieta aqueles alimentos
relacionados à sintomatologia ou aqueles considerados muito alergênicos;
- Evitar alimentos industrializados ou todos aqueles dos
quais não é possível conhecer sua composição;
- Promover oferta energética e de nutrientes suficiente para
atender às necessidades do indivíduo;
- Reintroduzir gradativamente os alimentos excluídos da
dieta de acordo com a resposta clínica.

O que é a doença celíaca e quais seus sintomas?  

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A doença celíaca é uma doença sistêmica imuno mediada


que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, expostos ao glúten e
as às prolaminas relacionadas e a outros fatores ambientais. O
desenvolvimento da doença ocorre com exposição às prolaminas presentes
no trigo (gliadina), centeio (secalina), e cevada (hordeína). A doença é
caracterizada pela combinação de manifestações clinicas dependentes do
glúten. Os sintomas gastrointestinais são comuns na infância como,
diarreia, vômito, distensão abdominal, flatulência, dor abdominal e
constipação. Os sintomas extraintestinais são: anemia ferropriva refratária à
ferroterapia oral, anemia por deficiência de folato ou vitamina B12, baixa
estatura, redução da densidade mineral óssea, retardo do desenvolvimento
puberal, aumento das enzimas hepáticas, estomatite, irritabilidade, fadiga,
abortos de repetição, infertilidade, irregularidade menstrual, manifestações
psiquiátricas, ataxia, neuropatia e epilepsia.

Apresente a terapia nutricional para pacientes portadores


de doença celíaca. 

O tratamento consiste na retirada de glúten da dieta de


modo completo e permanente. É fundamental que a retirada seja iniciada
apenas após do diagnóstico da doença. O glúten pode ser substituído pelas
farinhas dos seguintes alimentos, milho (farinha de milho, amido de milho,
fubá), arroz (farinha de arroz), batata (fécula de batata), mandioca (farinha
de mandioca, polvilho doce, polvilho azedo, tapioca).

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Câncer 

Existem formas de prevenção do desenvolvimento do


câncer? Justifique. 

Sim. O aparecimento do câncer é multifatorial e inclui tanto


fatores genéticos e de composição corporal quanto ambientais, chamados
agentes cancerígenos. Se ninguém fumasse ou fosse exposto ao tabaco,
aproximadamente um terço dos atuais casos de câncer seriam prevenidos,
dentre os fatores ambientais, a alimentação saudável e atividade física poderia
aumentar a prevenção para um quarto dos casos. Segue abaixo nas tabelas
fatores de risco e recomendações gerais de Prevenção.

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Qual a definição de câncer? 

Atualmente, câncer é o nome geral dado a um conjunto de


mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de
células que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. O termo câncer ou
tumor pode ser definido como o crescimento descontrolado, disseminado e
invasivo de células anormais, resultantes de alterações genéticas hereditárias
ou adquiridas.

Quais as formas de tratamento do câncer? 

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento do câncer por ser


dividido em quatro tipos principais, que podem ser realizados separadamente ou
combinados, os quais são: a cirurgia, a quimioterapia (QT), a radioterapia (RXT) e o
transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH). A cirurgia é a terapia definitiva
quando o tumor está em estágio inicial e localizado em condições anatômicas
favoráveis. Para alguns tumores sólidos com disseminação local ou distante, a cirurgia
é inadequada, sendo indicado outro tipo de tratamento.

Quais fatores estão associados à ocorrência de


desnutrição no câncer? 

A presença do câncer pode causar anorexia, ativação de


estado inflamatório, hipoalbuminemia, perda grave de peso e aumento do gasto
energético do organismo, por causa do aumento da utilização de nutrientes
essenciais para o seu crescimento e a produção de substâncias químicas,
chamadas citocinas. O desenvolvimento e crescimento do tumor produzem

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uma séria de alterações no metabolismo energético e no metabolismo de CHO,


LIP e PTN, compatíveis com o estresse metabólico causado pelo câncer. 

O que é a caquexia? 

A caquexia pode ser definida como uma síndrome multifatorial


caracterizada pela perda de massa muscular (com ou sem perda de tecido
adiposo), que não pode ser revertida com suporte nutricional convencional e
acarreta progressiva disfunção orgânica. A fisiopatologia é caracterizada por
balanço nitrogenado e proteico negativo, associado a redução da ingestão
alimentar (anorexia) e alterações metabólicas (hipermetabolismo).

