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Processo Civil - Volume 1 | 5ª ed.

SUMÁRIO

1. ASPECTOS GERAIS DO NOVO CPC 4


a) Principais Inovações do Novo Código de Processo Civil 5

2. NORMAS FUNDAMENTAIS (PRINCÍPIOS E REGRAS NO PROCESSO CIVIL) 7


a) Princípio da Solução Consensual dos Conflitos 7
b) Princípio da Primazia Da Decisão De Mérito 8
c) Princípio da Boa-fé Processual 9
d) Princípio da Cooperação 10
e) Princípio do Contraditório 10
f) Princípio da Motivação das Decisões Judiciais 11
g) Princípio da Razoável Duração do Processo 12
h) Ordem Cronológica de Julgamentos 12

3. INTERVENÇÕES DE TERCEIRO 13

4. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 15

5. AMICUS CURIAE 17

6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL 18
a) Dilação dos Prazos Processuais 18
b) Alteração da Ordem de Produção das Provas 18
● Condições da Ação 19
● Prazos da Fazenda Pública 19

7. REQUISITOS GERAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL 20


a) Nulidades nos Negócios Jurídicos Processuais 20

8. TEMPESTIVIDADE DO ATO PROCESSUAL PRATICADO ANTES DO PRAZO 21


a) Contagem do Prazo Processual 22
b) Recesso Judicial 22

9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 23
a) Honorários Advocatícios em Diferentes Fases do Processo 23
● Percentual dos Honorários Advocatícios 23
● Reconhecimento da Natureza Alimentar dos Honorários Advocatícios 24
● Vedação à Compensação de Honorários de Sucumbência 24
● Honorários de Sucumbência para os Advogados Públicos 25
● Intimação da Sociedade de Advogados ou do Escritório de Advocacia 25

10. PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS 26


a) Autos Eletrônicos 26

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b) Acesso ao Sistema Eletrônico 27


c) Comunicações por Meio Eletrônico 27
d) Cadastro nos Sistemas Processuais Eletrônicos 28

11. COMPETÊNCIA 28
a) Critérios de Determinação de Competência 29
b) Forma de Arguição da Incompetência 31
c) Prazo para Arguição da Incompetência 32

12. IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES 32


a) Hipóteses de Impedimento 33
b) Hipóteses de Suspeição 34

13. EXTINÇÃO DO PROCESSO CAUTELAR E UNIFICAÇÃO DO REGIME DAS TUTELAS


PROVISÓRIAS 34
a) Tutela de Urgência 35
b) Tutela de Evidência 36

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INTRODUÇÃO À LEI 13.105/2015 (NCPC)

A elaboração do Novo Código de Processo Civil (NCPC), Lei Federal nº 13.105, sancionada em
16 de março de 2015, orientou-se precipuamente por cinco objetivos:

1) Estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia com a Constituição Federal;


2) Criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à realidade
fática subjacente à causa;
3) Simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade de subsistemas, como, por
exemplo, o recursal;
4) Dar todo o rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado;
5) Imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe, assim, mais coesão.

Após o período de vacatio legis de 1 ano contado da data de sua publicação, o Novo CPC de
2015 entrou em vigor trazendo mudanças na dinâmica processual brasileira.

Tendo em vista sua importância para os operadores do Direito, a nova legislação afetou
diretamente as questões do Exame de Ordem, exigindo dos candidatos o conhecimento dos
novos aspectos, regras e princípios trazidos pelo CPC de 2015.

O objetivo deste material de apoio é apresentar novos conteúdos e alterações significativas


trazidas pelo Novo Código de Processo Civil para que o futuro membro da Ordem dos Advogados
do Brasil logre êxito em seus estudos no âmbito processual civil.

1. ASPECTOS GERAIS DO NOVO CPC


Atualmente, o NPC é dividido em 03 (três) partes para tratar dos temas que abrange. Tais partes,
são divididas em: PARTE GERAL, PARTE ESPECIAL e LIVRO COMPLEMENTAR, as quais
serão abaixo detalhadas.

Na Parte Geral do NCPC, haverá as seguintes subdivisões:

● Livro I: “Das normas processuais”;


● Livro II: “Da função jurisdicional”;
● Livro III: “Dos sujeitos do processo”;
● Livro IV: “Dos atos processuais”;
● Livro V: “Da tutela provisória”;
● Livro VI: “Da formação, da suspensão e da extinção do processo”.

Já na segunda parte do NCPC, ou seja, Parte Especial, haverá os seguintes livros:

● Livro I: “Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença”

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● Livro II: “Do processo de execução”;


● Livro III: “Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais”.

No final, há o Livro Complementar, que trata sobre as “Disposições finais e transitórias”.

PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

1) Normas fundamentais (princípios e regras) são incluídas no primeiro capítulo do Novo CPC
(arts. 1º a 12 do NCPC);
2) As sentenças ou acórdãos proferidos pelos juízes e tribunais obedecerão
preferencialmente à ordem cronológica de conclusão (art. 12 do NCPC), exceto em
hipóteses específicas, como nas causas que exijam urgência no julgamento (art. 12, § 2º,
IX, do NCPC);
3) Há uma flexibilização procedimental conferindo aos magistrados os poderes de aumentar
os prazos processuais e de alterar a ordem de produção de provas (art. 139, VI, do
NCPC);
4) A criação do negócio jurídico processual, o qual possibilita às partes alterar o procedimento
para a tramitação do processo quando este versar sobre direitos que admitam a
autocomposição (art. 190 do NCPC);
5) O ato praticado antes do início da contagem do prazo processual é considerado tempestivo
(art. 218, § 4º, do NCPC);
6) Os prazos processuais passam a ser contados somente em dias úteis (art. 219 do NCPC);
7) O período compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janeiro suspende os prazos
processuais, sendo considerado como verdadeiras “férias para os advogados” (art. 220 do
NCPC);
8) A determinação de honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
na execução, e nos recursos interpostos, de modo cumulativo àqueles arbitrados em
sentença (art. 85, § 1º, do NCPC);
9) Os honorários advocatícios são reconhecidos como crédito alimentar do advogado (art. 85,
§ 14, do NCPC);
10) Os advogados públicos receberão honorários de sucumbência (art. 85, § 19, do NCPC);
11) É expressamente admitida a prática eletrônica de atos processuais (art. 193 do NCPC);
12) Novos critérios de determinação da competência são instituídos (art. 53 do NCPC);
13) A alegação da incompetência relativa torna-se questão preliminar, extinguindo-se,
portanto, a exceção de incompetência relativa (art. 64, caput, do NCPC);
14) O juiz pode solicitar ou admitir o amicus curiae de ofício, a requerimento das partes ou de
quem pretenda manifestar-se no processo (art. 138 do NCPC);
15)O processo cautelar deixa de existir e é criada a “Tutela Provisória”, dividida em tutela de
urgência (cautelar ou antecipada) e de evidência (art. 294 a 311 do NCPC);
16) O procedimento ordinário e o procedimento sumário são unificados no “Rito Comum” (art.
318 do NCPC);

