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MARCO A C.

DRUMMOND
OAB-RJ 106.941 - CPF 072.565.367-12

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA


CAPITAL - REGIONAL BARRA DA TIJUCA.
  
 

GRERJ Nº 90214671993-20

 
CAROLINA BAPTISTA MOREIRA DE ANDRADE, brasileira,
estudante, menor impúbere, portadora da identidade n. 27.666.992-6,
expedida pelo Detran/RJ, e MARIA JULIA BAPTISTA MOREIRA DE
ANDRADE, brasileira, estudante, menor, inscrita no CPF sob o n.
199.710.937-90, representada a primeira e assistida a segunda, por seu
pai, ANDRÉ LUIS MOREIRA DE ANDRADE, brasileiro, divorciado,
empresário, portador da identidade n. 04396492-3, expedida pelo IFP e
inscrito no CPF sob o n. 872.532.247-87, todos residentes na Av. Prefeito
Dulcidio Cardoso, nº 3080, Bloco 03, apto. 501, Barra da Tijuca, Rio de
janeiro/RJ, CEP 22793-927, vêm, por seu advogado infra-assinado
(instrumento de procuração em anexo), propor a presente  

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS- CDC

em face de AVIANCA, nome fantasia de OCEANAIR LINHAS AEREAS S/A,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n o. 02.575.829/0010-
39, com endereço na Praça Sen. Salgado Filho, S/N, Aeroporto Santos
Dumont, Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20021-340, pelos fatos e
fundamentos expostos a seguir:  

I - DAS PUBLICAÇÕES PROCESSUAIS             

Inicialmente, requerem as Autoras que todas as


publicações processuais sejam feitas exclusivamente em nome do Dr.
MARCO AURÉLIO COSTA DRUMMOND, advogado, regularmente inscrito

AV. CHURCHILL N. 109, SALA 803, CASTELO, RIO DE JANEIRO - RJ, CEP 20020-050, TEL. 220-3369 E 252-7075
MARCO A C. DRUMMOND
OAB-RJ 106.941 - CPF 072.565.367-12

na OAB/RJ sob o no. 106.941, com endereço Av. Churchill n. 109, sala
803, Castelo, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20020-050 e com endereço
eletrônico: drummondimoveis@uol.com.br.
 

 II - DOS FATOS

As Autoras acompanharam seus pais, em viagem de férias da


família, partindo do Rio de Janeiro com destino a cidade de Bridgetown,
Ilha de Barbados, com previsão de escala na cidade de Bogotá, Colômbia,
nas seguintes datas e horários, conforme discriminado abaixo (documento
anexo):

Partida Chegada

Rio de Janeiro - 12/08 - 08:00h  - Bogotá - 12/08 - 12:33h


Bogotá - 12/08 - 14:00h   - Bridgetown - 12/08 - 18:10h
Bridgetown - 19/08 - 18:55h - Bogotá - 19/08 - 21:03h
Bogotá - 19/08 - 22:18h - Rio de Janeiro - 20/08 - 06:35h

Ocorre, que o voo que partiria de Bogotá foi cancelado pela Ré,
de forma unilateral, sem qualquer justificativa plausível, fato esse que por
si só foi capaz de causar transtornos as Autoras.

Para que chegassem ao destino final a Ré alocou as Autoras


num voo operado por outra empresa aérea, qual seja, a American Airlines,
com escala em Miami, Estados Unidos, o que jamais fora contratado ou
desejado pelas Autoras.

Assim, uma viagem que tinha duração prevista de cerca de 8


horas, em função da alteração não apenas de cidade mas, o mais grave, de
país, aumentou o tempo de viagem em quase um dia, tendo em vista
que só chegaram ao seu destino final no dia seguinte ao contratado.

Com o novo itinerário imposto pela Ré, a viagem passou a ser a


seguinte:

Partida Chegada

Rio de Janeiro - 12/08 - 20:40h  - Miami - 13/08 - 04:35h


Miami - 13/08 - 11:03h   - Bridgetown - 13/08 - 14:50h
Bridgetown - 19/08 - 15:50h - Miami - 19/08 - 19;48h

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Miami - 19/08 - 22:40 h - Rio de Janeiro - 20/08 - 08:55h

Em função do cancelamento e remarcação do voo as Autoras


perderam um dia de sua viagem, pois, só chegaram ao destino final no
dia seguinte ao planejado e contratado com a Ré.