Apresente as recomendações nutricionais para pacientes


oncológicos adultos. 

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Qual a relação entre o uso de antioxidantes e dieta


imunomoduladora com o câncer? 

Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer substância que,


mesmo em baixas concentrações, são capazes de atrasar ou inibir a oxidação,
diminuindo a concentração de radicais livres (RL) no organismo e que também agem
quelando os íons metálicos, prevenindo a peroxidação lipídica. Os antioxidantes estão
presentes naturalmente em uma dieta rica em frutas, vegetais e hortaliças, e os mais
estudados são os carotenoides, a vitamina C (ácido ascórbico) e E (tocoferol), o
selênio e os flavonoides. Existe uma correlação positiva entre uma dieta pobre nesses
nutrientes e o aparecimento de alguns tipos de câncer, mas não há nenhuma
evidência de que o excesso ou suplementação com antioxidantes possam prevenir a
carcinogênese.
A imunonutrição pode ser definida como a modulação da atividade do
sistema imunológico com intervenções específicas com o objetivo de diminuir a
inflamação, a perda de peso involuntária e a caquexia. Ela pode ser aplicada em
qualquer situação na qual o fornecimento de nutrientes esteja diminuído, sendo
responsável por modificar a resposta inflamatória ou imune; e tem se associado mais
estreitamente com tentativas de melhorar o curso clínico de pacientes críticos e
cirúrgicos, que muitas vezes exigem um fornecimento exógeno de nutrientes por meio
da nutrição enteral ou parenteral. Os efeitos benéficos da administração perioperatória
de imunonutrientes como a arginina, glutamina, ácidos graxos ômega-3 e ácido
ribonucleico, em pacientes submetidos à cirurgia de grande porte, é estudada como
uma alternativa para modular a resposta imune e inflamatória, os principais resultados

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estão relacionados com melhora do perfil imune, diminuição das complicações


infecciosas, melhor cicatrização e menor tempo de internação.

Apresente as orientações de modificações na dieta para


pacientes com sinais e sintomas relacionados ao tratamento oncológico.   

Falta de apetite
✓ Aumentar o fracionamento das refeições, com intervalos a cada 3 horas;
✓ preparar pratos coloridos e variados;
✓ modificar a consistência para uma que seja mais bem tolerada, podendo
variar entre as consistências normal, branda, pastosa, semilíquida ou líquida;
✓ sugerir alterações para enriquecer as preparações, como adição de azeite,
óleo vegetal, creme de leite ou manteiga em purês ou mingaus; uso de farinhas
instantâneas, aveia, maisena, cremogema com leite ou leite batido com frutas,
etc.

Disfagia e/ou odinofagia


✓ Os alimentos devem ser preparados na consistência que for mais bem
tolerada e que ofereça menos dificuldade para mastigar ou engolir, podendo
variar entre branda, pastosa e líquida;
✓ orientar ingestão de pequenos goles de água ou suco durante as refeições
para ajudar a engolir;
✓ reduzir o volume e aumentar o fracionamento das refeições.

Mucosite
✓ Restringir alimentos ácidos, picantes, muito condimentados ou salgados;
✓ modificar a consistência para uma que for mais bem tolerada, podendo variar
entre as consistências branda, pastosa, semilíquida e líquida;
✓ evitar alimentos quentes, preferindo preparações frias ou geladas ou em
temperatura ambiente.

Xerostomia
✓ Evitar alimentos secos;

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✓ as preparações devem conter caldos ou molhos;


✓ se não houver contraindicação, o uso de chicletes (de preferência os de
menta), gelo e picolés podem ajudar a produzir saliva.

Náuseas e vômitos
✓ Restringir frituras e alimentos gordurosos;
✓ evitar líquidos durante as refeições;
✓ reduzir o volume e aumentar o fracionamento;
✓ orientar para que a mastigação e a ingestão sejam lentas;
✓ se não houver contraindicação, o consumo de sucos, picolés de frutas
cítricas e o hábito de chupar gelo ajudam a diminuir as náuseas.