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17) Criação de uma audiência obrigatória de conciliação ou de mediação (art. 334 do NCPC);
18) O “ônus dinâmico da prova”, o qual possibilita ao magistrado a redistribuição do ônus
probatório, informando-se esta decisão às partes (art. 373, § 1º, do NCPC);
19) Os magistrados de primeiro grau têm a obrigação de confrontar todos os tópicos e
argumentos deduzidos pelas partes, não sendo considerada como fundamentada a
decisão que não observar essa adequação (art. 489, IV, do NCPC);
20) Os limites objetivos da coisa julgada são ampliados, passando as questões prejudiciais
decididas nos autos principais a ter força de lei em determinadas hipóteses (art. 503, § 1º,
I, II e III, do NCPC);
21) O Poder Judiciário deverá observar, com a finalidade de estabilizar a jurisprudência, o
sistema de precedentes vinculantes ou obrigatórios (art. 927 do NCPC);
22) Cria-se o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) (arts. 976 a 987 do
NCPC);
23) Fica estabelecido o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a
137 do NCPC);
24) O sistema recursal é simplificado e há uniformização dos prazos (art. 1.003, § 5º, NCPC) -
salvo algumas exceções construídas pela jurisprudência (Ex.: Súmula 699 do STF em
matéria Penal);
25) As hipóteses de cabimento dos embargos de divergência são ampliadas, possibilitando
que o acórdão de órgão fracionário seja embargado diante da verificação de teses
contrapostas, tanto no mérito, quanto em juízo de admissibilidade (art. 1043, I, II, III e IV,
§§ 1º, 2º, 3º e 4º), além de vedar ao tribunal a inadmissão deste recurso “com base em
fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a
existência da distinção” (§ 5º do mesmo artigo, NCPC);
26) Os embargos infringentes foram extintos (art. 551 do CPC/1973) e substituídos por um
procedimento semelhante de natureza não recursal (art. 942 do NCPC);
27) O agravo retido é extinto (art. 1.009 do NCPC);
28) A reclamação da parte interessada ou Ministério Público será cabível não somente
quando houver negativa de aplicação da decisão de determinado tribunal, mas também
quando houver aplicação indevida de tais decisões a caso específico, sobre o qual estas
não deveriam incidir (art. 988, II, e § 4º do NCPC).

PARTE GERAL

A PARTE GERAL prevista no NCPC é a que mais regulamenta o processo civil brasileiro, não é a
toa, que é a que mais possui livros.

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PARTE ESPECIAL

A parte especial prevista no NCPC possui menos livros do que a parte geral, sendo
extremamente específica, cuidando apenas da parte do cumprimento de sentença e execução.

PARTE COMPLEMENTAR

Essa parte final do NCPC prevê as disposições finais da parte processual.

2. NORMAS FUNDAMENTAIS (PRINCÍPIOS E REGRAS NO


PROCESSO CIVIL)
O capítulo primeiro do NCPC tem 12 artigos (Art. 1º ao 12º), os quais apresentam as normas
fundamentais do processo civil, sendo que as mesmas não são consideradas taxativas. Dentre
estas normas estão regras e princípios já previstos na CF/88, tais como o princípio do
contraditório (art. 7º do NCPC), da motivação das decisões judiciais (art. 11 do NCPC), da
inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 3º do NCPC), etc.

Abaixo realizaremos um estudo detalhado de cada princípio, para que não reste dúvida acerca do
conteúdo dos mesmos.

PRINCÍPIO DA SOLUÇÃO CONSENSUAL DOS CONFLITOS

A intenção de incluir o princípio da solução consensual dos conflitos no NCPC, é fazer com o
judiciário não exclua qualquer análise de ameaça ou lesão a um direito, conforme prevê o art. 3º
do NCPC.

Ou seja, conforme legislação existente, o judiciário poderá utilizar como meio de solução de
consensual de conflito a arbitragem, a mediação ou qualquer outro que consensual. Caberá aos
juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do
processo judicial, estimular a utilização de qualquer desses meios.

Com o que dito até agora, podemos verificar que o NCPC (art. 3º NCPC), além destacar o
princípio da solução consensual dos conflitos, também consagra o princípio de promoção, pelo
Estado, uma vez que o mesmo, sempre buscará, quando possível, a solução por
autocomposição.

IMPORTANTE: Faz-se necessário mencionar que todo o NCPC é estruturado no


sentido de estimular a autocomposição, de possibilitar às partes a resolução do
conflito de forma consensual.

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NÃO ESQUECER: TODA forma de solução judicial de conflitos previstos no NCPC, coexistirá
com outros meios de solução de conflitos extrajudiciais, que serão vinculados aos órgãos
institucionais, como por exemplo a arbitragem (Lei 9.307/96), que é realizada por profissionais
independentes.

ATENÇÃO: como forma de incentivar a utilização de meios consensuais de solução


de conflito, estabelece o art. 319 do NCPC que o interessado deverá constar em sua
inicial, o interesse ou não de realizar audiência de conciliação.

O NCPC também permite a exclusão do pagamento das custas processuais no caso de


autocomposição antes da sentença (art. 90, § 3º, do NCPC).l

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO

Conforme prevê o art. 4º do NCPC, o princípio da primazia da decisão de mérito, prevê que as
partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade
satisfativa.

Podemos afirmar que este princípio decorre diretamente do Princípio da Instrumentalidade das
Normas.

O princípio da primazia da decisão de mérito tem como objetivo superar os obstáculos à


resolução do mérito e solucionar a disputa, exceto quando se tratar de vício insanável.

Para a efetivação do princípio da primazia da decisão de mérito, alguns dispositivos ao longo do


Novo CPC possibilitam a remoção dos obstáculos ao julgamento do mérito:

1) Art. 139, IX, do NCPC: Este dispositivo cuida dos poderes do juiz, estabelecendo como um
dever do magistrado que este determine a correção dos vícios dos processos. Assim que
determina a correção dos defeitos processuais, o juiz prioriza a solução de mérito,
impedindo que o processo seja extinto sem resolução de mérito.

2) Art. 282, § 2º, do NCPC: Caso o juiz verifique a possibilidade de decidir o mérito a favor da
parte que se beneficiaria com a decretação de nulidade, não mandará repetir o ato, nem
suprir sua falta se não houver prejuízo à parte, resolvendo, então, o mérito.

3) Art. 317 do NCPC: Segundo este artigo, o juiz deve possibilitar à parte que corrija defeitos
sanáveis antes de proferir uma decisão sem resolução de mérito.

4) Art. 319, § 2º, do NCPC: Por força deste dispositivo, percebe-se que mesmo sem a
qualificação completa do réu, se ainda for possível citá-lo, o juiz não deve indeferir a lb
n,petição inicial e extinguir o processo sem resolução de mérito.

