Você está na página 1de 19

1

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PORTEL/CMEP


CONSELHO PLENO
PARECER RELATOR

INTERESSADO:
 Conselho Pleno, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará –
Subsede de Portel – SINTEPP e Secretaria Municipal de Educação de Portel – SEMED.
ASSUNTO:
 Retorno às aulas durante a Pandemia de Covid-19 no município de Portel.
RELATOR (A):
 José Raimundo Santos da Costa.

Parecer nº 001/2020 Colegiado: Aprovado em:


CMEP/CP Conselho Pleno 14/12/2020

Ementa: o parecer consiste em dois objetivos precípuos: relatar e


analisar a proposta de retorno às aulas da secretaria municipal de
educação de Portel - SEMED, na rede municipal de ensino, em período
de pandemia de Covid-19, conforme ofício nº 045/2020; atender à
solicitação de estudo e análise de retorno às aulas do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – Subsede
Portel - SINTEPP, de acordo com o oficio nº 062/2020 apresentado
como proposição aprovado em sessão extraordinária; e proposição de
estudo e análise de Retorno às Aulas aprovado do Conselho Pleno sino
Conselho Pleno.

I RELATÓRIO

Trata-se os autos de Parecer do Conselho Pleno - CMEP, que no dia 02 de setembro


de 2020, em sessão extraordinária realizada do Conselho Pleno, na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Júlia Barbalho, foi deliberado pela maioria de seus pares que o Conselho
Municipal de Educação de Portel - CMEP, construirá um Parecer sobre o retorno das aulas
durante a Pandemia de Covid-19, no município de Portel.
Tendo como Relator/Conselheiro José Raimundo Santos da Costa e Assessor
Técnico José Lopes da Silva, para elaboração do Parecer, leitura e análise documental,
atendendo as solicitações do ofício nº 062/2020 - Sindicato dos Trabalhadores (as) em
Educação Pública do Estado do Pará – Subsede de Portel SINTEPP, bem como atender o
conteúdo do ofício nº 045/2020 da Secretaria Municipal de Educação de Portel – SEMED,
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
2

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
e a Proposição aprovada pelo Conselho Pleno na sessão extraordinária, realizada no dia 24 de
julho de 2020.
Dessa forma, em 24 de julho de 2020, em sessão extraordinária do Conselho Pleno,
realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlia Barbalho, foi deliberada e aprovada
pela maioria de seus pares uma Proposição, a qual solicita: “Um parecer técnico (com pedido
de urgência) sobre a indisponibilidade de retorno das aulas durante à pandemia, levando
em consideração as condições sanitárias, saúde dos trabalhadores em educação e alunos,
precário acesso de internet e outros”.
E, no dia 03 de setembro de 2020, foi protocolado no Conselho Municipal de Educação
de Portel - CMEP e encaminhado à Câmara de Ensino Fundamental e Médio/CMEP, o ofício
interno nº 015/2020 – SE/CMEP, da Secretaria Executiva do CMEP, com os seguintes
documentos: ofício nº 045/2020, de 25 de agosto de 2020, com data de protocolo do dia
26/08/2020, da Secretaria Municipal de Educação de Portel – SEMED, o qual encaminhou
documento orientador de atividades pedagógicas para a rede de ensino no município de Portel,
no contexto da pandemia de Covid-19 e relatório epidemiológico de Covid-19, no município
de Portel. Encaminha ainda, os calendários letivos – Campo e Sede de 2020/2021, para
apreciação deste colegiado, com as seguintes bases legais:
 Conselho Nacional de Educação – CNE;
 Conselho Estadual de Educação do Estado do Pará – CEE – PA;
 Ministério da Educação e Cultura – MEC e autoridades de saúde.
A proposta da Secretaria Municipal de Educação de Portel, em seu bojo, encaminhou
o planejamento orientador de desenvolvimento de atividades de forma não presencial,
semipresencial e finalmente presencial para ser executado na rede municipal de ensino, no
contexto de pandemia de Covid-19.
Ainda, a Secretaria Municipal de Educação, encaminhou o documento citado para ser
submetido à apreciação e análise deste egrégio colegiado e, ao mesmo instante, solicita com
mais brevidade possível, com tantas outras contribuições para serem agregadas ao planejamento
(proposta), como normativas orientadoras de condução da educação municipal no período da
pandemia da Covid-19, contendo 21(vinte e uma) páginas com tópicos no documento
orientador (documento em anexo).
Vale ressaltar que o documento, focado na educação municipal, faz parte de um
conjunto de medidas adotadas pela administração, diante de um cenário, onde o distanciamento

