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APOSTILA

Direito Empresarial | 2ª ed.

SUMÁRIO
1. ATIVIDADE EMPRESARIAL 4

2. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 4

3. TIPOS DE SOCIEDADES 5

4. NOME EMPRESARIAL 7

5. ESTABELECIMENTO 8

6. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) 9

7. SOCIEDADES EM ESPÉCIE 10
a) Sociedade Simples 10
b) Sociedade Limitada 14
c) Sociedade Anônima 18
d) Sociedade em Conta de Participação 25
8. FALÊNCIA 26
a) Legitimidade Processual 26
b) Juízo Competente 28
c) Órgãos 28
d) Credores 29
e) Defesa do Requerido na Falência 30
f) Sentença 31
● Sentença Declaratória de Falência 32
g)​ ​Ação Revocatória 34
h)​ ​Procedimento da Falência 34
9. RECUPERAÇÃO JUDICIAL 35

10. TÍTULOS DE CRÉDITO 39


a) Princípios Cambiários 39
b) Títulos Executivos Extrajudiciais 40
c) Letra de Câmbio (Decreto 57.663/66) 40
d) Nota Promissória 41
e) Duplicata 42
f) Cheque 43
11. CONTRATOS MERCANTIS 45
a) Arrendamento Mercantil (Leasing) 45
12. PROPRIEDADE INDUSTRIAL 49

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a) Patente 49
b) Marca 50
13. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 51

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1. ATIVIDADE EMPRESARIAL
É uma atividade econômica (com objetivo de ganhar dinheiro).

É exercida com profissionalismo (habitualidade), é a continuação da atividade.

É uma atividade organizada (a gestão dos fatores de produção). Tem que se preocupar com a
gestão como um todo (caput do artigo 966 CC).

Atividade Não-Empresarial

É uma atividade econômica. Exemplo: Médico.


Profissionalismo ( habitualidade)
Pessoalidade ( é a sua relação pessoal)

A atividade empresarial pode ser exercida pelo empresário individual, pela Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada ou pelas Sociedades.

2. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Pessoa natural/física que organiza uma atividade empresarial.

Requisitos (art. 972 do CC/02):


Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Incapaz

Iniciar a atividade: ​não pode;


Emancipação:​ poderá exercer a atividade empresarial;
Continuar a atividade:​ sim.

O incapaz poderá continuar uma empresa antes exercida por seus pais, por autor de herança ou
por ele mesmo enquanto capaz (art. 974 do CC).

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Para que o incapaz possa continuar a empresa, é necessário que ele esteja:
● Assistido ou representado;
● Autorização judicial (art. 974, §1º, CC/02). Esta autorização é revogável, a qualquer tempo.

Não ter impedimento legal


● Juiz;
● Promotor;
● Delegado;
● Procurador;
● Servidor Público civil ou federal;
● Militares na ativa.

Não podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios de sociedade empresária, desde
que não exerçam a administração (poderão ser cotista ou acionista de sociedade empresária).

3. TIPOS DE SOCIEDADES
Sociedade não-personificada ou despersonificada: É aquela sociedade que não possui
personalidade jurídica.

Existem dois tipos de sociedades não-personificadas:


● A sociedade em comum.
● A sociedade em conta de participação.

Sociedade em comum Sociedade em conta de participação

Os atos constitutivos não foram levados a Não possuem personalidade jurídica


registro.

Não possuem personalidade jurídica Conta com 2 classes de sócios: sócio


ostensivo e sócio participante

Serão representadas em juízo, ativa e Sócio ostensivo: sócio que gere atividade e
passivamente, pela pessoa a quem couber os aporta capital. É o sócio administrador.
seus bens. Cumpre a ele, em seu nome individual,
praticar os negócios jurídicos pela sociedade.
Ficam ocultos, pois tem natureza secreta.

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Possui duas espécies: sociedade em comum Sócio participante: mero aportador de capital.
de fato e sociedade em comum irregular. É o sócio investidor.

Conta com o benefício de ordem Responsabilidade dos sócios: responderá,


frente a terceiros, exclusivamente, os sócios
ostensivos. Os sócios participantes
respondem exclusivamente frente aos sócios
ostensivos, nos termos do contrato social.

Responsabilidade dos sócios é ilimitada e


solidária

Sociedade personificada:​ É aquela que possui personalidade jurídica. Terá nome empresarial.

Quando uma sociedade adquire personalidade jurídica?


Art. 985, CC – O início da personalidade jurídica se dá com o registro. Entretanto nem todo o
registro gera personalidade jurídica.

Quanto ao objeto da sociedade, ela se classifica em (art. 982, CC):

● Sociedade empresária – é a sociedade que tem organização empresarial (fatores de


produção – mão-de-obra, tecnologia, etc) e que tem como atividade produção ou
circulação de bens ou serviços (art. 966, CC)
● Sociedade simples – é aquela que não tem organização empresarial ou exerce atividade
intelectual (art. 966, p.u, CC). Se a sociedade não é empresária, por exclusão ela será
sociedade simples.

SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESÁRIA

No mínimo duas pessoas No mínimo duas pessoas

Sócio pode contribuir com prestação de Veda a contribuir apenas com a prestação de
serviço serviço.
Todos os sócios devem contribuir com bens,
dinheiro ou crédito para a formação do capital.

Registro no Cartório de Registro Civil de Registro na Junta comercial


Pessoas Jurídicas ou na OAB (no caso de

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sociedade de advogados)

Não há falência e nem recuperação judicial. Tem direito à falência e nem recuperação
Apenas insolvência civil. judicial.

O encerramento da sociedade se dá com o processo dissolutório, que pode ser judicial ou


extrajudicial. O procedimento dissolutório possui três fases: fase da dissolução, fase da
liquidação, fase da partilha.

No momento que acontece a dissolução a personalidade não deixa de existir, a partir desse
instante parou de funcionar, mas a personalidade continua, até a liquidação ( liquida os credores
e se sobra algo divide entre os sócios), só após a liquidação que se dá baixa ao registro e
extingue a personalidade jurídica ( art. 51 CC)

4. NOME EMPRESARIAL
Conceito:​ é o elemento de identificação do empresário, da sociedade empresária ou da EIRELI.

Espécies de nome empresarial

Firma
● Firma individual:​ ​Aplicação:​ se dá apenas para o empresário individual;
Composição:​ nome civil do empresário, completo ou abreviado (art. 1.156, CC).
● Firma social (razão social): ​Aplicação: sociedade que possui sócio com responsabilidade
ilimitada. Exemplo: sociedade em nome coletivo. ​Composição: nome(s) do(s) sócio(s),
completo ou abreviado.

Denominação

Aplicação:​ sociedade que possui sócio com responsabilidade limitada. Exemplo: S/A.
Composição: termos, palavras, expressões e frases. Exemplo: Divina Gula Restaurante; Ki Fome
Lanchonete; Alvorada Transportadora;
O ramo de atividade é obrigatório!
Nome de sócio: é admitido, mas de forma excepcional! Cabível apenas em caso de homenagem
de sócio fundador que contribui com o sucesso da sociedade.

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Exceções (cabível firma ou denominação):


● Sociedade em comandita por ações;
● Sociedade limitada.

ATENÇÃO​: é obrigatório colocar a expressão “ltda” ao final do nome empresarial. A


ausência ou omissão da palavra “ltda” gera responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores (art. 1158, §3º do CC).

Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra
final "limitada" ou a sua abreviatura.
(...)
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos
administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.

EIRELI: mesma regra da sociedade limitada, pode adotar tanto firma quanto denominação. Deve
se adicionada a expressão “EIRELI” no fim do nome empresarial.

Ausência ou omissão do termo “EIRELI”: responsabilidade ilimitada do administrador da EIRELI


(art. 980-A, §6º do CC). ​§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no
que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.

● Pessoa natural - empresário individual


● Pessoa jurídica - sociedade empresário, EIRELI.

5. ESTABELECIMENTO
Conceito: é o complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário,
sociedade empresária ou EIRELI.

Conjunto de bens:

Bens materiais (corpóreos) - ​Móveis, maquinários, equipamentos, mercadoria, imóvel, veículos.


Bens imateriais (incorpóreos) -​ Ponto comercial, marca, patente.

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OBSERVAÇÃO:
● o imóvel não é estabelecimento, mas sim um elemento integrante do
estabelecimento.
● o estabelecimento é imprescindível para a realização da atividade empresarial.

6. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA


(EIRELI)
Criada pela Lei 12.441/11, que acrescentou o art. 980-A; art. 44,VI do CC.

Conceito:​ a EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado constituída por um único titular.

Para a EIRELI, devemos aplicar as regras contidas no art. 980-A do CC. Todavia, na omissão
deste artigo, devemos aplicar as regras de sociedade limitada (artigos 1055,1080, 1060, 1061,
1064, 1010 e 1018 CC).

§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras


previstas para as sociedades limitadas.

Características:

● Constituída por uma única pessoa. Titular da totalidade do capital integralizado


● Capital não poderá ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país
● Responsabilidade é limitada
● O registro deverá ser feito na Junta Comercial
● É admitido apenas uma EIRELI por CPF
● Formas de integralização:
a) Em dinheiro;
b) Integralização com créditos;
c) Integralização com bens (bem móvel ou imóvel):

Responsabilidade:

Somente os bens da EIRELI (pessoa jurídica) é que responderão pelas dívidas contraídas na
atividade empresarial.

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Possibilidade de transformação da sociedade em EIRELI:

Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer (...) IV- A falta de pluralidade de sócios, não
reconstituída no prazo de cento e oitenta dias. (...)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na
hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para
empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no
que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.

Cabe desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI?

Se os bens da EIRELI for insuficientes (apenas os bens insuficientes) não cabe desconsideração
da personalidade, e o que resta a este credor é pedir Falência.

Para que o credor atinja os bens do dono da EIRELI ele vai ter que pedir e o juiz terá que decretar
a desconsideração da personalidade jurídica, entretanto para a desconsideração ocorrer deve
(requisitos cumulativos – artigo 50 CC):
● Os bens serem insuficientes
● O titular praticou um abuso da pessoa jurídica (Exemplo: usou a empresa para lesar).