Diarreia
✓ Aumentar a ingestão hídrica;
✓ orientar o consumo de alimentos com ação constipante ou pobre em
resíduos, como banana, maçã sem casca, goiaba sem casca e sementes,
limão, caju, batatas, chuchu, cenoura cozida, aipim, inhame, cará, creme de
arroz, arroz, macarrão com molho simples, farinhas, torradas, biscoito água e
sal ou de maisena, gelatina, pera sem casca, carnes magras grelhadas e leite
de soja;
✓ evitar frituras, alimentos gordurosos e açucarados, além do leite e seus
derivados;
✓ restringir os alimentos com ação laxativa (ver item Constipação intestinal).

Constipação intestinal
✓ Aumentar a ingestão hídrica;
✓ orientar o consumo de alimentos ricos em fibras ou com ação laxativa, como
pão, biscoito e cereais integrais, frutas frescas tipo mamão, laranja com
bagaço, ameixa, tangerina, caqui, uva com casca, verduras, abóbora, quiabo,
lentilha, feijão, farelo de trigo ou de aveia;
✓ restringir os alimentos com ação constipante (ver item Diarreia).

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Síndrome da imunodeficiência adquirida 


Quais as principais complicações da terapia
antirretroviral? 

Tanto os antirretrovirais quanto os fármacos empregados para


tratamentos de infecções oportunistas e comorbidades podem interagir com os
nutrientes. Essas interações abrangem tanto os efeitos dos nutrientes sobre a
eficácia dos medicamentos quanto os efeitos dos medicamentos sobre a
utilização dos nutrientes e a ingestão alimentar. Portanto, medicamentos de
todas as classes podem causar efeitos colaterais que têm implicações
nutricionais. Os medicamentos podem afetar a absorção, o metabolismo, a
distribuição e a excreção dos nutrientes. Além disso, efeitos colaterais dos
medicamentos podem afetar o consumo alimentar, principalmente por atingirem
o trato gastrintestinal, causando diarreia, vômitos, náuseas e alterações do
paladar. Outros efeitos colaterais relacionados ao manejo nutricional incluem as
alterações metabólicas causadas por alguns antirretrovirais, como resistência à
insulina, intolerância à glicose e dislipidemia.

Qual a principal diferença entre HIV e AIDS?  

 O HIV é um retrovírus com genoma RNA da família


Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos
retrovírus citopáticos e não oncogênicos que necessitam, para multiplicar-se,
de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela
transcrição do RNA viral para uma cópia de DNA, que pode, então, integrar-se
ao genoma do hospedeiro. Esse vírus infecta células do sistema imunológico
humano, principalmente as células T helper CD4, componentes-chave do
sistema imunológico celular, destruindo ou prejudicando suas funções.
Infecções com esse vírus resultam em um progressivo esgotamento do sistema
imunológico, levando-o à imunodeficiência. O sistema imunológico fica
debilitado e o indivíduo torna-se mais suscetível a infecções. Na medida em
que se multiplica e destrói os linfócitos T-CD4+, o vírus HIV vai incapacitando o
sistema imunológico da pessoa, permitindo que ela desenvolva outras
doenças, que são chamadas de oportunistas. Quando isso acontece é que a

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pessoa desenvolve a aids. Ou seja, a diferença entre HIV e AIDS, é que HIV é
o vírus que pode provocar a aids, (síndrome da deficiência imunológica
adquirida).

Cite as principais alterações nutricionais presentes em


pacientes com HIV/AIDS. 

Alterações nutricionais são comuns em pacientes com HIV/Aids


e costumam ocorrer precocemente. Podem estar relacionadas a baixa ingestão
alimentar, má absorção de nutrientes, alterações metabólicas, infecções
oportunistas, fatores psicossociais e neurológicos e interações drogas-
nutrientes. Todas essas condições podem levar a deficiências nutricionais que
afetam negativamente o estado nutricional desses indivíduos. Atualmente,
destacam-se entre esses pacientes duas condições preocupantes do ponto
de vista nutricional: a síndrome consumptiva e a síndrome Lipodistrofia do HIV,
ou Lipodistrofia.

