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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ALESSANDRA REGINA JANUARIO CINTRA, protocolado em 21/05/2020 às 14:45 , sob o número WPDA20700071695
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1500182-67.2020.8.26.0435 e código 6337D57.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA JUDICIAL DA
COMARCA DE PEDREIRA - SP

Proc. nº: 1500182-67.2020.8.26.0435

ERICA MARIA FERREIRA DA SILVA, já qualificada nos autos em epígrafe,


por intermédio da Defensoria Pública do Estado, com fundamento no artigo 5º, incisos LIV,
LVII, LXV e LXVI da Constituição Federal, e no artigo 310, inciso III, e 321, ambos do Código
de Processo Penal, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar seu
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões que passa a expor.

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(1) DO SUPOSTO FATO:

A pessoa assistida pela DPE/SP, ora requerente, foi presa em flagrante,


indiciada por delito que não tem como elementares a violência ou a grave ameaça.

Deve-se ainda considerar que ERICA é mãe de uma criança pequena


(Gabriela de 09 anos). Ainda que a guarda esteja com o pai, as condições legais para a
concessão da prisão domiciliar neste tocante estão preenchidas como restará demonstrado
(fls. 17).

Assim, para além de pleitear a liberdade provisória, requer, desde já, se não
concedida a liberdade provisória em face de Erica, lhe seja determinada a prisão domiciliar.

Deve-se, ainda, atentar para o fato de que a indiciada, pelas certidões


acostadas aos autos de inquérito, é primária, tendo sido absolvida nos processos
constantes em sua folha de antecedentes. Em somatório, é pequena a quantidade de
drogas apreendida, ainda mais se considerado seu peso líquido, ainda não constante nos
autos.

Não suficiente, o flagrante não se deu dentro das condições legais permitidas,
como restará demonstrado, posto que a abordagem foi realizada pela Guarda Civil
Municipal fora de situação de corrente flagrância.

Assim, não preenchidos os requisitos para a conversão da prisão em


preventiva.

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(2) DO RELAXAMENTO DA PRISÃO EM RAZÃO DA NÃO COMPETÊNCIA
DE GUARDAS CIVIS MUNICIAIS PARA EFETUAR PRISÕES:

Resta claro da leitura dos autos que a prisão foi efetuada por Guardas Civis
Metropolitanos em clara incompatibilidade com suas competências previstas
constitucionalmente. O artigo 144, §8º, da Constituição Federal prescreve que a GCM tem
competência apenas para proteger bens móveis e imóveis do Município.

Neste caso, não é suficiente a alegação de que qualquer um do povo pode


efetuar a prisão em flagrante para sustentar suposta legalidade da atuação de guarda civil
municipal, uma vez que a busca pessoal foi realizada em desconformidade com as
competências da GCM. A detenção encontra-se, portanto, eivada de nulidade.

É necessário destacar que a busca pessoal, diferente da prisão em flagrante,


é ato exclusivo de autoridade – no que não se defere, pelo seu estatuto jurídico, aos
guardas civis municipais –, sob pena de se sujeitarem todos a devassa indiscriminada por
qualquer do povo, em evidente afronta ao primado mínimo do Estado Democrático de
Direito. Tal entendimento é sufragado de longa data pelo egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo:
'Habeas corpus. Tráfico de drogas. Guarda civil. Atividade policial. Guardas
civis sabidamente não têm competência para exercerem atividade policial e, portanto,
somente podem submeter transeuntes a revista corporal se estiverem em situação de
certeza visual de flagrante de crime.' (TJSP, 2ª Câmara de Direito Criminal, Habeas Corpus
n.º 2071599-38.2018.8.26.0000, rel. Des. Sérgio Mazina Martins, julgado em 11/06/2018).

Assim, não compete à Guarda Civil patrulhar as ruas da cidade para fazer a
legal repressão do tráfico de drogas ou de crimes patrimoniais, até porque esta atividade

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exige maior preparo e treinamento dos agentes, razão pela qual houve atribuição específica
desta competência pelo constituinte.

A propósito, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil — à diferença, é claro,


da Guarda Civil — respondem perante a atividade correcional externa do Poder Judiciário
(respectivamente da Justiça Militar e da Justiça Estadual), estando ambas submissas ao
controle administrativo que tem na pessoa do Governador do Estado de São Paulo sua
autoridade máxima.

Já a Guarda Civil ― se p ejuízo da i po t ia de seus p ésti os


o stitu io ais ou da galha dia de seus e os, é la o ― o te o t ole o ecional
externo algum do Poder Judiciário, sob acompanhamento algum do Ministério Público,
estando sob controle administrativo puramente do poder político constituído na própria
localidade.

Também não se ignora que a cidade tem competentes policiais civis e


militares capazes de patrulhar os logradouros para a complexa, problemática e sempre
intrincada repressão aos crimes patrimoniais, ao tráfico de drogas e suas ramificações
criminosas.

