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SUMÁRIO
a) Modalidades de Prisão 19
b) Modalidades de Prisões Processuais / Provisórias / Cautelares 20
● Prisão em Flagrante 20
● Prisão Preventiva 21
● Prisão Temporária 23
● Prisão Domiciliar 24
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APOSTILA
4. NULIDADES 41
5. Recursos 47
a) Conceito de Recurso 47
b) Características Fundamentais dos Recursos 47
c) Efeitos dos Recursos 48
d) Desistência e Renúncia ao Direito de Recorrer 48
e) Espécies de Recursos Criminais 48
a) Prazos 53
b) Procedimento 53
a) Conceito 54
b) Cabimento 54
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APOSTILA
c) Prazo 54
d) Procedimento 55
a) Cabimento 55
a) Cabimento 55
b) Efeito do Recurso 56
c) Procedimento 56
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APOSTILA
As questões prejudiciais e preliminares são as que recaem sobre o processo principal e devem
ser resolvidas antes do julgamento da lide.
As questões prejudiciais têm natureza material e não são tratadas como processos incidentes
(no sentido formal).
*Grifo nosso: neste contexto, por “Jurisdição” , também é possível dizer que se trata de competência, afinal, a
jurisdição é una.
QUESTÕES PREJUDICIAIS
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APOSTILA
As questões prejudiciais têm autonomia, ou seja, mesmo sem o processo penal, elas existiriam.
Ex.: Há processo por crime de bigamia (art. 235, CP), mas há necessidade de o juiz
analisar a alegação de nulidade do primeiro casamento do acusado, pois, a decisão sobre a
validade do matrimônio (questão prejudicial) condiciona a decisão relativa à ocorrência do crime.
O prazo prescricional ficará suspenso enquanto não resolvida a questão no cível (art. 116, I, do
CP).
As questões prejudiciais devem ser analisadas preliminarmente, visto que a sua sentença
afetará a decisão de mérito da ação penal.
Nas questões obrigatórias, o juiz é obrigado a suspender o curso do processo para que seja
resolvida a questão prejudicial.
A prejudicial obrigatória deve ser:
● “Questão séria e fundada” sobre o estado civil das pessoas (casamento, filiação).
Art. 92, CPP.
Ex.: Processo por crime de bigamia, mas há alegação de nulidade do primeiro casamento.
Nas questões prejudiciais facultativas, o juiz poderá suspender o processo (por prazo
determinado), a seu prudente arbítrio, se a matéria não disser respeito ao estado das pessoas
(art. 93, CPP).
São pressupostos para suspensão da ação penal quando houver questão prejudicial facultativa:
● Questão não pode versar sobre direito cuja prova a lei civil limite;
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APOSTILA
QUESTÕES PRELIMINARES
São questões de natureza processual que devem ser sanadas no próprio processo penal
principal. Não dependem de outro julgamento de mérito como as questões prejudiciais.
Ex.: Falta de citação, exceções (suspeição, incompetência de juízo, litispendência,
ilegitimidade de parte e coisa julgada), conflito de competências, etc.
EXCEÇÕES
Nas palavras de Eugênio Pacelli as exceções, ao contrário das questões prejudiciais que se
desenvolvem em outro juízo, têm tramitação perante o Juiz Criminal, constituindo verdadeiro
procedimento incidental, isto é, procedimento da competência do juízo da ação penal.
As exceções (art. 95 do CPP) são o instrumento próprio para exercer uma defesa indireta,
buscando-se extinguir, modificar, impedir ou retardar o exercício da ação penal.
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APOSTILA
As causas de suspeição estão ligadas ao animus subjetivo do juiz quanto às partes, sendo
utilizadas para afastar o juiz que pode ser parcial no julgamento. Geralmente a suspeição é
externa ao processo. Uma decisão proferida por um juiz suspeito é causa de nulidade absoluta.
O juiz pode se afastar de ofício ou por provocação das partes no processo (art. 254, CPP):
I — se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II — se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III — se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau,
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer
das partes;
IV — se tiver aconselhado qualquer das partes;
V — se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl — se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
● Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem
entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive (art. 253, CPP).
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APOSTILA
Utilizada para deslocar o processo, a outro órgão, por haver ofensa ao princípio do juiz natural.
Pode haver incompetência relativa (prazo para arguição), cuja nulidade é relativa, ou absoluta
(pode ser alegada a qualquer momento), cuja nulidade é absoluta.
A incompetência do juízo anula apenas os atos decisórios (art. 567, CPP).
Ex.: Acidente de trânsito ocorrido em São José (SC). A vítima é encaminhada para Florianópolis
(SC) e não resiste aos ferimentos, vindo a falecer. O juízo competente é o de São José,
local onde ocorreram os fatos, não o local do resultado (Florianópolis), pois, há crime
contra a vida (teoria da atividade). Entretanto, se o feito tiver início em Florianópolis e as
partes se omitirem, a competência será prorrogada (perpetuatio jurisdictionis) , pois, se
trata de nulidade relativa.