 Síndrome consumptiva 

A desnutrição é considerada um importante fator


prognóstico nos pacientes com estágios avançados da Aids e uma das
complicações mais frequentes da infecção pelo HIV. A perda de peso pode
ocorrer em aproximadamente 95 a 100% dos pacientes com diagnóstico de
Aids, principalmente nos estágios mais tardios da evolução, sendo que mais
da metade dos pacientes apresenta índice de massa corporal (IMC) abaixo
dos valores norma. A perda de massa muscular significativa é comum nos
pacientes com infecção
pelo HIV e está associada à rápida progressão da doença e ao aumento da
morbidade. A síndrome consumptiva está presente em 20% dos pacientes
no momento do diagnóstico de Aids e em 70% dos pacientes que evoluíram
para óbito durante a internação hospitalar. Pode ser diagnosticada quando
a perda ponderal é superior a 10% do peso habitual, associada a uma das
sintomatologias clínicas, como diarreia crônica e/ou febre e/ou astenia sem
outra causa detectável que não a infecção pelo HIV.

 Síndrome Lipodistrofia do HIV ou Lipodistrofia.

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Em 1997, a Lipodistrofia definida como redistribuição


anormal da gordura corporal foi descrita pelo Food and Drugs Association
(FDA), sendo classificada em três tipos: lipoatrofia, lipo-hipertrofia e forma
mista. A lipoatrofia é reconhecida pela diminuição da gordura nas regiões
periféricas, como braço, perna, nádegas e face, podendo salientar músculos
e veias. A lipo-hipertrofia é caracterizada pelo acúmulo de gordura
abdominal, gibosidade dorsal, ginecomastia e aumento de mamas em
mulheres. A forma mista é a associação das duas formas descritas
anteriormente. Inicialmente, o termo “síndrome da lipodistrofia associada ao
HIV” foi sugerido, mas
logo ficou claro que alguns pacientes têm lipoatrofia pura, enquanto outros
têm acúmulo de gordura central e um subconjunto têm um quadro misto de
ambas as características morfológicas. Tal como na lipodistrofia congênita,
a lipodistrofia relacionada a doentes infectados pelo HIV também está
associada ao diabete melito e à resistência à insulina. A prevalência de
diabete é 4 vezes mais comum em homens em terapia antirretroviral,
quando comparados àqueles não infectados. A incidência de pré-diabete e
diabete é de 2 e 3 vezes, respectivamente. Cerca de 50 a 80% dos
indivíduos com Aids desenvolvem lipodistrofia relacionada ao
uso dos antirretrovirais, sendo considerada um efeito adverso da HAART.

Cite os principais comprometimentos do trato


gastrintestinal pelo HIS e suas consequências nutricionais aos pacientes.  

Na população infectada pelo HIV, observa-se alta prevalência


de distúrbios gastrintestinais, os quais geralmente incluem alterações na
deglutição (47%), dor e cólica abdominal (20%), diarreia (77%), doença oral e
perianal (74%), lesões orais (54%), candidíase oral (34%). A xerostomia
ocasionada por infecções, medicamentos, tabagismo e desidratação é também
encontrada em aproximadamente 29% dos pacientes infectados com o HIV. A
saliva é essencial para a digestão adequada dos nutrientes, uma vez que
contém enzimas como a lipase sublingual e a amilase salivar. A saliva também
desempenha função imunológica, pois apresenta células que produz
anticorpos, imunoglobulina A (IgA) e inibidor da protease salivar de leucócitos,
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responsáveis pela neutralização de parasitas, bactérias e vírus. Nos pacientes


com HIV/Aids e deficiência grave de linfócitos imunorreguladores, a
proliferação de protozoários, agentes patogênicos virais, bacterianos e fúngicos
pode gerar má absorção e diarreia. Vale ressaltar que a presença do HIV pode
causar atrofia das vilosidades do trato
digestório, reduzindo a área de superfície na qual ocorre a absorção, bem
como ocasionar a diminuição da atividade das enzimas intestinais que pode
causar má digestão, mais diarreia e esteatorreia. A redução de grânulos das
células de Paneth foi associada a menor IMC, redução dos níveis plasmáticos
de zinco e infecção pelo HIV. A infecção por HIV induz a perda de células T
CD4 no intestino durante a fase
precoce, resultando no comprometimento da barreira intestinal, com
consequente quebra da primeira linha de defesa contra agentes patogênicos.
Dessa forma, o “intestino permeável” permite que bactérias da microbiota
normal do intestino migrem para a corrente sanguínea, por meio dos espaços
paracelulares e ativem o sistema imunológico local e sistêmico, com
consequências negativas à saúde, contribuindo para uma maior replicação do
vírus HIV.

Quais os principais objetivos da terapia nutricional em


pacientes com HIV/AIDS? 

