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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO: Direito
Nome completo: Jorge da Silva Leite Júnior
Data: 30/06/2021 Matrícula: 20190721055
Disciplina: Estágio IV (Prática Jurídica Direitos Humanos)
Professor: Lucas Cerqueira

Atividade 2

(EXAME. OAB. SP. 130º. 2ª fase. ADAPTADO)


Samuel, por força de um contrato escrito, domiciliado em Campo
Grande/MS, deveria restituir o cavalo manga larga chamado “Tufão”,
avaliado em R$ 10.000,00, para Bernardo, 80 anos de idade, que mora na
cidade de Dourados/MS, no dia 02 do mês de outubro/2016. Até o mês de
janeiro de 2017, Samuel ainda não o havia restituído por pura desídia,
quando uma forte chuva causou a morte do cavalo, o que foi inevitável
devido à altura atingida pela água, bem como à sua força. Bernardo procura
você, advogado, para ingressar com ação no Juizado Especial Cível, no
intuito de defender os seus interesses, já que o mesmo passa por
dificuldades financeiras. Desta forma, promova a medida judicial mais
adequada, considerando o inadimplemento contratual, mora, e perdas e
dados. Com base no texto acima e no Art. 319 do CPC extraia as seguintes
informações:
1. Competência material e Juízo a ser dirigida a peça processual?

AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE

2. Autor e sua qualificação completa?

Bernardo, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº XXX, e-mail, residente
e domiciliado na rua xxx , nº x, bairro xxx , Dourados / MS , CEP xxx, vem à
presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado,
ajuizar

3. Capacidade Postulatória completa?


Capacidade Postulatória conferida por meio de procuração ao Advogado Jorge
da Silva Leite Júnior, inscrito na OAB/XX Nº XXXXX, e-mail xxx, com escritório
na rua xxxx, cidade xxx, estado xxx, CEP xxx, no qual deve ser encaminhado
todos os atos e requerimentos processuais.
4. Qual a ação a ser movida?
Ação Indenizatória por Perdas e Danos

5. Qual o rito desta ação?


Rito Especial

6. Réu e sua qualificação completa?


Em face de Samuel, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxx, e-mail,
residente e domiciliado na rua xxx , nº x, bairro xxx, na Cidade de Campo
Grande / MS, CEP , pelos motivos e fatos que passa a expor.

7. Existe possibilidade de gratuidade de justiça? Quais os fundamentos


jurídicos e legais?
DA JUSTIÇA GRATUITA: O Requerente atualmente é profissão xxxx, tendo
sob sua responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não
poderia arcar com as despesas processuais. Desta forma, mesmo que seus
rendimentos sejam superiores ao que motiva o deferimento da gratuidade de
justiça, neste momento excepcional de redução da sua remuneração, o autor
se encontra em completo descontrole de suas contas, em evidente
endividamento. Como prova, junta em anexo ao presente pedido sua
comprovação de renda. Para tal benefício o autor junta declaração de
hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade
de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência,
conforme clara redação do Art. 99 CPC/15: O pedido de gratuidade da justiça
pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso
de terceiro no processo ou em recurso. § 1º Se superveniente à primeira
manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. § 2º O
juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.§ 3º Presume-se verdadeira a
alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus ao
Requerente ao benefício: AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE
SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária indeferida -
Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem
condições de suportar o pagamento das custas e despesas processuais
sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como
verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos
principais - Decisão reformada - Recurso provido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro Central - Fazenda
Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento:
23/05/2019; Data de Registro: 23/05/2019. Cabe destacar que o a lei não exige
atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente a "insuficiência de
recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina: "Não se exige
miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo
com boa renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja
aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso
à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha
que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer
de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício
da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60).

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja


pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as
despesas e os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio
suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio
Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed.
Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e pelo
artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

8. Existe possibilidade de prioridade na tramitação processual? Quais


os fundamentos jurídicos e legais?
No Art. 1.048. CPC/15 Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou
tribunal, os procedimentos judiciais: I – em que figure como parte ou
interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou
portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas
no art. 6º, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988; A Lei
nº 13.466/2017 , criou dentro das prioridades já conferidas aos idosos, uma
“super prioridade”. Assim, em eventuais demandas, que tenham como partes
pessoas com 80 anos ou mais é importante requerer tal benefício, que em
certos casos pode ser crucial, na busca pela efetivação da justiça.
9. Se necessário quem coloca a opção por conciliação ou mediação?
Autor ou Réu? Na petição Inicial ou na Contestação?
O art. 319, inciso VII, do CPC estabelece que a petição inicial deverá indicar
a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação, sendo que ela não será realizada nas hipóteses constantes do art.
334, § 4º, incisos I e II (se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual ou quando não se admitir a auto
composição). Assim, cabe ao Juiz analisar a viabilidade de tal procedimento. ”
10. Como faria um resumo objetivo dos fatos?

O corre que o réu, por força de um contrato escrito deveria restituir um cavalo
manga-larga no valor de R$10.000,00 (dez mil reais) ao autor. No entanto até
janeiro de 2017 o réu já inadimplente com a obrigação de restituir, não havia
devolvido o cavalo “Tufão ” ao se u do no o autor por pura desídia. Neste
ínterim, no mês de janeiro, uma forte chuva castigou o ressinto onde o réu
mantinha o cavalo, e em virtude da tempestade o animal veio a óbito.

11. Quais os fundamentos jurídicos e legais desta ação?


O réu por desídia não entregou o cavalo manga larga “Tufão ”, causando danos
ao autor, por tais motivos está configurado a responsabilidade do réu em
responder civilmente e paga r todas a s perdas e da nos sofridas pelo autor,
tipificadas nos arts.399 e 402, ambos do código civil. Além disso, o réu por
todo transtorno e prejuízo ocasionando pelo inadimplemento deve rá reparar
integralmente (944 CC), independente de culpa ou dolo (Art186 e 927 CC)

12. Existe possibilidade de requerer tutela provisória de urgência nesta


ação? Se sim, quais os fundamentos jurídicos e legais?
DA TUTELA DE URGÊNCIA Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de
urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo." No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,
vejamos: A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da
demonstração inequívoca de que o bem foi perdido, sendo assim devendo a
reparação do bem.
Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o
desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco: "Se o fato
constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar o autor a esperar
o tempo necessário à produção das provas dos fatos impeditivos, modificativos
ou extintivos, uma vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a
demora inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da
Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pordeixar o anima exposto e o
não cumprimento da devolução no prazo estipulado, ou seja, tal circunstância
confere grave risco de perecimento do resultado útil do processo, conforme
leciona Humberto Theodoro Júnior: "um risco que corre o processo
principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte", em razão
do "periculum in mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo
que e a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" (in Curso
de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).
Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta
irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu. Diante de tais
circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável,
sendo imprescindível o restituição do valor ou animal, pois o mesmo precisa e
já se encontra em idade avançada, nos termos do Art. 300 do CPC.

13. Quais os pedidos e requerimentos deste caso concreto?


a) a citação do réu para integra r a relação processual.
b) a designação da audiência e conciliação e mediação e intimação do réu
para o comparecimento.
c) seja julgado procedente o pedido para condenar o réu ao pagamento de
R$10.000,000 (dez mil reais), bem como o valor d e R$15.000,00 (quinze mil
reais) referente a perdas e danos.
Requer todas as provas em Direito admitidos.

14. Qual o valor da causa?


Dá - se a causa o valor de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais)

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