Ex.: O Tribunal de Justiça que julga desembargador por crime comum é absolutamente
incompetente para fazê-lo. Esta nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo.
Existe litispendência quando há duas ou mais ações idênticas (mesmo pedido, mesmas partes e
mesma causa de pedir) correndo concomitantemente em varas diferentes. Objetivo é extinguir
a segunda ação penal.
Oponível quando a parte não é titular da ação (ilegitimidade ad causam) ou quando não possui
capacidade processual (ilegitimidade ad processum) .
Ex.: MP inicia uma ação penal privada (ilegitimidade ad causam) .
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APOSTILA
A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal que tiver
sido objeto da sentença (art. 110, § 2.º, do CPP). Proíbe-se a imputação a alguém por mais de
uma vez o mesmo fato. Diferencia-se da litispendência por já existir sentença transitada em
julgado sobre o fato.
Art. 5.º, XXXVI, CF: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada”.
CONFLITO DE COMPETÊNCIAS
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APOSTILA
● Entre juízes de comarcas diferentes (em um mesmo Estado): Tribunal de Justiça (órgão
imediatamente superior).
Ex.: Conflito entre Juízes de Tubarão (SC) e Laguna (SC) será julgado pelo TJ/SC.
● Entre juízes federais de comarcas diferentes (em um mesmo Estado): Tribunal Regional
Federal da Região (órgão imediatamente superior).
● Entre juízes federais de Estados diferentes: Tribunal Regional Federal da Região (órgão
imediatamente superior).
Ex.: Conflito entre Juiz Federal de Londrina (PR) e de Florianópolis (SC) será julgado pelo TRF
da 4.ª Região.
● Entre Tribunais Superiores ou entre Tribunais Superiores e qualquer outro Tribunal: STF
O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelecerá a sua jurisdição, sempre que
exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores (art. 117, CPP).
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APOSTILA
Considerações Gerais
Nas palavras de Eugênio Pacelli, “todas as coisas e bens que puderem constituir matéria de prova de
demonstração de fato ilícito deverão ser recolhidas e apreendidas pela autoridade policial, permanecendo
à disposição dos interesses da persecução penal”.
Somente deverão permanecer apreendidas enquanto não tiverem cumprido, ainda, a finalidade a que se
destinou a apreensão: o exame de sua pertinência e do seu conteúdo probatório (OLIVEIRA, 2019, p.
317).
As coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo, antes de transitar
em julgado a sentença final. Considerando que a coisa apreendida é um elemento probatório, sendo,
portanto, valorado na sentença pelo Juiz.
● instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito.
● produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do fato criminoso.
Obs.: Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas confiscadas
serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação (Art. 124 do
CPP).
Decisão de Restituição
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APOSTILA
Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível,
ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for
pessoa idônea.
Coisas Deterioráveis
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
O Código de Processo Penal prevê três espécies de medidas assecuratórias para garantir a
efetiva reparação do prejuízo causado ao ofendido:
a) Sequestro (arts. 125 e 132, CPP);
b) Hipoteca legal (art. 134, CPP);
c) Arresto (art. 136, CPP).
SEQUESTRO
Consiste na “retenção judicial da coisa, para impedir que se disponha do bem” (REIS e
GONÇALVES, p. 210, 2014). Trata-se de incidente processual cujo objetivo é a retenção dos
bens adquiridos com os proventos da infração, para garantir as obrigações civis e penais.
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APOSTILA
Características:
● O juiz decreta o sequestro quando houver a existência de indícios veementes da
proveniência ilícita dos bens (art. 126, CPP), objetivando assegurar a instrução criminal;
● Sequestram-se bens imóveis (art. 125, CPP);
● ens móveis adquiridos com o produto do crime (art.
Só serão sequestrados b
132, CPP). Bens móveis que são produtos direto do crime serão passíveis de busca e
apreensão;
● Mesmo que os bens sejam vendidos/transferidos a terceiros, podem ser alvo de
sequestro;
● Cabível em qualquer fase do processo (até antes de oferecida a denúncia ou
queixa);
● O sequestro pode ser decretado:
○ De ofício pelo juiz, hipótese em que baixará portaria e ordenará sua
autuação em apenso;
○ A requerimento do Ministério Público;
○ A requerimento do ofendido;
○ Por representação da autoridade policial.
● Autua-se o sequestro em apartado, admitindo-se embargos;
● Pode ser levantado (perde a eficácia) o sequestro quando (art. 131, CPP):
○ A ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, contado da data em
que ficar concluída a diligência;
○ O terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, garantir o valor que
constitua provento auferido pelo agente com a prática criminosa;
○ For julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada
em julgado.
● Os bens sequestrados serão vendidos em leilão público, se não houver embargos
ou estes forem rejeitados. O valor arrecadado irá cobrir os danos ao lesado e, caso haja
saldo, será revertido ao Tesouro Nacional.
