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Este documento é copia do original assinado digitalmente por ROBERTO FERREIRA FILHO. Liberado nos autos digitais por Roberto Ferreira Filho, em 01/08/2016 às 18:11. Para acessar os
Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul
Comarca de Campo Grande
1a. Vara Criminal Residual
Autos n° 0028760-87.2016.8.12.0001
Ação: Inquérito Policial
Parte Ativa: Ministério Público Estadual
Parte Passiva: Johnny Willian Camargo Gomes
Vistos, etc.
autos processuais, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0028760-87.2016.8.12.0001 e o código 1898D04.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL ofereceu denúncia em
desfavor de Johnny William Camargo Gomes e Geisieli da Silva Marinho, já
qualificados nos autos, pela suposta prática dos crimes de porte de arma de fogo de
uso restrito e tráfico de drogas, na forma do art. 16 da Lei 10.826/2006 c.c art. 33,
caput, da Lei 11.343/2006.
É o Relatório. Decido.
I – DO DENUNCIADO JOHNNY.
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3317-3460, Campo Grande-MS - E-mail: cgr-1vcrim@tjms.jus.br
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havendo, desta forma, justa causa para sua tramitação (art. 395 do CPP).
II – DA DENUNCIADA GEISIELI.
autos processuais, acesse o site http://www.tjms.jus.br/esaj, informe o processo 0028760-87.2016.8.12.0001 e o código 1898D04.
Por justa causa se entende a coleta de elementos de convicção
suficientemente robustos à garantir suporte probatório mínimo à propositura e
admissão de uma acusação, com toda a movimentação da máquina estatal neste
sentido, tal como pondera Aury Lopes Jr:
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Johnny e estava em sua companhia no dia da prisão em flagrante.
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Na mesma trilha, ainda em sede precária de conhecimento, a
testemunha Jackson Lemos Pinheiro, ouvida às fls. 13/14, reiterou a narrativa dos
fatos, porém não fez qualquer menção ao suposto envolvimento da denunciada.
Vale registro, neste ponto, que não se está a afirmar que não
houve sua eventual participação na prática dos crimes descritos na denúncia mas, isto
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sim, que os elementos de "prova" até então colhidos, são frágeis neste sentido,
havendo, tão somente, meras conjecturas, presunções ou meras suposições que,
como sabido, não se prestam a embasar a propositura de uma ação penal.
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prova válido, pois constitui uma mera opinião baseada numa
suposição ou numa suspeita. É um simples processo dedutivo.
(...) Como afirma, com razão Bento de Faria, os indícios
possibilitam atingir o estado de certeza no espírito do julgador,
mas as presunções apenas impregnam-no de singelas
probabilidades e não podem dar margem à condenação (...)3"
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do crime no dia e hora em que o mesmo for cometido, estando
munido de uma arma, será seu autor. Portanto, a operação
mental (processo de raciocínio lógico) que é realizada para
concluir que Tìcio é autor do homicídio é a presunção
(suposição, suspeita). Assim, indício é o fato provado e
conhecido (Tício estava no local do crime no mesmo horário e
dia em que foi praticado, com uma arma na mão); a presunção é
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a operação intelectual que liga esse fato a outro, qual seja: Tício
é o autor do crime. O indício é o fato indicativo. A presunção, o
fato indicado. Assim, na definição que demos acima, o fato certo
e provado é o indício. O raciocínio que se faz para se chegar ao
fato incerto que se quer provar é a presunção, razão pela qual
se diz que a presunção é a operação mental que liga um fato
conhecido a outro que se quer conhecer (...)4"
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jurídico de impedir o evento ou de comunicar a sua existência à
autoridade. A jurisprudência tem se orientado nessa linha: "Não
fica caracterizada a participação do agente pela conduta
omissiva de presenciar a prática do crime. A inexistência do
dever jurídico de impedir o resultado desvincula o agente da
autoria do delito. A sua conivência, ainda que evidenciada, não
sendo delituosa, é impunível" (TACRIM-SP, RJD 2/70)5" (grifei)
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Na mesma trilha, reitera Guilherme de Souza Nucci:
"A omissão que não é típica, vale dizer, quando o não fazer
deixa de constar expressamente num tipo penal (como no caso
da omissão de socorro – art. 135, CP), somente se torna
relevante para o direito penal caso o agente tenha o dever de
agir. Do contrário, não se lhe pode exigir qualquer conduta. Ex.:
qualquer do povo que acompanhe a ocorrência de um furto pode
agir para impedir o resultado, mas não é obrigado. Daí por que,
mesmo que aja dolosamente, não pode ser punido, pois não
tinha o dever jurídico de impedir o resultado6"
III – DISPOSITIVO.
5
DOTTI, René Ariel. Curso de direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 354
6
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado, 10 ed, rev, atual e ampli. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010, p. 158.
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para: a) RECEBER a denúncia de fls. 1/4, com relação ao acusado Johnny William
Camargo Gomes, já qualificado nos autos, eis que preenchidos os requisitos legais
do art. 41 do CPP, além de não vislumbrar nenhuma das hipóteses de sua rejeição
liminar e b) REJEITAR a denúncia de fls. 1/4, especificamente com relação à
denunciada Geisieli da Silva Marinho, já qualificada nos autos, por ausência de justa
causa, o que faço com supedâneo no art. 395, III, do CPP.
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Cite-se o acusado para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar
defesa preliminar nos moldes do art. 396-A do CPP, cientificando-lhe que, decorrido o
prazo sem resposta, desde logo será nomeada a Defensoria Pública para patrocínio
de sua defesa (situada no Fórum desta comarca, para providenciar a sua defesa
conforme dispõe os termos da Lei nº 1.060, de 05.02.1950), independentemente de
nova determinação neste sentido.
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resguardada fração para exame toxicológico definitivo e eventual contraprova, caso
necessário.
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Com a defesa preliminar, tornem-me.
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