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
3

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
social tem se caracterizado, como uma das melhores ferramentas de controle e combate ao Novo
Coronavírus (Covid-19).
É perceptível a crescente propagação do Novo Coronavírus pelo mundo, diversos
países, entre eles o Brasil, nas suas diferentes regiões, tem se deparado no campo da educação
formal, com situações e desafios jamais visto na história da humanidade, e neste contexto, estão
sendo adotadas medidas como a suspenção das aulas presenciais como alternativas de
contenção da Covid-19.
A contextualização da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19), possui base legal
no discorrer da proposta em todo documento anexo estando contido os calendários escolares e
a carga horária das atividades pedagógicas.
Observa-se uma planilha com distribuição dos dias de aulas e da carga horária
trabalhada no 1º e 2º semestres do ano letivo de 2020 – SEDE, já a distribuição dos dias de
aulas presenciais e da carga horária trabalhada no 1º e 2° semestres do ano letivo de 2020 –
CAMPO, no corpo da proposta, ocorre a distribuição de dias a serem trabalhados, com as
formas de organização e horas letivas do 2º semestre do ano letivo de 2020 – SEDE.
Cita-se, também, na proposta da SEMED, a distribuição de horas letivas no 2º semestre
do ano letivo de 2020 – CAMPO, com os direitos e objetivos de aprendizagem, no item VI, se
alonga no cômputo de carga horária através de atividades pedagógicas não presencias,
semipresenciais e presenciais, com os tópicos e subtópicos a seguir:
VI.1 - Educação Infantil – Creche e da Pré-Escola (fls. 09 e 10);
VI.2 - Ensino Fundamental – Anos Iniciais (fls. 11);
VI.3 - Ensino Fundamental – Anos Finais (fls. 12 e metade da 13);
VI.4 - Ensino Fundamental, na Modalidade de Jovens e Adultos (fls. 13 e metade da
14);
VI.5 - Educação Especial (fls. 14, 15, 16 e 17);
VI.6 - Educação do Campo e Quilombola (fls. 17);
VII.7 - As Mídias Educacionais no Suporte às Atividades Escolares (fls. 17 e 18);
VIII.8 - Da Avaliação da Aprendizagem no Contexto da Pandemia (fls. 19);
IX.9 - Referência Bibliográfica (fls. 20 e 21).
O ofício nº 062/2020 – SINTEPP, de 31 de agosto do ano em curso, solicita um
parecer técnico com urgência no que tange à rede municipal de ensino de Portel, tendo
em vista o retorno às aulas durante à pandemia de Covid-19. A proposta de parecer

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
4

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
técnico deste egrégio colegiado deve-se antes de tudo, levar em consideração minimamente
os seguintes requisitos:
1 Padrão de qualidade do ensino – aprendizagem não presencial, semipresencial
e presencial;
2 As condições estruturais nas escolas acesso e permanência na escola;
3 A saúde psicológica dos trabalhadores em educação;
4 Protocolo de segurança de retorno às aulas;
5 Calendário letivo 2020-2021;
6 Acesso e sucesso ao ensino público universalizado com os ensinos: não
presencial ou EAD, semipresencial e presencial.

1.1 Breve histórico de pandemia

Um dos primeiros relatos de pandemia data do ano de 1580, quando uma doença
causada por um vírus influenza, que surgiu na Ásia, espalhou-se pela África, Europa e América
do Norte. Diversas pandemias surgiram em seguida, como a disseminada pelo vírus HIV,
causador da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
Acredita-se que essa pandemia tenha surgido na República Democrática do Congo, em
1920. Após a transmissão homem-animal, em Camarões, no fim do século XIX, o vírus chegou
à capital da República Democrática do Congo, onde encontrou um ambiente propício para sua
propagação para o resto do mundo, como mudanças culturais, comportamentais e uma grande
rede ferroviária pela qual circulavam milhares de pessoas anualmente.
A maior de todas as pandemias, no entanto, foi a gripe espanhola, entre os anos de
1918 e 1919. Acredita-se que cerca de 40% (quarenta por cento) da população mundial tenha
sido contaminada, e cerca de 50 (Cinquenta) milhões de pessoas tenham morrido no Hospital
do Exército, em Nova Iorque, durante a pandemia de gripe espanhola.
Dentre as pandemias mais recentes, podemos citar a de gripe A ou H1N1, no ano de
2009. Os primeiros casos surgiram como uma variante da gripe suína no México. Um total de
187 (cento e oitenta e sete) países registraram casos da doença e cerca de 300 (trezentos) mil
pessoas morreram.
Atualmente, o mundo encontra-se diante de mais uma pandemia, a do Covid-19, como
veremos a seguir, Pandemia de Covid-19: A Covid-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-
2, teve seus primeiros casos apresentados na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei,

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
5

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
na China, no final do ano de 2019. A doença pode apresentar-se como uma infecção branda,
podendo também desencadear pneumonia, insuficiência respiratória e até a morte.
No dia 23 de janeiro de 2020, foi decretada quarentena na cidade de Wuhan, no
entanto, a doença não ficou restrita àquela localidade e espalhou-se, primeiramente, pela China,
em seguida, Ásia e, assim, para outros países.
No dia 11 de março do mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou
estado de pandemia da Covid-19. Naquela data, já havia mais de 118 (cento e dezoito) mil casos
da doença registrados em mais de 100 (cem) países e 4.291 (quatro mil, duzentos e noventa e
uma) mortes.
Ao sabermos mais sobre a Covid-19, faz-se necessário lermos mais sobre
o coronavírus. Especialmente, quando se trata de isolamento social, sendo: isolamento vertical
e horizontal são formas de distanciamento social que buscam conter a disseminação de uma
doença restringindo a circulação de pessoas. O isolamento vertical e horizontal, são formas de
distanciamento social que buscam conter a disseminação de uma doença restringindo a
circulação de pessoas; distanciamento Social: são medidas tomadas de forma a evitar que uma
determinada doença se propague. Dentre essas medidas o uso da máscara de proteção tem sua
eficácia usando na forma de proteção contra diversos agentes de transmissão.
O coronavírus é uma família de vírus causadoras de várias infecções respiratórias. A
transmissão desse vírus pode ocorrer através de contato com animais

1.2 Breve histórico da pandemia de Covid-19 no arquipélago do Marajó

No Contexto da Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, também conhecido como