Caiu na OAB: XV Exame de Ordem (2014) Prova Tipo 01 - Questão 51

7. SOCIEDADES EM ESPÉCIE
SOCIEDADE SIMPLES

Constituição

A sociedade simples é constituída por contrato social, o qual pode ser tanto por instrumento
público, quanto por instrumento particular

Uma vez que o ato constitutivo (contrato social) teve a assinatura dos sócios da sociedade, as
partes possuirão o prazo de 30 dias para procederem ao registro da sociedade simples no
registro civil de pessoa jurídica. Esse registro produz efeito ex tunc, ou seja, desde do ato da
assinatura do contrato social aplicam-se as regras de sociedade simples.

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E se o registro foi feito após o prazo de 30?

O efeito aqui será ex nunc. Ou seja, só vai aplicar as regras da sociedade simples a partir do
registro – do registro pra frente. No período antes do registro até o ato de assinatura do contrato
social as regras que serão aplicadas a essa sociedade são as regras da sociedade comum (a
sociedade sem registro é considerada sociedade em comum, por isso que nesse intervalo de
tempo aplica-se às regras da sociedade comum) art. 998, CC.

Podem ser sociedade simples (art. 983, CC):


● Sociedade em nome coletivo
● Sociedade em comandita simples
● Sociedade LTDA
● Cooperativa.

Quando se fala em sociedade simples, pode estar falando do objeto, mas também pode estar se
referindo a um tipo societário. Existe um tipo societário chamado sociedade simples (arts.997 e
ss, CC).

Cotas sociais

Cotas sociais são frações do capital social que conferem ao seu titular direito de sócio. Pode ser
sócio de uma sociedade simples tanto a pessoa natural como também a pessoa jurídica.

● Pode sociedade entre marido e mulher, desde que o regime do casamento não seja o de
comunhão universal e de separação obrigatória (art. 977, CC – esta regra se aplica para
todo tipo de sociedade). Pessoas que vivem em união estável admite-se a possibilidade de
sociedade entre eles. Essa regra aplica-se somente para as sociedade constituídas após a
vigência do CC/2002.
● Incapaz pode ser sócio de uma sociedade simples (art. 974, §3º).
● Não pode constituir sociedade na comunhão universal porque ocorre a confusão
patrimonial.

Sócio remisso

O sócio remisso é aquele que não integralizou total ou parcialmente sua cota.

Ex: Os sócios decidiram que o capital social será no valor de 100 mil reais. Imagine que a
sociedade possui 4 sócios. O sócio A possui 40%, o sócio B possui 30%, o sócio C possui 20% e
o sócio D possui 10%. O sócio A integraliza com dinheiro. O sócio B integraliza com crédito
(cheque pré-datado, nota promissória). O sócio C integraliza com bens. O sócio D integraliza o
capital social mediante prestação de serviço.

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No exemplo acima o sócio C integralizou apenas 15% de sua cota. O sócio C será o sócio
remisso.

● Subscrição: ​ Ato em que o sócio se compromete a colocar um percentual na sociedade.


● Integralização: acontece quando o sócio paga a parte dela da sociedade. A integralização
pode ser feita através de dinheiro, crédito, bens (móveis e imóveis).

O art. 1004, §único, CC diz que se deve notificar o sócio remisso e dar o prazo de 30 dias para
integralizar totalmente o capital social. Decorrido o prazo e não tendo o sócio remisso
integralizado o capital, os sócios podem:

● Excluir o sócio remisso


● Entrar com ação de indenização cobrando o valor que o sócio está devendo
● Redução de cota – reduz o capital social do sócio remisso.

Cessão de cotas

Só pode fazer a transferência se tiver unanimidade de sócio. A unanimidade de sócios devem


autorizar a transferência de cotas para outra pessoa.
O CC estabeleceu que o sócio, após a sua saída da sociedade, continua respondendo pela
sociedade pelo prazo de 2 anos (art. 1003, CC). Este prazo de 2 anos começa a contar a partir da
averbação da modificação do contrato.

Art. 1025, CC: O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais
anteriores à admissão.

Responsabilidade dos sócios na sociedade simples

Na sociedade simples quem define o tipo de responsabilidade é o contrato social. Ele que vai
definir se a responsabilidade é limitada ou ilimitada.

Se a sociedade for ilimitada define ainda se ela será subsidiária (primeiro verifica os bens da
sociedade aí então o sócio responde pelo saldo remanescente) ou solidária (o sócio responde
junto com a sociedade pelas dívidas desta).

No caso de omissão (quando o contrato não trata do assunto)?


Aplica-se a regra do art. 1023, CC: A responsabilidade é ilimitada e subsidiária.

Direitos dos sócios

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Direito de participação nos lucros sociais (art. 1008, CC)

A cláusula que exclui o sócio de participar dos lucros é nula de pleno direito (nulidade da cláusula
contratual), pois o sócio investiu na sociedade (seja em dinheiro, bens, serviços, crédito). Assim,
quem investe tem direito à participação dos lucros.

Direito de retirada ou recesso

Direito de retirada ou recesso é a possibilidade que o sócio tem de retirar-se, de sair da


sociedade. Não tem nada a ver com lucro.

O prazo da retirada é determinado ou indeterminado.

Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da
sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com
antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa
causa.
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar
pela dissolução da sociedade.

Exclusão do sócio

O sócio tem direito de excluir outro sócio que pratique ato que prejudique a sociedade. O art.
1030, CC permite a exclusão de sócio, face incapacidade superveniente ou pratica falta grave
(concorrência desleal, não comparece na sociedade, não ajuda, etc). Existe ainda a possibilidade
de exclusão do sócio remisso.

Administração

Quem pode ser administrador?

O art. 997, VI, CC elenca que somente a pessoa natural pode cuidar de administração de
sociedade.

Pode ser administrador o sócio e o não sócio.

Proibição para administrar sociedade (art. 1011, §1º, CC):


● condenado por crime falimentar, crime de relação de consumo e condenado que tenha
como pena não ter cargo público.

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§ 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial (juiz,
promotor, procuradores – são impedidos por suas leis orgânicas), os condenados a pena que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

Caiu na OAB: XX Exame de Ordem - Prova Tipo 01 - Reaplicação Salvador/BA - Questão 50

SOCIEDADE LIMITADA

Arts. 1052 e ss do CC.

Na omissão do capítulo da sociedade limitada no CC devemos recorrer, se o contrato social da


sociedade limitada prevê regência supletiva da SA devemos aplicar as regras da SA. Agora, se o
CC e o contrato social (não tratar da regência supletiva) são omissos, devemos aplicar
subsidiariamente as regras de sociedade simples.

Características da sociedade limitada:


● A sociedade limitada é uma sociedade contratual. Ou seja, o ato constitutivo da sociedade
limitada é um contrato social.
● Pode ser ou uma sociedade empresária ou uma sociedade simples.
● Pode ser tanto a firma social quanto denominação.

Responsabilidade do sócio (art. 1052, CC):

Regra geral: Na sociedade limitada a responsabilidade do sócio é restrita ao valor de suas cotas,
mas todos os sócios respondem de forma solidária pelo que falta para a integralização do capital
social.

Exceções: nessas hipóteses a responsabilidade do sócio passa a ser uma responsabilidade


ilimitada. A regra é que a responsabilidade está limitada à cota dos sócios, mas nesses casos de
exceções a responsabilidade é ilimitada:
● Dívida trabalhista
● Ausência de registro
● Casos de desconsideração da personalidade jurídica
● Dissolução irregular
● Dívida tributária

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Formas de integralização

Pode-se integralizar com:


● Dinheiro.
● Bens.
● Créditos.

OBS​: Segundo o art. 1055, §2º, CC não pode integralizar com prestação de serviços.

Quando um sócio contribui com um determinado bem, os sócios respondem solidariamente pela
exata estimativa dos bens e esta responsabilidade dura 5 anos (do momento que entrou o bem
na empresa) (art. 1055, §1º):

§1º Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos
os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

Vale também para EIRELI.

Responsabilidade

Cada sócio responde pela integralização da cota que subscreveu e, todos os sócios respondem
solidariamente até o limite do que falta ser integralizado.
Art. 1052, CC.

EMPRESA X Comprometeu Colocou Deve


CS 100

Sócio A 99 49 50

Sócio B 1 1 0

EMPRESA X, pode cobrar 50 do Sócio A, e não pode cobrar nada do Sócio B.

Regra: ​Quando um credor irá cobrar uma dívida qualquer tem que acionar a sociedade limitada
(não pode atingir os sócios), a sociedade pode pagar com tudo que tem e ainda assim sobrar
uma parte da dívida, nesse caso, é possível no exemplo acima que os sócios A e B sejam
atingidos, não é no valor da dívida e sim o que faltou ser integralizado.

Exceção: ​Possibilidade na Sociedade LTDA dos sócios responderem de forma Ilimitada.


● A primeira hipótese seria pedir desconsideração da personalidade jurídica (bens
insuficientes + houve um abuso da personalidade jurídica para lesar terceiros – Artigo 50
CC – atinge todos os sócios e não só o que lesionou);

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● A outra hipótese é quando os sócios agem contra o contrato social ou contra a lei (art.
1080, CC – só o sócio que fez que será responsabilizado). Esta Exceção vale para EIRELI.

Cotas sociais

Art. 1055
De acordo com o art. 1055, caput, CC, as cotas sociais podem ser iguais ou desiguais.

Penhora de cotas sociais

Art. , CPC: se as cotas integram o patrimônio do devedor, a cota é um bem móvel que esse
devedor possui. Portanto se a cota é bem que integra patrimônio devedor, não há justificativa
para exclusão das cotas sociais.

Cessão de cotas sociais

Se o contrato social for omisso, devemos observar a regra do art. 1057, CC. Segundo esse artigo,
se a pessoa é sócia de uma sociedade e quer transferir suas cotas para quem já é sócio não é
necessária a anuência de ninguém.

Agora se a pessoa é sócia e está transferindo suas cotas para terceiro estranho ao contrato
social, terceiro que ainda não é sócio, a lei diz que só pode fazer isso se não houver a oposição
de mais de ¼ do capital social. Ou seja, não pode haver a rejeição de mais de ¼.

Administrador

Art. 1061, CC, o administrador pode ser tanto um sócio, como também um não sócio. pode ser
nomeado tanto no contrato social quanto em ato separado (ex: ata de assembleia).
No entanto essa aprovação dos sócios deve seguir uma regra de quórum: tudo vai depender do
capital social.

