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APOSTILA

Direito Financeiro | 1ª ed.

Sumário
NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO 5
FUNÇÕES EXTRALEGAIS DO ORÇAMENTO 5
FUNÇÕES CLÁSSICAS 6
COMPETÊNCIA DE INICIATIVA 7
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O ORÇAMENTO 8
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 8
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 9
9
PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE 9
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE 9
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE 10
PRINCÍPIO DO EQUILIBRO ORÇAMENTÁRIO 10
AS LEIS ORÇAMENTÁRIAS EM ESPÉCIE 11
PLANO PLURIANUAL (PPA) 11
PRAZO 12
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) 13
PRAZO 16
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) 17
PRAZO 18
A LOA E LRF 19
a) RESERVA DE CONTINGÊNCIA 19
b) MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO 19
PROBLEMAS NO TRÂMITE DA LOA 20
CONTROLE DO ORÇAMENTO 20
FAMOSO DUODÉCIMO 22
1 - O QUE SERIA ISSO? 22
OBRIGATORIEDADE DE REPASSE 23
EMENDA CONSTITUCIONAL 109-2021 – NOVIDADE: 24
RECEITA PÚBLICA 24
CONCEITO DA RECEITA PÚBLICA 24
CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS 25
a) CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ORIGEM 25
RECEITA DERIVADA 25
RECEITA ORIGINÁRIA 26
b) QUANTO NATUREZA 27
c) CATEGORIA ECONÔMICA 27
RECEITA PÚBLICA E LRF 28

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a) RECEITA CORRENTE LÍQUIDA 28


b) RENÚNCIA DE RECEITA 29
A DESPESA PÚBLICA 29
NATUREZA JURÍDICA 29
MODALIDADE DE DESPESA 30
a) DESPESA DE CUSTEIO 30
a.1) SUBVENÇÕES 32
b) DESPESA DE CAPITAL 33
INVERSÃO FINANCEIRA 34
DESPESAS PÚBLICAS E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 36
DESPESA PÚBLICA E REGRAS GERAIS DA LRF 36
a) ESTIMATIVA DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO 37
b) DECLARAÇÃO DO ORDENADOR DA DESPESA 38
c) EXCEÇÃO A REGRA 38
DESPESAS EM CARÁTER CONTINUADO 38
a) REGRA GERAL E REQUISITOS 38
b) EXCEÇÃO DA REGRA 40
DESPESAS COM PESSOAL E LRF 40
a) REGRA REGRAL 40
b) LIMITES GLOBAIS 41
c) EXCEÇÃO 43
Do Controle da Despesa Total com Pessoal 43
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 46
ADI CONTRA LEIS ORÇAMENTÁRIAS 46
CURIOSIDADES 47
GRANDES DÚVIDAS 48
AUMENTO DE DESPESA 48
TIPOS DE EMENDAS IMPOSITIVAS FEDERAIS 49
EMENDAS IMPOSITIVAS 49
EMENDAS DE BANCADA PARLAMENTAR 49
GLOSSÁRIO CONSTITUCIONAL 49

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DIREITO FINANCEIRO MAPEADO

ORÇAMENTO PÚBLICO MAPEADO

​INTRODUÇÃO

Nesta obra abordaremos sobre direito financeiro e orçamento de forma bem simples e objetiva
para que operadores do direito compreendam a importância do Direito Financeiro para vida
pública e, em especial, para conseguirem responder com êxito as questões no Exame de Ordem.

Temos que refletir que o Direito Financeiro é que comanda o dinheiro público, as receitas,
despesas, orçamento e outros, assim é importante destacar que será impossível que realizar
qualquer ato administrativo sem que esteja em consonância com ditames financeiros

Pois a principalmente função do gestor público seria melhorar a vida da população ou bem-estar
social, ainda, implementar programas e projetos para auxiliar.

Agora que entra o ponto principalmente, como isso será feito sem estar em consonância com
orçamento público?

Impossível. Por isso este livro é tão especial, já que ele aborda de maneira rápida e prática
temática envolvendo o assunto, portanto, espero que esta obra possa lhe ajudar e auxiliar na sua
vida e na sua carreira.

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NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO

O que é natureza jurídica?

É o conceito, a definição daquele instituto ou coisa, logos estamos tratando de orçamento público,
desta maneira, sua natureza jurídica é de lei formal a qual instrumentalizada como será posto as
receitas, as despesas, os programas, os planejamentos e outros

Para uma definição é importante trazemos do curso do Senado Federal que diz:

Orçamento é o documento que trata, em termos financeiros, do programa de trabalho do governo


para cada ano, estima os recursos que devem ser arrecadados para financiar as despesas
fixadas para a execução do programa de trabalho1

Podemos providenciar que o Orçamento Público é :

A. LEI
B. Tratará sobre receitas e despesas
C. Fixará a execução dos planos e projetos

Desta maneira, fica demonstrado a importância do Orçamento Público, pois ele irá determinar o
valor a ser arrecado, quantidade de despesa realizada e fixação dos planos e projetos previstos
no documento e com fundamento no princípio da legalidade deverá ser uma lei aprovado pelo
Poder Legislativo.

