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Autos nº .....
DOS FATOS
DO MÉRITO
a) - Ausência de Interesse
reais. Em seguida, com a edição da Lei nº 10.522/2002, o valor utilizado pela Receita
para o arquivamento das ações de execução passou a ser de dois mil e quinhentos
reais. Mais recentemente, a Lei nº 11.033/2004, em seu artigo 21, dispôs que serão
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arquivados, sem baixa na distribuição, os valores consolidados iguais ou inferiores a
dez mil reais.
(…), Conclui-se, portanto, que o mencionado arquivamento não implica em renúncia
fiscal, mas, tão-somente, denota a política quanto à prioridade para efeito de
cobrança imediata, conferida aos montantes mais elevados.
Todavia, o julgamento do HC 92.438/PR, trouxe novo entendimento do STF,
especificamente de sua Segunda Turma, ao determinar o trancamento de ação penal
pela suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334), cujo tributo iludido
totalizou R$ 5.118,60 (cinco mil cento e dezoito reais e sessenta centavos).
O TRF da 4ª Região, por reputar a conduta do paciente materialmente típica, havia
negado a aplicação ao princípio da insignificância ao fundamento de que deveria ser
mantido o parâmetro de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para ajuizamento
de execuções fiscais (Lei 10.522/2002) e não o novo limite de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) instituído pela Lei 11.033/2004.
O fundamento da concessão da ordem foi o entendimento segundo o qual é
inadmissível que uma conduta seja irrelevante no âmbito administrativo e não o seja
para o Direito Penal, em observância ao Princípio da Subsidiariedade.
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Nã o obstante, as mercadorias foram apreendidas, em ato
continuo sendo objeto de perda, no entanto, recentemente o Superior Tribunal de
Justiça no julgamento do Recurso Especial no. 1.242.993, proferida pela Exmo.
Ministro Celso Limongi, da qual transcrevo o seguinte excerto:
Desta forma, essa tese que muito bem colocou o Ministro Celso
Limongi, nos auxilia a melhor demonstrar e afirmar, que deve prosperar o
argumento que este defensor esboça na presente, de que os tributos a serem
calculados em cima do montante das mercadorias apreendidas, em hipó teses
alguma por si ultrapassam o valor estabelecido pelo fisco.
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“Ora, se se permite a extinção da punibilidade pelo pagamento ou a
suspensão da ação penal e do curso da pretensão punitiva, ainda que depois
do recebimento da denúncia, desde que antes do trânsito em julgado de
eventual decisão condenatória nos crimes de sonegação fiscal, contra a
ordem tributária e contra a Previdenciária Social, não há razão para negar
tratamento paritário para o delito de descaminho, onde, igualmente, há
apenas sonegação de tributos” .
d) - Da Insignificâ ncia
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“O sistema jurídico há de se considerar a relevantíssima circunstancia de que
a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se
justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas,
da sociedade e de outros bens que lhes sejam essenciais, notadamente
naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano,
efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal
não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – por
não importar lesão significativa a bens juridicamente relevantes – não
represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao autor, seja ao titular
do bem jurídico tutelado, seja á integridade da própria ordem social”. (STF,
HC 92463/RS, rel. Celso de Mello, 2. a T., DJ 31.10.2007).
c) nã o existem nada nos autos que prove ao contrá rio, da primariedade que
assiste o defendente.
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d) por todo o exposto, e pelo que ainda será abordado, já resta mais que
provado que nã o houve lesã o à bem jurídico, por se tratar de fato atípico,
tema já pacificado tanto pela doutrina como pela jurisprudência.
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Todos esses fatos, aliados à falta de prova robusta em sentido
contrá rio, se nã o atesta, de maneira satisfató ria, a negativa de autoria do acusado,
induzem à dú vida, circunstâ ncia em que a absolviçã o é providência que se impõ e,
em homenagem ao princípio do in dubio pro reo.
Termos expressos,
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