Novo Coronavírus, chegou ao estado do Pará em fevereiro de 2020. Três meses depois, em 24
de maio de 2020, as estatísticas oficiais apontavam 24.815 casos confirmados e 2.290 mortes.
Em 02 de junho, já se tinham 43.652 casos confirmados e 3.144 óbitos. O Pará, assim
como outros estados da região Norte do Brasil, possui um sistema de saúde precário, com baixo
número de leitos de UTI e respiradores, necessários aos casos graves da Covid-19. Por exemplo,
de acordo com os dados do DATASUS (2020), dos 144 municípios paraenses, apenas 71
municípios (menos da metade) possuem respiradores.
Além disso, apenas 15 municípios (10,42%) possuem Unidades Intensivas de Saúde
(UTI) para adultos. Tal cenário mostra a vulnerabilidade do sistema hospitalar paraense,
sobretudo, para cidades pequenas. O Marajó, território de 10,4 milhões de hectares, composto

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
6

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
por 16 municípios e com 564 mil habitantes em 2019, possui os piores indicadores
socioeconômicos do Pará e do Brasil.
Alguns municípios têm 20% da população sem qualquer tipo de rendimento. A
população é predominantemente rural e as comunidades ribeirinhas são dependentes do
extrativismo diversificado. É uma região exportadora de açaí, recurso responsável por 23% do
que é produzido no Pará, maior produtor do mundo. Mesmo com toda essa riqueza, o Marajó
não saiu do mapa da pobreza e da violência.
Neste trabalho, apresentamos o panorama inicial da Covid-19 no Marajó e apontamos
algumas recomendações para os gestores públicos e sociedade (DATASUS, 2020).
O DATASUS (2020) não informa sobre hospitais de campanha ou compras
emergenciais para o combate ao coronavírus. Não foram considerados leitos de UTI para
queimados e neonatal. A Evolução da Pandemia no Marajó iniciou em 14 de abril, quando
houve o primeiro registro no município de Afuá. Isso trouxe à tona os grandes problemas
enfrentados pela população marajoara.
A situação, de avanço da Covid-19 no Marajó nos preocupa cada vez mais. São
populações desfavorecidas e marginalizadas que correm maior risco de serem infectadas pelo
coronavírus, por conta da superlotação de residências em bairros pobres, baixo acesso à saúde
e saneamento básico, trabalhos informais desempenhados na rua ou em postos que não
permitem o seu desenvolvimento remoto e contínuas viagens de barco, principal meio de
transporte.
As viagens de barco podem aumentar a difusão da doença para o interior da Amazônia,
como mostram os estudos ora realizados. Os estudos mostram os casos confirmados de Covid-
19 por município. Somente Portel, Anajás e Chaves não oficializaram qualquer caso de Covid-
19 até 1º de maio de 2020, mas em 21 de abril outros cinco municípios registraram a doença,
que se restringia até então a oito deles.
A evolução dos casos de Covid-19 na região do Marajó, Pará. De fato, o atual cenário
no Marajó mostra que o número de pessoas infectadas nos municípios aumentou muito no mês
de maio de 2020. Por exemplo, na semana de 21 a 26 de abril, houve um aumento de 260% no
número de casos confirmados e de 400% no número de óbitos, que culminaram em 147
infectados e 19 óbitos no dia 1º de maio.
No período de 18 a 31 de maio, o número de casos passou de 945 para 2.233 e o
número de óbitos de 106 para 162, um aumento de 136% e 53%, respectivamente. Os casos

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
7

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
acumulados até 31 de maio de 2020 já somam cerca de 2.300 e as mortes equivalem a 7% dos
casos confirmados.
Breves é o município com maior número absoluto de casos confirmados de Covid-19
(523) e de óbitos (61), com uma população estimada de 102 mil habitantes em 2019. Assim,
Breves possui taxa de 509 casos e 60 mortes por 100 mil habitantes.
O panorama da Covid-19 muda diariamente, mas os dados oficiais revelam que os
municípios marajoaras pequenos podem concentrar o maior número de casos e até de mortes,
dependendo das condições sociais e sanitárias, medidas adotadas e condições de acesso ao
atendimento da doença.
Tal cenário é agravado porque os municípios menores são aqueles com menor
infraestrutura hospitalar, dependentes de cidades de médio ou grande porte, que também estão
com os hospitais com alta taxa de ocupação. O município de Portel enquadra-se nesse contexto,
com 1.948 casos confirmados e 54 óbitos até 24 de novembro de 2020, com poucos testes de
Covid-19 disponíveis para a população, não dispõe de leitos adultos e pediátricos, com falta
equipamentos especializados e sérios problemas estruturais na rede de saúde. Não obstante, as
autoridades locais flexibilizam gradativamente a abertura de eventos que resultam em
aglomerações de pessoas, assim como, as manifestações políticas partidárias ora interditada em
novembro do corrente ano pela Justiça Eleitoral do Estado do Pará.

II FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

O presente parecer encontra-se “ancorado” na lei nº 769, de 14 de outubro de 2009,


que cria o Conselho Municipal de Educação de Portel – CMEP, em seu artigo 1º e no artigo 2º,
dispõe sobre as prerrogativas que o CMEP, tem competência de atuação, quais sejam:

Art. 1° - Observado o disposto na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes


e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 - LDB, bem como instruções normativas
do Conselho Nacional de Educação - CNE concernentes ao Sistema Municipal de
Ensino – SME, fica instituído o Conselho Municipal de Educação de Portel - CMEP.

