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RONALDOFELIPE

ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE
JANDAIA, ESTADO DE GOIÁS.

Autos de Processo Crime nº 5216746-68.2020.8.09.0090

ELIAS MARQUES DE SOUZA, já devidamente qualificado


nos autos do processo supra, por intermédio de seu defensor dativo que ao final subscreve,
com escritório profissional consignado no rodapé, onde recebe as comunicações de estilo, vem
com devido respeito e acatamento ante à honrosa presença de Vossa Excelência,
especialmente para apresentar dentro do prazo legal RESPOSTA À ACUSAÇÃO com
fundamento no artigo 396 e 396-A ambos do Código de Processo Penal pelas motivações
fáticas e jurídicas a seguir expostas:

I. SINTESE DOS FATOS:

Consta do inquérito policial no dia 17/02/2020, por volta das


22h30, na Rua da Fraternidade, Qd. 05, Lt. 10, St. Bela Vista, município de Indiara, comarca
de Jandaia-GO, o denunciado ELIAS MARQUES DE SOUZA ofendeu a integridade física
de sua companheira Antônia de Freitas Leite ao desferir um murro em seu queixo, causando-
lhe vermelhidão, inchaço e dor na região,

O corpo de delito feito pelo medico que se encontrava de


plantão encontra-se ilegível para leitura, mais o pouco que se encontra legível, descreve que a
mesma teria sofrido lesão no tórax, ou seja, o contrário do depoimento de Antonia de Freitas
Feite.

Em tese, a infração tipificada contra o denunciado respondente é


pela prática da conduta descrita no artigo 129, parágrafo 9º, do Código Penal, c/c art. 5º da Lei
nº 11.340/06, e art. 24-A da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), em concurso material (art.
69 do CP).

Em depoimento na Delegacia de Polícia local o denunciado


respondente contou a verdadeira versão dos fatos, que conviveu em União estável com sua
companheira durantes 7 anos, que durante o relacionamento a companheira era muito
ciumenta,e com isso acarretava muitas discussões tendo um relacionamento conturbado, as
brigas sempre foram verbais, nunca ouve contato físico, e durante uma das conversa entre o
casal no dia 17/02/2020, ambos começaram um discussão verbal muito calorosa, e para que
essa discussão ficasse mais calorosa, o denunciado colocou sua mão acima dos peitos da
vitima e pediu para que ela se retirasse do ambiente.

RONALDO FELIPE DE FREITAS - Advogado – OAB/GO 15.375


WhatsApp: (64) 98117-9900 - e-mail: ronaldofelipe.adv@gmail.com
Rua Joaquim Tavares de Oliveira, s/nº, Qd. E, Lt. 10-A, Alto da Primavera Indiara-GO – CEP 75.955-000, fone: (64) 3547-2343
O laudo médico acostado não evidencia que as lesões que a
suposta vítima alega ter sofrido foram causadas pelo denunciado.

É de bom alvitre que fique registrado que o respondente é


primário, possui bons antecedentes, conforme certidão negativa de antecedentes criminais já
juntadas, é trabalhador, religioso, pai, mãe, irmãos, etc, enfim, seus familiares são todos
tradicionais da cidade de Indiara, onde vivem há mais de 30 anos.

Ademais, trata-se de ação penal em que é imputado ao acusado o


crime de violência doméstica, cuja pena abstratamente cominada é de três meses a três anos.

Nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, o


denunciado foi intimado para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar sua Resposta à
Acusação, o que vem fazer, tempestivamente, pelos motivos de fato e direito a seguir
delineados.

II-AS PRELIMINARES PROCESSUAIS:


A) PRELIMINARMENTE – DA FALTA DE JUSTA CAUSA

Excelência, conforme podemos observar, a denúncia tem sua


base formada apenas pelo depoimento da vítima, que de fato, foi à única pessoa que
presenciou o acontecimento. A prova (neste caso, o depoimento da vítima), tem por
finalidade o convencimento do Juiz, que é o seu destinatário, de que uma pessoa cometeu ou
não um ato delituoso.