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5) Art. 321 do NCPC: O juiz deve indicar quais são os vícios presentes na petição inicial do
autor e determinar a sua emenda. Apenas se o autor não cumprir a diligência necessária
será indeferida a petição.

6) Art. 317 do NCPC: Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

7) Art. 338 do NCPC: O réu, ao alegar a sua ilegitimidade no processo, permite ao autor
substituir aquele que está no polo passivo da demanda pela parte legítima, sem a
necessidade de uma intervenção de terceiro.

8) Art. 352 do NCPC: No momento do saneamento do processo, mais que em qualquer outro,
o juiz deve determinar a correção de irregularidades e vícios que verificar, e concederá a
parte o prazo de 30 dias, para saneamento.

9) Art. 485, § 1º, do NCPC: Nas hipóteses de negligência das partes e abandono pelo autor, o
juiz deverá intimar a parte (e não seu advogado) pessoalmente para que possa suprir-lhe a
falta no prazo de 5 dias e evitar, portanto, a extinção do processo sem resolução do mérito.

10) Art. 485, § 7º, do NCPC:O presente dispositivo menciona que, oferecida a contestação, a
extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.

11) Art. 932, § Único, do NCPC: Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.

Podemos concluir, dessa forma, que o presente princípio tem como finalidade assegurar aos
interessados (autor e réu), uma prestação jurisdição efetiva e sem vícios, de modo que existam
decisões satisfativa que coloquem fim ao processo.

Os princípios da razoável duração do processo e da efetividade do processo também podem ser


percebidos na redação do art. 4º do NCPC, mesmo que de forma menos explícita.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL

O Art. 5º do NCPC, prevê claramente o princípio da boa fé processual, pois afirma que aquele
que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.

Podemos afirmar que o presente princípio estipula um dever legal de agir, sendo seu objetivo
coibir condutas abusivas ou ofensivos à justiça.

O princípio da boa fé é tão clara no NCPC, que prevê algumas sanções em caso de
descumprimento de tal princípio. Podemos elencar alguns exemplos de sanção:

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a) Ato contra a dignidade da justiça (art. 77, art. IV e VI do NCPC);


b) Multa atribuída por litigância de má-fé (de 1% a 10%, conforme o art. 81, caput, do NCPC.
c) Multa de 20% sobre o valor da causa;
d) Litigância de má-fé;

ATENÇÃO: o princípio da boa fé previsto no referido artigo, trata da boa fé objetiva e


não subjetiva. Ou seja, tal objetividade do princípio significa que a conduta do sujeito
processual tem que ser baseada na lealdade.

PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO

Conforme prevê o art. 6º do NCPC, todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

Quando se fala desse princípio, destaca-se a responsabilidade de vários agentes participantes da


referida lide, inclusive a do magistrado, pois as partes processuais, têm os mesmos deveres de
uma obrigação contratual (lealdade, boa -fé e informação).

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

O princípio do contraditório é um direito fundamental concedido às partes do processo, tanto é


que também está previsto na Carta Magna como direito inviolável a qualquer pessoa que ocupe o
polo de uma lide.

No NCPC, tal princípio tem sua previsão no art. 9º, e nele contém o seguinte texto:“Não se
proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”.

Não se pode esquecer ainda, o dispositivo acima mencionado não será aplicado nos seguintes
casos:

I - à tutela provisória de urgência;

II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;

III - à decisão prevista no art. 701 .

ATENÇÃO: Nas situações acima previstas, o contraditório ocorrerá após a decisão;

Isto posto, vemos que o princípio do contraditório assegura às partes, além da possibilidade de se
pronunciarem no processo, o direito de serem ouvidas e de ajudarem na formação do
convencimento do magistrado.

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Neste sentido, há regra específica prevista no art. 10 do NCPC determinando a impossibilidade


de o juiz decidir, mesmo que de ofício, sem a prévia manifestação das partes quanto à questão
apresentada no processo.

O juiz, para garantir o contraditório, pode flexibilizar o procedimento dilatando os prazos


processuais e alterando a ordem de produção dos meios de prova, conforme previsão expressa
do art. 139, VI, do NCPC. A dilatação do prazo, entretanto, não pode ser feita após o término
deste. O juiz tem que dilatar os prazos antes que comecem a correr, pois não pode superar a
preclusão ampliando o prazo.

Preclusão: é a perda do direito de praticar um ato processual que lhe era facultativo.

Preclusão Consumativa: É a perda da oportunidade de alegar toda a matéria.


Preclusão Temporal: Ocorre quando o ato é praticado fora do prazo (ato intempestivo).
Preclusão Lógica: Quando se pratica um ato incompatível com outro.

PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

Inicialmente, destaca-que este princípio antes de estar previsto no NCPC, encontra-se


assegurado no art. 93, IX, do CF/88.

Tal princípio tem como propósito a existência da essencialidade da fundamentação da sentença


proferida pelo juiz com o objetivo de proteger as partes envolvidas no processo.

Consequentemente, o princípio da motivação das decisões judiciais, conforme prevê o art. 11º do
NCPC, busca que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário sejam públicos, e todas
as decisões devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade.

ATENÇÃO: Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

Segundo o art. 11 do NCPC, assim como o art. 5º, LXI, da CF/88, todas as decisões judiciárias
devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Contudo, esta regra não é absoluta, pois o
legislador expressamente determinou, no art. 489, § 1º, do NCPC, as decisões que não podem
ser consideradas como “fundamentadas”. Assim, não será considerada fundamentada a decisão
que:

1) Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua


relação com a causa ou a questão decidida;
2) Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
3) Invocar motivos que se prestam a justificar qualquer outra decisão;
4) Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

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ATENÇÃO: há jurisprudência afirmando que, à luz do CPC de 1973, o órgão julgador


não precisaria confrontar todas as alegações feitas pelas partes, mas com o Novo
CPC será necessário o enfrentamento de todas as teses.

5) Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
6) Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO

Este princípio está com o princípio da primazia do mérito, já explicado nesta apostila, sendo que
ambos estão previsto no no art. 4º do NCPC (já previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88).

Tal princípio deve ser analisado juntamente com a regra do art. 12 do NCPC, a qual determina
aos juízes e aos tribunais que obedeçam, preferencialmente, à ordem cronológica dos
processos, ou seja, respeitando o dia de entrada dos processos na conclusão.

EXEMPLO: Se o processo entrou hoje para ser sentenciado, não poderá ser julgado antes do
processo que entrou ontem).

ORDEM CRONOLÓGICA DE JULGAMENTOS

A determinação de julgamento das causas em ordem cronológica é uma novidade do NCPC,


tendo como objetivo trazer maior previsibilidade e transparência ao processo.

Segundo esta regra prevista no art. 12 do NCPC, os juízes e os tribunais atenderão,


preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. A lista
de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta
pública em cartório e na rede mundial de computadores.