A Lei Municipal nº 769 (2009), cria o Conselho Municipal de Educação de Portel -


CMEP e dá outras providências, conforme se verifica em seu artigo 2º, que menciona suas
prorrogativas, tais como:

Art. 2º - O Conselho Municipal de Educação, regulamentado em regimento interno,


é órgão colegiado integrante do Sistema Municipal de Educação, com funções
normativa, deliberativa, mobilizadora, fiscalizadora, consultiva, propositiva, de
controle social e de assessoramento aos demais órgãos e instituições do Sistema de
Educação do Município. (PORTEL, 2009).
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
8

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
Do mesmo modo, o artigo 48, incisos de I a IV do Regimento Interno do Conselho
Municipal de Educação de Portel – CMEP, reporta-se à Proposições e, a que se refere a este
parecer, foi aprovada no conselho pleno da sessão extraordinária, realizada no dia, 24 de julho
de 2020, bem como, o artigo 30, inciso V, que preconiza sobre os pedidos de urgência e de
prioridades de matérias constantes, que solicita “um parecer técnico (com pedido de urgência)
sobre a indisponibilidade de retorno das aulas durante a pandemia, levando em considerações
as condições sanitárias, saúde dos trabalhadores em educação e alunos, precário acesso de
internet e outros”.
Nas competências educacionais contidas na Constituição da República Federativa do
Brasil (1988), destaca-se o art. 205 que emerge a educação como direito de todos e dever do
estado e da família, com promoção e incentivo de forma colaborativa da sociedade, focando no
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania, bem como, para sua
qualificação para o trabalho. Ainda na carta magna (1988), o artigo 208 cita o Estado Brasileiro
de Direito que dá a todos a oportunidade de ingressar na escola na idade própria ou aqueles/as
que não tiveram acesso na idade própria, sendo assegurada sua oferta e permanência.
A carta magna em seu artigo 206, inciso I, define a palavra equidade, como sendo uma
apreciação ou um julgamento justo, reporta-se a pessoa que tem atitude, um comportamento,
um fato, diz-se de respeito à igualdade de Direito de cada um, que independente da lei positiva,
manifesta senso de Justiça, imparcialidade e respeito a igualdade de Direito.
Faz-se necessário frisar a educação e sua base legal no contexto da Pandemia (Covid-
19), tendo em vista que esta sofreu alterações em suas normas legais, visando-se adequar ao
processo de ensino – aprendizagem, no atual cenário de medidas de enfrentamento a Covid-19
e, da emergência da saúde pública no País.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394/1996 –
LDBEN artigo 23 da, preconiza no parágrafo único as “Leis complementares fixarão normas
para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em
vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (NR).”
Com o advento do planejamento de retorno às aulas da Secretaria Municipal de
Educação de Portel, apontado no ano em curso com aulas não presenciais nos meses de agosto
e setembro; aulas semipresenciais nos meses de outubro a dezembro e; a partir de janeiro de
2021 com aulas integralmente presenciais. A proposta de retorno às aulas no documento
orientador, traz em seu bojo um leque de sugestões pedagógicas, pelas quais as escolas da rede
municipal de ensino de Portel poderão se valer em dar continuidade às atividades pedagógicas.
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
9

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
Vale ressaltar que o sistema municipal de ensino de Portel, no âmbito de sua jurisdição,
tem a prerrogativa de tratar do calendário letivo escolar, com zelo aos dispositivos legais e
normas nacionais vigentes, notadamente descritos no inciso III do artigo 12 da LDBEN (1996).
Além disso, a citada LDBEN (1996), no art. 3º, ratifica os dispositivos contidos no art.
206 da Constituição Federal, e as define nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte
e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
[...]
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos
sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
[...]
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (BRASIL,
1996, grifo nosso).

No tocante ao ensino não presencial, que deveria iniciar em agosto segundo a proposta,
notou-se diversas inconsistências de suportes físicos e pedagógicos não supridos pela
mantenedora e instituições de ensino em plena pandemia de Covid-19, a saber: não houve
treinamento de retorno às aulas com os trabalhadores em educação da limpeza, docentes e
demais profissionais; assim como, não houve diagnóstico da saúde dos trabalhadores em
educação; falta de equipamentos de impressão de materiais nas escolas, dificuldades de acesso
à internet pelos pais e alunos.
Nesse sentido, notou-se que a proposta de retorno às aulas no ensino não presencial
pela SEMED, inviabiliza a aprendizagem na igualdade de condições do direito de aprender ao
aluno, distanciando-se do mínimo do padrão de qualidade. A Lei federal 14.040 (2020), art. 6º,
cita que “O retorno às atividades escolares regulares observará as diretrizes das autoridades
sanitárias e as regras estabelecidas pelo respectivo sistema municipal de ensino.”
Há um agravo no ensino e aprendizagem não presencial, majoritariamente, nas escolas
do campo, diante da possiblidade de desenvolverem atividades pedagógicas não presenciais, no
ano “letivo afetado pelo estado de calamidade pública, salienta-se que, aproximadamente,
apenas 10% das escolas do campo, indígenas e quilombolas possuem acesso à internet para uso
nos processos de ensino e aprendizagem (MEC, 2020)”. Essa realidade impossibilita a
utilização de tecnologias de educação a distância para o cumprimento da carga horária mínima

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
10

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
anual e reforça a necessidade de criação de condições pela mantenedora, controles sociais e
instituições de ensino e suas comunidades.
Diante disso, a LDBEN (1996), inciso IX, enfatiza que os “padrões mínimos de
qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos
indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.”
É notório as condições físicas estruturais das escolas da sede e campo que não
passaram por adequações voltadas aos requisitos de segurança sanitária no decurso da
pandemia. Além disso, não foi apresentado neste Conselho Municipal de Educação o protocolo
de biossegurança sanitária necessário para retorno às aulas, de modo a assegurar a garantia da
saúde e a preservação da vida de estudantes, pais, trabalhadores e outros.
Destarte, o art. 2º da Lei nº 14.040 (2020, grifo nosso), § 5º, afirma que:

Os sistemas de ensino que optarem por adotar atividades pedagógicas não presenciais
como parte do cumprimento da carga horária anual deverão assegurar em suas
normas que os alunos e os professores tenham acesso aos meios necessários para
a realização dessas atividades.