Nota-se que o cancelamento também se deu no voo da volta ao


Brasil, igualmente obrigando as Autoras a fazer escala em Miami, local
completamente diverso do contratado, também em voo operado por
outra empresa aérea.

Fica patente no caso em análise que a empresa Ré agiu com


descaso em relação as Autoras, tendo em vista que de forma unilateral
cancelou os voos, alterou o trajeto estipulado em contrato, obrigando-
os a fazer escalas em outro país, fatos esses que por si só já são
suficientes para gerar transtornos, que merecem ser indenizados, ainda
mais se levarmos em conta que uma das Autoras possui apenas 8 anos de
idade.

Em face do ocorrido, alternativa não restou as Autoras senão


recorrer ao poder judiciário, a fim de serem reparados pelos danos sofridos,
que na presente hipótese decorrem do próprio fato (cancelamento do voo),
com todos os transtornos e aborrecimentos que situações desse tipo
ocasionam, não podendo ser considerado mero aborrecimento ou dissabor,
ainda mais se considerarmos que as escalas ocorreram em locais
completamente diversos do contratado, atrasando de forma demasiada
a viagem, além da perda de um dia das tão esperadas férias com seus
pais.

III - DO DIREITO

DA APLICAÇÃO DO CDC E DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

Segundo o pacífico entendimento doutrinário e jurisprudencial,


tanto o transportador aéreo internacional (regido pela Convenção de
Varsóvia) como o nacional ou interno (regido pelo Código Brasileiro de
Aeronáutica), estão subordinados ao Código de Defesa do Consumidor pelo
fato de serem prestadores de serviços públicos, razão pela qual se deve
aplicar a norma consumerista.

Com muita propriedade, escreve o Ilustríssimo Professor


Desembargador Sérgio Cavallieri Filho, em seu Programa de
Responsabilidade Civil, 8ª Edição, pág. 331:  

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Temos que convir que o transporte aéreo


representa, sem dúvida, a maior fatia no
mercado de serviços, envolvendo milhões de
consumidores diariamente, de sorte que excluir
da incidência do Código do Consumidor essa
atividade do mercado de consumo importará em
mutilar aquele diploma legal a título de manter
anacrônicos privilégios.

Acerca da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, o


julgado abaixo transcrito:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS. ATRASO INJUSTIFICÁVEL DE
VOO E PERDA DE BAGAGEM - DEFEITO NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - APLICAÇÃO DO CDC -
DANO MORAL DEVIDO. O Código de Defesa do
Consumidor, no tocante à limitação da indenização
por danos, derrogou o Código Brasileiro de
Aeronáutica e a Convenção de Varsóvia, estando o
contrato de transporte de passageiros aéreo sujeito às
regras do CDC, notadamente do artigo 14,
caracterizado como serviço defeituoso o injustificável
descaso da Companhia ao permitir atraso prolongado
na realização do vôo, causando aos passageiros
transtornos às vezes, de comprovar uma excludente
de responsabilidade, diante de sua responsabilidade
objetiva. Provados o fato e as circunstâncias pessoais
da Autora, para o reconhecimento do dano extra-
patrimonial não se exige a prova do desconforto, da
dor ou da aflição, que se reconhecem por juízo da
experiência comum. É cabível o pagamento de
indenização por danos morais a passageiros que só
conseguem embarcar várias horas depois e tem a
bagagem extraviada, situações que lhes causam
indiscutível constrangimento e aflição, decorrendo o
prejuízo, em casos que tais, da prova do atraso e
extravio em si.Analisadas as circunstâncias essências
para a quantificação da indenização pelos danos
sofridos, entre elas especialmente a extensão do
prejuízo suportado, a repercussão na vida da vítima e
a capacidade econômica do ofensor, tem-se que a
fixação da indenização por danos morais deve ser

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mantida no valor de R$ 10.000,00, compatível com os


princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade.Sentença que se confirma. (Apelação Cível
nº 20008.001.61796, 1ª Câmara Cível do TJRJ, Des. Maria
Augusta Vaz M. de Figueiredo)          

No caso em tela, a pretensão indenizatória é fundada no defeito


na prestação do serviço, na forma do artigo 14 do CDC, que trata da
responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços pela reparação dos
danos causados por defeitos relativos à prestação dos serviços.