Nosso sistema processual penal é acusatório, cabendo não ao


acusado o ônus de fazer prova de sua inocência, mas ao Ministério Público, com provas
robustas, comprovar a real existência do delito.

Ao receber a denúncia, dando assim o início ao processo penal,


o juiz há de se lembrar de que tem diante de si uma pessoa que tem o direito constitucional
de ser presumido inocente, pelo que possível não é que desta inocência a mesma tenha que
fazer prova.

Resta, então, neste caso, ao Ministério Público, a obrigação de


provar a culpa do acusado, com supedâneo em prova lícita e moralmente encartada aos
autos, sob pena de, em não fazendo o trabalho que é seu, arcar com as consequências de um
veredicto valorado em favor da pessoa apontada com autora do fato típico.

O que podemos ver no caso em tela, é que, apenas o


depoimento da vítima embasa a pretensão condenatória, o que se mostra completamente
incabível num país que tem como princípio constitucional fundamental a dignidade da
pessoa humana.

Claro se mostra Excelência, que toda a situação fática teria


ocorrido em via pública como narra a denúncia às (fls.36.), não restando sequer uma
testemunha idônea que tenha presenciado toda a suposta ação delituosa praticada pelo ora
acusado. A denúncia do Ministério Público se funda única e exclusivamente nos fatos
narrados pela suposta vítima Sra. Antônia de Freitas Leite.

Mostra-se de total temeridade assim proceder-se a uma


instrução processual, em vias ainda de se chegar a uma condenação e a imputação de uma
pena ao réu, frente à extrema fragilidade do material probatório que tenta comprovar a
autoria de um pretenso delito que não ocorreu.

RONALDO FELIPE DE FREITAS - Advogado – OAB/GO 15.375


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O ordenamento pátrio não convive com isso. O Direito Penal é
a ultima ratio e deve ser sempre evitada e desta forma, frente a qualquer dúvida, prima-se
pela liberdade do réu, como expõe o brocardo jurídico in dúbio pro reu.

Apenas a declaração da suposta vítima de um crime não é


suficiente para deflagrar a ação penal contra o acusado de cometê-lo. Tal entendimento é da
5ª Câmara Criminal do Estado de Goiás:

“EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. JUSTA


CAUSA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. A DENÚNCIA COMO
QUALQUER PETIÇÃO INICIAL CONTÉM “DESENHO
ESTRATÉGICO SUBJACENTE, QUE SUGERE UM PLANO DE
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE PROBATÓRIA E UMA
PROPOSTA DE LEITURA DE PREVISÍVEL RESULTADO DESTA
ATIVIDADE DIRIGIDA AO JULGADOR”. INADMISSIBILIDADE
DE AÇÃO PENAL SEM SUPORTE EM UM MÍNIMO DE
INFORMAÇÕES QUE ASSEGUREM TRATAR-SE DE
DEMANDA NÃO LEVIANA OU TEMERÁRIA(ARTIGO 395, III,
DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL CONFORME A REDAÇÃO DA
LEI 11.719/08) CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO
QUANDO A DENÚNCIA RECEBIDA PROPÕE A CONDENAÇÃO
DA PACIENTE COM BASE EM MEIO DE PROVA DE PLANO
INCAPAZ DE AUTORIZAR A EMISSÃO DE DECRETO
CONDENATÓRIO.” (g.n.)

A acusação tem de apontar sérios indícios para que a ação penal


seja deflagrada. Tal exigência encontra fundamento de validade na  Constituição da
República, nos princípios de tutela da dignidade da pessoa, que se projeta no processo penal
de modo a que só ação penal com justa causa, isto é, com indícios mínimos da viabilidade do
pedido de condenação, possa deflagrar processo regular.

Nas lições do eminente professor Nestor Távora, na justa causa:

“A ação só pode ser validamente exercida se a parte autora lastrear a inicial com
um mínimo probatório que indique os indícios de autoria, da materialidade delitiva,
e da constatação da ocorrência de infração penal em tese (art.  395, I1I, CPP)”.