Outro fator fundamental é que desde o início da pandemia do Novo Coronavírus até a
produção deste parecer técnico, não se identificou protocolos de saúde psicológica e física dos
trabalhadores em educação, ou, qualquer tipo de testagem permanente dos trabalhadores em
educação que retornaram as atividades de forma escalonada que viabilizasse retorno às
atividades laborais com segurança. Também, prezando pelo bem estar físico e emocional da
comunidade escolar, não se identificou por intermédio da mantenedora, programa de apoio
psicossocial para os estudantes, famílias e trabalhadores em educação.
Na presunção de retorno às aulas presenciais, os estudantes ou trabalhadores em
educação pertencentes ao grupo de risco tais como: cardiopatias, doenças pulmonares crônicas,
diabetes, obesidade mórbida, doenças imunossupressoras ou oncológicas; pessoas com mais de
60 anos; gestantes e lactantes. Para essas pessoas, com a anuência médica, as atividades não
presenciais de forma auxiliar, são as mais recomendadas, ou seja, deve-se afastar de qualquer
atividade laboral presencial.
O calendário letivo 2020-2021, dialoga com o parecer do Conselho Nacional de
Educação – CNE/CP Nº: 5/2020, que trata da reorganização do calendário escolar e da
possibilidade do cômputo de atividades não presenciais, visando fins de cumprimento de carga
horária mínima anual, correspondente às 800h mínimas de aula anual. A lei, ainda, discorre

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
11

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
sobre os sistemas de ensino que poderão ser desenvolvidas atividades pedagógicas não
presenciais.
A educação brasileira versa pela garantia de direitos, assim como, ao padrão de
qualidade de ensino e aprendizagem nas escolas públicas e privadas em âmbito nacional,
conforme enfatiza a Constituição Federal (1998), art. 206:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias [sic] e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
[...]
VII - garantia de padrão de qualidade;

Recentemente, entrou em vigor a lei nº 14.040/2020, publicada no diário oficial da


união, que suspende a obrigatoriedade de as escolas cumprirem o mínimo de 200 dias letivos
em período da pandemia de Covid-19, com a exceção da educação infantil.
Desse modo, a lei 14.040 (2020) dispensa na etapa inicial da educação básica o
cumprimento mínimo dos 200 dias letivos e carga horária anual. No que concerne ao ensino
fundamental e médio, as instituições de ensino terão que cumprir a carga horária mínima anual
de 800 horas.

II - no ensino fundamental e no ensino médio, da obrigatoriedade de observância do


mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, nos termos do inciso I do caput e do § 1º
do art. 24 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, desde que cumprida a carga
horária mínima anual estabelecida nos referidos dispositivos, sem prejuízo da
qualidade do ensino e da garantia dos direitos e objetivos de aprendizagem,
observado o disposto no § 3º deste artigo. (BRASIL, 2020, grifo nosso).

Ainda sobre a referida Lei nº 14.040 (2020), o art. 2º § 2º, diz que:

A reorganização do calendário escolar do ano letivo [...] obedecerá aos princípios


dispostos no art. 206 da Constituição Federal, notadamente a igualdade de condições
para o acesso e a permanência nas escolas, e contará com a participação das
comunidades escolares para sua definição.
§ 3º Para o cumprimento dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, a
integralização da carga horária mínima do ano letivo afetado pelo estado de
calamidade pública referido no art. desta Lei poderá ser feita no ano subsequente,
inclusive por meio da adoção de um continuum de 2 (duas) séries ou anos escolares,
observadas as diretrizes nacionais editadas pelo CNE, a BNCC e as normas dos
respectivos sistemas de ensino.

Destarte, o calendário escolar da rede municipal de ensino de Portel teve, sobretudo, a


carga horária de aula e a aprendizagem dos estudantes comprometida em razão das restrições

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
12

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
sanitárias e decreto em âmbito nacional e municipal do estado de calamidade pública na qual
ocasionou na suspensão das aulas.
Consequentemente, em virtude da garantia de direitos das instituições de ensino, há a
possibilidade de se optar pela reorganização do calendário letivo e pela aplicação do currículo
“continuum” 2020/2021 como forma de reduzir o abandono e a evasão escolar. Isto é, o sistema
municipal de ensino, por meio da Secretaria Municipal de Educação, deverá construir um
calendário escolar com a ampliação da carga horária e dias letivos.
Diante do exposto, enfatiza-se a aprovação dos estudantes para série/ano seguinte de
2021 mesmo que o aluno não tenha alcançado a aprendizagem significativa e; a reorganização
dos conteúdos programáticos pelas instituições de ensino mediante diagnóstico da classe
estudantil e da realidade local. No caso dos alunos matriculados em 2020 no 9° ano, 5º ano e
último ano da educação infantil, considerando que são concluintes, serão aprovados e
certificados, com a exceção daqueles que solicitaram cancelamento e/transferência.
Importante ressaltar, nesse contexto ora afirmado, a nota técnica conjunta dos
seguintes ministérios públicos: estadual, do trabalho e federal no tocante ao retorno das aulas
presenciais frisando que o poder público não pode descuidar da universalização da educação,
com qualidade e equidade:

O Ministério Público tomou conhecimento da intenção do gestor estadual e de


gestores municipais de retorno às atividades presenciais nas Escolas Públicas e
privadas e avalia a atitude como precipitada tendo em vista os riscos à saúde de
crianças, adolescentes, professores e demais profissionais da educação diante da
pandemia de COVID-19. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, ao deferir a
medida cautelar em diversas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ajuizadas contra
a citada MP (v.g., ADI n. 6428), deu interpretação conforme à Constituição Federal
ao disposto nesse diploma, a fim de estabelecer que as decisões do gestor público em
relação à pandemia atual devem sempre estar baseadas em critérios técnico científicos
e jamais se divorciar dos princípios da prevenção e precaução (MP’s, 2020).

A nota afirma, ainda, que na dúvida de retorno às aulas, “não se deve expor a risco a
saúde das pessoas, em especial, no caso concreto, de alunos, professores e seus familiares.”
(MP’s, 2020).
Vale mencionar o que o Ministério Público é cirúrgico quando pondera o possível
retorno às aulas presenciais, que as “escolas possuam efetivamente a estrutura necessária, para
cumprir, na prática, os protocolos sanitários.” (MP’s, 2020). Desse modo, sem a segurança das
autoridades sanitárias e do sistema municipal de ensino, não se pode autorizar a retomada de
atividade escolares presenciais. Em contraversão, o poder público local poderá responder
administrativa, civil e criminalmente, pelos eventuais danos causados.

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
13

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
Nesse contexto, por fim, os embasamentos legais afirmam a esta municipalidade
garantir a segurança da comunidade escolar nos aspectos sanitários, de higiene, saúde e
prevenção da Covid-19, além do plano de vacinação iminente contra a Covid aos munícipes.

III VOTO DA RELATORIA

Diante dos fatos narrados, no bojo dos dispositivos legais deste Parecer Técnico,
considerando que o Sistema Municipal de Ensino do Município de Portel tem liberdade de
organização e poder regulatório próprio quanto ao momento do retorno das atividades escolares.
Considerando a proposta de retorno às aulas da Secretaria Municipal de Educação de
Portel não assegurar a equidade e igualdade em relação ao processo pedagógico nas escolas
sede e campo tendo em vista o padrão de qualidade e sem a garantia de estruturas físicas e
pedagógicas, bem como, a inexistência de protocolos de segurança para combater a ação e
propagação do Novo Coronavírus (Covid-19);
Considerando a iminência de vacinação contra a Covid-19 na comunidade escolar de
Portel;
Considerando o que preconiza no Estatuto da Criança e Adolescente (lei 8.069), em
que a função do poder público é garantir a proteção a toda a população nessa faixa etária;
Considerando o parecer técnico solicitado pelo Sintepp tendo requisitos como: padrão
de qualidade do ensino – aprendizagem não presencial, semipresencial e presencial; as
condições estruturais e acesso e permanência na escola; a saúde psicológica dos trabalhadores
em educação; protocolo de segurança de retorno às aulas e calendário letivo 2020-2021.
Orienta-se:
Que o retorno as atividades pedagógicas apresentado pela Secretaria Municipal de
Educação de Portel ao Conselho Municipal de Educação, com aulas não presenciais,
semipresenciais e presenciais, com condições impróprias ora citada neste Parecer Técnico,
levando em consideração o contexto apresentado, o retorno às aulas neste cenário torna-se
inexequível e impraticável, considerando primordialmente, com responsabilidade social e bem
geral de todos, a vida, a saúde, como bens jurídicos fundamentais devendo ser garantido a cada
um.
Nessas condições, mesmo não havendo previsão de retorno às aulas, é fundamental
a Secretaria Municipal de Educação de Portel iniciar o planejamento das aulas nos regramentos
a seguir, sempre de maneira transparente, democrática, interpessoal e com a participação

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
14

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
popular, tendo em vista os entes representativos do Sistema Municipal de Ensino de Portel.
Nesses moldes, recomenda-se:
1 que a Secretaria Municipal de Educação, dentro de sua competência, elabore o
calendário letivo escolar 2020-2021 com predominância do ensino presencial tendo em vista a
vacinação da comunidade escolar. No caso do ensino não presencial, aconselha-se atividades
pedagógicas sincrônicas;
2 que o calendário letivo 2020-2021 goze de ampliação de dias letivos e carga horária
pelo Sistema Municipal de Educação de Portel, haja vista que o ano de 2020 permanece
comprometido no processo de ensino e aprendizagem devido a suspensão das aulas por razões
da pandemia;
3 que o poder público local, especialmente, a Secretaria Municipal de Educação e os
órgãos de saúde elaborem um plano exequível de vacinação aos estudantes, trabalhadores em
educação e pais, para o retorno seguro às aulas na rede ensino;
4 que a Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde elabore protocolo de biossegurança de retorno às aulas na rede ensino (campo e sede),
após, destine-se para estudo e análise do Conselho Municipal de Educação;
5 que a Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde realize um plano de ação, com formações, orientações, visitas e acompanhamentos em
todos os setores da educação com os trabalhadores em educação iniciando pelas equipes
responsáveis pela limpeza, manutenção, alimentação escolar, transporte escolar (terrestre e
fluvial) e de atendimento ao público, a fim de garantir a correta higiene do espaço escolar antes
do início das atividades presenciais. Também é relevante que, antes da execução do plano de
ação, seja providenciado o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) para
esses profissionais;
6 que a Secretaria Municipal de Educação em parceria com as escolas assegure aos
trabalhadores em educação, total acesso a Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs);
7 que a Secretaria Municipal de Educação assegure o retorno escalonado das aulas,
com testagem permanente de estudantes e trabalhadores/as (realizar testes rápidos de Covid-19
e medir temperatura corporal), disponibilizar produtos e condições para assepsia, dispor e exigir
o uso de máscaras faciais de todos que acessarem as escolas;
8 que a Secretaria Municipal de Educação, por meio de protocolo específico de retorno
às aulas presenciais (campo e sede), reduza o número de estudantes por turma, observando