Aplica-se também à hipótese a norma referente ao contrato de


transporte consubstanciada no art. 734 do Código Civil, a saber:

Artigo 734 - O transportador responde pelos


danos causados às pessoas transportadas e
suas bagagens, salvo motivo de força maior,
sendo nula qualquer cláusula excludente da
responsabilidade.

DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO

O contrato de transporte traz implícito no seu conteúdo a


chamada cláusula de incolumidade, segundo o qual o passageiro tem o
direito subjetivo de ser conduzido, são e salvo, com os seus pertences, ao
local de destino.

Assume o transportador, neste peculiar aspecto, uma obrigação


de resultado, comprometendo-se a entregar, no local e hora marcados
de destino, o passageiro e sua bagagem, nas mesmas condições em que
se encontravam na ocasião de embarque.

O contrato de transporte caracteriza-se como oneroso e de


execução continuada, sendo certo que a contraprestação do transportador
só termina quando com a entrega do passageiro no local desejado,
respondendo pelos fatos que ocorrerem nesse interregno de tempo, durante
o percurso contratado, nos termos do que estabelece o art. 730 do CC:
“Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição,
a transportar, de lugar para outro, pessoas ou coisas”.

Com efeito, uma vez celebrado o contrato plenamente válido e


eficaz constitui lei imperativa entre as partes, devendo ser cumprido ponto
a ponto, na totalidade de suas cláusulas, ressaltando-se ainda o artigo 737
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do CC: “ o transportador está sujeito aos horários e itinerários


previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de
força maior.”

Nesse passo, verifica-se que a empresa Ré desrespeitou as


condições de horário previamente avençadas, já que o contrato firmado
determinava dia e horário dos voos, tudo conforme o planejamento pelas
Autoras, o que lhes causou transtornos, aborrecimentos e imensa
angústia, por não poderem estar no destino final no dia previsto.

A respeito do tema, vale citar a decisão do STJ em acórdão da


lavra do Min. Humberto Gomes de Barros no REsp 151401/SP:

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - VÔO


INTERNACIONAL - ATRASO - APLICAÇÃO DO CDC
- Se o fato ocorreu na vigência do CDC, a
responsabilidade por atraso em voo internacional
afasta a limitação tarifada da Convenção de Varsóvia
(CDC - art. 6º, VI e 14) - O contrato de transporte
constitui obrigação de resultado. Não basta que o
transportador leve o transportado ao destino
contratado. É necessário que o faça nos termos
avençados (dia, horário, local de embarque e
desembarque, acomodações, aeronave etc.) Grifo
nosso.

Assim, considerando que restou comprovado pelas Autoras o


cancelamento do voo, por culpa exclusiva da companhia aérea Ré, a dor
ou aflição se reconhecem por juízo da experiência comum, não sendo
necessário exigir das Autoras a prova de tal desconforto.

DO DEVER DE INDENIZAR E DOS DANOS MORAIS

No que pertine ao dano moral, a Constituição Federal de 1988


lhe deu lugar de destaque, dentro do Título II, dos Direitos e Garantias
Fundamentais, no Capítulo I, reservado aos Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos, quando assegura a sua reparação em dois incisos, no V e no X
do Art. 5o.  

Os danos morais, neste caso, decorrem do próprio fato, com


todos os transtornos e aborrecimentos que situações desse tipo ocasionam,
não podendo ser considerado mero aborrecimento. Ademais é
extremamente desagradável, inconveniente se ver obrigado a enfrentar

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uma viagem mais longa, e acabar por atrasar demasiadamente a


chegada ao destino.

            
Neste contexto, afigura-se a responsabilidade civil objetiva da
companhia aérea Ré, por evidente defeito na prestação de serviço,
fundada no art. 14, caput, e § 1º da Lei 8.078/90 e na teoria do risco
empresarial, considerando que quem retira proveito de uma atividade
de risco, com probabilidade de danos, obtendo vantagens, lucros e
benefícios, deve arcar com os prejuízos perpetrados.

A falha na prestação de serviço é conduta reprovável que enseja


a aplicação do caráter punitivo da indenização; faz-se mister uma
reparação civil, capaz de atingir a empresa de tal monta, que iniba sua
persistência em desrespeitar as condições de horários previamente
avençados, conforme determina o art. 737 do CC, cumprindo com sua
obrigação de transportador.

