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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DE ________

Processo nº: ________

________ , já qualificado nos autos da ação penal acima


indicado, por seus procuradores, vem, a Vossa Excelência,
interpor

CORREIÇÃO PARCIAL

em face de decisão de fls. ________ , que ________ em ação


________ o que faz pelas razões a seguir.

Requer a devida distribuição, conforme Regimento Interno deste


Tribunal, para análise e providência.

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

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COLENDA CÂMARA,

EMÉRITOS JULGADORES

COMARCA DE ORIGEM: ________

PROCESSO Nº: ________

AÇÃO ________

OBJETO: Correição Parcial.

CORRIGENTE: ________

CORRIGENDA: ________

RAZÕES DA CORREIÇÃO PARCIAL

Trata-se de ação de ________ . Ocorre que no decorrer de regular trâmite


do processo, o Requerente se deparou com a seguinte decisão:

________

Ocorre que referido decisum merece reparo, pois ________ .

DO CABIMENTO DA CARREIÇÃO PARCIAL

A correição parcial, nos termos do Art. ________ do Código Judiciário


do Estado - Regimento Interno, é cabível em face de erro ou abuso que tenha acarretado
inversão tumultuária de atos processuais, paralisação injustificada do feito ou

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dilatação abusiva de prazos.

No presente caso, a decisão judicial causa irregular cerceamento


processual em detrimento ao contraditório e à ampla defesa do Requerente, sendo
cabível a Correição Parcial conforme leciona a doutrina:

"Uma inversão tumultuária é uma situação de desordem


processual. A ordem normal dos atos decorre da observância
dos procedimentos, isto é, da prática de cada um e de todos os
atos do rito previsto em lei, nem mais, nem menos. Um processo
que se desenvolva per saltum, ou com retrocessos ou
mudanças de rumo, trará uma inversão tumultuária da ordem
legal do processo. Não basta, porém, seguir apenas a ordem dos
atos, isto é, sua correta sequência no rito legal. Como adverte
Moniz de Aragão, "cabe perfeitamente no âmbito da correição
parcial a emenda de cada um dos atos do procedimento, e em
particular, se eivados de vícios que lhes retire a validade".
(Gustavo Henrique Badaró, Manual dos Recursos Penais -
Edição 2017, versão e-book, 16.2.1 Correição Parcial)"

Portanto, considerando que ________ causa uma grave inversão


tumultuária do processo, pois ________ , bem como o incabível o manejo de qualquer
outro recurso previsto em lei, tem-se demonstrado o cabimento da Correição Parcial.

DA CONFIGURAÇÃO DE ABUSO DE AUTORIDADE

O abuso de autoridade se configura sempre que, de posse do poder


conferido por lei para o exercício de uma função pública, o agente desvia a finalidade
almejada e comete abuso em seus atos, conforme expresso na Lei nº 13.869, de 5 de
setembro de 2019:

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade,


cometidos por agente público, servidor ou não, que, no
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse
do poder que lhe tenha sido atribuído.

No presente caso, conforme relatado, trata-se de abuso configurado


diante da penhora de valores excessivamente superiores ao devido.

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Ou seja, trata-se de valor controverso em torno de R$ ________ ,
conforme ________ , e a penhora recaiu sobre bem avaliado em R$ ________ .

Cabe destacar que houve pedido de reconsideração e até mesmo recurso,


sem que a autoridade revisse seu ato, configurando abuso de autoridade, nos termos da
Lei nº 13.869/2019, que assim dispõe:

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de


ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o
valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de
corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

O Abuso de Autoridade fica perfeitamente caracterizado quando o agente


público se utiliza de seu cargo para impor uma conduta não autorizada por lei.

No presente caso, conforme relatado, trata-se de abuso configurado


diante do abuso da função exercida ao constranger cidadão comum para obter
informações sem qualquer amparo legal, o que é expressamente vedado pela Lei nº
13.869/2019:

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação,


inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo
legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Assim, considerando a abusividade no referido ato de forma ilegal, bem


como o constrangimento público em que o autor foi submetido sem a observância do
devido processo legal, tem-se configurado o abuso de autoridade conforme precedentes
sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.


RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ATO ILÍCITO
CONFIGURADO. ABUSO DE AUTORIDADE
CARACTERIZADO. AUTOR CONDUZIDO A DELEGACIA

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COM USO DE ALGEMAS POR POLICIAL DE FOLGA. USO
DA FARDA COM INTUITO DE INTIMIDAR E
CONSTRANGER APÓS DESENTENDIMENTO EM BAR.
DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. JUROS DE MORA
E CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. VERBA
HONORÁRIA. 1. O Estado do Rio Grande do Sul tem
responsabilidade de ordem objetiva pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, nos termos do §
6º do art. 37 da CF. 2. O Estado demandado apenas se desonera
do dever de indenizar caso comprove a ausência de nexo causal,
ou seja, prove a culpa exclusiva da vítima ou de fato de terceiro,
caso fortuito, ou força maior. 3. No caso em exame restou
devidamente configurada a responsabilidade do ente público.
Presente nos autos, a conduta ilícita do policial que provocou
danos de ordem extrapatrimonial. 4. Reconhecida a
responsabilidade do Estado pelo evento danoso, exsurge o dever
de ressarcir os danos daí decorrentes, como o prejuízo imaterial
ocasionado, decorrente do constrangimento e sofrimento da
parte autora, que foi abordado em evidente abuso de autoridade,
algemado e encaminhado para a delegacia por policial de folga,
alcoolizado, que se utilizou da farda para intimidar o autor após
desentendimento entre estes em bar da cidade. 5. No que tange à
prova do dano moral, por se tratar de lesão imaterial,
desnecessária a demonstração do prejuízo, na medida em que
possui natureza compensatória, minimizando de forma indireta
as conseqüências da conduta do demandado, decorrendo aquele
do próprio fato. Conduta ilícita do demandado que faz presumir
os prejuízos alegados pela parte autora, é o denominado dano
moral puro. 6. O valor da indenização a título de dano moral
deve levar em conta questões fáticas, como as condições
econômicas do ofendido e do ofensor, a extensão do prejuízo,
além quantificação da culpa daquele, a fim de que não importe
em ganho desmesurado. Quantum indenizatório mantido em R$
10.000,00 (TJRS, Apelação 70076582121, Relator(a): Jorge
Luiz Lopes do Canto, Quinta Câmara Cível, Julgado em:
30/05/2018, Publicado em: 12/06/2018)
#4525792

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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. Responsabilidade Civil do Estado. Pessoa agredida
por guardas civis metropolitanos. Sentença de procedência.
Conjunto probatório que permite concluir pelo abuso de
autoridade sofrido pelo autor. Hipótese de responsabilização do
Município configurada. Dever de indenizar os danos materiais e
morais causados. Valor indenizatório fixado em R$5.000,00
(cinco mil reais), seguindo-se o princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, não devendo ser majorado. Ausência de
comprovação de infrações de trânsito. Honorários advocatícios
arbitrados em valor suficiente para a digna remuneração do
patrono do autor, não devendo ser majorados. Sentença mantida
nos termos do art. 252 do Regimento Interno do Tribunal.
Recursos desprovidos. (TJSP; Apelação 1003564-
67.2017.8.26.0068; Relator (a): Antonio Celso Faria; Órgão
Julgador: 8ª Câmara de Direito Público; Foro de Barueri - Vara
da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 01/08/2018; Data de
Registro: 02/08/2018)

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E


MORAIS. Responsabilidade Civil do Estado. Pessoa agredida
por guardas civis metropolitanos. Sentença de procedência.
Conjunto probatório que permite concluir pelo abuso de
autoridade sofrido pelo autor. Hipótese de responsabilização do
Município configurada. Dever de indenizar os danos materiais e
morais causados. Valor indenizatório fixado em R$5.000,00
(cinco mil reais), seguindo-se o princípio da razoabilidade e
proporcionalidade, não devendo ser majorado. Ausência de
comprovação de infrações de trânsito. Honorários advocatícios
arbitrados em valor suficiente para a digna remuneração do
patrono do autor, não devendo ser majorados. Sentença mantida
nos termos do art. 252 do Regimento Interno do Tribunal.
Recursos desprovidos. (TJSP; Apelação 1003564-
67.2017.8.26.0068; Relator (a): Antonio Celso Faria; Órgão
Julgador: 8ª Câmara de Direito Público; Foro de Barueri - Vara
da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 01/08/2018; Data de
Registro: 02/08/2018, #64525792)

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DO EXCESSO DE PRAZO

Conforme narrado, o processo esta parado mais de ________ para fins de


________ . Ocorre que mesmo com as reiteradas manifestações referindo sobre o
necessário prosseguimento, a investigação segue parada.

Apesar de perfeitamente instruído o inquérito, trata-se de demora


injustificada que fulmina com o direito Constitucionalmente instituído pela EC 45/04
pela duração razoável do processo:

Art. 5º. [...]


LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.

No presente caso, tal conduta caracteriza manifesto Abuso de


Autoridade, conforme expressamente previsto na Lei 13.869/2019:

Tratam-se de prazos expressamente determinados por lei, vejamos:

DESPACHOS - PRAZO: 10 dias - NCPC, art. 226, caput, inc.


I;

DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS - PRAZO: 10 dias - NCPC, art. 226, caput, inc.