Cessação do cargo
A cessação pode ocorrer de 3 formas:
a) Término do prazo.
b) Destituição.
c) Renúncia. Para que a renúncia produza efeitos perante a pessoa jurídica (sociedade)
deve-se ter uma comunicação por escrito.

Para que a renúncia e destituição produzam efeitos perante terceiros é necessário publicidade, ou
seja, tem que ter averbação no órgão de registro.

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Conselho fiscal

Na sociedade limitada o conselho fiscal é órgão facultativo (art. 1066, CC)

Tomadas de decisões na sociedade limitada

Reunião ou assembleia

As decisões serão tomadas em reunião ou assembléia, conforme o contrato social.

OBSERVAÇÃO: Se a sociedade limitada for mais estruturada, se ela possuir mais de


10 sócios, será obrigatória a realização de assembleia para tomada de decisões, sob
pena de nulidade (art. 1072, §1º, CC).

Deliberações

O art. 1072, CC, remete para a regra do art. 1010, CC. O referido artigo diz que prevalece a
maioria do capital social.

Além do quórum geral existe também o quórum específico:


● Quórum para modificar o contrato social de sociedade limitada é de ¾ do capital social (art.
1071, V, CC c/c art. 1076, I, CC).
● Para nomeação de administrador não sócio [vai depender do capital social: se está (2/3) ou
não (unanimidade) totalmente integralizado]

Dispensa da realização da assembleia/reunião

Art. 1072, §3º, CC: A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios
decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.

Exclusão de sócio na sociedade limitada

Pode-se excluir sócio por:


● Ausência de integralização (art. 1004, CC);
● Incapacidade superveniente (art. 1030, CC);
● Falta grave (art. 1030, CC).

Exclusão extrajudicial:

Art. 1085, CC. Aqui o excluído só pode ser sócio minoritário


Todos os requisitos devem estar presentes.

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Tem que dar a possibilidade de defesa.


Este sócio excluído tem direito ao valor patrimonial das cotas.

Redução e aumento do capital social

Pode-se aumentar o capital social, todavia algumas regras devem ser observadas (art. 1081, CC):
● Se o capital social existente estiver totalmente integralizado;
● O aumento deve ser realizado por meio de modificação do contrato social.

Pode reduzir o capital social em duas hipóteses (art. 1082, CC):


● Se depois de integralizado o capital social houver perdas irreparáveis;
● Se o capital social for excessivo em relação ao seu objeto.

SOCIEDADE ANÔNIMA

Previsão legal: Lei 6404/76.

Características S/A

● Sempre será empresária


● Registrada na junta comercial.
● A SA é institucional, ou seja, ela não possui natureza contratual
● Sempre terá denominação Essa denominação conterá, como regra geral, um elemento
fantasia, Mas como medida excepcional se admite também nome de acionista fundador.
● A utilização do nome deve conter a expressão “Companhia” no início ou no meio do nome
empresarial. Ou então usa-se a expressão S/A que é usada no fim do nome empresarial.

Espécies de S/A

Art. 4º, lei 6404

Companhia (CIA) aberta: é aquela em que seus valores mobiliários (ações) são admitidos à
negociação no mercado de valores mobiliários (bolsa de valores).
Companhia (CIA) fechada: é aquela em que seus valores mobiliários não são admitidos à
negociação no mercado de valores mobiliários.

Constituição de uma S/A

Requisitos preliminares art. 80, lei 6404:

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● Subscrição de todo capital social por, pelo menos, duas pessoas;


● Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das
ações subscritas em dinheiro;
● Depósito, no Banco do Brasil S/A, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela
Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro;

Os requisitos preliminares se aplicam tanto para a CIA aberta quanto para a fechada. Todavia, no
que tange à constituição propriamente dita existe algumas diferenciações:

CIA aberta

A constituição de companhia aberta é denominada de subscrição pública ou sucessiva.


É necessário um registro de emissão na CVM.

Se a CVM autorizar o registro, o próximo passo é a contratação de instituição financeira para


intermediação dos valores mobiliários.

Underwriting são as instituições financeiras que providenciam a intermediação. São elas que
procuram os investidores.

A contratação underwriting é obrigatória.

Posteriormente será realizada uma assembleia de fundação.

CIA fechada

A constituição de companhia fechada é denominada de subscrição particular ou simultânea.


Para constituir CIA fechada é preciso: ou ir ao cartório e fazer escritura pública ou então eles
fazem uma assembleia de fundação.
Aqui não tem registro na CVM.

Valores mobiliários

Valores mobiliários são títulos de investimento emitidos por uma S/A com a finalidade de
captação de recursos:
a) Ações
b) Debêntures
c) Commercial paper
d) Bônus de subscrição
e) Partes beneficiárias

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➢ Ações
Conceito
Ações são frações do capital social de uma S/A que confere ao seu titular direito de sócio da CIA.

Forma de integralização
Pode integralizar com dinheiro, bens e créditos. Não pode integralizar com prestação de serviços.

Valor das ações


Quanto ao valor, as ações podem ter:

a) Valor nominal: o valor nominal é o resultado da operação da seguinte divisão: pega o


capital social e divide pelo número de ações = valor nominal. Ex:
● Capital social = R$ 500 mil
● Ações = 500 mil
● Valor nominal = RS 1,00 real.
OBS:​ As ações podem ter ou não valor nominal (art. 11, lei 6404).

b) ​Valor patrimonial: é o resultado da seguinte operação: pega o patrimônio líquido e divide


pelo número de ações = valor patrimonial. Ex:
● Patrimônio líquido = R$ 1 milhão
● Ações: R$ 500 mil
● Valor patrimonial = R$ 2,00

c)​ ​Valor de mercado:​ é o valor de negociação;

d) ​Preço de emissão: ​o preço de emissão é estipulado unilateralmente pela companhia


emissora.

Responsabilidade do acionista
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações
subscritas ou adquiridas.

A única responsabilidade que o sócio tem é perante o preço de suas ações, que é o preço do
mercado primário. Não existe solidariedade. O acionista responde de forma limitada pelo preço de
emissão de suas ações.

Quanto à espécie
Quanto à espécie, as ações podem ser:

● Ordinárias: as ações ordinárias são aquelas que conferem direitos comuns ao acionista.
Ex: direito de voto, direito de participação dos lucros, fiscalização, direito de preferência,
direito de retirada (art. 109 da lei).

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● Preferenciais: traduzem preferências. É aquilo que chamamos de vantagens econômicas


ou políticas.
● Gozo/fruição: está prevista no art 44, §5º, lei 6404.

Ações ordinárias Ações preferenciais Ações de gozo ou fruição

Direitos comuns aos acionista Direitos comuns aos acionista Direitos comuns aos acionista
(art. 109, da Lei) (art. 109, da Lei) (art. 109, da Lei)

Tem direito de voto Quem compra está em busca É a ação usada quando a S/A
de uma vantagem patrimonial antecipa o que o acionista
teria direito na liquidação da
sociedade. S/A pega um
dinheiro que está sobrando e
adianta/amortiza pra você um
valor que só seria
disponibilizado mais pra
frente.

Só pode ter espécies Pode ter com voto ou sem


diferentes na S/A fechada

Podem ter espécies diferentes


na S/A aberta ou fechada (art.
17 e 18 da Lei)

Direitos essenciais do acionista


Art. 109, lei 6404

● Participação nos lucros;


● Participação no acervo da companhia em caso de liquidação;
● Direito de retirada;
● Direito de preferência;;
● Direito de fiscalização.

Cuidado:​ O direito de voto não é direito essencial.

➢ Debêntures

Conceito: Debêntures são valores mobiliários emitidos pela S/A que confere aos seus titulares
direito de crédito contra a companhia emissora.

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A finalidade da debênture é possibilitar o financiamento.

A debênture pode ser:

● Debênture com garantia real.


● Debênture com garantia flutuante. É crédito de privilégio real. A debênture flutuante
só tem um privilégio diferente na falência, ela não tem imóvel como garantia.
● Debênture quirografária. Não tem garantia alguma.
● Debênture subordinada. É o último crédito a ser pago na falência.

Isso faz diferença na hora de classificar o crédito na falência. Quem tem debênture de garantia
real fica junto com os credores de garantia real.

A debênture é título executivo extrajudicial (art.784, I, CPC).

Emissão:
A assembleia geral que vai determinar a emissão de uma debênture, em regra geral (art. 59, lei
6404). Todavia, o conselho de administração também pode autorizar a emissão de debêntures,
desde que essas debêntures não sejam conversíveis em ações e quando se tratar de companhia
aberta (art. 59, §1º).

Ex: a companhia emite um título. 10,00 R$ é o valor de cada debênture. Se a companhia emitir 1
milhão de debêntures ela vai conseguir 10 milhões de reais. Só que a empresa estabelece juros
na debênture, de 1,5% ao mês. Ou seja, o investidor ganha 1,5% ao mês de juros (tem que ser
mais atrativo do que a poupança). Imagine que o reembolso desse valor será no prazo de 7 anos.
Então acontece que daqui 7 anos a companhia paga ao investidor os 10,00 R$ com correção
monetária e paga os juros de 1,5% ao mês.

➢ Commercial paper ou nota promissória da S/A

A ideia do commercial paper é o mesmo da debênture, a única diferença é que na debênture o


prazo de reembolso é indeterminado, já o comercial paper tem uma regra: a instrução normativa
nº 134 da CVM estabelece que o comercial paper tem prazo de reembolso: se for CIA aberta esse
prazo tem de ser de 30 a 360 dias e se for companhia fechada esse prazo será de 30 a 180 dias.

➢ Bônus de subscrição

Art.75 e ss.

O bônus de subscrição somente é permitido em sociedade de capital autorizado (art. 158)

É o direito de preferência na subscrição de novas ações.

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Quem está interessado em adquirir as ações, a empresa começa a vender o bônus de


subscrição, ou seja, direito de preferência na compra das novas ações que a sociedade anônima
eventualmente possa lançar.

➢ Partes beneficiárias

Art. 46 e ss

É um título de investimento emitido por uma companhia fechada que confere ao seu titular direito
de crédito eventual, consistente na participação dos lucros anuais.

Somente pode ser emitido por companhia fechada.

Esse direito de crédito é eventual, ou seja, na eventualidade de ter lucro a pessoa recebe, se não
tiver lucro a pessoa não recebe nada.