ATENÇÃO: A regra cronológica de prolação das decisões na ordem em que são


recebidas pelo Judiciário não será aplicada nos caso de (art. 12, § 2º, do NCPC):

1) Sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar


do pedido;
2) Julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos;

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3) Julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;


4) Decisões proferidas com base nos arts. 485 (sentenças terminativas) e 932 (ordem de
apreciação dos processos nos tribunais);
5) Julgamento de embargos de declaração;
6) Julgamento de agravo interno;
7) Preferências legais e das metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
8) Processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
9) Causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

A ordem de conclusão dos processos para a sentença deve ser divulgada pela serventia judicial e
atualizada diariamente em uma lista para consulta pública, criando para a sociedade e para a
advocacia uma previsão de quando o processo será julgado, dando mais força normativa ao
princípio da duração razoável do processo.

Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as
preferências legais.

Ocupará o primeiro lugar na lista prevista em lei, o processo que:

I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de
diligência ou de complementação da instrução;

II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II .

Isto posto, verifica-se que existe toda uma ordem cronológica para não possuir vícios, passíveis
de serem reclamados.

3. INTERVENÇÕES DE TERCEIRO
A intervenção de terceiros é um fenômeno processual no qual um terceiro ingressa no processo
já pendente entre as partes, para defender interesses jurídicos próprios, auxiliar uma das partes
ou colaborar com o referido órgão jurisdição.

Isto posto, o NCPC estabelece algumas intervenções de terceiro. Vejamos:

a) Assistência (arts. 119 a 124 do NCPC): Nesta modalidade de intervenção, o terceiro


ingressa no processo para colaborar com uma das partes, podendo ser uma assistência
simples (atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido) ou assistência litisconsorcial
(atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos
mesmos ônus processuais que o assistir.). O pedido de assistência será formulado pelo
assistente, e poderá ser impugnado por qualquer uma das partes. Faz-se necessário
mencionar que, o assistente irá receber o processo no estado em que se encontra,
podendo intervir em qualquer situação/ato.

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ATENÇÃO: Quando se tratar da assistência simples, sendo revel ou, de qualquer


outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto
processual. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a
ação ou transija sobre direitos controvertidos.

b) Denunciação da Lide (arts. 125 a 129, NCPC): Conforme legislação, a denunciação da


lide, poderá ocorrer quando por iniciativa de uma das partes. Um terceiro ingressa no
processo para responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante seja
vencido no processo. Ou seja, as hipóteses de cabimento de denunciação da lide, serão: I-
ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam, e, II -
àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo. Nesta intervenção de terceiro, o direito
regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida,
deixar de ser promovida ou não for permitida. Admite-se uma única denunciação
sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial
ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover
nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação
autônoma. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial,
procedendo-se em seguida à citação do réu. Se o denunciante for vencido na ação
principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Se o denunciante for
vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do
denunciado.

c) Chamamento ao Processo (arts. 130 a 132, NCPC): é facultado ao réu (e somente a ele)
chamar a integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los
também responsáveis pelo resultado do feito, ou seja, caberá a presente interdição
quando: I- do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II- dos demais fiadores, na ação
proposta contra um ou alguns deles. III - dos demais devedores solidários, quando o credor
exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.

ATENÇÃO: A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu


que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal,
ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar.

d) Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (art. 133 a 137 do NCPC): busca


responsabilizar tanto o sócio por obrigações estabelecidas em nome da sociedade, quanto
a pessoa jurídica pelos negócios firmados pelo sócio em prol da sociedade. Trata-se de
uma nova espécie de intervenção de terceiros trazida pelo NCPC. O incidente de
desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. O pedido de desconsideração

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da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. O incidente de


desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. A
instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as
anotações devidas. Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio
ou a pessoa jurídica. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Acolhido o
pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.

e) Amicus Curiae (art. 138 do NCPC): O juiz ou o relator, considerando a relevância da


matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de
quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou
jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de
15 (quinze) dias de sua intimação. Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou
admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. O amicus curiae pode recorrer
da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

A oposição (arts. 682 a 686, do NCPC) passa a ser um procedimento especial e a figura da
nomeação à autoria desaparece e seu objeto é tratado como preliminar de contestação (art. 339
do NCPC).

4. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA
A desconsideração da personalidade jurídica atualmente é tratada pelo NCPC como uma
intervenção de terceiro, busca a responsabilização pessoal dos sócios por obrigações contraídas
em nome da sociedade e também a responsabilidade da pessoa jurídica por negócios realizados
pelo sócio, individualmente, mas em prol de interesses da sociedade.

No Novo CPC/2015 (arts. 133 a 137), este procedimento passa a ser instaurado em incidente no
qual deve-se apurar, em contraditório prévio, a ocorrência ou não das seguintes situações
autorizadas pela lei.

● Quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,


infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social (art. 28, caput,
do CDC);

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● Quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa


jurídica provocados por má administração (art. 28, in fine, do CDC);
● Sempre que a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores (art. 28, § 5º, do CDC);
● Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou
pela confusão patrimonial (art. 50 do CC).

Com o intuito de se evitar risco de dano aos interesses do credor, o art. 137 do NCPC ainda
determina a ineficácia da alienação ou oneração dos bens (havida em fraude de execução), em
relação ao requerente, se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for acolhido.

ATENÇÃO: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado


a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

IMPORTANTE: é plenamente possível que haja a aplicação destas regras na


desconsideração inversa da personalidade jurídica.

O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no


cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações


devidas.

Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for


requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

A instauração do incidente suspenderá o processo.

Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de


execução, será ineficaz em relação ao requerente.

5. AMICUS CURIAE
Com mencionado anteriormente, a presente interdição de terceiro está previsto no art. 138 do
NCPC.

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Nessa intervenção de terceiro, o juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se,
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

A intervenção de que trata o caput do artigo mencionado não implica alteração de competência


nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração ou
da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas..

Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes
do amicus curiae.

O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas


repetitivas.
A intervenção do amicus curiae (“amigo da Corte’”) assemelha-se à atuação do assistente, mas
com menos poderes, e sua participação pode ser voluntária, provocada por solicitação do juiz (de
ofício) ou atendendo ao requerimento de uma das partes. Cabe ressaltar que o amicus curiae visa
auxiliar o magistrado na busca pela verdade e melhor interpretação da lei, não sendo seu objetivo
auxiliar o autor ou o réu a lograr êxito na demanda.

Requisitos da intervenção do amicus curiae

● Relevância da matéria: se o tema da demanda comportar interesse difuso, coletivo ou até


individual homogêneo, provavelmente a figura do amicus curiae será invocada (ou até
solicitada por iniciativa própria da coletividade ou grupo que tem interesse na solução do
conflito).

● Especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia: se


a demanda envolver tema específico fora do conhecimento comum, é aconselhável a
intervenção do amicus curiae.

● Representatividade adequada: pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,


com representatividade adequada e conhecimento acerca da matéria discutida para que
possa contribuir com o deslinde da causa.

A falta de intimação ou o indeferimento do ingresso do amicus curiae não gera nulidade e ele não
se sujeita à suspeição ou impedimento.

