Você está na página 1de 4

Tribunal de Justiça de Pernambuco

Poder Judiciário
Plantão Judiciário - Sede Petrolina

- F:( )

Processo nº 0000993-35.2023.8.17.6130

AUTORIDADE: PETROLINA (VILA MOCÓ) - DEPOL DA 214ª CIRCUNSCRIÇÃO - DP 214ª CIRC

FLAGRANTEADO: PAULO FILIPE PASSIG, JOSE ALDECIR DE SOUSA GONCALVES

DECISÃO

TERMO DE AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA COM FORÇA DE MANDADO DE PRISÃO - PLANTÃO

Auto de Prisão em Flagrante – 0000993-35.2023.8.17.6130

Data e local do fato: 16.06.2023 – PETROLINA-PE

Audiências de Custódia: 17.06.2023, – PETROLINA - PLANTÃO (virtual)

Juiz(a) de Direito: Dr. Frederico Ataíde Barbosa Damato

Ministério Público: Dr. Lauriney Reis Lopes

Advogado/Defensor (a): Dra. Mônica Bessa

Autuado: PAULO FILIPE PASSIG e JOSÉ ALDECIR DE SOUSA GONÇALVES,

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ATAIDE BARBOSA DAMATO - 17/06/2023 13:06:33 Num. 136005644 - Pág. 1
https://pje.app.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061713063359400000132846280
Número do documento: 23061713063359400000132846280
qualificados nos autos da APFD.

Tipo Penal: artigo 157, § 2º, II e V, do CP.

DECISÃO ASSINADA REMOTAMENTE, NOS TERMOS DA RECOMENDAÇÃO


02/2020 DO CNJ E PORTARIA CONJUNTA 05/2020 DO TJPE. AUDIÊNCIA
REALIZADA POR VIDEOCONFERÊNCIA, cujas mídias serão disponibilizadas no
Sistema PJE audiência digital, conforme regulamenta do TJPE

Assim qualificado(a), o MM. Juiz cientificou-lhe da imputação que lhe é feita e de


que não está obrigado(a) a responder as perguntas que lhe serão formuladas,
podendo permanecer em silêncio se assim desejar e que seu silêncio não
importará em prejuízo à sua defesa.

O Ministério Público e a Defesa manifestaram-se oralmente.

DELIBERAÇÃO EM AUDIÊNCIA: Considerando os requerimentos das partes, decido:

Trata-se de comunicação de Prisão em Flagrante de PAULO FILIPE PASSIG e JOSÉ ALDECIR


DE SOUSA GONÇALVES, imputando-lhe a conduta descrita no artigo 157, § 2º, II e V, do CP.

No caso, verifico que a prisão do custodiado respeitou todos os ditames legais e


constitucionais, notadamente aqueles descritos nos arts. 302 a 306 do Código de Processo
Penal, razão pela qual a sua homologação é imperiosa.

Isto porque o autuado fora preso no momento em que praticava o delito, caracterizando-
se, assim, o estado flagrancial, nos termos do que dispõe o art. 302, inc. I do CPP.

Após, foi apresentado à autoridade competente, ocasião em que foram ouvidos o


condutor, as testemunhas e eles próprios.

Em seguida, foram-lhe cientificados os direitos que lhe são assegurados pelo art. 5º, incs.
LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV e LXVI, da Constituição, inclusive o de permanecer calado, tendo o
mesmo ouvido na presença de seu advogado.

Por fim, fora-lhe entregue a nota de culpa, o que demonstra o atendimento de todas as
exigências legais para a regularidade do ato, razão pela qual HOMOLOGO o auto de prisão em
flagrante.

Dito isto, ultrapassado o marco do art. 310, I, do Código de Processo Penal, cabe a este
Juízo ponderar acerca da necessidade de mantença da segregação social do acusado.

Recorde-se, por oportuno, que “a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que,
por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento
condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em julgado. É por isso

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ATAIDE BARBOSA DAMATO - 17/06/2023 13:06:33 Num. 136005644 - Pág. 2
https://pje.app.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061713063359400000132846280
Número do documento: 23061713063359400000132846280
que tal medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade
para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do
artigo 312 do Código de Processo Penal”. (RHC 44.728/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 02/02/2015).