Órgãos sociais

São órgão sociais de uma sociedade anônima, definidos em lei:

● Assembleia geral
● Conselho de Administração
● Diretoria
● Conselho Fiscal

➢ Assembleia geral

A assembleia geral é órgão deliberativo máximo da sociedade anônima. As principais decisões de


S/A serão tomadas em assembleia geral.

Participar da assembleia geral é direito que todo acionista tem seja ele portador de ações
ordinárias, ações preferenciais sem voto, etc.

A assembleia geral é órgão obrigatório.

Existem dois tipos de assembleia geral:

1. Assembleia geral ordinária: ela deve ser realizada anualmente e nos primeiros 4 meses
subsequentes ao término do exercício social.

Competência privativa da assembleia geral ordinária:

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● Destinação dos lucros;


● Tomar as contas dos administradores (prestação de contas);
● Eleição de administradores e membros do conselho fiscal;
● Correção da expressão monetária do capital social.

2. Assembleia geral extraordinária: A competência da assembleia geral extraordinária é


residual, complementar, subsidiária, portanto, todo e qualquer assunto que não seja de
competência privativa da assembleia geral ordinária pode ser tratado na assembleia geral
extraordinária (art. 131).

Existe o quórum de:

● Instalação: Em primeira chamada o quorum será o de ¼ do capital votante. Em segunda


chamada (ocorre quando não se atinge o quórum de primeira chamada) será qualquer
número de presentes.
● Aprovação: quorum de aprovação é do art. 129 da lei: o quórum deve ser mais da metade
do total de ações com direito de voto presentes na assembleia.

➢ Conselho de administração

O conselho de administração é a cabeça pensante da sociedade anônima.

O conselho de administração, em regra, é órgão facultativo. No entanto, ele será obrigatório em 3


situações :

1. Quando se tratar de companhia aberta. Art. 138


2. Quando se tratar de sociedade de economia mista. Art. 238
3. Quando se tratar de sociedade de capital autorizado. Art. 138

Composição do conselho de administração: Mínimo de 3 membros.

➢ Diretoria

A diretoria é órgão obrigatório. O diretor é o representante legal da sociedade anônima.\


Composição da diretoria: mínimo de 2 membros, o máximo é a S/A que decide. Exige pessoa
física, pode ser acionista ou terceiro, residente no país.

➢ Conselho fiscal

O conselho fiscal é órgão obrigatório.


Composição do conselho fiscal: mínimo de 3 membros e máximo de 5 membros, acionista ou
não, residente no país.

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SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Artigo 991 a 996 CC

Há duas categorias de Sócios:​ ostensivo e participante.

● O sócio ostensivo​. Este sócio vai exercer o objeto social. O sócio ostensivo pode ser
pessoa jurídica ou física, e pode existir quantos forem necessários.
● O sócio participante​. Este sócio só participa dos resultados. O sócio participante também é
chamado pela doutrina de sócio oculto.

Na sociedade em conta de participação a atividade constitutiva do objeto social é exercida


unicamente pelo sócio ostensivo.

Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é


exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.

Responsabilidade perante terceiro

Somente o sócio ostensivo é que responde perante terceiros.

Nome empresarial

Art.1162, CC. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação

Registro

Não tem registro (nos três lugares: JC, CRC e OAB)


Sempre será uma sociedade despersonificada (art. 993, CC).

Características essenciais da SCP

● Busca de lucro
● Afectio societatis – os sócios buscam ser sócios de um empreendimento.

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8. FALÊNCIA
Lei 11.101/2005

Ela incide sobre a figura do empresário individual, sobre a sociedade empresária e sobre a
empresa individual de responsabilidade limitada.

No entanto, nesse rol de sociedade empresária existem alguns entes que o legislador diz que
apesar de ter natureza empresarial eles estão excluídos da incidência da lei 11.101/05. Esses
excluídos estão todos no art. 2º da lei 11.101/05:

Art. 2º, I, lei 11.101/05: ​Totalmente excluídos​ da incidência da lei 11.101/05:


● Empresa pública
● Sociedade de economia mista.

Art. 2º, II, lei 11.101/05 - ​Parcialmente excluídos ou relativamente excluídos​:


● Instituição financeira;
● Consórcio;
● Seguradoras;
● Cooperativas de crédito;
● Entidades de previdência complementar;
● Operadoras de plano de saúde;
● Sociedade de capitalização
● E outras entidades legalmente equiparadas a essas.

A princípio não cabe falência para esses entes, no entanto, todos os entes do art. 2º, II podem
passar por processo de liquidação extrajudicial.

Nesta será um liquidante que, por sua vez, poderá pleitear a falência destes entes. Então significa
que a princípio não podem sofrer falência, mas a falência poderá ser consequência da liquidação
extrajudicial.

LEGITIMIDADE PROCESSUAL

Legitimidade ativa
Pode ser autor de ação de falência:

● o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 da Lei;


● o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante (Pela regra do art.
96, §1º eles possuem apenas 1 ano contado da morte);
● o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
● qualquer credor.

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Autofalência (art. 105): ocorre quando o próprio empresário, quando a própria sociedade
empresária solicita a própria falência.

Para pedir a autofalência é necessário preencher alguns ​requisitos​:


● Estar em estado de crise econômico-financeiro
● Julgar não atender aos requisitos da recuperação judicial

Art. 105: O devedor deverá requerer ao juiz a sua falência. Não existe consequência para quem
não pede, mas é uma obrigação.

OBSERVAÇÃO:
● Se o credor for empresário, sociedade empresária ou EIRELI ele só vai poder
ajuizar a ação contra terceiro se estiver devidamente registrado na junta comercial.
● Se o credor não tem domicílio no país deve prestar caução (art. 97, §2º, lei
11101).

Legitimidade passiva
Só ocorre sobre a figura do empresário individual, sociedade empresária e EIRELI.

No entanto, alguns que, apesar de serem de serem sociedades empresárias, estão excluídos da
incidência da lei (art. 2º, lei 111101):

Totalmente excluídos​ (art. 2ª, I)​:


● Empresa pública
● Sociedade de economia mista

Parcialmente excluídos (art. 2º, II)​:


● Instituição financeira
● Consórcio
● Seguradora
● Cooperativas de crédito
● Operadoras de plano de saúde
● Entidade de previdência complementar
● Sociedade de capitalização
● Outras entidades legalmente equiparadas a estas.

No primeiro momento nenhuma pessoa poderá ajuizar ação de falência contra essas sociedades.

No entanto, todos os entes do art. 2ª, II podem passar por uma liquidação extrajudicial. Nesta,
será nomeado um liquidante que, por sua vez, poderá pedir a falência do ente que está em
liquidação.

JUÍZO COMPETENTE

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De acordo com o art. 3º da lei 11101, o juízo competente é o do local do principal estabelecimento
e se a sede for fora do Brasil, é no local da filial.

Entende-se como principal estabelecimento a sede administrativa, ou seja, onde está localizada a
administração da empresa, o centro das atividades. Esta é a corrente adotada pelo STJ.

A ação de falência sempre será processada e julgada pela justiça comum estadual.

ÓRGÃOS

Administrador Judicial (artigo 21 à 25 da Lei): pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica.
Se for pessoa física preferencialmente seria um advogado um administrador de empresas, um
economista ou um contador (é preferencial e não obrigatório).
Esse sujeito é nomeado e pode ser destituído pelo juiz.
O Administrador Judicial irá receber no máximo 5% do valor da venda dos bens (só é pago ao
final). Se a empresa falida for ME ou EPP a porcentagem máxima que ele recebe é de 2%.

Funções do Administrador Judicia​l:

Responsável por elaborar o quadro de credores.


Presta todas as informações (se comunica com o juiz por meio de relatórios).
Responsável pela venda dos bens.
Ele que representa a massa falida

Comitê de Credores: ​esse órgão é facultativo, quem decide pela existência dele são os credores.
A atividade principal deles é de fiscalização (fiscalizar o administrador, as vendas etc, artigos 26 à
30 da Lei.

Assembleia de Credores: artigo 35 ao 46 da Lei. Composta pelos credores, esse órgão precisa
tomar decisões. O voto é proporcional ao crédito. ( é da maioria dos créditos)

Convocação é feita pelo juiz e será convocada todas as vezes que houver um assunto que
interesse credores.

CREDORES

a)​ Crédito de natureza salarial no valor de até 5 salários mínimos (por trabalhador) no período
de até 3 meses antes da falência​ ( artigo 151 da Lei) isso não é sinônimo de crédito trabalhista.

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São pessoas que ficaram sem receber seus salários. Eles irão receber assim que exista dinheiro
em caixa, assim se logo na decretação da falência o administrador verifica um valor ele manda
pagar essas pessoas. Eles não precisam esperar o término da falência (o que faltar deverá
ingressar com Reclamação Trabalhista)

b) ​Credor que ingressa com uma peça inicial chamado de Pedido de Restituição: ​só recebe se as
pessoas acima receberem. Pedido de restituição cabe quando o bem arrecadado pela massa for
de propriedade de terceiro (restitui o bem e não o valor).

Exemplo: funcionários deixam algum bem na empresa que está sofrendo falência, logo deverá
ingressar com o Pedido de Restituição para recuperar o bem.

Se por acaso esse bem não exista mais ou pereceu irá pedir somente nesse caso a quantia
correspondente (artigo 85 e 86 da Lei), no caso de quantia só será entregue no final da falência.

c) ​Credores Extraconcursais (só recebe no final): artigo 84 da Lei, a origem do crédito ocorreu
após a decretação da falência.

Exemplo: Crédito Tributário e o fato gerador ocorreu depois da falência, ou acidente de trabalho
que ocorreu após a decretação da falência.

d) ​Créditos Concursais (só recebe no final): artigo 83 da Lei, irá citar créditos que surgiram antes
da decretação da falência, ou seja aqueles créditos que deram causa à falência (fizeram a
empresa quebrar).

● O primeiro da fila do Concursal é o Crédito Trabalhista e Acidente do Trabalho. Se o valor


do crédito trabalhista for até 150 salários mínimos (fixados em sentença), se for superior à
esse valor o excedente vira credor quirografário. Acidente de trabalho não tem limite. O
STJ se posicionou que os honorários advocatícios devem ser pagos juntos com o crédito
trabalhista, entretanto o limite do crédito trabalhista continua o mesmo acima.
● Segundo da Fila: Crédito com Garantia Real (Hipoteca, Penhor, Anticrese) no limite do
bem dado em garantia.
● Terceiro da Fila: Crédito Tributário (não importa se a execução fiscal foi proposta ou não) o
fisco só recebe depois dos credores.
● Quarto da Fila: Crédito com Privilégio Especial aquele que o credor tinha direito de
retenção até receber .Foi colocado como crédito com privilégio Especial os créditos de
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.