 Detectar, prevenir e reduzir a ocorrência de problemas nutricionais;


 Auxiliar na preservação da massa corporal magra, prevenir a perda
ponderal e recuperar o estado nutricional;
 Fornecer aporte adequado de nutrientes, a fim de evitar deficiências ou
excessos, de acordo com as condições clínicas do paciente;
 Contribuir para a eficácia da terapia medicamentosa;
 Auxiliar no alívio dos sintomas e nas complicações relacionadas ao hiv e
às infecções oportunistas;
 Colaborar para o manejo dos transtornos associados à terapia
medicamentosa;
 Promover educação nutricional em todas as fases da doença;
 Contribuir para melhorar a qualidade de vida.

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Apresente as principais recomendações de


macronutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos) para portadores de
HIV/AIDS.  

 Proteínas
 A garantia das necessidades proteicas tem como objetivos fornecer
substrato para o sistema imune e restaurar ou preservar a massa magra.
Nas infecções agudas, recomendasse aumentar a oferta proteica para
minimizar a perda de massa magra imposta pelo catabolismo. Na presença
de disfunção renal ou hepática, recomenda-se reavaliar as necessidades
proteicas, ajustando-as à gravidade da disfunção e às necessidades
individuais. As recomendações proteicas para adultos com HIV/Aids estão
descritas na Tabela 14.4. A proporção segue o recomendado para a
população em geral: 15 a 20% do valor energético total (VET).
 Lipídios 
A proporção de lipídios a ser oferecida deve seguir o recomendado para a
população em geral, ou seja, 20 a 35% do VET. A oferta de gorduras
saturadas, gorduras trans e colesterol segue o recomendado para a
população em geral, considerando-se uma alimentação equilibrada e
saudável, devendo ser reavaliada na presença de dislipidemias. Estudos
indicam que dietas pobres em gorduras saturadas e incluindo ácidos graxos
ômega-3 estão associadas a redução nos níveis de triglicérides, aumento
do HDL-c e diminuição do risco de lipo-hipertrofia. Entretanto, não existem
evidências científicas suficientes para estabelecer a dose recomendada e o
tempo de suplementação com ômega-3 para obter esses efeitos.
 Carboidratos 
Podem ser ofertados 45 a 65% do VET sob a forma de carboidratos. A
seleção das fontes e a necessidade de restrição de carboidratos simples
dependem das condições clínicas individuais e da presença de resistência à
insulina ou diabete. 
 

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Terapia nutricional enteral e parenteral 


A alimentação via enteral pode ser definida de que forma?  

Entende-se por nutrição enteral, todo procedimento terapêutico


empregados para a manutenção ou recuperação do estado nutricional. Dentre
várias definições possíveis sobre o assunto umas das mais abrangentes foi
proposta pelo regulamento técnico para a terapia nutricional que diz
“Alimentação para fins especiais com ingestão controlada de nutrientes, na
forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,
especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral,
industrializada ou não, utilizada para substituir ou parcialmente a alimentação
em pacientes desnutridos, em regime hospitalar, ambulatório ou domiciliar.”
Nesse cenário a nutrição enteral aplica o conhecimento clinico e nutricional.
Temos diversas formas do uso enteral que podem estar na apresentação pó
(que deve ser reconstituído em água) ou liquida, pronta para o uso. Porém para
a administração depende de viários dados clínicos entre eles a capacidade
digestiva e absortiva e o estado nutricional e metabólicos do paciente, que vão
definir as suas necessidades nutricionais. Dessa forma a seleção da fórmula
nutricional leva em consideração sua densidade energética, presença ou não
de fibras, o grau de hidrolise da proteína e do lipídeo, distribuição energética do
lipídeo e do carboidrato, a qualidade e perfil dos macronutrientes, além da
restrição ou acréscimo de nutrientes específicos.

Em quais situações a nutrição enteral é indicada? 

Podem ser indicadas no caso de pacientes inconscientes ou


com queda do nível de consciência; disfagia neuromuscular; anorexia
secundaria; obstrução do trato gastrointestinal; paciente em caso de
desnutrição, com a que possuem capacidade absortiva preservada ou
parcialmente comprometida, cuja alimentação oral não é capaz de prover a
quantidade adequada de nutrientes, etc. Tudo isso levando em conta a seleção
do tipo de acesso baseado na anatomia do paciente e função do trato
gastrointestinal, na duração prevista da terapia e no risco potencial da
ocorrência de efeitos colaterais como a bronca aspiração.

