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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1535116-85.2023.8.26.0228 e código G9ZIcnND.
COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CRIMINAL BARRA FUNDA
6ª VARA CRIMINAL
Avenida Doutor Abraao Ribeiro, 313, Sala 1-111/1-112, Barra Funda -
CEP 01133-020, Fone: (11) 2868-7025, São Paulo-SP - E-mail:
upj5a8barrafunda@tjsp.jus.br
Horário de Atendimento ao Público: das 13h00min às17h00min
TERMO DE AUDIÊNCIA
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por HENRIQUE VERGUEIRO LOUREIRO, liberado nos autos em 05/02/2024 às 17:26 .
Processo Digital n°: 1535116-85.2023.8.26.0228 MGZ
Classe - Assunto Ação Penal - Procedimento Ordinário - Tráfico de Drogas e Condutas
Afins
Documento de Origem: Comunicação de Prisão em Flagrante, Comunicação de Prisão em
Flagrante, Comunicação de Prisão em Flagrante - 2359641/2023 - 33º
D.P. PIRITUBA, 36950313 - 33º D.P. PIRITUBA, 2359641 - 33º D.P.
PIRITUBA
Autor: Justiça Pública
Réu: RENAN DE LIMA MOTA
Vítima: Saúde Pública
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Em seguida, o réu abaixo qualificado foi interrogado, também pelo sistema
de gravação de áudio e vídeo do Microsoft Teams, sendo a ele dada a oportunidade de se
entrevistar reservadamente com sua Defensora constituída antes da realização do ato:
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MARTA MARIA DE LIMA MOTA, Nascido/Nascida 28/11/1998, de cor
Pardo, natural de São Paulo - SP. Local de prisão: Centro de Detenção
Provisória de Osasco II - Rodovia Raposo Tavares Km 20, Via Arterial Sul
nº 550 - B, Chácara Everest - CEP 61491-20, Osasco - SP, 11 3694
3254. Endereço: Travessa Alexis Carrel, 80, Celular: (11) 981211560, Vila
Barreto, CEP 02937-020, São Paulo - SP.
"Meritíssimo Juiz, a ação penal deve ser julgada improcedente, uma vez
que inexistente prova segura para fundamentar a condenação em relação ao acusado. Com
efeito, na delegacia de polícia, o acusado respondeu todas as perguntas realizados pelo
Delegado e inclusive permitindo o acesso a todos os dados de seu aparelho celular
apreendido para provar sua inocência e que estava trabalhando como entregador no
momento que foi abordado pelos policiais militares, devendo tal atitude ser interpretada
em seu favor, por tratar-se de exercício de direito garantido pela Constituição Federal (ir e
vir). Interrogado em sede de delegacia e em juízo, o réu narrou que no momento dos fatos
estava indo ao encontro de sua amigo, em um restaurante próximo a casa da namorada,
pelo fato de possuir viseira e o dele não. Merece crédito a versão de inocência do
acusado, uma vez que as demais provas colhidas em juízo não comprovaram a prática do
delito imputado ao réu. Com efeito, da análise dos autos, verifica-se que não foi
produzida qualquer prova apta a embasar um decreto condenatório. Senão vejamos. As
testemunhas, os policiais militares, que realizavam patrulhamento de rotina pelo lugar dos
fatos, a bordo de uma viatura policial, ouviram alguém dizer “moiô, moiô”, “alguém”,
significa que existiam pessoas no local e somente Renan foi abordado e por nada temer,
não fugiu, disseram que o réu foi avistado mas ao mesmo tempo viram outro(s) fugindo.