Insolvência

Quando o credor ajuíza ação de falência o seu objetivo é que o juiz declare o estado de
insolvência do devedor.

Essa insolvência pode ser:

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● Insolvência confessada: quando o próprio empresário declara o seu estado de insolvência,


por meio da autofalência.
● Insolvência presumida: acontece quando ocorre uma das hipóteses do art. 94, I, II e III, lei
11101.

a) Art. 94, I: Impontualidade injustificada.

Deixar de pagar no vencimento uma obrigação líquida sem relevante razão de direito

Atenção​: Esse título executivo, judicial ou extrajudicial, deve ser protestado

Súmula 361, STJ: o protesto para fim de falência tem que fazer a intimação entregando no
endereço, todavia, além de entregar no endereço é preciso saber quem recebeu a intimação

Súmula 248, STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas
protestada, é título hábil para instruir pedido de falência

Atenção: A ação de falência somente pode ser ajuizada se o valor da obrigação for acima de 40
salários mínimos.

Dois credores podem fazer litisconsórcio para que se atinja esse valor acima de 40 salários
mínimos?

Cabe sim (art. 94, §1º: admite-se o litisconsórcio entre os credores para que se possa perfazer o
limite mínimo estabelecido na lei).

b) Art. 94, II: Execução frustrada:

c) Art. 94, III: Atos de falência:

São comportamentos, condutas que estão expressamente previstos em lei (art. 94, III, ‘a’ até ‘g’).

Se o devedor praticar qualquer um desses atos haverá presunção de falência.

DEFESA DO REQUERIDO NA FALÊNCIA

O que o devedor pode fazer?


Apresentar contestação.

Cuidado: o prazo de contestação aqui é de apenas 10 dias (art. 98, lei 11101).
Depósito elisivo.
Elidir = impedir.

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Após o depósito elisivo o juiz estará impedido de decretar a falência.

Prazo do depósito elisivo: deve ser feito dentro do prazo de contestação (10 dias).

Valor do depósito elisivo = valor principal + correção + juros + honorários advocatícios (art. 98,
p.u, lei 11101).

Depósito + contestação.

Recuperação judicial (regra do art. 95, lei 11101). O devedor pode dizer que quer pagar, mas que
não consegue pagar em dinheiro. Assim, o devedor, dentro do prazo de contestação, pode pedir
a recuperação judicial. Essa recuperação suspende o processo de falência.

SENTENÇA

● Sentença procedente:​ é sentença declaratória - declara o estado de insolvência.


● Sentença improcedente: ​é sentença denegatória, não reconhece o estado de insolvência.

Quais são os recursos cabíveis para cada uma dessas decisões?


A sentença declaratória/procedência comporta agravo de instrumento (tem interesse para
apresentar recurso: devedor, MP e credor).

A sentença de improcedência comporta recurso de apelação (tem interesse para apresentar


recurso: credor, MP e devedor). (Art. 100)

Em caso de autofalência, se o juiz denegar a falência, o devedor tem interesse no recurso de


apelação.

A sentença dá início à fase falimentar: é aqui que vai ter a arrecadação dos bens, venda dos
bens, pagamento dos bens e é depois disso que o juiz dá uma sentença de encerramento, dando
fim ao processo de falência.

Apesar de ser uma sentença, a sentença declaratória tem características de decisão


interlocutória.

SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA

Tem natureza jurídica constitutiva.

Atos praticados:

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● É na sentença declaratória que o juiz vai fazer a nomeação do administrador judicial (art.
99, IX).
● O juiz deve fixar o termo legal da falência (art. 99, II).
● Termo legal da falência: é o período suspeito (período cinzento). Esse período antecede a
falência. É um período de investigação dos atos praticados pelo devedor. Se o devedor
praticar atos que estão previstos na regra do art. 129, da lei 11101, esses atos serão
declarados ineficazes. Esse termo legal não pode retrotrair por mais de 90 dias.
● Intimação do MP (art. 99, XIII).
● Ordenar ao falido que apresente relação completa de credores no prazo de 5 dias, sob
pena de crime de desobediência (art. 99, III).

Efeitos da sentença declaratória em relação ao falido:


a) O falido está inabilitado para exercer atividade empresarial (art. 102). O prazo pelo qual o
falido não pode mais desempenhar atividade empresarial: tem início na sentença
declaratória e encerra com a sentença de extinção das obrigações do falido. No entanto, o
juiz ao decretar a falência pode determinar a continuidade provisória;
b) O falido perde a disponibilidade dos bens (art. 103).
c) A decretação da falência das concessionárias de serviços públicos implica extinção da
concessão, na forma da lei.(art. 195).
d) A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis
também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos
produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar
contestação, se assim o desejarem (art. 81)

Efeitos da sentença declaratória em relação aos credores;


a) Somente pode falar em constituição da massa falida depois de uma sentença declaratória.
Massa falida é a reunião de bens e credores do falido.
b) Vencimento antecipado de toda a dívida do falido. Existe um princípio na falência que se
chama princípio do ​par conditio creditorum​: nós temos que ter na falência uma paridade de
condições entre os credores.
c) Suspensão do curso da prescrição das obrigações do falido.
d) Suspensão da fluência de juros (art. 124).
e) Suspensão de todas as ações/execuções envolvendo o devedor falido.

Exceções (ações não suspensas):

1. Ação trabalhista (quem julga é juiz do trabalho). (art. 76)

Cuidado: na fase de conhecimento. Quando partir para o momento da execução,haverá a


suspensão.

2. Ações fiscais (quem julga são as varas da fazenda pública). (art. 76)
3. Ações em que o falido for autor ou litisconsorte ativo (continua tramitando na vara de
origem). (art. 76)
4. Ações que demandarem quantia ilíquida – continua tramitando na de origem (art. 6º, §1º).

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Classificação

É possível distinguir duas espécies de créditos na falência: os ​créditos extraconcursais - art. 84


(credores da massa) e os ​créditos concursais - art. 83 (credores do falido) enquanto esses
decorrem das obrigações que foram assumidas antes da declaração da falência empresarial;
aqueles decorrem das obrigações que foram contraídas na recuperação judicial pelo
recuperando, e esses créditos surgem após a decretação da falência, os credores detentores
dessa espécie de créditos têm prioridade na ordem de pagamento, e por isso serão pagos antes
dos créditos concursais, for força normativa descrita no artigo 84 da lei.

Existe uma hierarquia, uma ordem de preferência que está no art. 83 da lei 11.101. Este
artigo coloca na preferência os titulares de créditos trabalhistas, depois os de créditos com
garantia real, de créditos tributários, com privilégio especial, com privilégio geral, créditos
quirografários, de créditos decorrentes de multas e penas pecuniárias e de créditos
subordinados.

Estas são as oito classes de credores no concurso da falência do art. 83 - ​créditos concursais​:

1) Classe dos créditos trabalhistas - Ocupa a primeira classe, mas está limitado ao teto de
150 salários mínimos por trabalhador, de modo que se ele tem essa quantia a receber
ele só irá receber na primeira classe, só será habilitado na primeira classe o valor
correspondente a 150 salários mínimos. O valor do seu crédito que ultrapassar o seu limite será
habilitado lá embaixo, na classe dos créditos quirografários.

OBSERVAÇÃO: Existem outras regras relacionados ao crédito trabalhista – art.


151 da lei 11.101: “Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial
vencidos nos três meses anteriores à decretação da falência, até o limite de
05 salários mínimos por trabalhador,serão pagos tão logo haja disponibilidade em
caixa”.

2)​ Classe dos créditos com garantia real;


3)​Classe dos créditos tributários;
4)​Créditos com privilégio especial – art. 964 do CC;
5)​Créditos com privilégio geral - art. 965 do CC;
6)​Créditos quirografários - é aquele crédito identificado a partir de uma ideia de exclusão.
É aquele crédito sem qualquer privilégio/garantia;
7)​Crédito decorrentes de multas e penas pecuniárias;
8)​Créditos subordinados - é uma classe nova. Exemplo: Sócio de sociedade que vive
crise e retira um valor do seu patrimônio pessoal para emprestar a esta sociedade. Essa crise
não se reverte e a falência é decretada. Este crédito que tenho com esta sociedade é crédito
subordinado.

Créditos extraconcursais - Art. 84 da lei 11.101 - aqueles que estão fora do concurso de
credores, são aqueles que nascem depois de já decretada a falência.

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AÇÃO REVOCATÓRIA

Arts. 129 e 130 da lei 11.101.


A revocatória, que visa a revogação de atos praticados em prejuízo da massa falida, pode
mostrar-se a partir destas duas feições: por ineficácia ou por fraude. (Art. 129: Ação
Revocatória Por Ineficácia/ Art. 130: Ação Revocatória Por Fraude).

PROCEDIMENTO DA FALÊNCIA

Petição inicial
Juiz determina a citação do réu (prazo de 10 dias), o credor pode fazer três atos ( pode faz 1 dos
atos, ou mais de 1):

a) Contestar
b) Pedir a Recuperação Judicial ( mostrar requisitos)
c) Depósito Elisivo (quer pagar a falência, é pagar o valor da dívida, mais honorários, custas).
Artigo 95 à 98.

➔ O juiz irá proferir a sentença (artigo 99 da Lei).

Quando a sentença determinar a ​improcedência​ da Falência caberá ​Apelação​.

Entretanto se a sentença decretar a ​procedência ​da falência o recurso cabível é o ​Agravo de


Instrumento​ ( artigo 100 da Lei).

➔ Após a sentença o juiz manda publicar o Edital que contém o texto da sentença e tem uma
relação de credores ( informada pelo devedor, pode estar correta ou não).
➔ Irá fazer a Habilitação ( artigo 7 à 9 da Lei).
➔ O administrador vai apresentar o quadro de credores ( pode ainda estar errado o
quadro).Assim se estiver errado deve-se entrar com Impugnação ( artigo 8 da Lei), o prazo
para a impugnação é de 10 dias.Só depois que o juiz decidir é que haverá a homologação
do quadro de credores .
➔ Após é o momento da liquidação ( em que vendo os bens e vou pagar conforme for
possível).
➔ Sentença de Encerramento.

