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AO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE JUIZ DE FORA

CLEIA OLIVEIRA DOS SANTOS, já devidamente qualificada nos autos do presente


processo, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seus
procuradores, apresentar as suas CONTRARRAZÕES AO RECURSO
INOMINADO interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social, pelas razões
anexas, as quais requer sejam remetidas junto aos autos do presente processo para a
Turma Recursal da Seção Judiciária do .

Nesses termos, pede Deferimento.

JUIZ DE FORA, 22 de março de 2021.


ARTHUR SILVA MENDONCA
158915MG
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE JUIZ DE FORA

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO

PROCESSO 1010909-64.2020.4.01.3801

RECORRENTE INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

RECORRIDO CLEIA OLIVEIRA DOS SANTOS

JUÍZO DE ORIGEM : VARA FEDERAL DE JUIZ DE FORA

EGRÉGIA TURMA RECURSAL,

DOUTOS JULGADORES.

A sentença proferida no Juízo a quo deve ser mantida, pois a matéria foi
examinada em sintonia com as provas constantes dos autos e fundamentada com as
normas legais aplicáveis, inadmitindo qualquer espécie de modificação, sob pena de
atentar contra o melhor Direito.

DO RECURSO

Apesar do esforço despendido em seu recurso, o Recorrente não logrou êxito


em descaracterizar os argumentos trazidos na sentença, que resultaram no julgamento
procedente da demanda.

A autora demonstrou cabalmente ser merecedora do amparo do auxílio-doença


previdenciário na forma prevista na lei º 13.982/2020 ao apresentar
administrativamente o atestado médico que comprovava sua incapacidade laboral
naquele momento, porque havia sido submetida a intervenção cirúrgica.

Com efeito, alega a parte Ré que o Demandante não possuiria qualidade de


segurada na DII, uma vez que não teria havido validação das contribuições como
facultativo baixa renda pela Autarquia. Sustenta, ainda, que para o reconhecimento da
condição de facultativo de baixa renda, é indispensável não apenas a comprovação da
prestação das informações pelo interessado, mas também a demonstração da validade
e atualidade da inscrição no CadÚnico, assim como a efetiva consulta das informações
lá constantes.

Contudo, não merecem prosperar tais alegações. Destaca-se que não há


qualquer exigência legislativa de que as contribuições vertidas nessa forma
tenham que ser validadas pelo INSS. Tal validação se trata apenas de procedimento
interno que não vincula este Juízo.

De fato, a lei exige do segurado que vise recolher sob tal forma, além do
exercício exclusivo da atividade doméstica no âmbito de sua residência, a
inscrição do grupo familiar no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal - CadÚnico, com renda mensal de até dois salários mínimos, como prova da
baixa renda.

A recorrida demonstrou ter preenchido todos os requisitos para receber o


benefício de auxílio-doença como contribuinte facultativa de baixa-renda, que são:

1. Não possuir renda própria;

2. Não exercer trabalho remunerado e trabalhar somente no âmbito doméstico


(dona-de-casa);

3. Possuir renda familiar de até 2 salários-mínimos;

4. Estar devidamente inscrita no Cad Único.

Os documentos juntados pela autora demonstram que ela preenche todos os


requisitos, vide seu CadÚnico e CNIS o que fulmina qualquer argumento em contrário
da requerente.

A parte recorrente também alega que na DII da autora ela não havia cumprido a
carência necessária. Esta alegação destoa da verdade, contudo.

Perceba que a autora recebeu auxílio-doença de 07.05.2013 a 16.05.2016; de


14.07.2016 a 02.03.2018 e de 15.03.2018 a 15.05.2018.
Além disso, como seu próprio CNIS comprova, ela continuou a verter contribuições
após o fim de seu último benefício previdenciário, dentro da alíquota de 5% exigida
para sua categoria de contribuinte.

O CNIS da recorrida também demonstra que todas suas contribuições estão


condizentes com a categoria de contribuinte individual facultativo.

Assim, não se pode falar em perda da qualidade de segurada, tampouco em


contribuições abaixo da alíquota da categoria.

FACE AO EXPOSTO, requer seja desprovido o recurso interposto pelo réu,


assim, confirmando a sentença de primeiro grau, bem como condenando o
Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, com fulcro no art. 55 da lei
9.099/95 c/c o art. 1º da Lei 10.259/01, e nos patamares do art. 85, §3º do CPC.

Requer também não seja concedido o efeito suspensivo ao recurso interposto


pelo recorrente, em vista da razão que socorre à recorrida neste caso e pode ser
comprovada pela mera análise dos documentos presentes nos autos, sob pena de
infligir-lhe dano irreparável.

Termos em que pede deferimento.

JUIZ DE FORA, 22 de março de 2021.


ARTHUR SILVA MENDONCA
158915MG

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