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6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL
A flexibilidade procedimental é algo previsto em nossa legislação (art. 139, VI, do NCPC), e
trata-se da autorização para que o juiz, ao dirigir o processo, possa: dilatar os prazos processuais
e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;

Dessa forma, vemos que o NCPC conferiu ao juiz dois novos poderes dentro do processo: um de
aumentar os prazos processuais e outro de alterar a ordem de produção de provas, os quais
terão bastante impacto na relação processual,que passa a ser explicada a seguir.

DILAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

O art. 4º do NCPC é claro ao prever que as partes têm o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Isto posto, a dilação de prazo também
faz com que, a parte tenha prazo razoável para solucionar o problema, quando a demanda for
muito complexa.

Com relação ao aumento dos prazos processuais, o juiz pode, de ofício ou provocado pela parte,
alterar o prazo de contestação, alterar o prazo de apelação, etc.

No caso de uma petição complexa, o juiz poderia ampliar o prazo de contestação de 15 para 2
meses, a fim de não prejudicar a defesa do réu e garantir a isonomia. O juiz também poderia
modificar o prazo de interposição do recurso de apelação para que as partes se manifestassem
em 40 dias, por exemplo. Este poder do magistrado busca assegurar a isonomia na relação
processual.

ALTERAÇÃO DA ORDEM DE PRODUÇÃO DAS PROVAS

Atualmente, o NCPC prevê em seu art. 139, VI, que poderá a parte solicitar junto ao magistrado,
por exemplo, que realize primeiramente a produção da prova testemunhal em virtude das demais
provas, ou até mesmo, abra mão de prova pericial.

CONDIÇÕES DA AÇÃO

Com o surgimento do NCPC, houve também mudanças no que se trata as condições da ação.
Utilizando isso como base, verificamos que o art. 17 do Novo CPC de 2015, exige para que seja
ação legítima:

1) Legitimidade das partes e


2) Interesse de agir.

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PRAZOS DA FAZENDA PÚBLICA

Conforme a legislação atual, a Fazenda Pública não possui mais prazo em quádruplo para
contestar, conforme normas anteriores. Isto posto, o NCPC, em seu art. 183 do NCPC, prevê que
a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações
terão prazo em dobro para manifestar-se, seja para apresentar defesa, seja para recorrer, seja
para realizar qualquer manifestação nos autos.

1.1. Negócio Jurídico Processual

Além disso, o princípio da autonomia da vontade e o da autocomposição, permitiu que as parte


litigantes realizassem o Negócio Jurídico Processual durante a lide.

Sobre tal possibilidade, o diploma processual civil (vide art. 190 afirma) afirma que: “Versando o
processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar
sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo”.

ATENÇÃO: De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções


previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou
de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em
manifesta situação de vulnerabilidade.

Com o intuito de se obter o benefício da efetividade no processo, o Novo CPC trouxe uma
cláusula geral de “negócio jurídico processual”. Trata-se de verdadeira adaptação das regras
legais às circunstâncias do caso concreto.

O art. 190 do NCPC expressamente consagra o negócio jurídico processual ao estabelecer a


possibilidade de as partes ajustarem o procedimento quando o processo versar sobre direitos que
admitam a autocomposição.

Isto posto, de comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos
processuais, quando for o caso.

Além do mais, o calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.

ATENÇÃO: Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a


realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no cale

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IMPORTANTE: Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.

O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando
acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela
autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado.

7. REQUISITOS GERAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL


Por serem manifestação de vontade das partes, os negócios jurídicos processuais também se
submetem às regras de existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos do CC/02. Assim, é
necessário para o negócio jurídico processual:

a) Capacidade das partes: devem ser maiores de 18 anos ou, se forem relativamente ou
absolutamente incapazes, assistidas ou representadas. Não se exige a presença do
advogado, apenas nos negócios jurídicos pós-processuais que exigem capacidade
postulatória (art. 76 do NCPC).
b) Idoneidade do objeto: não pode ser ilícito o objeto.
c) Legitimidade: existência de relação jurídica material entre as partes.
d) Consentimento: deve estar livre de vícios de consentimento (não pode haver coação,, erro,
dolo, estado de perigo ou lesão).
e) Objeto: não pode ser impossível ou indeterminável.
f) Forma: se houver uma forma específica determinada pela lei, esta deve ser observada
(exemplo: o contrato de constituição de renda requer escritura pública, conforme o art. 807
do CC/02).

NULIDADES NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS

As nulidades (absolutas) nos negócios jurídicos processuais e anulabilidades (nulidades relativas)


serão arguidas conforme a orientação do Direito Material (CC/02):

● Nulidade Absoluta dos Negócios Jurídicos Processuais: podem ser pronunciadas de ofício
pelo magistrado a qualquer tempo (art. 168 do CC/02) ou a parte pode ajuizar ação para
que seja declarada a nulidade, ou ainda alegar o vício em processo pendente.

● Nulidade Relativa dos Negócios Jurídicos Processuais: o juiz conhecerá da nulidade


relativa se esta for arguida pela parte interessada (art. 177 do CC/02), seja por meio de
ação anulatória específica, incidente ao processo ou no momento de apresentação das
questões preliminares ao julgamento do mérito.

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ATENÇÃO: Tratando-se de inclusão abusiva de negócio processual em contrato de


adesão, o juiz pode conhecer do vício de ofício (art. 190, parágrafo único, do NCPC).

8. TEMPESTIVIDADE DO ATO PROCESSUAL PRATICADO ANTES


DO PRAZO

Segundo estabelece o art. 218 do NCPC, os atos processuais serão realizados nos prazos
prescritos em lei. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à
complexidade do ato.

Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento
após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.

Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a
prática de ato processual a cargo da parte.

IMPORTANTE: Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

Anteriormente a propositura do NCPC, a jurisprudência consolidada posicionou-se no sentido de


considerar intempestivo prematuramente o ato praticado anteriormente à contagem do prazo
processual.

CUIDADO: A Súmula 418 do STJ, no mesmo sentido da jurisprudência anteriormente


consolidada, considera inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão
recorrido.

CONTAGEM DO PRAZO PROCESSUAL

Para realizar a contagem corretamente dos prazos é necessário observar o que prevê o Art. 219
do NCPC, pois o mesmo estabelece que a contagem de prazo ocorrerá em dias, conforme a lei
ou determinação do juiz, e serão computados somente os dias úteis.

Isto posto, podemos verificar que no Novo CPC/2015, os prazos processuais (judiciais e legais)
serão estabelecidos em dias passam a ser contados somente em dias úteis (excluem-se os
sábados, domingos e feriados locais e nacionais).

A contagem do prazo continua excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento (art. 224,
caput, do NCPC).

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Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte,
se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da
hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.

Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da


informação no Diário da Justiça eletrônico. Ou seja, a contagem do prazo terá início no primeiro
dia útil que seguir ao da publicação.