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9. RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Finalidade (art. 47)
Busca a recuperação judicial com o objetivo da preservação da empresa. Permite ao devedor
superar o momento de dificuldade econômico-financeira que vem sofrendo, através da
preservação da empresa. Com a preservação da empresa tem-se a manutenção de empregos,
manutenção da fonte produtora e manutenção do desenvolvimento da atividade na região.

Requisitos
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, ​exerça
regularmente suas atividades ​há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes ​requisitos,
cumulativamente​:

I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no
plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial


Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido,
ainda que não vencidos.
Em que pese a redação do art. 49, existem alguns créditos excluídos (créditos que não
podem fazer parte do plano de recuperação judicial):
● Créditos posteriores ao pedido.
● Crédito tributário. Isto não tem previsão expressa, é uma consequência do art. 6º, §7º c/c
art. 57, da LF.
● Crédito do art. 49, §3º, LF.

Petição inicial
A petição inicial tem que necessariamente observar os ditames do art. 51: relação de credores,
empregados, balança patrimonial.

Se essa petição inicial atender aos requisitos do art. 51, o juiz vai proferir um despacho de
processamento. A RECUPERAÇÃO AINDA NÃO FOI DEFERIDA!

Art. 52, III - Neste despacho, há uma série de determinações do juiz : determina a
nomeação do administrador judicial, que pode ser pessoa física (preferencialmente contador,
advogado, administrador ou economista) ou PJ; determina a intimação do MP; determina

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o despacho de processamento à SUSPENSÃO DE TODAS AS AÇÕES E EXECUÇÕES


CONTRA O DEVEDOR PELO PRAZO IMPRORROGÁVEL DE 180 DIAS.

Exceções desta suspensão: As ações que demandarem quantia ilíquida; as ações de


natureza trabalhista; as execuções fiscais; as ações e execuções propostas pelos credores
apontados nos §3º e §4º do art. 49 NÃO SERÃO SUSPENSAS.

Apresentação do plano
O prazo de apresentação do plano é improrrogável e será de 60 dias, contados da publicação da
decisão que deferiu o processamento, sob pena de convolação em falência (se perder o prazo o
juiz pode converter a recuperação em falência).
Ainda, apresenta-se no plano meios de superação da crise.

O art. 50 da lei traz meios. O rol é exemplificativo, ou seja, em outras situações pode-se criar um
outro meio que não seja aqueles previstos no art. 50.

Apesar disso, o legislador criou uma limitação (art.54): o crédito trabalhista parcelado, só pode ser
parcelado em 12 vezes. Essa é a única limitação estabelecida ao plano de recuperação judicial.

Habilitação do crédito
O credor tem que habilitar no prazo de 15 dias contados da publicação do edital (art. 7º,
§1º).Encerrado o prazo de 15 dias para habilitação, começa a contagem de novo prazo (45 dias)
para que o administrador faça uma nova relação de credores.

Objeção
Objeção é o instrumento processual utilizado pelo credor para rejeitar o plano de recuperação
judicial. O art. 55 diz que o prazo é de 30 dias contados da publicação da nova relação de
credores, relação esta que encontraremos no art. 7º, §2º.

Agora se no prazo de 30 dias teve objeção, o art. 56 diz que nesse caso o juiz vai ter que
convocar uma assembleia geral de credores. A assembleia geral de credores pode aprovar ou
reprovar o plano de recuperação judicial.

Aprovação do plano
Situações em que pode haver a aprovação do plano:
● Não ter objeção
● Ter objeção, mas aprovação na assembleia geral de credores.

Se o plano ​não for aprovado​ ele deve ser convertido em falência (convolação em falência).

Quando haverá convolação em falência?

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São 4 hipóteses:
1ª. Inobservância do prazo de apresentação do plano. S
2ª. Plano com objeção e posterior reprovação na assembleia.
3ª. Descumprimento de obrigação assumida no plano.
4ª. A assembleia geral de credores dentro do processo de recuperação judicial verificar que o
devedor não reunirá condições de honrar com os seus compromissos ou que a recuperação está
trazendo prejuízo muito grande para os credores, essa assembleia geral pode se reunir e
deliberar pela convolação em falência.

Com isso o juiz dará a sentença declaratória de falência.

Procedimento da Recuperação Judicial


➔ Começa com a petição inicial, quem pede é o próprio devedor que irá demonstrar os
requisitos (artigo 48 da Lei), ele não faz nenhuma proposta.

➔ O juiz ​defere o processamento​ da recuperação judicial, podendo ter os seguintes efeitos:

Vai ficar suspenso por 180 dias as execuções ( cível, trabalhista etc), salvo as tributárias

Quando o juiz defere o processamento dá o prazo de 60 dias para que o devedor apresente a sua
proposta, se não cumprir esse prazo o juiz vai convolar a recuperação em falência. ( artigo 73 e
52)

Se algum credor não concordar terá 30 dias após a proposta para que o credor faça a sua
objeção.

➔ Quando passa o prazo da objeção pode haver:


a) Não houve objeção = pressupõe que aceitaram e o juiz homologa. Artigo 45 da Lei.
b) Se houve objeção = o juiz não pode decidir, quem terá a decisão será a Assembleia de
Credores,eles irão votar nessa proposta, se eles aprovam o juiz homologa, se eles não aprovam
o normal é que o juiz decrete a falência, salvo se o juiz usar o artigo 58 da Lei ele concede a
Recuperação apesar da Assembleia de Credores, chamado de “Cram Down”.

➔ Quando o juiz homologa o recurso cabível é o Agravo, se ele declara a falência também
cabe Agravo.

Recuperação Judicial pode ser baseada no plano especial


A Recuperação Judicial pode ser baseada no plano especial (art. 70 à 72 da Lei).

É quase igual à recuperação judicial comum, restando apenas algumas diferenças:


● Só pode usar o plano especial ME e EPP. Os credores atingidos são todos os existentes
até a data do pedido, salvo o proprietário, crédito tributário, ACC e Recursos Oficiais.
● A proposta não é livre como na recuperação judicial e sim está na lei: Parcelamento em 36
vezes Juros taxa SELIC 1ª Parcela sendo paga em 180 dias

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O procedimento é o mesmo da recuperação judicial comum, a diferença está no plano que já está
pré-definido na lei.

Recuperação extrajudicial
Recuperação extrajudicial nada mais é do que um acordo privado feito entre o devedor e seus
credores de forma extrajudicial.

Os requisitos da recuperação extrajudicial, a princípio, são os mesmos da recuperação judicial


comum que estão previstos no art. 48. Existem mais alguns, que são os requisitos do art. 161,
§3º.

Não estarão sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial​: os créditos trabalhistas e


decorrentes de acidente de trabalho; os créditos tributários; os créditos dos credores apontados
nos §§3º e 4º do art. 49 c/c art. 86.

Suspensão: ​Não serão suspensos os créditos não abrangidos pelo plano.

Homologação do juiz
O devedor pode fazer o plano diretamente com os credores, no entanto ele tem a possibilidade
também, se assim ele quiser, a pedir a homologação do juiz.
Vantagens da homologação:

1. Oficialidade maior para a negociação, tornando-o título executivo judicial.


2. Art. 161, §5º: evitar que credores desistam do plano.
3. Obrigar o cumprimento do plano por alguns credores.

A homologação não torna a recuperação extrajudicial em judicial, ela continua sendo


procedimento extrajudicial, mas o juiz simplesmente verificou os requisitos e concedeu a
homologação do plano.

O art. 163 diz “O devedor poderá, também, requerer a homologação do plano de


recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que
assinado por credores que representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie por ele
abrangidos”.

Uma sociedade vive crise econômico-financeira e a leva a requerer a recuperação


extrajudicial. O plano de recuperação extrajudicial contempla apenas a classe dos credores
quirografários.

Possível a desistência do pedido de homologação ATÉ a distribuição do pedido de


homologação. Após esta data (uma vez distribuída a inicial), será possível APENAS com a
anuência de todos os credores, além do devedor envolvido no plano extrajudicial.

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OBS​.: A recuperação extrajudicial uma vez homologada adquire o status de TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL (compondo o rol do art. 515 do CPC).

10. TÍTULOS DE CRÉDITO


Legislação aplicável:
● Nota promissória e Letra de câmbio Decreto 57663/66.
● Cheque Lei 7357/85.
● Duplicata Lei 5474/68.

A aplicação do Código Civil (arts. 887 e ss) aos títulos de crédito existentes é uma aplicação
subsidiária (art. 903, CC). Só aplica a lei civil quando a lei especial não tratar do assunto.

PRINCÍPIOS CAMBIÁRIOS

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

a) Princípio da literalidade. Só tem validade para o direito cambiário aquilo que está
literalmente consignado no título. Só vale aquilo que está escrito no título de crédito.
b) Princípio da autonomia. ​O vício em uma das relações não compromete as demais. Assim,
o endosso, o aval e demais atos cambiários não atinge as demais obrigações assumidas
no título. O possuidor de boa-fé exercita um direito próprio que não pode ser restringido ou
excluído pelas relações ocorridas entre os possuidores precedentes e o devedor.

A autonomia possui subprincípios.


● Inoponibilidade de exceções pessoais a terceiro de boa-fé - ​Art. 17. LUG - As
pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores
anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido
conscientemente em detrimento do devedor.
● Abstração - quando posto em circulação, o título de crédito desvincula-se do
negócio que lhe deu origem abstraindo-se do mesmo.

Art. 889, §3º, CC – admite a emissão do título de crédito eletrônico.

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TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS

● Letra de câmbio
● Cheque
● Nota promissória
● Duplicata

LETRA DE CÂMBIO (DECRETO 57.663/66)

A letra de câmbio é ordem de pagamento. Letra de câmbio é um título de crédito decorrente de


relações de crédito entre duas ou mais pessoas, pelo qual a designada sacador dá a ordem de
pagamento pura e simples a outrem, denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa
(tomador ou beneficiário), no valor e nas condições dela constantes.

Na sua estrutura teremos:


● Alguém que dá a ordem (sacador).
● Alguém que recebe a ordem (sacado).
● Tomador/Beneficiário.

Aceite é o ato de concordância com a ordem de pagamento dada. Este ato é privativo do sacado.

O aceitante, a partir do momento que dá o aceite, torna-se devedor principal do título.

ATENÇÃO​:​ Na letra de câmbio o aceite é facultativo.