É o fumus commissi delicti (fumaça da prática do delito) para o


exercício da ação penal. Como a instauração do processo já atenta contra o  status
dignitatis do demandado, não se pode permitir que a ação seja uma aventura irresponsável,
lançando-se no polo passivo, sem nenhum critério, qualquer pessoa.

Nos dizeres de Afrânio Silva Jardim, "torna-se necessário ao


regular exercício da ação penal a demonstração, prima focie, de que a acusação não é
temerária ou leviana, por isso que lastreada em um mínimo de prova. Este suporte
probatório mínimo se relaciona com os indícios de autoria, existência material de uma
conduta típica e alguma prova de sua antijuridicidade e culpabilidade ”. (TAVORA, Nestor.
Curso de Direito Processual Penal, 8ª Edição, Editora Jus Podivm, Bahia, 2013).

B) - DA AUSÊNCIA DE DOLO:

Nobre Julgador, a suposta vítima se esqueceu de contar como


realmente ocorreram os fatos e em que momento se deu. Foi esclarecido pelo denunciado,
que houve uma discussão entre eles, estavam tentando resolver a vida amorosa entre eles,
que a mais de 30 dias já não tinha relacionamento sexual, foi quando a mesma mandou o
companheira ir procurar suas garotas de programa, foi quando o mesmo colocou a mão sobre
o tórax da companheira e mandou ela se retira do ambiente para que a discussão não ficasse
mais calorosa.

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Sabe-se que para a conduta descrita se amoldar perfeitamente
ao tipo penal, isto é, agredir alguém, fisicamente, lesionando, ou qualquer outro deixando
marcas evidentes, de causar-lhe mal injusto e grave, sendo necessária, para a sua
configuração, a prova de ter cometido o crime de lesão corporal por exame de corpo de
delito fatos da lesão corporal.

Nesse diapasão, vejamos já o entendimento cristalizado da


Jurisprudência Pátria:
APELAÇÃO CRIMINAL. LESÃO CORPORAL. ABSOLVIÇÃO. MANTIDA.
DOLO. PROVA. AUSÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA. 1- Se a prova não é
segura, absolve-se. 2- A palavra da vítima nos crimes praticados no
âmbito de violência doméstica e familiar (Lei 11.340) possui
inquestionável valor probatório. Contudo, não é apta a ensejar a
condenação, pois não demonstra o elemento subjetivo (animus laedendi
ou nocendi). 3- Se das circunstâncias em que aconteceram os fatos, não
se extrai dolo eventual, modalidade em que o agente não quer o
resultado por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo, impositiva
a absolvição. Recurso desprovido. (TJGO, APELACAO CRIMINAL
146690-84.2013.8.09.0076, Rel. DR(A). SIVAL GUERRA PIRES, 1A
CAMARA CRIMINAL, julgado em 05/06/2018, DJe 2534 de 28/06/2018)

Por fim Excelência, quando se tem uma discussão já instalada,


foge do controle das pessoas envolvidas o “dolo”, não merecendo prosperar a denúncia
somente com base nessa discussão.

III-NO MÉRITO:

Em verdade, a única voz dissonante nos autos, e que inculpa o


respondente pela suposta prática de violência contra mulher é a proveniente da suposta vítima,
a qual pelo artifício da simulação, intenta, de forma insensata e desassisada incriminar o
respondente.

Entrementes, em que pese à palavra da suposta vítima tenha


persuadido, a priori, o representante do Ministério Público, a qual a guindou a qualidade de
pedra angular de seu edifício denunciativo, tem-se, que a mesma é impassível de sustentação
lógica e racional, até mesmo porque não há laudo de exame de corpo delito que prove de
forma contundente que a suposta vítima sofreu qualquer tipo de lesão corporal e que foi o
defendente quem provocou, por fim, está devidamente comprovado pelas provas que se faz
juntar que os fatos se deram de forma contrária da alegada pela suposta vítima.