Exemplo: Um prazo de 5 dias começa na quarta-feira. A contagem inicia na quinta-feira (o dia do


início é excluído na contagem) e o prazo vencerá na quarta-feira da semana seguinte, se não
houver feriado.

ATENÇÃO: Os prazos materiais (decadenciais e prescricionais) NÃO estão sujeitos à


contagem em dias úteis.

A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça
de maneira expressa.

RECESSO JUDICIAL

O NCPC, em seu art. 220, estabelece que haverá suspensão dos prazos processuais entre os
dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, consagrando período de descanso para os referidos
procuradores.

Todavia, isso não quer dizer que a Justiça entrará totalmente em recesso, uma vez que, os juízes,
os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares
da Justiça exercerão suas atribuições durante o período em lei.

Ou seja, durante a suspensão do prazo, apenas não se realizarão audiências nem sessões de
julgamento, sendo nesse período ainda podem ser proferidas decisões monocráticas.

Trata-se de uma suspensão automática dos prazos, cuja violação gera invalidade do ato
processual praticado entre estes dias específicos.

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9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Primeiramente, é necessário mencionar que os todos os advogados fazem jus aos honorários
advocatícios, podendo ser eles contratuais ou sucumbenciais, não sendo impedido a cumulação
dos dois.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM DIFERENTES FASES DO PROCESSO

O art. 85, § 1º, do NCPC, estabelece que o pagamento de honorários advocatícios


sucumbenciais, poderão ocorrer na reconvenção, no cumprimento de sentença, na execução,
e nos recursos interpostos, de modo cumulativo àqueles arbitrados em sentença, portanto,
quanto maior o número de recursos e medidas intentados no curso do processo, maior será o
valor dos honorários pelo vencido ao advogado da parte vencedora.

ATENÇÃO: Os honorários de sucumbência, portanto, não serão fixados apenas na 1ª


instância.

PERCENTUAL DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Outra novidade trazida pelo NCPC (art. 85, § 2º) diz respeito ao percentual de fixação dos
honorários advocatícios. Os honorários de sucumbência não serão mais fixados de acordo com a
discricionariedade do juiz.

Os valores serão calculados:

● Entre o mínimo de 10% e o máximo de 20%:


o do valor da condenação;
o do proveito econômico ou do valor atualizado da causa (se não for possível
mensurar o proveito econômico).

Então, se não for uma sentença condenatória, o juiz fixará o percentual sobre o valor do proveito
econômico da ação; se não for possível extrair da ação proveito econômico, o juiz vai fixar o
percentual de 10 a 20 % de honorários sobre o valor da causa. Com isso não há mais
possibilidade de o juiz fixar os honorários de sucumbência em patamares irrisórios.

ATENÇÃO: nas causas em que a Fazenda Pública for parte, os honorários


advocatícios observarão os seguintes percentuais, mesmo nos casos de
improcedência ou de sentença sem resolução do mérito:

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● Mínimo de 10% e máximo de 20% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico


obtido até 200 salários-mínimos;
● Mínimo de 8% e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 200 salários-mínimos até 2.000 salários-mínimos;
● Mínimo de 5% e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 2.000 salários-mínimos até 20.000 salários-mínimos;
● Mínimo de 3% e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 20.000 salários-mínimos até 100.000 salários-mínimos;
● Mínimo de 1% e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 100.000 salários-mínimos.

RECONHECIMENTO DA NATUREZA ALIMENTAR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O art. 85, § 14, do NCPC, determina expressamente o caráter alimentar dos honorários
advocatícios, tendo os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo
vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.

É importante mencionar que a Súmula Vinculante nº 47, também confirma a natureza alimentar
dos honorários do advogado.

VEDAÇÃO À COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O § 14 do art. 85 do NCPC é claro ao prever vedação à compensação em caso de


sucumbência parcial, uma vez que afirma, que: “Os honorários constituem direito do advogado e
têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do
trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.”

Isto posto, cabe ao magistrado fixar o valor dos honorários para cada advogado, conforme a
proporção das respectivas sucumbências.

ATENÇÃO: Com o NCPC, os advogados de ambas as partes recebem honorários de


sucumbência proporcionalmente.

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA PARA OS ADVOGADOS PÚBLICOS

O art. 85 do NCPC, trata especificamente dos honorários sucumbenciais do advogado, prevendo


que na prolatação de sentença, haverá a condenação do vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor.

Segundo o mesmo dispositivo, são devidos honorários advocatícios na reconvenção, no


cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos
interpostos, cumulativamente.

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Além disso, o art. 85, § 2º do NCPC determina que os honorários serão fixados entre o mínimo de
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, estabelecendo um critério
de fixação.

ATENÇÃO: Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a


Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido
impugnada.

Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem deu causa ao processo.

Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios incidirão a partir da
data do trânsito em julgado da decisão. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar
em causa própria.

Fazem jus aos honorários sucumbenciais, tantos os advogados particulares, como os advogados
públicos, conforme menciona o art. 85, § 19 do NCPC.

ATENÇÃO: Vale lembrar que nada impede que o advogado cumule os honorários
contratuais com os honorários sucumbenciais.

INTIMAÇÃO DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS OU DO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

Conforme prevê o art. 272 do NCPC, as intimações serão realizadas por meio eletrônico, e
quando não realizadas por esse meio, serão feitas as intimações pela publicação dos atos no
órgão oficial.

Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da
sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do
Brasil.

10. PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais eletrônicos já vinha sendo utilizado pelo judiciário brasileiro, antes mesmo da
publicação do NCPC.

Logo, não havia motivos para que o NCPC não regulasse tal prática. Dessa forma, no art. 193 do
NCPC, dispõe que “Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a

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permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na
forma da lei”.

IMPORTANTE: O que está previsto no referido dispositivo, será aplicado, no que


couber, aos atos notariais e de registro praticados pelos cartórios.

Devemos lembrar que os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos,
o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões
de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma
computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações
que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções (vide art. 194 do NCPC)..

Por fim, a legislação afirma que o registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em
padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não
repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade,
observada a infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei (vide
art. 196 do NCPC).

As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição dos interessados,


equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e
aos documentos dele constantes.

Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem
disponibilizados os equipamentos disponíveis no local.

As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com deficiência acessibilidade aos seus
sítios na rede mundial de computadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à
comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica.

AUTOS ELETRÔNICOS

Conforme prevê o art. 209, § 1º, do CPC/2015, quando se tratar de processo total ou
parcialmente documentado em autos eletrônicos, os atos processuais praticados na presença do
juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico
inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e
pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

ATENÇÃO: Eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente


no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de
plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.

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ACESSO AO SISTEMA ELETRÔNICO

Em regra, os processos poderão ser acessados por qualquer pessoa, a que tenha interesse,
salvo os casos em que houve segredo de justiça.

Por esse motivo, o art. 198 do NCPC prevê que as unidades do Poder Judiciário deverão manter
gratuitamente, à disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de atos
processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes.