HIPOTECA LEGAL
Busca a reparação do dano causado à vítima, bem como o pagamento de eventual pena de
multa e despesas processuais, tendo a primeira preferência sobre essas duas últimas (art. 140
do CPP).
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APOSTILA
Características:
● Diferente do sequestro, a hipoteca legal recai sobre os bens imóveis que foram
adquiridos de forma lícita pelo agente.
● Impossibilita a alienação dos bens imóveis do réu;
● Utilizada para assegurar uma possível ação civil de reparação de danos;
● Especialização da hipoteca legal: inscrever a hipoteca no registro de imóveis;
ARRESTO
Assim como na hipoteca legal, seu objetivo é assegurar o ressarcimento do dano à vítima,
impedindo a alienação dos bens lícitos do agente. Utilizado quando o réu não for proprietário de
bens imóveis ou se o valor deles for insuficiente e quando não couber busca e apreensão dos
bens.
Características:
● Bens móveis pertencentes ao agente ou réu (art. 137, CPP);
● Arresto também pode ser de bens imóveis (preparatório da hipoteca legal ou “arresto
preparatório”), devendo o interessado promover o procedimento concernente ao pedido
de inscrição da hipoteca, no prazo de 15 dias (art. 136, CPP);
● Não são passíveis de arresto os bens móveis:
○ Que constituam produto ou provento da infração, por se sujeitarem,
respectivamente, à busca e apreensão e ao sequestro;
○ Impenhoráveis (art. 137 do CPP).
● Têm legitimidade para requerer o arresto de móveis os mesmos legitimados para a
hipoteca legal (art. 142, CPP);
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APOSTILA
● O arresto será levantado se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou for extinta
a punibilidade.
Quadro Comparativo
Sequestro Hipoteca legal Arresto
Objeto: bens imóveis (regra) Bens móveis; imóveis
e bens móveis adquiridos Bens imóveis (preparatório da
com proventos do crime. hipoteca legal)
Requisitos: materialidade e
Materialidade do crime e
indícios veementes Materialidade do crime
indícios de autoria (mesmo
(aproximam da realidade) da e indícios de autoria
requisito da denúncia)
proveniência ilícita do bem.
Fase processual*** (há
Fase: Inquérito e Fase Inquérito e Fase
entendimento de que seria
Processual Processual
possível na fase de inquérito)
Assegurar a
indenização de
natureza civil: recai
Assegurar a indenização de sobre bem móvel
Finalidade: Expropriação de natureza civil (hipoteca): (quando não possuir
bem. Art. 91, II, “b”, do CP. recai sobre um bem bens imóveis ou o valor
adquirido licitamente. for insuficiente) e
imóvel (arresto
preparatório) adquiridos
licitamente.
O ofendido (e seu
O ofendido (e seu
procurador) ou seu
Quem pode solicitar: juiz, de procurador) ou seu sucessor
sucessor e o MP (este
ofício; MP; ofendido (sendo e o MP (este só quando
só quando houver
ou não assistente); houver interesse da Fazenda
interesse da Fazenda
autoridade policial (mediante Pública ou quando o
Pública ou quando o
representação). ofendido for pobre e o
ofendido for pobre e o
requerer).
requerer).
Defesa: Embargos do
Apelação para enfrentar a
acusado ou terceiro de Apelação para
decisão que concede a
boa-fé (arts. 129 e 130 enfrentar a decisão que
especialização de hipoteca
do CPP); e Apelação (art. concede o arresto.
legal.
593, II, CPP).
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APOSTILA
Levantamento: absolvição ou
extinção da punibilidade; não
Levantamento:
for proposta a ação penal no Cancelamento: absolvição ou
absolvição ou extinção
prazo de 60 dias; caução extinção da punibilidade.
da punibilidade.
prestada pelo terceiro em
favor da União.
INCIDENTE DE FALSIDADE
Trata-se de outra questão preliminar que pode ser verificada de ofício pelo juiz (art. 147, CPP)
ou em procedimento incidente (art. 145, CPP) quando uma das partes arguir, por escrito, a
falsidade de documento constante nos autos.
Características:
● Pode ser suscitado desde o recebimento da denúncia até a sentença de primeiro grau,
pelo:
○ Réu ou querelado;
○ Ofendido (ainda que não habilitado como assistente);
○ Ministério público ou
○ Querelante.
● Quando arguido por procurador, este deve dispor de poderes especiais (art. 146,
CPP).
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APOSTILA
Art. 149. CPP. Quando houver dúvida sobre a i ntegridade mental do acusado, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do
curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este
submetido a exame médico-legal.