Além do que, como é sabido, a reparação do dano moral tem


dupla vertente: uma, serve como admoestação pedagógica ao ofensor, de
molde a representar reprimenda pela ofensa perpetrada injustamente e
alertando para não repelir a prática odiosa no futuro em face de terceiro;
duas, significa compensação momentânea ao ofendido pelo mal sofrido,
possibilitando ao mesmo, através da fruição dos bens da vida, transformar
em mera lembrança a humilhação, a dor ou a vergonha suportada por
comportamento do ofensor.

Encontram-se presentes, no caso em tela, os elementos


essências para configurar a responsabilidade civil objetiva da Ré: ato ilícito
consistente no defeito da prestação de serviços, nexo causal e dano injusto
perpetrado as vítimas inocentes, sendo desnecessário analisar a existência
de culpa, nas modalidades de imperícia, negligência, no caso sub judice.

Por fim, comprovada a falta contra a legalidade constitucional


praticada pela Ré, violando as normas dos artigos 5º, X, da CF e 14 da Lei
nº 8.078/90, por defeito na prestação do serviço, os danos morais são
evidentes, nas circunstâncias narradas com a presente peça, gerando como
corolário, a obrigação de reparar ipso facto.

Nesse sentido, farta a jurisprudência sobre o tem em análise,


conforme transcrições abaixo:

“APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. ATRASO DE 12 HORAS EM VÔO. RELAÇÃO
DE CONSUMO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO

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MOTIVO DE FORÇA MAIOR OU FATO DE TERCEIRO,


AFASTAR A RESPONSABILIDADE DA COMPANHIA
AÉREA. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO FIXADO EM ATENÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE, EM VALOR CONDIZENTE COM O
PREJUÍZO SOFRIDO. VERBA HONORÁRIA
ARBITRADA EM PATAMAR RAZOÁVEL, CONDIZENTE
COM A NATUREZA DA CAUSA E COM O TRABALHO
REALIZADO PELO ADVOGADO. NEGA-SE
SEGUIMENTO A AMBOS OS RECURSOS NA FORMA
DO ART. 557, CAPUT, DO CPC”. (Apelação Cível
2009.001.02427, 14ª Câmara Cível, Des. Helena Cândida Lisboa
Gaede, , julgado em 28/01/2009).

0217586-83.2008.8.19.0001 - APELACAO - 1ª Ementa


DES. JOSE CARLOS PAES - Julgamento: 17/12/2009 -
DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE


AÉREO. CANCELAMENTO DE VÔO. DANOS MORAIS E
MATERIAIS COMPROVADOS. 1. DA RELAÇÃO DE
CONSUMO.2. DA RESPONSABILIDADE CIVIL.3. DA NÃO
LIMITAÇÃO DOS DANOS SOFRIDOS.4. DO DANO MORAL.5.
DO DANO MATERIAL. 6. CONCLUSÃO1. A relação travada
pelas partes é evidentemente de consumo, pois As Autoras são
os destinatários finais dos serviços ofertados pela
concessionária de transporte aéreo.2. Em se tratando de relação
de consumo a responsabilidade do fornecedor de serviços é
objetiva, de modo que os demandantes precisam demonstrar o
fato, o dano e o nexo causal com a conduta ilícita das
demandadas.3. Não incidência da indenização tarifada prevista
na Convenção de Montreal, consagrando-se, sim, o disposto
pela Constituição da República, ao prever a indenização integral
de danos morais e materiais sofridos.4. Os danos morais
sofridos pelAs Autoras são evidentes e ocorrem in re ipsa.5.
Danos materiais no montante de R$ 520,33 (quinhentos e vinte
reais, e trinta e três centavos), acrescidos dos consectários
legais.6. Parcial provimento ao apelo dAs Autoras e apelação da
ré que não segue.

0338610-78.2008.8.19.0001 (2009.001.67922) - APELACAO


- 1ª Ementa
DES. RAUL CELSO LINS E SILVA - Julgamento: 02/12/2009 -
DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL

INDENIZATÓRIA. RITO SUMÁRIO. DANOS MORAIS. EMPRESA


AÉREA. CONTRATO DE TRANSPORTE. CANCELAMENTO DO
VÔO. PEDIDOS JULGADOS PROCEDENTES. APELAÇÃO.
DANO MORAL CONFIGURADO PELAS PROVAS CONSTANTES
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NOS AUTOS. VALOR FIXADO A TÍTULO DE DANO MORAL EM


R$ 6.000,00 ( SEIS MIL REAIS ) PARA CADA AUTOR. VERBA
DE ACORDO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO
CONCRETO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. CONHECIMENTO
E IMPROVIMENTO DO RECURSO.