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O réu estava com sua moto, aparelho celular que recebia as ordens de serviço para
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entregas e sua mochila de caixa térmica de entregador, a todo momento estava pacífico;
ficando nitidamente desesperado e surpreendido no momento de sua prisão, conforme é
possível ser verificado no vídeo enviado pela Polícia Militar, as drogas foram encontradas
a alguns metros do réu em uma esquina em uma sacola e com ele nenhuma, somente R$
24,00 (vinte e quatro reais) e seu aparelho celular. Os policias já tinham conhecimento de
que o local é conhecido como ponto de tráfico. O conjunto probatório é demasiadamente
frágil. Verifica-se pelos depoimentos dos policiais que a abordagem não se deu em razão
de nenhuma atitude suspeita realizada pelo denunciado, já que nenhuma das testemunhas
ouvidas disse que o réu estava fazendo algo suspeito. Com efeito, os depoimentos dos
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policiais não se prestam a comprovar a autoria do crime de tráfico de drogas imputado ao
réu. Isto porque, as testemunhas policiais apresentaram versão vaga e imprecisa sobre os
fatos. Além disso, conforme narrativa das testemunhas policiais, não foi realizado
nenhum tipo de campana no local dos fatos e nenhum ato de comercialização foi
presenciado pelos policiais. Ademais, os policiais não tinham qualquer informação
pretérita ou denuncia de tráfico relacionada pessoa do réu, pessoa que não conheciam. De
mais a mais, as narrativas das testemunhas policiais devem ser consideradas com a
máxima cautela, uma vez que fornecidas com parcialidade, já que, como cediço, pela
própria função que exercem, tais agentes têm interesse no desfecho da ação penal, cuja
procedência tem o condão de legitimar as diligências realizadas. De fato, sobre a oitiva
dos policiais responsáveis pela efetivação da prisão, já decidiu a jurisprudência que per si,
não bastam para conduzir a uma condenação. O conjunto probatório colhido é
insuficiente para a condenação do acusado. Ressalta-se, ainda, que a favor dele milita o
princípio da presunção de inocência, que somente pode ser afastado mediante prova plena
e indubitável de suas responsabilidades. Consequentemente, a dúvida deve sempre
favorecê-lo. Não bastam meras conjecturas e indícios de participação. No caso em
questão, a acusação não ficou cabalmente provada. Assim, diante do frágil conjunto
probatório, aguarda a defesa a absolvição do acusado, nos termos do art. 386, inciso VII
do Código de Processo Penal. "
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SENTENÇA
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PIRITUBA
Autor: Justiça Pública
Réu: RENAN DE LIMA MOTA
Réu Preso
Tramitação prioritária
Vistos.
prática do delito descrito no artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/06, pois, segundo a
denúncia, no dia 14 de dezembro de 2023, por volta das 16h45min, na Rua da Vitória, nº
312, bairro Anhanguera, nesta cidade e comarca de São Paulo/SP, trazia consigo, para fins
crack, com massa líquida de 11,4 gramas, 13 porções de haxixe, com massa líquida de
3,11 gramas, 198 porções de cocaína, com massa líquida de 52,5 gramas, e 17 porções de
praticava o tráfico de entorpecentes no local dos fatos. Para tanto, trazia consigo uma
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sacola preta contendo em seu interior 46 porções de maconha, 26 porções de crack, 13
lugar dos fatos, a bordo de uma viatura policial, ouviram alguém dizer “moiô, moiô”.
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Ato contínuo, em razão da presença da viatura da Polícia Militar, RENAN
lançou ao solo a sacola preta contendo as substâncias entorpecentes que estava como ele e
RENAN uma pequena bolsa preta, que continha em seu interior um aparelho celular e a
quantia de R$ 24,00.
supramencionadas.
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Por decisão datada de 15 de dezembro de 2023, a prisão em flagrante do
acusado foi homologada e convertida em prisão preventiva, com fulcro nos artigos 310,
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O Réu foi citado.
Por sua vez, a Defesa requereu, em suma, que o réu seja absolvido, por falta
acusado é medida que se impõe, dada a ausência de prova suficiente para a condenação.
crime, que também fugiram. A sacola foi encontrada a certa distância do réu (segundo a
policial Alessandra, a cerca de 10 metros). Não há prova robusta da autoria delitiva do réu,
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assistindo razão ao Ministério Público em memoriais finais quando sustenta a
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administrativo inquisitivo e sigiloso serviram de base para a formação da “opinio delicti” e
oferecimento da denúncia, mas não podem servir para sustentar uma condenação criminal,
"O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
repetíveis e antecipadas”.
em juízo não resta outra alternativa senão a absolvição do réu. A condenação criminal só é
cabível com provas seguras, consistentes, da materialidade e autoria do delito, sem o que,
DISPOSITIVO
Ante todo o exposto e considerando o mais que dos autos consta, acolhendo
DE LIMA MOTA, qualificado nos autos, da imputação do artigo 33, caput, da Lei nº
11.343/06, o que faço com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo
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Penal.
arquivem-se os autos.
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DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,
CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
1535116-85.2023.8.26.0228 - lauda 5