A palavra inicial da suposta vítima de sorte que remanesceu


solitária no ventre da demanda, despida da menor credibilidade, porquanto não conseguiu
arregimentar uma única voz, no caminhar do feito, que a socorrer-se sua absurda e leviana
acusação.

Se for expurgada a palavra da suposta vítima, notoriamente


parcial e tendenciosa, nada mais resta a delatar a autoria dos fatos, tributados aleatoriamente
ao respondente.

Outrossim, sabido e consabido que a palavra da vítima, deve ser


recebida com reservas, haja vista, possuir em mira incriminar o réu, mesmo que para tanto
deva criar uma realidade fictícia, logo inexistente.

Nesse norte é a mais abalizada jurisprudência, coligida junto aos


tribunais pátrios:
"As declarações da vítima devem ser recebidas com cuidado,
considerando-se que sua atenção expectante pode ser
transformadora da realidade, viciando-se pelo desejo de
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reconhecer e ocasionando erros judiciários" (JUTACRIM,
71:306)

Embora seja a pedra angular da prova, a palavra da vítima não


tem valor absoluto. Até por ser ela, normalmente, o único
condutor do veredicto, qualquer dúvida, por mínima que seja,
deve determinar o non liquet. (Ap. 696128875 - 3ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
j. 10.10.96, Rel. Des. FERNANDO MOTTOLA, in RJTJRS nº
130, página 128.
Não há qualquer prova nos autos de ter havido qualquer tipo de
violência contra a suposta vítima praticada pelo respondente, pelo contrário, o agredido foi o
defendente, ademais, houve sim uma discussão calorosa entre o casal, mas que não chegou a
via de fatos.

IV-DO DIREITO:

O Juiz precisa, antes de tudo, de uma calma completa, de uma


serenidade inalterável, porque o acusado apresenta-se diante de Vossa Excelência sob a paixão
violenta e apaixonada da opinião.

É necessário, portanto a máxima calma na apreciação do


processo. “O Magistrado deve manter o seu espírito sereno, absolutamente livre de sugestão
de qualquer natureza”. (Viveiros de Castro, in Atentado ao pudor, Apud Souza Neto em A
Tragédia e a Lei, fls. 35)

No julgamento da conduta humana, notadamente ante a


perspectiva de uma condenação criminal, há que se atentar:

Primeiro, para o conhecimento e a existência objetiva de cada


fato atribuído ao agente e,

Segundo, para a tipicidade penal do mesmo, atentando-se, ao


fim, para a sua autoria e responsabilidade.

Sempre útil e oportuna é a lição de CÍCERO, no exórdio da defesa de


Coeli, de que:

“Uma coisa é maldizer, outra é acusar. A acusação investiga o crime, define os fatos,
prova com argumento, confirma com testemunhas; a maledicência não tem outro
propósito senão a contumélia”.

Não é possível, assim, já em nossos dias, um pedido de


condenação de um acusado em incidência penal sem uma sequer análise de sua tipicidade, sem
ao menos uma perfunctória discussão do fato em consonância com o direito, sem um mínimo
debate de prova e finalmente sem uma débil apreciação conceitual da antijuridicidade dos
fatos à vista da lei, da doutrina e da jurisprudência, tanto mais quando se deve ter presente a
insigne lição do mestre CARRARA de que:

“O processo criminal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. Nada
de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão
morfológica leal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre
desativada de dúvidas”.

RONALDO FELIPE DE FREITAS - Advogado – OAB/GO 15.375


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No decorrer do processo, restará comprovado que o respondente
é inocente, não teve qualquer participação no fato criminoso a ele imputado.

O ilustre representante do Ministério Público mesmo diante das


parcas e frágeis provas nos autos pede através da denúncia a condenação do respondente.

M.M, Juiz, o respondente não merece ser condenado pelo crime


tipificado na denúncia, não existe em todo o processo qualquer prova convincente que
comprove a autoria do respondente, é entendimento do próprio Tribunal de Justiça do Estado
de Goiás que, diante da falta de qualquer prova que comprove a autoria e materialidade do
crime, deve-se aplicar o princípio in dubio pro reo, vejamos:

ORIGEM : TJGO: Primeira Câmara Criminal.