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Quais as vias de acesso da nutrição enteral?  

Para determinar o modo de ação e de acesso enteral devemos


levar em conta uma série de fatores como, duração da TNE, pois algumas vias
de acesso tem um prazo de duração curto ou longos, limitação estruturais do
trato digestivo; disponibilidade de acesso cirúrgico ou endoscópico, estado
nutricional; diagnostico do paciente; tipo de dieta a ser utilizada e comodidade
do paciente. Por tanto cada via de acesso deve ter um cuidado específico,
como fixação, forma e velocidade de infusão, curativos etc.

3.1 - Sondas Nasogástricas e sondas Nasoenterais: As sondas


nasoenterais são indicadas para TNE e podem ser colocadas (pré-pilorica) ou
intestino (póspilórica). Sondas Nasogástricas são sondas colocadas através do
nariz até o estomago, e feita geralmente por pvc ou polivinil. Já a Sonda
Nasoenteral é passada do nariz até o intestino e são feitas de poliuretano ou
silicone.

3.2 - Sondas de gastrotomia e button: Podem ser de silicone ou


poliuretano, com diâmetro que varia entre 14 a 24 Fr, constituída por uma
ancora de silicone, chapéu ou balão para a fixação interna e anel flexível para a
fixação externa. São passadas por gastrotomia endoscópica percutânea, a
gastrotomia radiológica percutânea, cirugica aberta e a laparoscopia. Ela se
destaca por ser um procedimento rápido e fácil. A gastrostomia de botão ou
button e um dispositivo de material mais biocompativel, com variação de
calibres de 14 a 24 Fr, indicadas aos pacientes com vida social ativa, pois
impactam na preservação da autoestima.

Explique, de forma simples, os métodos de administração


da dieta enteral – administração em bolo, administração intermitente,
administração continua. 

4.1 - Administração em bolo: Consiste em uma administração


rápida de uma dose concentrada de medição ou alimento, diretamente na
circulação sistêmica do paciente, uma seringa que irá injetar lentamente o
alimento, utilizando a força da gravidade sobre o êmbolo ou aplicando uma
pressão levemente sobre ele. A seringa deve manter-se conectada ao equipo
ou diretamente à sonda acima da cabeça do paciente. 4.2 - Administração

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intermitente: Esse método consiste na oferta de 200 a 300 mL do alimento,


durante 20 a 35 minutos a cada 4 a 6 horas. A infusão é livre, deixando o
alimento fluir através do equipo por meio da força da gravidade. O gotejamento
é uma parte importante nesse método, pois por meio dele é feito o controle do
fluxo. Para efetuar esse controle, basta utilizar a pinça rolete posicionando-o
para cima (abrir) ou para baixo (fechar). O movimento é feito utilizando o
polegar cujo mínimo ajuste já apresentará efeito no ritmo do gotejamento. 4.3 -
Administração continua: Aqui é aplicada a infusão a infusão contínua de de
nutrientes durante as 24 horas. Esse método é mais indicado para pacientes
com sondas aplicadas no jejuno ou ainda para evitar diarreia osmótica. A
administração contínua oferece mais segurança para pacientes em estado
crítico e na fase inicial da nutrição enteral de forma a testar sua tolerância à
dieta.

Cite a classificação das fórmulas enterais? 

Podemos entender que as fórmulas enterais são os alimentos


para fins especias, aptos ao uso por via de tubos ou por via oral. Temos como
exemplos:

5.1 - TIPOS DE FÓRMULAS QUANTO AO TEOR DE


MACRONUTRIENTES: Carboidratos- devem estar presente na dieta do
paciente. Correspondem a 40% a 60% do valor calórico da fórmula. A mistura
entre carboidratos simples e complexos está relacionado com a solução de
osmozidade mais baixa afim de diminuir o risco de diarreia.

Fibras- São indicadas para o controle da diarreia enquanto


outras para o tratamento da constipação intestinal. As fibras solúveis são
benéficas para os pacientes, tais nutrientes são importantes para a correção do
ph mais ácido na luz do colo. Contribui para absorção de água e sódio na luz
colônia. O uso de fibras com pouca água não é recomendável, pois pode levar
a obstrução do acesso enteral. As recomendações de fibras são para
indivíduos saudáveis e de 15 a 30g/dia, sendo 75% insolúveis e 25% solúveis.