IMPORTANTE: Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde
não estiverem disponibilizados os equipamentos previstos no parágrafo acima.

COMUNICAÇÕES POR MEIO ELETRÔNICO

Sobre as comunicações por meio eletrônico, o NCPC em seu art. 205, § 3º, prevê que os
despachos, decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos
continuarão a ser publicados por meio do DJe, o Diário de Justiça Eletrônico.

Além disso, faz-se necessário mencionar que qualquer movimentação no processo será dado por
intimação. Ou seja, segundo estabelece o art. 269 do NCPC, a Intimação é o ato pelo qual se dá
ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.

ATENÇÃO: É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra


parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e
do aviso de recebimento.

As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. Tal medida
também será aplicado ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública.

Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação
dos atos no órgão oficial.

Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da
sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do
Brasil.

Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de
seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou,
se assim requerido, da sociedade de advogados.

Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam
feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.

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A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba
praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido.

Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso prévio aos autos,
a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da
intimação da decisão que a reconheça.

CADASTRO NOS SISTEMAS PROCESSUAIS ELETRÔNICOS

O NCPC em seu art. 246, § 1º, afirma que com exceção das microempresas e das empresas de
pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas
de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais
serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

11. COMPETÊNCIA

Competência é a medida da jurisdição, ou seja, é a delimitação do exercício da função


jurisdicional. As regras de competência servem para uma melhor administração da Justiça e
especialização da jurisdição.

A fixação de competência trata-se de requisito processual de validade do feito, não de existência,


pois o declínio da competência para o órgão jurisdicional adequado não implica na perda de todos
os atos processuais já praticados.

Para melhor explicar as regras de competência, é necessário observar o que prevê o NCPC, pois
os dispositivos ali descritos trazem as regras como devem ser fixada e classificada a referida
competência da jurisdição.

Primeiramente, é necessário mencionar que a competência pode ser classificada em ABSOLUTA


e RELATIVA, e ambas devem ser arguidas em preliminares de contestação.

A incompetência absoluta poder ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício. O juiz, após manifestação da parte contrária, decidirá imediatamente a
alegação de incompetência.

Caso a alegação de incompetência seja, acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
Todavia, o Art. 64, § 4º, do NCPC, por sua vez, estabelece a conservação dos efeitos das
decisões proferidas no juízo incompetente até que se manifeste o juízo competente, se for o
caso.
Já a competência relativa é fixada levando em conta o interesse privado, uma vez que ela é
fixada de acordo com o valor da causa ou em razão da territorialidade. A presente incompetência
apenas poderá requerida pelo réu no prazo de sua resposta.

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Segundo estabelece o art. 65 do NCPC, prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não


alegar a incompetência em preliminar de contestação.Prorrogar-se-á a competência relativa se o
réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação..

ATENÇÃO: A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.

CRITÉRIOS DE DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Estes critérios são tratados como condicionantes que levam à fixação do órgão que julgará a
causa:

● Valor da causa: toda causa tem indicativo de valor, servindo para a fixação da
competência dos JECs (até 40 salários mínimos, no JEC Estadual; e até 60 salários
mínimos nos Juizados Federais), por exemplo. O valor da causa também serve para fins
de despacho, para pagamento de custas judiciais, para fixar honorários de sucumbência
em algumas hipóteses. O Novo CPC, em seu art. 318, não trata mais o rito sumário (foram
unificados o procedimento ordinário e o sumário), como o código anterior extinto, não
servindo o valor da causa como critério de identificação de rito processual, só para os
juizados.

● Matéria: é a natureza da causa envolvida. Por exemplo, uma ação envolvendo


nacionalidade será julgada pela Justiça Federal (art. 109, X, da CF/88). Nas causas
envolvendo pedidos de FGTS e reconhecimento de vínculo empregatício, será
competente a Justiça do Trabalho.

● Pessoa: diz respeito à qualidade da parte. Deve-se analisar quem é o autor ou o réu para
fixação do órgão jurisdicional competente. Exemplo são as causas em que a União é
parte, as quais devem ser julgadas pela Justiça Federal (art. 109, I, CF). No Novo CPC,
diferentemente do CPC/73, o art. 45 dispõe sobre a possibilidade de um terceiro (pessoa
física ou jurídica) deslocar o feito para julgamento em outro órgão.

ATENÇÃO: Quando há intervenção do amicus curiae (“amigo da Corte”), como uma


ONG ou uma pessoa física que vem ao juízo para auxiliar o juiz a tomar uma decisão
(é amigo da “corte” e não da parte), NÃO HÁ DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA
(art. 138, § 1º, NCPC). O amicus curiae não é um terceiro juridicamente interessado
na causa, ele atua apenas para a formação do convencimento do julgador.

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Art. 138, § 1º, do NCPC


Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda
manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão
ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15
(quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência
nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos
de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção,
definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

● Territorial: A competência territorial está relacionada ao aspecto geográfico, então,


busca-se fixar o foro (comarca, no âmbito estadual; ou seção judiciária no âmbito federal)
para julgar o feito.

De forma geral, mantiveram-se as regras previstas no CPC/73 (regra específica para causas
envolvendo imóveis, por exemplo), mas há algumas novidades, como no caso do art. 100, I, do
CPC/73, que foi alterado pelo art. 53 do NCPC.

Nas ações de separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de


união estável, o CPC/2015 estabelece nova regra, não sendo mais competente o foro do
domicílio da mulher, mas:

● Do guardião do filho incapaz;


● Do último domicílio do casal,
● Do domicílio do réu (se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal), ou ainda
do domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos. Essa
nova regra vai ao encontro do disposto na Súmula 383 do STJ.

Súmula 383 do STJ


A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

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A regra do art. 53, I, “a”, do NCPC, na ótica da guarda compartilhada (Lei 11.698/2008 e Lei
13.058/2014), não tem muita aplicabilidade, pois há dois guardiões. Ainda que não se aplique o
disposto na alínea “a” do mencionado artigo, ainda é possível utilizar a regra das alíneas “b” e “c”.

● Regra vantajosa ao idoso: o art. 53, alínea “e”, do NCPC, estabelece a competência do
foro de residência do idoso para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso).

O art. 53, inciso V, NCPC, incluiu em sua redação o foro para reparação dos danos nos
acidentes envolvendo aeronaves (além de veículos, já previsto anteriormente), possibilitando a
escolha entre o domicílio do autor, do local do fato ou, ainda, do domicílio do réu (art. 46 do
NCPC e art. 94 do CPC/73).

No caso da Súmula 540 do STJ, aplica-se o disposto nos arts. 53, V, e 46 do NCPC.

Súmula 540 do STJ


Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os foros do
seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu.

FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

O NCPC, estabelece que tanto a incompetência absoluta quanto a relativa devem ser arguidas
em via preliminar de contestação, conforme menciona os art. 64 e 337, II do NCPC.