II;

SENTENÇA - PRAZO: 30 dias - NCPC, art. 226, caput, inc. III

CONCLUSÃO PELO SERVENTUÁRIO - PRAZO: 1 dia - NCPC Art. 228

ATOS PROCESSUAIS - PRAZO: 5 dias - NCPC Art. 228

A doutrina ao disciplinar sobre o tema, aponta que:

"A simples garantia formal do dever do Estado de prestar a


Justiça não é suficiente, sendo necessária uma prestação estatal

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rápida, efetiva e adequada. Com esse intuito, a EC 45/2004
acrescentou o inciso LXXVIII ao art. 5.º, objetivando assegurar
a todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. Concomitantemente, a referida Emenda estabeleceu
que "o número de juízes na unidade jurisdicional será
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
população" (NOVELINO, Marcelo.Direito constitucional. 6. ed.
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2012. p. 582-583)

Ademais, oportuno salientar que o tratamento dado às autoridades do


Poder Judiciário deve observar o PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Afinal, para as partes
e seus advogados, os prazos são sempre fatais, improrrogáveis, e seu descumprimento
gera prejuízos incalculáveis.

A garantia da duração razoável do processo deve ser primordialmente


observada para fins de se evitar grandes prejuízos às partes, que em via reflexa, recairão
sobre o próprio Estado, como destaca a doutrina:

"A parte, no processo judicial ou administrativo, tem direito de


ser indenizada pelos danos morais e patrimoniais que sofreu,
decorrentes daduração exageradado processo, antítese da
garantia constitucional daduração razoáveldo processo. A
garantia dessa indenização encontra-se na CF 37 § 6.º, que
impõe ao Estado o dever de indenizar, objetivamente, os
prejuízos materiais e danos morais que seus agentes políticos,
funcionários ou servidores, nessa qualidade, causarem a
terceiros. Tendo sido praticado o dano por dolo ou culpa do
agente, o Estado tem direito de regresso contra o causador do
dano (CF 37 § 6.º segunda parte). O juiz responde,
pessoalmente ou em regresso, somente a título de dolo (...)."
(NERY JR, Nelson. Princípios do Processo na Constituição
Federal.13ª ed. Editora Revista dos tribunais, 2017. Versão
ebook, cap. 44)

Razões pelas quais, requer a imediata providência sobre os fato narrados,

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de forma a preservar os princípios constitucionais que regem o processo.

DA NÃO DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA

Conforme notificação recebida em ________ , a audiência não seria


designada até que indicar motivo, o que fere gravemente ao amplo direito à jurisdição.

Afinal, por questões estruturais, não pode a secretaria deixar de designar


audiência sem dar qualquer previsão para o andamento do processo. Trata-se, portanto,
de inversão tumultuária do processo que merEce a intervenção da presente correição
parcial, conforme precedentes sobre o tema:

DECISÃO QUE DEIXA DE DESIGNAR AUDIÊNCIA DE


INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ATÉ QUE VENHA SER
DISPONIBILIZADA SALA DE VIDEOCONFERÊNCIA
PARA REALIZAÇÃO DA SOLENIDADE PELO SASV.
INVERSÃO TUMULTUÁRIA CARACTERIZADA. Avulta a
incorreção do proceder observado pelo magistrado que, ao
argumento de indisponibilidade de salas de videoconferência
para este ano pelo sistema SASV, para realização de
audiência, deixa de designar audiência de instrução e
julgamento, determinando, com isso, aguardasse o feito em
gabinete a designação de data para realização da audiência.
CORREIÇÃO PARCIAL DEFERIDA. (Correição Parcial Nº
70080727092, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Honório Gonçalves da Silva Neto, Julgado em
27/03/2019).

Motivos pelos quais, requer o provimento do presente pedido, para que


seja imediatamente designada data de audiência, e com isso, siga o feito o seu devido
andamento.

DA IRREGULAR PUBLICIDADE - CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

Pelo que se depreende dos fatos narrados, fica perfeitamente configurada


a falha na intimação da decisão, culminando na sua irrefutável nulidade.

Conforme narrativa acima colacionada, ficou perfeitamente caracterizada

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a ofensa ao contraditório e à ampla defesa, pois o trâmite processual, ao cercear a ampla
publicidade, se deu em clara inobservância DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.

Razões pelas quais a falha na publicação da Nota de Expediente deve


conduzir à necessária nulidade de todos os atos posteriores.

DA OFENSA AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA

Todo procedimento assim como qualquer ato processual deve ser


conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório, sob pena de nulidade.