Proteínas- São correspondentes a parte energético do corpo,


entre 15 a 205 do valor energético da dieta, as principais fontes são, casinato
de cálcio, proteína isolado de soja e a proteína do soro do leite.

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Lipídeos: Um dos principais aspectos do fornecimento de


lipídios são os ácidos graxos essenciais, que são ácidos graxos linoleicos
(omega-6) e linoleico (omega3). Para a dieta enteral uma grande variedade de
óleos vem sendo usado são, óleos de soja, açafrão, milho ou girassol como
fonte de omega-6 e óleo de peixe que contém os 2 tipos de ômega.
Correspondem a 30 a 41% do valor energético. OS ácidos graxos de cadeia
média são usados no tratamento associados a má digestão e/ou absorção.

Água- sendo uma das mais importantes, vale ressaltar que a


quantidade de água das fórmulas enterais está relacionada a densidade
calórica, ou seja:

• Fórmula enterais com 0,9 – 1,2 Kcal/mL: 800 – 860 mL de


água/L

• Fórmula enterais com 1,5 Kcal/mL: 760 – 780 mL de água/L

• Fórmula enterais com 2,0 Kcal/mL: 690 – 710 mL de água/l


5.2

5.2- CARACTERISTICAS FISICAS DAS FÓRMULAS:

Densidade Calórica- A densidade calórica da fórmula enteral e


definida pela quantidade de calorias fornecida por mL de dieta e influencia
diretamente na taxa de esvaziamento gástrico, ou seja, tende a ser mais lento
para fórmulas com alta densidade calórica.

• Fórmula hipocalórica: 0,6 – 0,8 kcal/mL

• Fórmula normocalorica:0,9 – 1,2 Kcal/mL

• Fórmula hipercalórica: 1,3 – 1,5 Kcal/mL

• Fórmula acentuadamente hipercalórica: maior que 1,5


Kcal/mL

Osmozidade: Está relacionada a quantidade de partícula


iônicas e moléculas (proteínas, carboidratos, minerais) em determinado
volume. Alguns fatores podem interferir nisso são eles:

• Minerais/ Eletrólitos

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• Proteínas

• Carboidratos

• Fórmulas com grande quantidade de componentes


hidrolisados.

5.3 - TIPOS DE FÓRMULAS QUANTO AO GRAU DE


HIDROLISAÇÂO:

São classificadas, segundo o grau de hidrolisação menor ou


maior, como semielementares ou oligoméricas e elementares ou monoméricas.
Sendo assim, o grau de hidrolizacao são classificados:

5.3.1-ELEMENTAR: Macronutrientes em forma totalmente


hidrolisada, Glicose, aminoácidos cristalinos, triglicerídeos de cadeia média.

5.3.2-OLIGOMETRICAS: Macronutrientes parcialmente


hidrolisados, quanto maior a osmozidade da dieta oligométrica menor é o grau
de hidrolise

5.3.3-POLIMERIA: Macronutrientes em sua forma intacta

• 5.4. TIPOS DE FÓRMULAS QUANTO A NUTRIENTES


ESPECIAIS OU DESENHOS ESPECIAS:

5.4.1 - Insuficiência renal aguda (IRA): Uma importante questão


da IRA e saber se a abordagens diferentes podem acelerar ou reatar a
recuperação renal sendo assim dietas modificadas estão classificas com o uso
ou não de terapia de substituição renal.

5.4.2 - Imunonutrição: Podem ser usadas em pacientes


cirúrgicos eletivos, traumas, queimados, câncer de cabeça e pescoço e críticos
em ventilação mecânica que não apresentam spse grave.

5.4.3 - Insuficiência hepática: O uso de densidade calórica


maior que uma caloria por ml está recomendado, pois o volume oferecido e
menor, o que contribui para melhor tolerância em pacientes com ascite ou
asciedade precoce. As formas suplementares com aminoácidos de cadeia

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ramificada, estão indicadas quando tiver tolerância á proteína animal ou


eventualmente encefalopatia hepática clara.

5.4.4 - Intolerância a glicose: A fórmula para paciente com


diabete ou intolerância a glicose se baseia no aumento do teor de lipídeos e
redução do teor de carboidratos.

Quais as vantagens e desvantagens do uso de dietas


enterais não industrializadas, caseiras ou artesanais?  