Efeitos da recusa do aceite pelo sacado:


● Vencimento antecipado do título de crédito.
● Tornar o sacador o devedor principal

O vencimento da letra de câmbio pode ser:


● À vista – é aquele que é exigível de imediato. Pode-se exigir a qualquer tempo.
● Data certa (ou marcada, ou fixada). Aqui a data é fixada. Ex: dia 17/07/13.
● A certo termo de data – é o número x de dias contados a partir da data da emissão do
título.
● A certo termo de vista – é o número x de dias contados a partir da data do aceite.

Endosso

A finalidade do endosso é transferir crédito, mas, como consequência, o endosso torna o


endossante codevedor. O título fica mais forte cada vez que é endossado (v ai
adicionando mais devedores).

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Efeitos:
● Transferência da titularidade do crédito do endossante (quem transfere) para o
endossatário (quem recebe).
● Tornar o endossante codevedor do título.

O endosso de acordo com a sua forma pode ser:


a) Endosso em branco – é aquele que não identifica o endossatário. Ex: Endosso a ...
b) Endosso em preto – quando tem a identificação do endossatário. Ex: Endosso a João.

➔ O endosso parcial é nulo (art. 12, decreto 57666).

Aval

O avalista é o garantidor – ele garante o pagamento de um título de crédito nas mesmas


condições que o avalizado. Assim, o aval tem a finalidade de reforço de pagamento.

O aval pode ser:


a) Aval em branco​ – quando não identificado o avalizado. Ex: “por aval a ...”.
b) Aval em preto​ – quando identificado o avalizado. Ex: “por aval a Mariana”.

OBS​: Art. 30, decreto 57666 – este dispositivo autoriza tanto o aval ​total como também o aval
parcial​.

Aval x Fiança
O ​aval é ato tipicamente cambial, ele só pode ser dado em título de crédito. A ​fiança só pode ser
dada em contrato.
O ​aval​ é autônomo. A ​fiança​ é acessória.
O ​aval​ não tem benefício de ordem. A ​fiança​ possui benefício de ordem.

OBS​: Art. 1647, III, CC Hoje tanto para prestar aval quanto fiança precisa da autorização do
cônjuge, exceto se o regime for o de separação absoluta de bens.

NOTA PROMISSÓRIA

É uma promessa de pagamento efetuada pelo emitente em face do beneficiário,


comprometendo-se a pagar determinada quantia em determinada data.

A nota promissória não admite o aceite.

Endosso​ - as mesmas regras da letra de câmbio.


Aval​ - as mesmas regras da letra de câmbio.

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Vencimento
● À vista.
● Data certa.
● A certo termo de data.
● A certo termo de vista.

DUPLICATA

A duplicata mercantil é uma ordem de pagamento efetuada pelo sacador/vendedor em face


do sacado/comprador devido a uma compra/venda mercantil ou prestação de serviços.

A emissão de duplicata mercantil é facultativa, mas o seu registro em livro é obrigatório


(Livro de Registros de Duplicata Mercantil).

É uma exceção ao princípio da cartularidade (não é necessário ter o título em mãos para
promover a cobrança).

Aceite

O aceite é obrigatório.

a) Aceite ordinário – é aquele aceite que decorre da assinatura do sacado no título. Todavia,
b) Aceite presumido - face a duplicata virtual
c) Aceite por comunicação.

Hipóteses em que o sacado pode recusar o aceite (art. 8º c/c art. 21, lei 5474):
● Em caso de avaria/ não recebimento da mercadoria/ não prestação do serviço.
● Vício/defeito de quantidade ou qualidade no produto ou serviço.
● Divergência quanto a prazo, preço e condições de pagamento.

Este rol é taxativo

Pagamento

● À vista.
● Data certa

A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em


separado ou nela escrita (art. 11).

Endosso ​- as mesmas regras da letra de câmbio.


Aval​ - aplicar-se-ão as mesmas regras da letra de câmbio.

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Espécies de protesto

a) Protesto por falta de devolução. Decorrido o prazo de 10 dias, a duplicata não foi
devolvida, o sacador pode fazer o protesto por falta de devolução.
b) Protesto por falta de aceite. O sacado, dentro do prazo de 10 dias, devolve o título, mas
não dá o aceite e não diz os motivos.
c) Protesto por falta de pagamento. O sacado devolve o título dentro do prazo e com aceite,
todavia, no dia do pagamento, ele não paga.

Para protestar é necessário a duplicata. Em caso de extravio de duplicata emite-se uma segunda
via da duplicata que se chama triplicata (art. 23, da lei 5474).

O protesto interrompe o prazo prescricional (art. 202, III, CC)

Execução

● Duplicata com aceite, executa normal.


● Duplicata sem aceite (art. 15, II, lei de duplicata) pode executar este título, desde que
apresente a duplicata, proteste a duplicata (o protesto comprova que não houve o
pagamento) e apresente o comprovante de entrega da mercadoria ou comprovante do
serviço prestado.

CHEQUE

Cheque é uma ordem de pagamento à vista efetuada pelo emitente em face do banco
(sacado) em virtude de previsão que o emitente possui junto a instituição financeira,
tendo como beneficiário determinada pessoa.

Art. 32, Lei 7357/85: qualquer menção feita no cheque com a intenção de transformá-lo numa
promessa de pagamento é considerada inválida.

A lei proíbe que o banco possa endossar ou avalizar o cheque (art. 18, § 1 º e art. 29).

No entanto, o banco pode ser emitente de cheque administrativo (art. 9º). Cheque administrativo
dá maior confiança para quem recebe.

A data da emissão é requisito essencial (pois é preciso dela para poder calcular o prazo
prescricional).

Súmula 387, STF – se a pessoa deixar a data de emissão em branco, o credor de boa-fé pode
preencher.

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Segundo o art. 32, lei 7357, o cheque é ordem de pagamento à vista e considera-se não escrita
qualquer menção em contrário.

Cheque pré datado


Se o credor deposita o cheque antes do dia que foi acordado, o credor quebra a boa-fé objetiva,
pois ele feriu o acordo com o devedor, caracterizando, portanto, dano moral a apresentação
antecipada de cheque pós-datado (súmula 370, STJ).

Aceite​ - Não admite a figura do aceite.


Endosso -​ as mesmas regras da letra de câmbio.
Aval -​ as mesmas regras da letra de câmbio.

Prazos
O cheque é um título que possui vários prazos.

O 1º prazo pertinente ao cheque é denominado prazo de apresentação ao banco sacado.

O art. 33 da Lei 7357/85 impõe que o portador deverá apresentar o título ao banco em 30
dias quando sua emissão ocorrer no mesmo município em que deva ser pago; será de 60
dias, o prazo de apresentação, quando o cheque for emitido em município diverso do qual
deva ser pago. O desrespeito a estes prazos acarreta na perda do direito de promover
ação judicial contra os endossantes e respectivos avalistas (art. 47, II).

30 dias + 6 meses = prescrição;


60 dias + 6 meses = prescrição.

Após o prazo de apresentação, o credor terá 6 meses para promover ação judicial contra
o emitente.

Súmula n. 299, STJ​ - ​É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

Súmula n. 503, STJ - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada
na cártula.

Pagamento parcial do cheque


Art. 38, parágrafo único, da lei 7357/85:

Parágrafo único. O portador ​não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode
exigir que esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.

Sustação de cheque
Existem duas modalidades de sustação:
a) Contra-ordem ou revogação (art. 35 da lei de cheques):
● Somente o emitente do cheque pode fazer a contra-ordem ou revogação.

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● Somente produzirá efeito após o prazo de apresentação.

b)​ Oposição ou sustação (art. 36 da lei de cheques)


● Pode ser o emitente ou portador legitimado podem fazer a sustação
● Produzirá efeito mesmo durante o prazo de apresentação.
A sustação é mais comum: cheque roubado, desacordo comercial, etc.

Súmula n. 388, STJ​ - A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

ATENÇÃO: prazo de prescrição dos títulos, fora o cheque, 3 anos contados a partir
do vencimento. se protestar, interrompe e começa a contar de novo, da data do
protesto.

11. CONTRATOS MERCANTIS


ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)

Conceito
É um negócio jurídico em que uma pessoa jurídica (arrendadora) loca bens ou serviços que
adquiriu a outra pessoa (física ou jurídica) (arrendatário), por tempo determinado, a qual irá
efetuar as especificações do negócio e ao seu término poderá exercer a opção de compra,
mediante valor residual garantido (VRG).

Não exercendo a opção de compra, o arrendatário poderá renovar o contrato ou extingui-lo


devolvendo o bem arrendado. Neste contexto, o contrato em questão é uma mistura de
financiamento, com a opção de locação (Lei n. 6.099/74 e Resolução do Bacen n. 2.309/96).

Modalidades

a) Financeiro – art. 8º da Resolução n. 2.309/96 (inexistência de resíduo expressivo e prazo


mínimo de 2 anos de financiamento para bens com vida útil igual ou inferior a 5 anos e de
3 anos para os demais bens).

b) Operacional ​– Resolução n. 2.465/98 do Bacen (a soma das prestações não pode


ultrapassar 90% do custo do bem; o prazo contratual deve ser inferior a 75% do prazo de
vida útil econômica do bem; o preço para o exercício da opção de compra deve ser o valor

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de mercado do bem arrendado e que não haja previsão de pagamento de valor residual
garantido.

Se a Arrendatária pagar o VRG o resultado é que a partir desse momento a propriedade do bem
vai passar para a Arrendatária.

Se a Arrendatária não pagar o VRG o resultado é que ela terá que devolver o bem à Arrendadora.

Posicionamento STJ

Súmula 293 STJ ​pode ter VRG antecipado, logo, o VRG antecipado não descaracteriza o
contrato de Arrendamento Mercantil.

Súmula 369 STJ: Arrendatário deixa de pagar as parcelas: o arrendatário só estará in mora se
for
notificado.

Súmula 564 STJ ​no caso de ​reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro,
quando a soma da importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor
da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá direito
de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto
de outras despesas ou encargos pactuados.

Alienação Fiduciária

É contrato acessório, atrelado a um contrato de mútuo, no qual o mutuário-fiduciante aliena a


propriedade de um bem ao mutuante-fiduciário, ficando o fiduciário com a propriedade resolúvel e
a posse indireta do bem, enquanto o fiduciante fica com a posse direta do bem.