Características:
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APOSTILA
Processamento:
● Se for deferido o pedido de incidente de insanidade mental, o Juiz baixa portaria
determinando a autuação em apartado do procedimento e nomeia curador (podendo
ser o defensor público) ao acusado, para acompanhar os atos posteriores;
● No momento da instauração, o juiz determinará a suspensão da ação penal (as
diligências urgentes, que possam acarretar prejuízo ao processo, ainda poderão ser
realizadas) e nomeará dois peritos para realização do exame (prazo de 45 dias para a
conclusão do laudo, podendo ser prorrogado), notificando as partes para que
apresentem quesitos;
● Se ficar comprovado:
○ Que o acusado era, ao tempo da infração, imputável: o processo segue curso
normal;
○ Que o acusado era, ao tempo da infração, inimputável ou semi-imputável: segue a
ação com interveniência do curador;
○ Que a doença mental é posterior à infração penal: o processo continuará
suspenso até que o acusado se restabeleça (art. 152, caput, CPP), com
possibilidade de internação cautelar (art. 152, §1º, CPP), ou ocorra a prescrição;
○ Que a doença mental surgiu na fase de execução da pena privativa de liberdade
(art. 154, CPP): a decisão final poderá ser substituída por uma medida de
segurança (arts. 96 e seguintes do CP) de internação em manicômio judiciário, ou,
à falta, em outro estabelecimento adequado, onde Ihe seja assegurada a custódia
(art. 682, CPP).
● O juiz não fica restrito ao determinado no exame pericial, podendo afastar a conclusão
dos peritos, desde que fundamentadamente.
2. PRISÃO
MODALIDADES DE PRISÃO
● Civil (alimentos);
● Administrativa (disciplinar militar);
● Pena (após o trânsito em julgado);
● Processual / provisória / cautelar (antes do trânsito em julgado).
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APOSTILA
As prisões processuais possuem natureza cautelar, então servem para garantir a instrução
criminal e o trâmite adequado da ação penal. Não violam o princípio da presunção de inocência
(art. 5.º, LVII, da CF).
As prisões provisórias podem ser:
● Prisão em flagrante (art. 5.º, LXI, da CF; arts. 301 a 310 do CPP);
● Prisão preventiva (art. 311 do CPP);
● Prisão temporária (Lei 7.960/89).
● Prisão Domiciliar (Art. 317 do CPP)
PRISÃO EM FLAGRANTE
Prisão em flagrante é aquela que ocorre no momento da execução da infração penal. Pode ser
de três tipos:
I. Flagrante Próprio (art. 302, I e II, CPP): o agente está praticando a ação.
II. Flagrante Impróprio (art. 302, III, CPP): “perseguido logo após” a ação.
Obs.: Enquanto durar a perseguição, dura o flagrante, desde que não haja interrupção da
perseguição.
III. Flagrante Presumido (art. 302, IV, CPP): “encontrado logo após” com vestígios da
infração.
Flagrante Preparado ou Provocado: Súmula 145 STF: “Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. ” Neste caso, o flagrante é nulo.
Flagrante Esperado: não há induzimento, apenas indícios de que o crime será praticado. Ex.: um
disque denúncia. A polícia, com base nos telefonemas, se prepara para prender os infratores,
mas isso dentro do exercício da atividade policial.
Flagrante Forjado: quando se cria prova de um crime inexistente para incriminar alguém.
Flagrante é nulo.
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APOSTILA
Flagrante Prorrogado ou Diferido: faz parte da chamada “ação controlada”. Utilizado para
combater o crime organizado, especialmente quando se sabe que o delito ocorrerá, mas é
escolhido o momento mais adequado para se efetuar a prisão em flagrante. Flagrante válido.
Audiência de Custódia
O Código de Processo Penal estabelece que após receber o auto de prisão em flagrante, no
prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou
membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público (Art. 310 do CPP)
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APOSTILA
PRISÃO PREVENTIVA
Conceito
Cabimento
Requisitos de Admissibilidade
● crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos.
● reincidência em crime doloso, qualquer que seja o patamar de pena.
● crime que envolva violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas
protetivas de urgência.
● havendo dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em
liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da
medida.
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APOSTILA
A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato em excludente de ilicitude (v.g., Legítima Defesa).
Outro vedação, trazida pela Lei 13.964 (pacote anticrime), diz respeito a não admissibilidade da
decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou
como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de
denúncia (Art. 313, § 2º, do CPP).
Forma de Decretação
A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada pelo
Juiz de:
✓ A requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente.
✓ Representação da autoridade policial.
Obs.: Com o advento da Lei 13.964/19 (pacote anticrime), o juiz não poderá mais decretar prisão
preventiva por conta própria (de ofício), sem pedido das partes, do delegado ou do Ministério
Público.
Motivação
A regra trazida pelo Código de Processo Penal é que a decisão que decretar a prisão preventiva
deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada (Art. 312, § 2º, do CPP).
