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Poder Judiciário
Plantão Judiciário - Sede Petrolina
- F:( )
Processo nº 0000993-35.2023.8.17.6130
DECISÃO
Assinado eletronicamente por: FREDERICO ATAIDE BARBOSA DAMATO - 17/06/2023 13:06:33 Num. 136005644 - Pág. 1
https://pje.app.tjpe.jus.br:443/1g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23061713063359400000132846280
Número do documento: 23061713063359400000132846280
qualificados nos autos da APFD.
Isto porque o autuado fora preso no momento em que praticava o delito, caracterizando-
se, assim, o estado flagrancial, nos termos do que dispõe o art. 302, inc. I do CPP.
Em seguida, foram-lhe cientificados os direitos que lhe são assegurados pelo art. 5º, incs.
LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV e LXVI, da Constituição, inclusive o de permanecer calado, tendo o
mesmo ouvido na presença de seu advogado.
Por fim, fora-lhe entregue a nota de culpa, o que demonstra o atendimento de todas as
exigências legais para a regularidade do ato, razão pela qual HOMOLOGO o auto de prisão em
flagrante.
Dito isto, ultrapassado o marco do art. 310, I, do Código de Processo Penal, cabe a este
Juízo ponderar acerca da necessidade de mantença da segregação social do acusado.
Recorde-se, por oportuno, que “a prisão cautelar deve ser considerada exceção, já que,
por meio desta medida, priva-se o réu de seu jus libertatis antes do pronunciamento
condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em julgado. É por isso
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que tal medida constritiva só se justifica caso demonstrada sua real indispensabilidade
para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do
artigo 312 do Código de Processo Penal”. (RHC 44.728/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 02/02/2015).
A prisão preventiva, enquanto medida de natureza cautelar, não pode ser utilizada como
instrumento de punição antecipada do indiciado ou do réu, nem permite declaração com esteio
em conjecturas e futurologia.
Diz o art. 313 do CPP que será admitida a decretação da prisão preventiva: i) nos crimes
dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos, ii) se o réu
tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, iii) se o crime
envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência ou ainda,
iv) quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la.
Ademais, o crime no qual incurso o autuado possui pena máxima superior a 4 (quatro)
anos, o que atende à exigência do art. 313, inc. I do CPP.
Com efeito, a soltura dos autuados configura verdadeiro atentado à paz pública, posto que
expõe desleixo do Poder Judiciário em face de agente que, manifestamente perigoso ao seio
social, seria devolvido à sociedade sem sequer comprovar trabalho formal ou histórico laboral a
indicar sobrevivência de maneira digna.
Neste diapasão, registro existir perigo concreto à ordem pública ao se lançar à sociedade
autuados com imensa probabilidade de reiteração delitiva.
Ressalta-se que a ordem, o sossego alheio e a tranquilidade são bens jurídicos que
merecem o amparo da lei penal, impondo-se atuação proativa do Poder Judiciário para
resguarda-los, tudo a fim de evitar a ascensão da criminalidade dentro do meio social.
ISTO POSTO, diante dos concretos elementos a evidenciar o periculum libertatis, com
fundamento nos artigos 311, 312, 313, II e 315, todos do CPP, visando garantir a ordem pública,
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CONVERTO EM PRISÃO PREVENTIVA a prisão em flagrante dos autuados PAULO FILIPE
PASSIG e JOSÉ ALDECIR DE SOUSA GONÇALVES, amplamente qualificado acima.
Nada mais havendo, determinou o MM Juiz o encerramento do presente termo que lido e
achado conforme vai assinado pelos presentes.
Remeta, via e-mail, cópia desta decisão ao advogado do autuado, bem como à
Promotora plantonista e à Autoridade policial.
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