A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício.No Novo CPC, a incompetência relativa será trazida dentro do corpo da
contestação, como já admitia a jurisprudência.

Incompetência Absoluta:

✓ É matéria de Ordem Pública.


✓ Pode ser alegada a qualquer tempo até na Ação Rescisória.
✓ Não está sujeita à preclusão.

Incompetência Relativa:

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✓ Deve ser alegada em preliminar de contestação.


✓ Deve ser arguida no 1º momento.
✓ Depois de fixado o juízo, não pode mais ser modificada.

Súmula 33 STJ* - 24/10/1991 - DJ 29.10.1991


A Incompetência Relativa não pode ser Declarada de Ofício.

PRAZO PARA ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

O art. 65 do CPC/2015 determina que a incompetência relativa seja alegada em contestação,


podendo haver prorrogação do prazo de alegação de competência, caso o réu não traga a
incompetência em sede de preliminar.

A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.determina que tanto a incompetência absoluta quanto a relativa serão alegadas em
preliminar de contestação – ou, se o demandado se manifestar anteriormente no processo, na
respectiva ocasião, sob pena de preclusão.

Já a incompetência absoluta deverá arguida em preliminar de contestação.

12. IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES

As arguições de impedimento ou de suspeição não serão feitas por “petição específica” (art.
146, caput, do NCPC), em até 15 dias, se o vício não for declarado de ofício pelo juiz.

● Petição específica: Endereçada ao juiz da causa contendo apenas a alegação do


impedimento ou da suspeição, sem tratar de outras questões.
● Prazo: Entende-se que o prazo de 15 dias é preclusivo no caso de suspeição, mas não no
caso de impedimento, pois este pode ser alegado a qualquer momento e grau de
jurisdição.
● Efeitos: o oferecimento da petição específica suspende o processo até a deliberação do
relator no Tribunal.

Caso o magistrado reconheça a suspeição ou impedimento, ordenará a remessa dos autos ao


seu substituto legal. Se o juiz não reconhecer o vício, a petição específica deverá ser autuada em
apartado, provocando um incidente processual que será distribuído a um relator no Tribunal, após
o juiz apresentar suas razões acompanhadas de documentos e rol de testemunhas no prazo de
15 dias (art. 146, § 1º, do NCPC).

OBSERVAÇÃO:

Se provar de plano que o juiz não pode julgar a causa: é caso de suspeição.

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Ex: O réu é Inimigo Capital do Juiz - tem como provar?


Não (caso de Suspeição).

Se demandar dilação probatória: é caso de impedimento.


Ex: O juiz é marido da autora – tem como provar?
Sim, com a Certidão de casamento.

Procedente o incidente de impedimento ou de suspeição, o juiz será condenado nas custas e o


tribunal ordenará a remessa dos autos ao substituto legal. Ao tribunal compete, ainda, fixar o
momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado e decretar a nulidade dos atos praticados.

O pronunciamento formal acerca da suspeição ou do impedimento admite recurso de agravo


interno, se o julgado foi monocrático (art. 1.021, caput, do NCPC); ou recurso especial e/ou
extraordinário, no caso de julgamento colegiado.

HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO

O magistrado, quando assumir qualquer causa, tem o dever de garantir de oferecer


imparcialidade as partes do processo. O art 144 do NCPC, em seu teor traz as hipóteses em que
o juiz está impedido de atuar no processo. Vejamos:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do
Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no


processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive,
mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

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ATENÇÃO: É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

IMPORTANTE: Quando a procuração for conferida a membro de escritório de


advocacia que tenha em seus quadros advogado que seja seu cônjuge ou
companheiro ou parente até o terceiro grau, mesmo que não intervenha
diretamente no processo e que o nome de seu parente não conste da procuração
(art. 144, § 3.º).

HIPÓTESES DE SUSPEIÇÃO

Segundo informa o art. 145 do NCPC,.haverá suspeição do magistrado quando:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado
o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar
meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou
de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

13. EXTINÇÃO DO PROCESSO CAUTELAR E UNIFICAÇÃO DO


REGIME DAS TUTELAS PROVISÓRIAS

Com o surgimento do NCPC, o processo cautelar regulamentado pelo código anterior fora extinto.

Sendo assim, quando houver necessidade de uma tutela antecipada ou uma tutela cautelar, a
mesma poderá ser requerida no processo de conhecimento pelo interessado.

Segundo estabelece o art. 294 do NCPC, a expressão “Tutela Provisória” trata do gênero
utilizado para toda e qualquer tutela obtida antes da sentença, assim, a tutela antecipada ou a
tutela cautelar são espécies de tutela provisória.

ATENÇÃO: A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser


concedida em caráter antecedente ou incidental.

IMPORTANTE: A Tutela Provisória requerida em caráter incidental independe do


pagamento de custas. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

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Diante do novo regime das tutelas provisórias cabe destacar que, a partir do NCPC, as tutelas
serão classificadas de duas maneiras:

1) Quanto ao objeto:

● Tutela antecipada: é concedida antes do momento definitivo e coincide com o


pedido principal (protege o direito material).
● Tutela cautelar: é uma tutela jurisdicional instrumental que visa apenas garantir o
resultado útil do processo, mas não corresponde ao pedido principal (protege a
atividade jurisdicional).

2) Quanto aos pressupostos:

● Tutela de urgência: é aquela concedida com base no fumus boni iuris (probabilidade
do direito) e periculum in mora (perigo capaz de comprometer a efetividade da tutela
definitiva);
● Tutela de evidência: é a tutela concedida com base apenas no fumus boni iuris,
qualificado por uma situação descrita ou prevista pelo legislador.

TUTELA DE URGÊNCIA

Conforme estabelece o art. 300 do NCPC, a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. Além disso, a
respectiva tutela terá natureza antecipada e não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.

Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a
efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

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II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários


para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

ATENÇÃO: A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.

TUTELA DE EVIDÊNCIA

O Novo CPC estabelece a chamada “Tutela de Evidência”, e informa (vide art. 311 do NCPC),
que a mesma será concedida independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo. Ou seja, trata-se de uma tutela concedida antes da sentença,
sem o periculum in mora (risco de dano irreparável ou de difícil reparação).

Os casos em que cabe a tutela de evidência, independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo, estão previstos no art. 311 do NCPC:

1) Quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte (art. 311, I, do NCPC);
2) Quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (art. 311,
II, do NCPC);
3) Quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa (art. 311, III, do NCPC);
4) Quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável (art. 311, IV, do NCPC).

Obrigação reipersecutória diz respeito ao credor que pode demandar coisa que lhe
pertença ou que lhe é devida, mas está na posse de outra pessoa, como no caso do
bem penhorado que foi alienado.

Sempre que o pedido de tutela provisória estiver fundamentado em julgamento de


casos repetitivos (julgamentos que fixam teses jurídicas) ou em súmula vinculante, o juiz, sem a
presença do periculum in mora, a tutela de evidência será antecipada.

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