Não se considera uma decisão fundamentada quando o magistrado (Art. 315, § 2º, do CPP):
➔ limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;
➔ empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
➔ invocar motivos que se prestam a justificar qualquer outra decisão;
➔ não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar
a conclusão adotada pelo julgador;
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APOSTILA
O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
A revogação poderá ser feita de ofício pelo juiz. Deve também o magistrado revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
ATENÇÃO: Não existe prisão preventiva para contravenções penais, pois, a lei
exige CRIME.
Não cabe prisão preventiva para crimes culposos, não importam as consequências
deste crime e não importa a pena do crime.
Nos crimes dolosos, deve-se analisar a pena, mas se houver reincidência, não importa a pena.
Prisão domiciliar (art. 317, CPP): pode substituir a prisão preventiva (art. 318, CPP).
PRISÃO TEMPORÁRIA
Conceito
A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar, exigindo, para a sua configuração, os
requisitos de toda e qualquer medida cautelar, quais sejam: o fumus boni iuris (fumus comissi
delicti) e o periculum in mora (periculum libertatis). Assim, deve-se investigar a presença desses
requisitos para a caracterização, ainda que tênue, da medida cautelar. Os requisitos não são
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APOSTILA
idênticos aos da prisão preventiva, porém, existem e devem estar presentes para que a medida
seja decretada (RANGEL, 2019, p. 868).
Hipóteses de Cabimento
Forma de Decretação
A prisão temporária não poderá ser decretada de ofício pelo Juiz, mas sim em face da
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público.
Obs.: Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.
O juiz terá um prazo de 24 (vinte e quatro) horas para decidir acerca da representação ou
requerimento de prisão temporária, sempre de forma fundamentada.
Prazo de Duração
A duração da prisão temporária será de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade. Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.
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25
APOSTILA
PRISÃO DOMICILIAR
Conceito
Cabimento
Obs.: Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos.
Prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência
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26
APOSTILA
Assim, para que decrete uma medida cautelar é necessário provocação dos seguintes
legitimados:
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APOSTILA
❖ Ministério Público
❖ Autoridade Policial
❖ O ofendido ou a vítima na qualidade de assistente de acusação
As medidas cautelares:
● As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou,
quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial
ou mediante requerimento do Ministério Público. (art. 282, § 2.º, CPP);
● Não podem ser mais graves que a condenação posterior (art. 283, § 1.º, CPP);
● No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a
prisão preventiva, obedecidos os requisitos legais. (Art. 282, § 4.º, CPP).
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APOSTILA
LIBERDADE PROVISÓRIA
Se estiverem ausentes os requisitos da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, embora ainda possa impor as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP (art.
321, CPP).
FIANÇA
Art. 330, CPP. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,
objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou
municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1.º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente
por perito nomeado pela autoridade.
§ 2.º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado
pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se
acham livres de ônus.
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APOSTILA
Fiança é uma forma de obtenção da liberdade onde o réu fica vinculado ao juízo em razão de
uma garantia que apresenta e de obrigação por ele assumida diante do juiz.
Essa garantia pode ser em dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida
pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
A fiança em dinheiro pode ser prestada não só pelo preso, mas por qualquer pessoa em favor
dele (art. 329, parágrafo único, CPP).
Situações que não comportam fiança, independente do crime (art. 324, CPP):
● Em caso de prisão civil (prisão por alimentos);
● Em caso de prisão por crime militar;
● Se estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva;
● Em caso de quebra de fiança.
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APOSTILA
Cassação da fiança
Perdimento da fiança: Ocorre a perda total do valor da fiança na hipótese de, proferida a
condenação definitiva, o acusado não se apresentar para cumprir a pena (art. 334 do CPP).
Destino da fiança
● Réu condenado: o valor será utilizado para pagamento das custas, da indenização do
dano, da prestação pecuniária e da multa (art. 336 do CPP);
● Réu absolvido: o valor pago é devolvido integralmente (art. 337 do CPP).
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APOSTILA
Exemplo de crime praticado em conexão com crime doloso contra a vida: homicídio (art. 121,
CP) e ocultação de cadáver (art. 211, CP). Ambos serão submetidos ao procedimento do
tribunal do júri.
● Plenitude de defesa: defesa ainda mais ampla, inclusive, as teses defensivas do réu,
mesmo que incompatíveis com as do defensor técnico, devem constar nos autos.
● Sigilo das votações: os jurados proferirão seus votos em segredo, sendo recolhidos em
local separado do público (sala secreta).
● Soberania dos veredictos: a decisão dos jurados é imperativa, não podendo ser
modificada nem mesmo pelo juiz presidente.
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APOSTILA
Procedimento Escalonado
2 fases
● Primeira fase: Juízo de admissibilidade (ou juízo de prelibação)
● Segunda fase: Juízo da causa (ou juízo de delibação)
O art. 412 do CPP, entretanto, estabelece que a primeira fase do procedimento deva ser
concluída em até 90 dias.
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APOSTILA
Ao final da primeira fase do rito do tribunal do júri, o juiz tomará uma das seguintes decisões: de
pronúncia, de impronúncia, de absolvição sumária ou de desclassificação.