Não pagamento pelo fiduciante

Se houver inadimplemento das parcelas correspondentes ao mútuo, será admitido o ingresso de


ação de busca e apreensão, admitindo-se a concessão de liminar.
Recupera o bem e, após vender, usa o valor que obteve na venda para abater a dívida.Há neste
caso o saldo devedor da dívida que será cobrado por meio de Ação Monitória ( Súmula 384 STJ)

Quando o fiduciante (devedor) não paga e foi decretada falência dele: Nesta hipóteses o
Fiduciário (credor) não pode utilizar as ferramentas acima, assim entrar com o Pedido de
Restituição para se o bem estiver lá seja devolvido, se houver diferença irá fazer a habilitação na
Falência como credor quirografário ( artigo 85 da Lei 11101/05).

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Representação comercial

Pessoa jurídica ou física (representante), sem relação de emprego (autônomo), obtém pedidos de
compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas por outra pessoa jurídica
(representado), dentro de uma área de zoneamento delimitada.

Obrigações do representante: observar as instruções e as cotas de produtividade fixadas pelo


representado; prestar contas ao representado; respeitar a cláusula de exclusividade.

Obrigações do representado: pagar a comissão pactuada; respeitar exclusividade quanto à área


delimitada no contrato. Admite-se a rescisão contratual quando a parte contrária der causa,
porém, se o representante der causa, o representado terá direito à indenização de 1/12 da
somatória das comissões recebidas (contrato por prazo indeterminado).

Se por prazo determinado, o representante terá direito à indenização no valor do resultado da


multiplicação da metade do número de meses contratados pela média mensal das comissões
recebidas. Nesse contrato é proibida a cláusula delcredere.

Comissão
O representante terá direito à comissão se fizer pedido e:
● o pedido for aceito pelo representado
● o pedido ser pago pelo comprador

A comissão só é devida depois que o representado aceitou.Na Representação é vedada a


cláusula “del credere” (que o risco quanto à solvência pode ser dividido entre as partes), o risco
quanto à solvência é do representado, o representante não pode ser descontado de vendas
futuras para partilhar do prejuízo. ( artigo 32 e 43 da Lei 4886/65)

Faturização (factoring) ou fomento mercantil

Faturizador adquire direito decorrente do faturamento (compra e venda de mercadorias ou


prestação de serviços) do faturizado por meio da cessão de créditos, ou seja, o faturizador
adquire faturamento do faturizado, sendo que o faturizado responde pela existência da dívida e
não pela garantia da obrigação.

Modalidades
● Conventional factoring – faturizador paga à vista pela cessão dos créditos do faturizado,
descontando valor pelo deságio (assume o risco do negócio);

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● Maturity Factoring ​– faturizador pagará o preço da cessão de créditos ao faturizado após


ter recebido o pagamento dos créditos pelos devedores. Neste caso a remuneração do
faturizador é a comissão, pois não há deságio nem risco do negócio.

Contratos bancários

Aqueles em que uma das partes é o banco ou instituição financeira.

Mútuo bancário: instituição financeira empresta determinada quantia em dinheiro ao mutuário,


que se obriga a restituir o valor emprestado com juros e demais encargos.

Desconto bancário: instituição financeira antecipa o valor de um crédito contra terceiro ao cliente
e, por conta disso, desconta determinada taxa de juros.

Abertura de crédito: instituição financeira disponibiliza ao correntista determinada quantidade de


dinheiro, para que possa, se quiser, utilizar.

Franquia (franchising)

Franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, da tecnologia empregada,


da distribuição, com ou sem exclusividade, de produtos ou serviços e da organização
empresarial. Prevalece a regra da transparência das negociações, portanto, é necessário o
oferecimento de circular de oferta de franquia, entregue em no máximo 10 dias antes da
assinatura do contrato principal. A ausência desta circular pode acarretar a nulidade do negócio,
bem como reparação de danos por parte do franqueado.

Locação Empresarial

Alguém que aluga um espaço para exercer atividade empresarial.

Ação Renovatória: artigo 51 e 52 da Lei 8245/91

Requisitos para que o locatário (inquilino) ingresse com ação (requisitos cumulativos):
● Contrato seja escrito e por prazo determinado;
● Se o contrato for por Prazo indeterminado ele continua automaticamente e não pode entrar
com ação renovatória;
● Estar pelo menos à 5 anos no mesmo imóvel;
● Explorar nos 3 últimos anos o mesmo ramo de atividade;

Prazo para ingressar com Ação Renovatória: Primeiros 6 meses do último ano do contrato

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Direito de Retomada​ (Locador pedir o imóvel de volta) artigo 52 da Lei é taxativo:

● Melhor Proposta de terceiro ( dar preferência ao locatário para tentar alcançar);


● Reformas: que podem ter sido determinadas pelo Poder Público, ou se o locador quiser a
reforma entretanto deverá explicar e justificar as obras do imóvel (valorização do imóvel);
● Para uso próprio: de acordo com a lei, só pode ser para uso próprio desde que não realize
a mesma atividade empresarial do inquilino;
● A retomada para uso de ascendente, descendente ou cônjuge desde que eles tenham
fundo de comércio (estabelecimento comercial a mais de 1 ano desde que não explore o
mesmo ramo).

12. PROPRIEDADE INDUSTRIAL


Lei 9279/96

Quem cuida de propriedade e patente é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é


uma autarquia federal.

PATENTE

Se tiver a patente adquire o direito de exclusividade de exploração.

Requisitos​ para adquirir Patente ( Artigo 8º,10º e 18º da Lei):


● Novidade:​ INPI irá verificar se já tem patente, se é algo novo;
● Atividade Inventiva: quem inventou deverá explicar detalhadamente como chegou a tal
resultado, fórmula etc;
● Aplicação Industrial: não basta ter inventado, deve ser possível ser explorado pela
indústria. Tudo o que for abstrato não tem aplicação industrial.

Espécie que está pedindo proteção e por quanto tempo tem essa proteção ​( artigo 9º e 40º da
Lei):
● Patente de Invenção: é algo absolutamente novo, inovador, que não existe no
mercado.PRAZO DE EXCLUSIVIDADE: é de 20 anos do depósito no momento que dei
entrada;
● Patente de Modelo de Utilidade: é uma melhoria em algo que já existe.Exemplo: TV
LED.PRAZO DE EXCLUSIVIDADE: é de 15 anos do depósito no momento em que dei
entrada.

Quando termina esse prazo de exclusividade da patente não cabe prorrogação e cai em domínio

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público.

Quem é o Titular da Patente​ ( artigo 6º,7º,88º à 91º da Lei)

Autor/Inventor é aquele que primeiro depositou, não será quem primeiro inventou e sim quem
deu a entrada primeiro terá a preferência.

ATENÇÃO: Sempre será pessoa física, nunca será pessoa jurídica ou sociedade
empresarial.

Se essa pessoa (autor/inventor) falecer pode dar entrada na patente:


● Pessoa física;
● Herdeiro;
● Cessionário( aquele que comprou a idéia)

Relação:​ Empregado X Empregador

Se o empregado for contratado para desenvolver pesquisa ( invenção / patente) se ele descobrir
algo a patente será do empregador, pois o empregador sustenta o empregado e suas pesquisas
inclusive seus fracassos.

Se o empregado não foi contratado para desenvolver pesquisa, entretanto inventou algo usando
recursos do empregador (exemplo: computador, laboratório), nesta situação a patente será dos
dois.

Se o empregado que não foi contratado para pesquisa e usa recursos próprios, nesta hipótese a
patente é do empregado.

Essas regras valem até enquanto durar o contrato de trabalho/terceirização/prestação de serviço


e durá até 1 ano depois da dissolução deste contrato.

MARCA

Quando eu quero proteger um sinal, no Brasil só vale sinal visual.

Requisitos para a concessão de exclusividade:​ ( artigo 122 à 126 da Lei 9279/96):

● Novidade Relativa: o nome que inventei tem que ser novo em determinado ramo de
atividade (Exemplo: ramo cosméticos, esportivo). A marca tem proteção respeitando o
princípio da especialidade pois aquele nome e cada um é titular e tem exclusividade em
seu ramo, onde registrou;

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● Não Colidência com marca de Auto-Renome: “é uma marca que o INPI entendeu que tem
prestígio”.Nasce com Registro no INPI, após o inventor prova que esta marca tem prestígio
e passa a ser protegida em todos os ramos de atividade;
● Não Colidência com Marca Notoriamente Conhecida: é uma marca que foi registrada em
outro país, ainda não foi registrada no Brasil e por termos assinado convenção ela é
protegida apenas no próprio ramo de atividade.

Prazo: Uma marca é protegida no prazo de 10 anos contados da concessão prorrogáveis


sucessivamente. ( Artigo 133 da Lei)

13. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


O Código Civil prevê, expressamente, no art. 50, o instituto da desconsideração da personalidade
jurídica que ocorrerá quando houver abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio
de finalidade e confusão patrimonial, que poderá ser obtida a requerimento da parte ou do MP e
permitirá que em determinadas obrigações se atinjam os bens dos sócios.

O Novo Código de Processo Civil, criou um procedimento específico para que seja declarada a
desconsideração. A dívida continua sendo da pessoa jurídica. Mas a responsabilidade, diante do
reconhecimento da desconsideração, passa a recair sobre o patrimônio dos sócios (na verdade, o
patrimônio da pessoa jurídica ocultado nos bens dos sócios), conforme art. 790, VII, do
CPC/2015.

Tanto para a desconsideração direta (a sociedade devedora oculta seu patrimônio no dos seus
sócios) quanto para a indireta (o sócio devedor oculta seu patrimônio no da pessoa jurídica), os
sócios e/ou a sociedade potencialmente atingidos pela decisão devem ser previamente ouvidos a
respeito, admitindo-se a produção de provas a bem da comprovação de que não houve abuso de
personalidade ou ocultação patrimonial.

Criou-se, portanto, um incidente processual para a desconsideração (vide art. 133 e ss. do CPC),
a prestigiar, por evidente, o princípio do contraditório, norma fundamental do processo não
apenas pelo que já consta do art. 5º, LIV e LV da CF/1988, mas também pelo regramento dos
arts. 9º e 10 do CPC/2015.

● Na EIRELI, caberá a desconsideração da personalidade jurídica se presente um dos


motivos elencados no art. 50 do CC.
● Empresário individual - Não há desconsideração

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