Assim, se a Guarda Civil recebe alguma denúncia da prática de crimes


patrimoniais, não lhe cabe perseguir o suposto autor do ilícito, abordá-lo ou interrogá-lo
como se unidade policial fosse.

Diante do exposto, requer-se o relaxamento da prisão com fulcro no art. 310,


I, do Código de Processo Penal.

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(3) DA INSUBSISTÊNCIA DE FUNDAMENTOS PARA MANUTENÇÃO DA
PRISÃO PREVENTIVA:

É sabido que uma medida cautelar jamais poderá ser mais danosa que a pena
advinda da sentença condenatória transitada em julgado, sob pena de grave ofensa ao
princípio da proporcionalidade. No caso presente, ao final, SE FORMALMENTE ACUSADA E
CONDENADA, ERICA VIRÁ A CUMPRIR A PENA EM LIBERDADE.

Esta conclusão torna-se evidente ao ter-se em mente que é PRIMÁRIA. Desde


logo vislumbra-se, portanto, a aplicação da minorante prevista no artigo 33, §4º, da Lei
11343/06. Caso condenado, SUA PENA NÃO DEVERÁ ULTRAPASSAR 1 ANO E 8 MESES, O
QUE CONDUZIRÁ À SUBSTITUIÇÃO DA PENA CORPORAL POR RESTRITIVA DE DIREITOS.

Assim sendo, decretar ou manter a prisão cautelar da indiciada seria ferir o


princípio da homogeneidade das cautelares, haja vista a certa substituição de pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos e a fixação de regime aberto ao requerente, em caso
de futura condenação penal.

Deve-se sempre resguardar o caráter excepcional da prisão preventiva, que


jamais deve ser utilizada como forma de repressão. Tomemos os ensinamentos de Aury
Lopes Júnior:

Fica evidenciado, assim, que as edidas cautelares ão se desti a a fazer


justiça , mas sim a garantir o normal funcionamento da justiça por meio do
respectivo processo (penal) de conhecimento. Logo são instrumentos a serviço do
instrumento processo; por isso, sua característica básica é a instrumentalidade
qualificada ao quadrado. É importante fixar esse conceito de instrumentalidade

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qualificada, pois só é cautelar aquela medida que se destinar a esse fim (servir ao
processo de conhecimento). E somente o que for verdadeiramente cautelar é
constitucional 1.

É inequívoca a conclusão de que a prisão preventiva, enquanto medida


cautelar, não se volta à situação exterior, mas sim tem caráter endoprocessual. NÃO
PODE SERVIR, PORTANTO, COMO MEIO DE ANTECIPAÇÃO DE PENA, transformando-se,
do contrário, em lesão inafastável à presunção de inocência e ao devido processo legal,
vez que a prisão preventiva somente pode servir como cautela ao processo.

Somando-se, é de se notar que a decisão que converte a prisão em flagrante


em preventiva deve atender aos reclames de fundamentação que se encontram
positivados na nova redação do art. 315 do CPP. Isto porque, a mera invocação da
gravidade abstrata do delito não é, como já há muito sedimentado pelas Cortes Superiores,
motivação idônea para justificar a opção pela prisão preventiva. Reforça tal entendimento
a nova redação do aludido dispositivo, que exige, a otivação da decretação da prisão
preventiva ue o juiz indique co creta e te a existê cia de fatos ovos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada .

(4) DA MATERNIDADE E SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA PELA DOMICILIAR:

A indiciada possui prole com até 12 anos. Assim, a prisão preventiva deve ser
substituída pela domiciliar, caso seja indeferido o pedido de liberdade provisória, nos
termos do art. 318 do Código de Processo Penal.

1
LOPES JÚNIOR, Aury. Prisões Cautelares, Saraiva, São Paulo, 4ª ed., 2013, p. 108.

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Sua redação é clara: se a mulher é mãe de criança (pessoa com até 12 anos –
a t. 2º, aput , ECA), a p is o p eve tiva SERÁ substituída pela domiciliar. Não há campo
para subjetivismos ou ponderações de qualquer ordem. É mãe, tem filho com até 12 anos,
o crime não tem violência ou grave ameaça à pessoa e não foi dirigido à prole, NÃO CABE A
PRISÃO PREVENTIVA.

Note-se que o princípio da proteção integral da infância e juventude e a


garantia de absoluta prioridade aos direitos das crianças e adolescentes impõem, no
presente caso, que seja levado em consideração o interesse da criança, de forma
preponderante a qualquer outro interesse. Esse é o escopo das normas em preço.

Dessa forma decidiu o STF no HC 143.641, concedendo ordem que se aplica


à indiciada. Afinal, as exceções estabelecidas não estão presentes, já que não se trata de
delito com emprego de violência ou grave ameaça, nem contra seus descendentes. Ainda,
não há situação excepcionalíssima a impedir o cárcere. Logo, todos os parâmetros
estabelecidos pelo STF no HC 143641 estão preenchidos:
concedo a ordem para determinar a substituição da prisão preventiva pela domiciliar - sem
prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 do CPP - de todas as
mulheres presas, gestantes, puérperas ou mães de crianças e deficientes, nos termos do art. 2º do ECA e da
Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiências (Decreto Legislativo 186/2008 e Lei 13.146/2015),
relacionadas neste processo pelo DEPEN e outras autoridades estaduais, enquanto perdurar tal condição,
excetuados os casos de crimes praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra seus
descendentes ou, ainda, em situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas
pelo juízes que denegarem o benefício .