PRONÚNCIA
É a decisão interlocutória de natureza mista não terminativa que julga admissível a acusação
perante o tribunal do júri. É por meio da decisão de pronúncia que se encaminha o réu a
julgamento popular. Então, se o réu for a júri é porque ele foi pronunciado.
Requisitos da Pronúncia:
Indícios suficientes de autoria e materialidade.
Lembrete: a decisão de pronúncia não condena nem aplica a pena, apenas admite que estão
presentes os requisitos de autoria e materialidade.
Nesta fase do tribunal do júri, não vigora o princípio “in dubio pro reo”, mas o “in dubio pro
societate” (“na dúvida, em favor da sociedade”).
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APOSTILA
Contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito (art. 581, IV, CPP).
Ao impronunciar o réu, este não é absolvido, podendo ser processado novamente se emergirem
novas provas (art. 414, parágrafo único, CPP).
Nos casos de crimes em conexão, se o juiz impronunciar o acusado, de maneira que exclua a
competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente (art. 81, parágrafo único, CPP).
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
É decisão definitiva de mérito, devendo o juiz absolver o acusado quando verificar uma das
hipóteses do art. 415 do CPP:
● Se houver prova da inexistência do fato;
● Se ficar comprovado que o réu não foi autor ou partícipe do fato;
● Se o fato não constituir infração penal;
● Se ficar demonstrada causa de isenção de pena (art. 21, 22 e 26, CP) ou de exclusão
do crime (art. 23, CP).
a. Causas de exclusão do crime.
i. legítima defesa;
ii. estado de necessidade;
iii. exercício regular de direito;
iv. cumprimento do dever legal.
b. Causas que excluam a culpabilidade:
i. coação moral irresistível;
ii. obediência hierárquica;
iii. embriaguez completa;
iv. caso fortuito ou força maior;
v. Inimputabilidade*
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APOSTILA
*ATENÇÃO: Não será absolvido sumariamente o réu quando a inimputabilidade por doença
mental NÃO for a única tese defensiva. Portanto, o réu será sumariamente absolvido por
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, se não existir outra tese
defensiva (art. 415, parágrafo único, CPP).
Contra a decisão de absolvição sumária do réu cabe recurso de apelação (art. 416, CPP).
Contra a decisão de desclassificação cabe recurso em sentido estrito (art. 581, II, CPP).
SEGUNDA FASE
A segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri ocorrerá quando o acusado for pronunciado
e tal decisão transitar em julgado, iniciando-se, assim, o juízo da causa.
O acusado será intimado, em regra, pessoalmente (art. 420, I, CPP), mas, se estiver solto e não
for localizado, será intimado por edital (art. 420, parágrafo único, CPP), com prazo de 15 dias
(arts. 370 e 361 do CPP), sem qualquer prejuízo para o prosseguimento do feito;
O defensor dativo será intimado pessoalmente (art. 420, I, CPP);
O defensor constituído, o querelante e o assistente serão intimados pela imprensa;
O Ministério Público será sempre intimado pessoalmente.
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APOSTILA
● Ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que
interesse ao julgamento da causa;
● Fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do
Tribunal do Júri.
Todos os anos as varas devem fazer indicações de pessoas que possam ser juradas. O número
de jurados varia segundo o número de habitantes de cada comarca (art. 425, CPP).
Lista de Jurados
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APOSTILA
A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada até o dia 10
de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri (art. 426,
caput, CPP). Até o dia 10 de novembro a lista poderá ser alterada.
Fica excluído da lista o jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 meses
anteriores (art. 426, § 4.º, CPP).
A lista geral de jurados será completada anualmente (art. 426, § 5.º, CPP).
Jurados
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APOSTILA
Dentre os jurados alistados, 25 (vinte e cinco) serão sorteados para a reunião periódica.
Destes, 7 (sete) constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento (art.
447, CPP).
Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz esclarecerá sobre os
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 do CPP (art.
446, CPP). O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não
poderão comunicar-se entre si e com outrem sobre o processo (art. 466, § 1.º, CPP).
Recusas peremptórias (art. 468, CPP): trata-se da possibilidade, tanto da defesa quanto do
MP, de recusar, sem justificativa, até 3 jurados cada.
Então:
● Composição do Tribunal do Júri: 1 juiz togado (juiz presidente) e 25 jurados (juízes
leigos), dos quais 15 devem estar presentes.
● Composição do Conselho de Sentença: 7 jurados.
INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO
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APOSTILA
LEMBRETE: os jurados deverão formular perguntas por intermédio do juiz presidente (art. 474, §
2º, CPP).
DEBATES
Quando for encerrada a etapa de coleta da prova, seguem-se os debates, nesta ordem:
● Acusação (art. 476, caput e § 1º, CPP): O MP tem 1h30min (uma hora e meia) para
produzir a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância
agravante.