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
15

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
rigorosamente as normas de distanciamento por metro quadrado e outras medidas de segurança
emitidas pela OMS e órgãos de saúde do Brasil;
9 que a Secretaria Municipal de Educação amplie o número de salas de aulas e de
trabalhadores em educação, se necessário;
10 que o Conselho Municipal de Educação, dentro de suas competências, analise e
aprove a reorganização do calendário escolar da rede municipal de ensino elaborado pela
Secretaria Municipal de Educação de Portel, considerando a reposição de carga horária
presencialmente, devendo-se considerar a previsão de períodos de intervalos para recuperação
física e mental de professores, apoio escolar e estudantes, prevendo períodos de recesso escolar,
férias e fins de semana livres;
11 que a Secretaria Municipal de Educação em parceira com as escolas proporcione
ambientes seguros para a manipulação e distribuição da alimentação aos estudantes e reforce o
valor nutricional dos cardápios das escolas desde o primeiro dia letivo do calendário escolar;
12 que a Secretaria Municipal de Educação atenda os requisitos mínimos de 30% de
gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar no atendimento às escolas;
13 que a Secretaria Municipal de Educação assegure de forma antecipada e planejada
a agricultura familiar por meio de homologação de edital de chamada pública com o
acompanhamento do Conselho de Alimentação Escolar de Portel;
14 que o Conselho Municipal de Educação oriente a autonomia pedagógica nas
instituições de ensino com valorização do diálogo junto aos Conselhos Escolares e Comunidade
Escolar;
15 que a Secretaria Municipal de Educação assegure planejamento democrático e
coletivo de carga horária e condições de trabalho, com segurança e respeito aos direitos
trabalhistas;
16 que a Secretaria Municipal de Educação assegure recursos financeiros para
investimento em material didático, abertura e reabertura dos laboratórios de informática aos
discentes e docentes (campo e sede) nas unidades de ensino;
17 que a Secretaria Municipal de Educação e as escolas adotem estratégias eficientes
para evitar o abandono escolar, com atenção especial às pessoas em risco de trabalho infantil,
violência doméstica e doenças crônicas;
18 que a Secretaria Municipal de Educação e as escolas assegurem amplo apoio aos
estudantes em situação de vulnerabilidade social afastados ou não das aulas presenciais;

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
16

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
19 que a Secretaria Municipal de Educação em parceria com órgãos de saúde e
instituições de ensino, promova apoio psicossocial para estudantes, famílias e trabalhadores em
educação, garantindo o bem-estar físico e psicológico da comunidade escolar;
20 que a Secretaria Municipal de Educação possibilite a realização de atividades
pedagógicas efetivadas de forma que se preserve o padrão de qualidade previsto no inciso IX
do artigo 3º da LDB e no inciso VII do artigo 206 da Constituição Federal;
21 que a Secretaria Municipal de Educação juntamente com as instituições de ensino
realize diagnóstico e, posteriormente, alternativas de combate à evasão escolar olhando para as
especificidades da educação especial na perspectiva inclusiva, da Educação de Jovens e Adultos
(e das populações adultas e idosas), da socioeducação, da educação quilombola e indígena, das
populações do campo, das florestas, e das águas, itinerantes, em situação de rua, entre outras;
22 que as instituições de ensino realizem avaliação diagnóstica e formativa dos alunos
no retorno às aulas presenciais e busque avaliar o que o aluno aprendeu antes e, em alguns
casos, durante a pandemia e quais as lacunas de aprendizagem;
23 que as escolas da educação infantil, no que diz respeito a avaliação, mantenham o
que estabelece o inciso I do artigo 31 da Lei n° 9.394 (1996);
24 Considerando os dispositivos legais e normativas assegurados ao Sistema
Municipal de Ensino de Portel em período de pandemia, no que concerne aos discentes, no ano
de 2020, mesmo que não tenham a aprendizagem consolidada devido a suspensão das aulas,
que a rede municipal de ensino opte pela progressão de todos os alunos, pois, neste momento
incerto, deve-se garantir novas oportunidades prospectivas de aprendizagens;
25 que a Rede Municipal de Ensino de Portel opte pela aplicação do currículo
“continuum” 2020/2021, como forma de minimizar a evasão e o abandono escolar, otimizando
o cumprimento dos objetivos de aprendizagens;
26 que as Instituições de Ensino Fundamental que tenham alunos matriculados em
2020 no 9° ano, 4ª etapa EJA (8º e 9º anos), considerando que são concluintes, sejam promovidos,
e certificados, com a exceção daqueles que solicitaram cancelamento;
27 que as instituições de ensino promovam reforço escolar para estudantes com maior
defasagem na aprendizagem, considerando as diferentes realidades locais;
28 que as instituições de ensino realizem chamada pública para matrícula e
confirmação de matrícula no ano de 2021;
29 que o retorno às aulas presenciais ocorra após a vacinação contra a Covid-19 aos
trabalhadores em educação, alunos e pais.
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
17