A dieta enteral não industrializada, caseira ou artesanal, são


aqueles preparadas a base de alimentos inatura, como leite, ovos, açúcar,
hortaliças etc. Essas dietas podem ter a presença ou não de módulos de
nutrientes ( maltodextrina, albumina, vitaminas e minerais). Dietas
industrializadas são extremamente completas e oferecem mais segurança
quanto ao controle microbiológico, porém seu custo é extremamente alto,
sendo assim inviável para pessoas com baixa renda etc. Portanto a dieta
enteral caseira ou artesanais são indicadas pois pode ser encontrada
facilmente ou até mesmo feita, e apresenta vantagens como:

• Acessibilidade Financeira: Pois em comparação com as dietas


industrializadas essas podem ser encontradas por preços menores evitando
gasto grandes, e reduz os custos médio anuais com hospitalizações.

• Valores psicossocial: Por ser feita com alimentos


convencionais ela apresenta uma sensação de normalidade e prazer nas
refeições, além da maior proximidade com sua alimentação comum.

• Alimentos naturais: São feitas por ingredientes naturais e


esses promovem uma maior flexibilidade na dieta, fugindo da monotonia.
Porém podemos encontrar algumas desvantagens de uma dieta não
industrializada ou artesanais, são:

• O valor nutricional incerto: Pois, a base do calcula da tabela


nutricional pode ser incerta;

• Menor teor de macro e micronutrientes: Tempo de cozimento,


moagem, peneiramento, sazonalidade, origem, armazenamento, entre outros,

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são fatores que podem levar a perda de nutrientes, como carboidratos, cálcio,
fosforo, magnésio, zinco, ferro, etc.

• Diarreia e constipação: Uma hipótese surgida a pouco tempo


e que a diarreia pode ser causada pela parecença de FodMaps, carboidratos
de cadeia curta absorvidos.

• Ingestão energética inadequada: Como os macronutrientes


podem estar mal distribuídos, a ingestão energética pode ser afetada, isso
pode causar perda de massa corporal magra. Portanto sempre deve ter um
acompanhamento médico quando se faz uma proposta de intervenção
nutricional para evitar piora no quadro do paciente.

Como pode ser definida a nutrição parenteral? 

Entende-se por uma nutrição parenteral, toda dieta realizada


por uma emulsão ou solução composta por diversos nutrientes, aminoácidos,
lipídios, carboidratos e eletrólitos. Sendo uma solução estéril, disposta em
bolsa de plástico ou silicone. São administradas diretamente em vias venosas,
acessos vasculares centrais, como a veias subclávias ou jugular, isso se dá
pelo fato de ser uma solução extremamente osmótica, o que causa
tromboflebite em vasos menos calibrosos. São usadas quando a pessoa já não
tem um trato gastrointestinal funcionando corretamente, como no caso de
câncer de estomago ou intestino.

Quais as diferenças entre a nutrição parenteral periférica e


total?

A nutrição parenteral periférica (NPP) é administrada por uma


veia menor, geralmente na mão ou no antebraço e é usada para pacientes que
possuem necessidades diárias de macronutrientes que não podem ser
preenchidas apenas pela via enteral. Enquanto a nutrição parenteral total
(NPT) é administrada por uma veia de grande diâmetro, geralmente na
subclávia, jugular interna, entre outras. Essa via é escolhida para pacientes
com necessidade parenteral por um longo perigo.

Quais as indicações para o uso de nutrição parenteral?  

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É mais indicado para pacientes que não conseguem mais


absorver os nutrientes através da alimentação regular. Em pessoas que não
tem um trato gastrointestinal funcionando corretamente ou obstruidos. Levando
em consideração as necessidades energéticas e proteicas do paciente, a
limitação de infusão hídrica e a possibilidade de acesso venoso disponível.

Cite os componentes das soluções de nutrição parenteral.

O principal é a glicose monoidratada, geralmente disponíveis


em ampolas plásticas de 10ml ou bolsas plásticas de 100ml a 2.000ml. Cada
grama de glicose monoidratada fornece 3,4 kcal; a quantidade mínima é de
200g/dia.

Também compomos com frascos de aminoácidos em uma


proporção 1gx4kcal e concentração de até 15%. Além da Emulsão lipídica, em
que a necessidade de um paciente adulto em caso grave é de 20 a
25kcal/kg/dia.

RIBEIRÃO PRETO
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