○ Tratando-se de ação penal privada subsidiária da pública, o querelante se
manifestará antes do MP, salvo se este tiver retomado a titularidade da ação (art.
476, § 2º, CPP).
● Defesa (art. 476, § 3º, CPP): finda a acusação, a defesa terá 1h30min para se pronunciar
e rebater as teses apresentadas pela acusação.
● Réplica (art. 477, caput, CPP): assim que a defesa concluir sua exposição, pode o MP
retomar a palavra para réplica por 1 hora. Mesmo que o MP não utilize esta faculdade,
pode o assistente da acusação fazer uso da palavra.
Tréplica (art. 477, caput, CPP): só é possível fazer uso da tréplica se a acusação tiver replicado.
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APOSTILA
Apartes: são as intervenções que uma parte faz durante a exposição do oponente. Para não
haver prejuízo, essas interferências não poderão perdurar mais que 3 (três) minutos, que serão
acrescidos ao tempo de exposição da parte que tem a palavra (art. 497, XII, do CPP).
As partes e os jurados (por intermédio do juiz) podem, a qualquer momento, pedir ao orador que
indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada. Aos jurados, ainda
é facultado solicitar o esclarecimento de fato alegado pelo orador (art. 480, caput, CPP).
Caso reste algum fato essencial para o julgamento, mas cuja verificação dependa da realização
de diligência que não possa ser efetuada de imediato, o juiz presidente, então, dissolverá o
Conselho e determinará a produção da prova (art. 481, caput, CPP).
Durante os debates é proibido às partes, sob pena de nulidade, fazer referências (art. 478 do
CPP):
● À decisão de pronúncia;
● Às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação;
● À determinação do uso de algemas;
● À utilização do direito ao silêncio;
● À ausência de interrogatório por falta de requerimento.
QUESITOS E VOTAÇÃO
Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada
um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão, indagando-se, na
seguinte ordem:
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APOSTILA
Após a decisão do Tribunal do Júri, o magistrado indicará o resultado e adotará uma das
seguintes providências:
Quando houver desclassificação para infração de competência do juízo singular (art. 492, § 1º,
CPP):
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APOSTILA
Havendo a desclassificação para delito de menor potencial ofensivo, o juiz aplicará as regras do
art. 69 e seguintes da Lei n. 9099/95 (art. 492, § 1º, do CPP). Se, por outro lado, o crime tiver
sido desclassificado para delito que não seja doloso contra a vida, o juiz presidente julgará o
crime conexo, se houver (art. 492, § 2º, CPP).
SAIBA QUE: A decisão dos jurados pode ser anulada quando manifestamente contrária aos
autos.
4. NULIDADES
Nulidade é um vício proveniente da inobservância de uma norma processual que pode invalidar
o processo no todo ou em parte.
● Atos inexistentes: não existem no mundo jurídico, portanto, ignora-se tudo aquilo que
for praticado em sequência.
Exemplo: sentença assinada por pessoa que não é juiz.
● Nulidades relativas: são vícios sanáveis que só podem ser arguidos pelas PARTES se
houver comprovado prejuízo. As nulidades relativas têm momento oportuno para serem
arguidas, sob pena de serem convalidadas (preclusão temporal).
● Nulidades absolutas: são vícios de interesse público, nos quais o prejuízo é presumido.
Por não se convalidarem com o tempo, as nulidades absolutas podem ser alegados por
qualquer das partes, pelo juiz ou pelo Tribunal a qualquer momento, inclusive após o
trânsito em julgado (desde que não seja sentença absolutória).
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APOSTILA
Se o acusado comparecer antes de o ato consumar-se (art. 570, CPP): nulidade relativa.
● A falta da sentença de pronúncia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o
Tribunal do Júri: nulidade absoluta.
● A falta de intimação do réu para julgamento no Júri: nulidade absoluta.
● Não estando presentes, pelo menos, 15 jurados para a constituição do júri: nulidade
absoluta.
● A falta ou irregularidade no sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal
e sua incomunicabilidade: nulidade absoluta.
● Erro na elaboração dos quesitos e incompatibilidade nas respectivas respostas: nulidade
absoluta;
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APOSTILA
IV - Por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato: nulidade absoluta.
“Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação
ou para a defesa”. Trata-se do princípio “pos nulitè sans grièf”, ou seja, se não houver
prejuízo, não há nulidade. Nas nulidades absolutas, o prejuízo é presumido.
● Princípio da não preclusão;
As nulidades absolutas podem ser arguidas por qualquer das partes, inclusive pelo juiz
ou Tribunal, a qualquer tempo.
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APOSTILA
5. Recursos
Conceito de Recurso
Guilherme de Souza Nucci,conceitua recurso “como o direito que possui a parte, na relação
processual, de se insurgir contra as decisões judiciais, requerendo a sua revisão, total ou parcial,
em instância superior”.