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
Cabe ressaltar, por fim, que este parecer poderá ser complementado por outros
pareceres específicos do Conselho Municipal de Educação de Portel – CMEP para cada nível,
etapa e modalidade de ensino.
Em consenso a exposição contextual acima descrita, sobre a temática em questão e,
acordando com a análise técnica ora apresentada, não é possível renunciar os bens jurídicos
fundamentais como o da dignidade da pessoa humana e valores sociais do trabalho, assim, voto
em DESFAVOR do retorno às aulas. Porém, sou FAVORÁVEL às recomendações
supracitadas, bem como, o Projeto de Resolução que é parte integrante deste documento.
Dessa forma, em se tratando de situação de deliberação e deferimento do Conselho
Pleno, solicito voto FAVORÁVEL do colegiado no Parecer, assim como no Projeto de
Resolução, em anexo.
É o Parecer, salvo melhor juízo.

_______________________________
José Raimundo Santos da Costa
Conselheiro/Relator - CMEP

Conselho Municipal de Educação de Portel/CMEP, 30 de novembro de 2020.

IV DECISÃO DO CONSELHO PLENO

Com 05 (cinco) votos favoráveis, o Plenário do Conselho Municipal de Educação de


Portel/CMEP através de seus membros presentes, 05 (cinco) conselheiros (as), APROVA o
Parecer do Relator e a Resolução nº 001/2020 - CMEP/CP.

Conselho Municipal de Educação de Portel/CMEP, 14 de dezembro de 2020.

_______________________________ _______________________________
José Raimundo Santos da Costa Mauro Oliveira Bezerra
Conselheiro/Relator - CMEP Presidente Interino - CMEP
Dec. nº 1064/19 - GPMP Dec. nº 1064/19 - GPMP
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
18

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________

REFERÊNCIAS

BRASIL. Conselho nacional de educação. Parecer CNE/2020 n° 15, de 06 de novembro de


2020. MEC: Parecer CP 2020. Brasília, DF, 2020. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-
e-resolucoes/33371-cne-conselho-nacional-de-educacao/85201-parecer-cp-
2020#:~:text=Parecer%20CNE%2FCP%20n%C2%BA%209,da%20Pandemia%20da%20CO
VID%2D19. Acesso em: 26 nov. 2020.

______. Conselho nacional de educação. Parecer CNE/CP nº: 9, de 08 de junho de 2020. MEC:
Parecer CP 2020. Brasília, DF, 2020. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conselho-
nacional-de-educacao/atos-normativos--sumulas-pareceres-e-resolucoes/33371-cne-conselho-
nacional-de-educacao/85201-parecer-cp-
2020#:~:text=Parecer%20CNE%2FCP%20n%C2%BA%209,da%20Pandemia%20da%20CO
VID%2D19. Acesso em: 26 nov. 2020.

______. Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Planalto: Brasília, DF, 05 out.
1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 26 nov. 2020.

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL.

______. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Estabelece diretrizes e bases da


educação nacional. Planalto, Brasília, DF, 20 de dez. 1996. D.O.U. de 23 dez.1996. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 26 nov. 2020.

______. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente e dá outras providências. Planalto, Brasília, DF, 13 jul. 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 30 nov. 2020.

______. Lei nº 14.040, de 18 de agosto de 2020. Estabelece normas educacionais excepcionais


a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo
nº 6, de 20 de março de 2020... Planalto, Brasília, DF, 18 de ago. 2020. D.O.U de 19 ago. 2020,
p. 4. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2020/lei/L14040.htm. Acesso em: 26 nov. 2020.
CAMPANHA NACIONAL PELO DIREITO À EDUCAÇÃO. Guia covid reabertura escola.
Campanha nacional pelo direito à educação, São Paulo, SP, 2020. Disponível em:
https://campanha.org.br/. Acesso em: 26 nov. 2020.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de implementação de retorno das atividades presenciais


nas escolas da educação básica. Agência Brasil, Brasília, DF, publicado em 07 nov. 2020.
Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-
br/assuntos/GuiaderetornodasAtividadesPresenciaisnaEducaoBsica.pdf. Acesso em: 26 nov.
2020.
_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com
19

Lei Nº 769, de 14 de outubro de 2009.


________________________________________________________________
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de informática do sistema único de saúde do Brasil.
DATASUS, Brasília, DF, 2020. Disponível em:
http//www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php. Acesso em: 14 dez. 2020.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARA MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO NO PARÁ E AMAPÁ. Retomada das atividades
escolares presenciais, nota técnica conjunto nº 01/2020. MPP, MPF, MPTAP, Belém, PA,
2020. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2020/nota-
tecnica-conjunta-retorno-ensino-presencial.pdf. Acesso em: 26 nov. 2020.

PORTEL. Conselho municipal de educação de Portel, de 30 de agosto de 2017. Regimento


Interno. CMEP, Portel, PA, 30 ago. 2017.

PORTEL. Lei 769, de 14 de outubro de 2009. Cria o Conselho Municipal de Educação de Portel
– CMEP e dá outras providências. Prefeitura Municipal, Portel, PA, 14 out. 2009.

_________________________________________________________________________________
Av. Magalhães Barata, s/n – Centro; CEP. 68.480-000; e-mail: conselhomep17@yahoo.com

Você também pode gostar