TJ-SC - Apelação Cível AC 66878 SC 2009.006687-8 (TJ-SC)

Data de publicação: 11/08/2009


Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS - TRANSPORTE AÉREO - CANCELAMENTO E
ATRASO DE VÔO - DESCASO COM PESSOA IDOSA -
DESAMPARO E CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO - ABALO
MORAL PRESUMIDO - DEVER DE INDENIZAR INARREDÁVEL -
MONTANTE INDENIZATÓRIO APLICADO COM PARCIMÔNIA ÀS
DIMENSÕES DO DANO SUPORTADO PELA VÍTIMA -
MANUTENÇÃO DO VALOR DETERMINADO EM PRIMEIRO
GRAU O arbitramento do valor da indenização incumbirá ao
juiz, que o fixará observando as peculiaridades do caso
concreto, bem como as condições financeiras do agente e a
situação da vítima, de modo que não se torne fonte de
enriquecimento, tampouco seja inexpressivo a ponto de não
atender aos fins a que se propõe. JUROS MORATÓRIOS -
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL - TERMO INICIAL - DATA
DA CITAÇÃO. Em caso de responsabilidade contratual, os juros
moratórios incidem a partir da citação. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.

Por fim, cumpre ressaltar que o desequilíbrio contratual restou


evidente, na medida em que apenas uma das partes cumpriu com suas
obrigações contratuais, qual seja, as Autoras que pagaram pelas passagens
e confiaram nos horários previstos dos voos, enquanto a Ré, descumpriu
com seu dever de realizar os voos nos horários contratados.     

     
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 

Para permitir a proteção mais ampla dos direitos do consumidor


nas demandas judiciais, o CDC estabeleceu a possibilidade da inversão do
ônus da prova, tendo em vista que o objetivo básico da norma é a proteção
do consumidor, que é hipossuficiente técnica e economicamente. 

Para que haja a inversão do ônus da prova, é necessário que o


Juiz se convença da forte probabilidade de veracidade das informações da
parte, e, além disso, da existência da hipossuficiência relacionada à
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vulnerabilidade do consumidor, ou seja, o desequilíbrio na relação de


consumo, pois na maioria dos casos o consumidor desconhece aspectos
importantes da atividade do fornecedor, sendo, portanto, impossível em
muitos casos o reconhecimento e a comprovação do direito do autor se esta
não existisse. 

Portanto, uma vez que ficou comprovada a relação jurídica de


direito material estabelecida entre as partes, as Autoras requerem a
concessão do benefício, baseado no fato de que suas alegações são
verossímeis e eles são tecnicamente hipossuficiente em face da Ré,
como já mencionado, conforme determina o artigo 6°, inciso VIII, do CDC.

O objetivo da inversão do ônus da prova é facilitar a proteção


dos Direitos das Autoras, sob pena de serem estes prejudicados se esta não
for concedida. 

IV - DO PEDIDO

 
Pelo exposto, requer a V. Exa.:     

1. A citação da ré, na pessoa de seu representante legal, para,


querendo, responder aos termos da presente ação, sob pena de revelia e
confissão quanto à matéria de fato;

2. A inversão do ônus da prova, conforme o disposto no artigo


6º, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor;

3. A total procedência da pretensão deduzida, para condenar a


empresa Ré:

3.1 Ao pagamento por danos morais não inferior a R$


10.000,00 (dez mil reais) para cada Autora, levando-se em conta as
peculiaridades do caso, o porte econômico da empresa Ré e o caráter
pedagógico-punitivo da condenação;

4. A produção de todas as provas admitidas em direito, tais


como documental complementar, testemunhal, depoimento pessoal da
parte Ré, sob pena de confissão, caso não compareça ou comparecendo se
recuse a depor.

Dá-se à presente, apenas para efeitos fiscais, o valor de R$


20.000,00 (vinte mil reais).

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Nestes termos,
P. Deferimento.

Rio de Janeiro, em 22 de setembro de 2017.

MARCO AURELIO COSTA DRUMMOND


OAB/RJ Nº 106.941

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