FONTE : DJ n :12033 de 28/03/95 p 8
EMENTA : " Apelação - Furto qualificado - Prova da autoria -
Condenação com prova indiciária - depoimentos de co-réu e do acusado -
valoração - Desclassificação: Impossibilidade. - A prova colhida na
investigação, para condenar, contraria o princípio do devido processo
legal, da controvérsia da presunção de não democrático. Por isso que o
Código de Processo Penal tipo para a América Latina está colhendo a
proibição de vedar aos juízes, mesmo a simples leitura do inquérito
policial, salvo as provas irrepetíveis. - Há contradição nas únicas provas
jurisdicionalizadas - interrogatórios - restando tão-somente indícios, que
para condenar, é um dos tormentos do processo penal. - Impossível a
desclassificação, à míngua de elementares na intenção punitiva deduzida,
de acordo com a Súmula 453 do Supremo Tribunal Federal. - Se não
existe prova jurisdicionalizada suficiente para condenação do acusado,
aplica-se o princípio in dubio pro reo, de acordo com o comando
normativo do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. -
Recurso de apelação provido."
ACORDÃO : 09/03/95 03/09/95
RELATOR : Des Byron Seabra Guimarães
DECISÃO : Conhecido e provido, à unanimidade.
RECURSO : Apelação Criminal Nº : 14/164-8/213
COMARCA : Anápolis
PARTES : Apelante: Francisco José Vieira Góis
Apelado: Ministério Público

É de rigor a absolvição do agente quando, encerrada a instrução


criminal, não restou evidenciada a presença de dolo em sua conduta, de molde a fundamentar-
se um decreto condenatório.

Por fim, temos que o mais sensato para o caso em tela é


sabiamente a declaração de improcedência da denúncia, para o fim de absolver sumariamente
o acusado ELIAS MARQUES DE SOUZA por falta de provas de sua autoria ou participação,
e o arquivamento da presente ação se faz necessário.

É necessário que a justiça faça sua parte, fazendo a justiça


verdadeira, séria, comprometida com a verdade, nesse ponto não poderia deixar de citar
também o tão lembrado Dr. Roberto Lira, “É PREFERÍVEL ABSOLVER UM CULPADO
POR FALTA DE PROVAS DO QUE CONDENÁ-LO POR FALTA DELAS”.

V-DA SOLICITAÇÃO FORMAL FINAL:

Ante todo o esposado é que ELIAS MARQUES DE SOUZA


amplamente qualificado, solicita a rejeição da peça denunciativa ante a total ausência de
subsídios que autorizem qualificar o respondente infrator ao tipo insculpido nos artigos 129, §
1ª, c/c § 10, artigo 147 c/c artigo 61, II, c/c artigo 69, todos do Código Penal, c/c artigo 5º, da
Lei 11.340/06, por se demonstrar medida de inteira e universal JUSTIÇA.

RONALDO FELIPE DE FREITAS - Advogado – OAB/GO 15.375


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Pugna, de outra sorte, no caso de V. Exa. receber a perambular
acusatória, pela declaração jurisdicional de sua absolvição nos termos do art. 386, do Estatuto
Processual Penal.

Protesta provar o alegado por todo o meio de prova existente,


mormente pelo depoimento das partes, pela inquirição de testemunha de defesa, cujo rol segue
abaixo, pelas provas que seguem anexas e outras provas documentais que desde já requer sua
posterior juntada.

Rol de testemunhas:

Requer a nomeação deste defensor para a defesa do acusado


nos autos, com a condenação do Estado nos honorários advocatícios.·.

Termos expressos,

pede deferimento.

Indiara -GO, aos 22 de outubro de 2020.

Ronaldo Felipe de Freitas Lucas Arantes Moura


OAB/GO 15.378 Estagiário

RONALDO FELIPE DE FREITAS - Advogado – OAB/GO 15.375


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