É possível ocorrer a revisão de uma decisão na instância inferior, v.g., no caso de embargos de
declaração.
● Obs.: Existe uma corrente minoritária na doutrina que entende não ser correto classificar
recurso como “instrumento processual voltado ao mesmo órgão prolator da decisão, para
que a reveja ou emende” (v.g., NUCCI, 2020, p. 536).
1. Voluntariedade - Os recursos, em regra, serão voluntários (Art. 574 do CPP). Isto é: “a
sua interposição depende, exclusivamente, do desejo da parte de contrariar a decisão
proferida” (NUCCI, 2020, p. 537).
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APOSTILA
2. Tempestividade - Os recursos deverão ser apresentados dentro do prazo legal, sob pena
de inadmissibilidade.
3. Taxatividade - O recurso deve estar previsto em Lei. Não existe recurso por mera
vontade das partes, mas sim por força ex lege.
● Efeito Devolutivo - É a regra geral. Permite que o tribunal superior reveja integralmente a
matéria controversa, sobre a qual houve o inconformismo (NUCCI, 2020).
● Efeito Suspensivo - É exceção. Impede que a decisão produza consequências desde
logo (NUCCI, 2020).
● Efeito Regressivo - consiste na devolução ao mesmo órgão prolator da decisão a
possibilidade de seu reexame, v.g., Embargos de Declaração. (NUCCI, 2020).
Obs1.: A renúncia é irretratável (não pode voltar atrás). Já desistência é retratável, somente
dentro da fluência do prazo recursal.
Obs2.: O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto (Art. 576 do CPP)
● Recurso de Apelação
● Recurso em Sentido Estrito (RESE)
● Embargos de Declaração
● Embargos Infringentes e de Nulidade
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APOSTILA
● Carta Testemunhável
2 - Prazos
● Crime - 05 (cinco) dias de prazo para interposição de recurso + 08 (oito) dias de prazo
para razões recursais
● Contravenção - 05 (cinco) dias de prazo para interposição de recurso + 03 (três) dias de
prazo para razões recursais.
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APOSTILA
3 - Tramitação
4 - Súmulas (Apelação)
Decisão que que concluir pela ● Notar que se refere à Efeito Devolutivo e
incompetência do juízo decisão que conclui Regressivo (o juiz pode
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APOSTILA
preventiva ou revogá-la,
conceder liberdade provisória
ou relaxar a prisão em
flagrante;
Decisão que incluir jurado na ● Lista do art. 426, § 1º, Efeito Devolutivo e
lista geral ou desta o excluir do CPP Regressivo (o juiz pode
mudar sua decisão)
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APOSTILA
admissibilidade. Por
outro lado, será
julgada deserta por
falta de preparo
(quando se tratar de
apelação intentada
pelo querelante)”
2 - Prazos
● O recurso em sentido estrito (RESE) poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
● No caso de incluir jurado na lista geral ou desta o excluir, o prazo de interposição será o
será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
● O prazo para o oferecimento das razões recursais será de dois dias.
3 - Procedimento
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APOSTILA
1. Interposto o recurso no prazo de cinco dias, serão os autos conclusos ao juiz para
verificação de sua admissibilidade.
2. O juiz receberá a inconformidade, notificando-se as partes – primeiro recorrente, depois o
recorrido – para apresentação de razões e contrarrazões, respectivamente, cada qual no
prazo de dois dias (Art. 588 do CPP).
3. Apresentados ou não esses arrazoados, retornará o recurso ao juiz para o juízo de
retratação (art. 589, caput, do CPP).
4. Não se retratando, deverá o juiz encaminhar o recurso ao juízo ad quem para julgamento.
5. Retratando-se, terá sido alcançado o resultado prático desejado, esgotando-se aí, em
princípio, a tramitação do RESE.
6. A parte prejudicada com a nova decisão provocada pela retratação do magistrado poderá
não se conformar com essa solução, exsurgindo-se daí duas possibilidades: a) requerer a
remessa do recurso já processado à instância superior; b) recurso prejudicado (se a nova
decisão do juiz não couber RESE, v.g., improcedência de exceção).
a) Conceito
b) Cabimento
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APOSTILA
c) Prazo
d) Procedimento
Ainda nos ensinamentos do professor Norberto Avena, tem-se o seguinte procedimento dos
Embargos de Declaração:
a) Cabimento
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APOSTILA
a) Cabimento
b) Efeito do Recurso
c) Procedimento
Referências:
AVENA, Norberto. Processo Penal. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2019.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19ª edição, São Paulo: Saraiva, 2012.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 18ª edição. Atlas, 2014. VitalBook
file.
REIS, Alexandre Cebrian Araian; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; coordenador Pedro Lenza.
Direito processual penal esquematizado. 3. ed. rev.. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, Marco Antônio Marques da. FREITAS, Jayme Walmer de. Código de processo penal
comentado. Saraiva, 2012. E-book coleção Minha Biblioteca.
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