Ao instaurar um processo judicial com repercussão direta ao autor , todo


trâmite deve ser conduzido de forma a garantir o direito ao contraditório e à ampla
defesa conforme clara redação constitucional:

"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:(...)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e


aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)"

No entanto, em manifesta quebra ao direito constitucional, ________ .


Ou seja, trata-se de inequívoca quebra do direito constitucional à ampla defesa,
especialmente por inibir a principal ferramenta de defesa do recorrente, conforme
precedentes:

"(..) tenho para mim, na linha de decisões que proferi nesta


Suprema Corte, que se impõe reconhecer, mesmo em se
tratando de procedimento administrativo, que ninguém pode
ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus direitos
sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos em
que se estabelece uma relação de polaridade conflitante
entre o Estado, de um lado, e o indivíduo, de outro. Cumpre

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ter presente, bem por isso, na linha dessa orientação, que o
Estado, em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer
cidadão, não pode exercer a sua autoridade de maneira abusiva
ou arbitrária (...). Isso significa, portanto, que assiste ao
cidadão (e ao administrado), mesmo em procedimentos de
índole administrativa, a prerrogativa indisponível do
contraditório e da plenitude de defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, consoante prescreve a Constituição
da República em seu art. 5º, LV. O respeito efetivo à garantia
constitucional do 'due process of law', ainda que se trate de
procedimento administrativo (como o instaurado, no caso ora
em exame, perante o E. Tribunal de Contas da União),
condiciona, de modo estrito, o exercício dos poderes de que se
acha investida a Pública Administração, sob pena de
descaracterizar-se, com grave ofensa aos postulados que
informam a própria concepção do Estado Democrático de
Direito, a legitimidade jurídica dos atos e resoluções emanados
do Estado, especialmente quando tais deliberações, como sucede
na espécie, importarem em invalidação, por anulação, de típicas
situações subjetivas de vantagem." (MS 27422 AgR, Relator
Ministro Celso de Mello)

A doutrina, no mesmo sentido segue este entendimento.

"É sabido que a ampla defesa e o contraditório não alcançam


apenas o processo penal, mas também o administrativo, nos
termos do art. 5º, LV da CF/88. É que a Constituição estende
essas garantias a todos os processos, punitivos ou não,
bastando haver litígios. Logo, os processos administrativos que
tramitam nos Tribunais de Contas deverão observar esses
princípios constitucionais, sob pena de nulidade". (Harrison
Leite, Manual de Direito Financeiro, Editora jus podivum, 3ª
edição, 2014, p. 349)

Portanto, o ________ demonstra clara quebra do contraditório e da ampla


defesa, razão pela qual, merece provimento o presente pedido.

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DA INDEVIDA INVERSÃO DAS FASES PROCESSUAIS

O Código de Processo Civil previu expressamente uma ordem a ser


observada para fins de respeito à ampla defesa e ao contraditório:

Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência,


ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:

I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos


quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma
doArt. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;

II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos


pessoais;

III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão


inquiridas.

Ocorre que houve inversão das fases processuais na audiência ao


________ , ou seja, anteriormente à ________ .

Trata-se de inversão tumultuária do processo sem qualquer justificativa


quanto à impossibilidade excepcional de manter o rito legal. Afinal, o Código de
Processo Civil traz expressamente a ordem a ser seguida, conforme esclarece a doutrina:

"Não pode haver inversão dessa ordem e seu descumprimento,


caso traga prejuízo para a parte, pode ensejar a anulação do
ato por error in procedendo. A prova pericial, exteriorizada
pelo laudo do perito, deverá ser produzida, necessariamente,
antes da prova testemunhal. Na audiência o perito é ouvido,
também antes da produção da prova testemunhal, se tiver
havido pedido de esclarecimentos sobre algum quesito. (...). É
extremamente importante, para a observância do
contraditório, que os depoimentos pessoais e a ouvida das
testemunhas sejam tomados rigorosamente na sequência
estabelecida na norma comentada: a) depoimento pessoal:
primeiro o autor, depois o réu; b) testemunhas: primeiro as do
autor, depois as do réu. Havendo inversão dessa ordem, resta

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comprometida a ampla defesa, de modo que o ato é nulo por
ofensa direta à CF 5.º LV." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY,
Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado.
17ª ed. Editora RT, 2018. Versão ebook, Art. 361)

Assim, a inversão imotivada das fases processuais trata-se de motivo


suficiente para reconhecer a nulidade da audiência instrutória. Motivos pelos quais
devem ser considerado nulos os procedimentos adotados sem observância à previsão
legal, de forma a conferir regular e correto andamento processual.

DOS PEDIDOS

Por estas razões REQUER:

1. O recebimento do presente pedido nos seus efeitos ativo e


suspensivo, concedendo que seja reformada a decisão recorrida e
determinar ________ .

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

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