FUNÇÕES EXTRALEGAIS DO ORÇAMENTO

Noutro giro, podemos dizer que o orçamento é um instrumento de controle político sobre o Poder
Executivo por parte do Poder Legislativo.

Tendo em vista que sobre a ótica constitucional é obrigatório que o Poder Executivo conste no
orçamento público despesas que ultrapassem um exercício financeiro ou despesas de caráter
continuado e outras decorrentes.

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Curso – Orçamento Público – Senado Federal
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Ainda é importante destacar que o orçamento público tem quatro funções primordiais:

a) Jurídica
b) Política
c) Econômica
d) Social

Além dessas funções, onde denotam a obrigação de seguir as regras jurídicas para a criação do
orçamento, temos a política depende da vontade dos que constrói e dos que votam o orçamento
para seja alocado os recursos corretamente para efetivar os direitos fundamentais e objetivos da
república federativa.

Ainda temos a questão social, o orçamento é uma arma social, aqueles que compreende e
conseguem usá-lo de maneira adequada poderão favorecer uma infinidade de pessoas sem que
haja qualquer custo extra, sem que retire dinheiro do seu próprio bolso.

Contudo, essa função social vem ao encontro do objetivo da república, que seria erradicar a
pobreza e diminuir as desigualdades sociais, isso ocorrerá única e exclusivamente por políticas
públicas sociais.

FUNÇÕES CLÁSSICAS

No orçamento público existem as funções clássicas que são:

a) função alocativa;
b) função distributiva;
c) função estabilizadora.

A função alocativa é aquela onde serão alocados os recursos para favorecer o crescimento e
principalmente os maiores problemas do desenvolvimento e no social.

Pois como o próprio traz “ALOCAR” resumidamente seria colocar/ajustar recursos para uma
finalidade determinada, como exemplos podemos usar a telefonia móvel, caso haja a
necessidade de investimentos para melhoria da qualidade do serviço e nenhuma empresa privada

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está disposta a investir nesse segmento e um anseio popular, poderá o Governo fazer
investimentos de capital para a melhora e assim abertura desse mercado.

Desta maneira, em suma, é alocar os recursos de forma gerar crescimentos em todas as funções
do orçamento.

Nas palavras do professor Laerte Ferreira Morgado, diz que:

Na função alocativa, o Estado atua diretamente na produção de bens. De acordo com a Teoria
Econômica do Bem-Estar Social, existem razões para essa atuação produtiva do Estado, as
denominadas falhas de mercado: competição imperfeita, existência de bens públicos, presença
de externalidades e de mercados incompletos, informação imperfeita, desemprego e outros
distúrbios macroeconômicos. Por meio do Orçamento Público são feitas alocações de recursos,
por exemplo, para que empresas governamentais atuem diretamente na oferta de bens à
sociedade2

Nota-se que a explicação do professor ilustra a questão do Governo realizar diretamente oferta a
bens que a sociedade necessita por meio de alocação de recursos públicos no orçamento.

II – FUNÇÃO DISTRIBUTIVA

A presente função é elaborada para justiça social, por meio de distribuição de recursos, como
exemplo tivemos o auxílio emergencial, onde se distribuiu recursos para auxiliar as vítimas da
Pandemia.

Logo, a função distributiva é forma diminuir as desigualdades sociais, teria como função peculiar
encaminhar a riquezas exigidas pelo Estado as pessoas mais necessitadas dentro dos programas
governamentais.

​COMPETÊNCIA DE INICIATIVA
Na própria Constituição federal e nas leis orgânicas municipais fica nítido que a competência para
apresentar as propostas de leis orçamentárias são do Chefe do Poder Executivo, ou seja, do
PREFEITO no nosso caso.

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Laerte Ferreira Morgado, O ORÇAMENTO PÚBLICO E A AUTOMAÇÃO DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO – Senado Federal – DF-
2011
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Outro tema, importante, você sabe me falar quem pode legislar sobre Orçamento Público e
finanças?

No artigo 24 da Constituição Federal fica esculpido que é competência concorrente entre a


União, Estado e DF legislar concorrentemente sobre orçamento e direito financeiro, ou seja, o
MUNICÍPIO está de fora do assunto.

Pergunta: Como é possível se o Município tem o seu orçamento?

Ótimo ponto, o art. 30 da Constituição diz que o Município poderá legislar para suplementar a
legislação e no que for interesse do mesmo, desta maneira, ele usa o poder concedido por este
artigo para legislar sobre orçamento público no local, ou seja, no interesse local.