Por conseguinte, deve ser substituída a prisão preventiva pela domiciliar em


caso de denegação da liberdade provisória.

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(5) DA SITUAÇÃO EXCEPCIONAL DEFLAGRADA PELA PANDEMIA DE COVID-19:

Como é cediço, nas últimas semanas observou-se em nosso país a


confirmação de diversos casos de contaminação pelo coronavírus, com registro do aumento
crescente de casos pelo Ministério da Saúde em todas as unidades da federação. No último
dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde classificou como pandemia a
disseminação da contaminação pela COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

A manutenção da prisão contribui para a disseminação da doença em tela.


Afinal, o local reúne inúmeras condições propagadoras da doença, tais como a pouca
ventilação, o compartilhamento de bens de uso comum, a dificuldade de higienização
pessoal e coletiva e a concentração de várias pessoas em um único local.

Isso fica agravado pela inexistência equipe de saúde instalada em diversos


CDP, e não há meios para o isolamento seguro de alguém com suspeita de contaminação.
Ademais, a esmagadora maioria dos CDPs do Estado de São Paulo têm mais presos do que
vagas, e os demais estão próximos do limite.

Tanto o é que, segundo informações do Departamento Penitenciário


Nacional, já há a confirmação oficial de 50 casos de Covid-19 e 12 óbitos decorrente no
sistema carcerário paulista2. Trata-se de uma questão de (pouco) tempo para que os
presídios e CDPs se tornem um local de contaminação descontrolada.

2
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Em continuidade, o CNJ, no dia 17/03/20, resolveu editar a Recomendação
n.º 62/20, e indicou esse caminho para o caso em apreço:

Art. 4º Recomendar aos magistrados com competência para a fase de conhecimento


criminal que, com vistas à redução dos riscos epidemiológicos e em observância ao
contexto local de disseminação do vírus, considerem as seguintes medidas:
I – a reavaliação das prisões provisórias, nos termos do art. 316, do Código de Processo
Penal, priorizando-se:
[...]
a) mulheres gestantes, lactantes, mães ou pessoas responsáveis por criança de até
doze anos ou por pessoa com deficiência, assim como idosos, indígenas, pessoas com
deficiência ou que se enquadrem no grupo de risco;
b) pessoas presas em estabelecimentos penais que estejam com ocupação superior à
capacidade, que não disponham de equipe de saúde lotada no estabelecimento, que
estejam sob ordem de interdição, com medidas cautelares determinadas por órgão do
sistema de jurisdição internacional, ou que disponham de instalações que favoreçam a
propagação do novo coronavírus;
c) prisões preventivas que tenham excedido o prazo de 90 (noventa) dias ou que
estejam relacionadas a crimes praticados sem violência ou grave ameaça à pessoa;

Por fim, não se pode olvidar que caso a indiciada continue encarcerada e
venha a contrair a doença com consequências mais gravosas, estará caracterizada omissão
específica do Estado. Sabendo das condições do cárcere no Estado de São Paulo e diante da
situação pandêmica, sujeitar a indiciada ao encarceramento caracterizará causalidade direta
se houver infecção, complicações e/ou resultado morte o que acarretará a
responsabilização civil objetiva do Estado de São Paulo (art. 37, § 6º, da CF).

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(5) DA POSTERIOR INDICAÇÃO DE ADVOGADO DATIVO:

Anota-se que a atuação da Defensoria Pública neste feito, diante da


ausência de Unidade instalada na Comarca, se dá de maneira excepcional, pelo regime
estabelecido para o cenário de propagação do COVID-19, se restringindo à manifestação
sobre a prisão e eventuais medidas impugnativas e, assim, não abrangendo o
prosseguimento na defesa na fase de conhecimento.

(6) DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, (a) Demonstrada a ilegalidade do flagrante e a falta dos


requisitos autorizadores da prisão preventiva e o dever de preservação da saúde do
requerente no contexto da Pandemia Covid-19, bem como nos termos exarados pelo CNJ,
requer esta Defensoria Pública o relaxamento da prisão ou a concessão da LIBERDADE
PROVISÓRIA , expedindo-se em favor o competente ALVARÁ DE SOLTURA; (b) Não sendo o
entendimento do juízo a liberdade provisória do requerente, requer-se o estabelecimento
de medidas cautelares diversas da prisão, como a prisão domiciliar, tendo em vista a
maternidade da indiciada e o contexto da PANDEMIA DO CORNOAVÍRUS.

Termos em que pede deferimento.


São Paulo, 21 de maio de 2020.

Alessandra Regina Januário Cintra


Defensora Pública do Estado de São Paulo

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