A prisão preventiva, enquanto medida de natureza cautelar, não pode ser utilizada como
instrumento de punição antecipada do indiciado ou do réu, nem permite declaração com esteio
em conjecturas e futurologia.

Diz o art. 313 do CPP que será admitida a decretação da prisão preventiva: i) nos crimes
dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos, ii) se o réu
tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, iii) se o crime
envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência ou ainda,
iv) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la.

A materialidade e os indícios da autoria restam configuradas através do relato das


testemunhas, bem como do laudo de constatação preliminar, acostado ao processo.

Ademais, trata-se de crime de extrema violência, demonstrando a gravidade em


concreto da conduta, o que me leva a concluir ser imperiosa a prisão preventiva
para que se possa GARANTIR A ORDEM PÚBLICA, valendo registrar que “[...] a
decretação da preventiva com base neste fundamento, objetiva evitar que o agente
continue delinquindo no transcorrer da persecução criminal. A ordem pública é expressão
de tranquilidade e paz no seio social. Em havendo risco demonstrado de que o infrator, se
solto permanecer, continuará delinquindo, é sinal de que a prisão cautelar se faz
necessária, pois não se pode esperar o trânsito em julgado da sentença condenatória”
(TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 8ª ed.
Salvador: JuspodiVm, 2013, p. 581).

Há indicativos seguros de que os autuados se dedicam a atividades criminosas, o que é


apto a comprometer a ordem pública, na forma do art. 312 do Código de Processo Penal.

Ademais, o crime no qual incurso o autuado possui pena máxima superior a 4 (quatro)
anos, o que atende à exigência do art. 313, inc. I do CPP.

Com efeito, a soltura dos autuados configura verdadeiro atentado à paz pública, posto que
expõe desleixo do Poder Judiciário em face de agente que, manifestamente perigoso ao seio
social, seria devolvido à sociedade sem sequer comprovar trabalho formal ou histórico laboral a
indicar sobrevivência de maneira digna.

Neste diapasão, registro existir perigo concreto à ordem pública ao se lançar à sociedade
autuados com imensa probabilidade de reiteração delitiva.

Ressalta-se que a ordem, o sossego alheio e a tranquilidade são bens jurídicos que
merecem o amparo da lei penal, impondo-se atuação proativa do Poder Judiciário para
resguarda-los, tudo a fim de evitar a ascensão da criminalidade dentro do meio social.

ISTO POSTO, diante dos concretos elementos a evidenciar o periculum libertatis, com
fundamento nos artigos 311, 312, 313, II e 315, todos do CPP, visando garantir a ordem pública,

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ATAIDE BARBOSA DAMATO - 17/06/2023 13:06:33 Num. 136005644 - Pág. 3
https://pje.app.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061713063359400000132846280
Número do documento: 23061713063359400000132846280
CONVERTO EM PRISÃO PREVENTIVA a prisão em flagrante dos autuados PAULO FILIPE
PASSIG e JOSÉ ALDECIR DE SOUSA GONÇALVES, amplamente qualificado acima.

Considerando que o autuado JOSÉ ALDECIR DE SOUSA GONÇALVES afirmou ter


sido agredido no momento de sua prisão, oficie-se a autoridade policial e o MP para que
adotem as medidas investigativas cabíveis, remetendo cópia desta ata.

Redistribua o feito a uma das Varas Criminais da Comarca de Petrolina-PE.

Sirva esta decisão de MANDADO DE PRISÃO e OFÍCIO para todos os fins.

Cadastre a Secretaria o presente mandado no BNMP/CNJ.

Nada mais havendo, determinou o MM Juiz o encerramento do presente termo que lido e
achado conforme vai assinado pelos presentes.

Comunique-se à Autoridade Policial o teor da presente decisão, servindo a ata de ofício.

Remeta, via e-mail, cópia desta decisão ao advogado do autuado, bem como à
Promotora plantonista e à Autoridade policial.

Cumpra-se, SERVINDO COMO MANDADO.

FREDERICO ATAÍDE BARBOSA DAMATO


Juiz plantonista

Assinado eletronicamente por: FREDERICO ATAIDE BARBOSA DAMATO - 17/06/2023 13:06:33 Num. 136005644 - Pág. 4
https://pje.app.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061713063359400000132846280
Número do documento: 23061713063359400000132846280

Você também pode gostar