FUNCIONAMENTO DO ORÇAMENTO PÚBLICO NA ÓTICA FEDERAL

Já dissemos que o orçamento público é uma lei formal, logo, ele divide em 3 leis, o PPA. LDO e
LOA, sendo importante trabalhamos cada uma delas de forma separada para o maior
entendimento dos pares.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O ORÇAMENTO

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

O direito financeiro é pautado por inúmeros princípios que dão condão para a criação e
manutenção do orçamento público, dentre eles, vamos citar os principais de forma objetiva e
muito clara.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Neste princípio é de extrema necessidade que seja compreendido que tudo que faz na
Administração Pública necessita de Lei ou deve ter autorização normativa, assim orçamento
público é uma lei no sentido material e prevê as receitas e despesas do orçamento público.

Desta maneira, o que ocorre que ela autorizará que o gestor público possa fazer despesas e
quais despesas são essas, ainda determinará as dotações orçamentárias, além de determinar as
diretrizes, prioridades, metas e objetivos da Administração em médio prazo.

A materialização dos direitos fundamentais ocorre por meio da lei orçamentária, qualquer política
pública que queira implementar deverá constar na lei orçamentária.

PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE

Este princípio comporta a necessidade que seja exposta todas as receitas e despesas na LOA.

A luz da redação do art. 165. §5º da CF, prescreve o dever de o Governo Federal trazer de
forma discriminada na LOA as receitas e as despesas próprias, de seus fundos e órgãos e ainda
da Administração Indireta.

Importante destacar a presença no art.2º da lei 4320/64, traz a obrigatoriedade da discriminação


de receita e despesa.

Por fim, o princípio da Exclusividade não cria óbice para que haja qualquer vedação à criação de
tributo, após realização da lei orçamentária.

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PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE

O princípio está positivado na Constituição Federal, no §8º da artigo 165, in verbis:

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita


e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei.

Aludido princípio comporta exceções, onde é permitido que haja AUTORIZAÇÃO para abertura de
créditos suplementares e contratações de operações de crédito, tais fatos não fogem da alçada
do direito financeiro e orçamentário.

A função social do princípio é de vedar que no orçamento público haja caudas orçamentárias, ou
seja, tenha matérias alheias ao direito financeiro e orçamentário, porque o orçamento é uma lei e
muito extensa e poderia conter algo que imperceptível.

Vedado que haja criação de um cargo dentro da Administração Pública ou autorização para venda
de bem público e assim por diante.

PRINCÍPIO DA ANUALIDADE

Como regra, os orçamentos valerão para um único exercício financeiro, que, atualmente,
compreende o intervalo entre 1º de janeiro a 31 de dezembro, todavia o princípio da anualidade
está previsto na lei 4320/64, onde diz que o orçamento irá coincidir com ano civil.3

Sobre estes pontos das três leis orçamentárias previstas no nosso orçamento, apenas o PPA é de
4 anos, ou seja, terá vigência por 4 (quatro) exercícios financeiros, assim o PPA não é negativa
ao princípio da anualidade, pois tratará apenas das despesas de capital e duração continuada.

Desta maneira, o princípio da anualidade está presente de forma impar no sistema jurídico
orçamentário é decorrência necessária da própria estrutura orçamentária, a periodicidade é um
elemento essencial do orçamento.

3
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
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PRINCÍPIO DO EQUILIBRO ORÇAMENTÁRIO


O presente princípio é conhecido como a regra de ouro, ou seja, desta forma é necessário que
haja um contrapeso entre receita e despesa, sempre buscou que não houvesse déficit
orçamentário.

Contudo, após a crise de 1929, onde ocorreu a crise de 29, foi entendido que haja a possibilidade
existir déficit orçamentário, desta maneira, deverá ser dissolvido ao longo dos anos, como é
estabelecido pela LRF, em vários pontos.

Ele não está previsto na CF de forma positivada, porém, na LRF está como um princípio da LDO,
assim esse princípio trabalha para ser contornado casos de calamidade financeira, como é caso
do COVID-19.

Como diz a Professora Tathiane Piscitelli, que:

Em 2020, a situação fiscal brasileira, apenas se agravou . Em razão da pandemia do COVID-19, da


retração econômica ocasionada pela crise sanitária e da situação fiscal deficitária anteriormente à
pandemia , o déficit daquele ano foi de R$ 743,1 Bilhões, Para 2021, a LDO estimou um déficit em R$
247,1 bilhões.

Esses dados corroboram a importância de mecanismo institucionais para controle e busca do equilíbrio
orçamentário, pois podem agir como propulsores para retorno a um ambiente fiscal mais estável.4

Desta maneira, o princípio do equilíbrio orçamentário é essencial para sobrevivência da saúde


financeira do Estado.

AS LEIS ORÇAMENTÁRIAS EM ESPÉCIE


Neste capítulo abordaremos as leis mais importantes, depois da Constituição Federal, pois as leis
orçamentárias são as que comanda o nosso país, motivo pelo qual o comando imperioso do
orçamento público é norte para o caminho que o gestor irá trilhar.

Desta maneira, torna-se tão necessário o estudo e abordagem do presente tema de forma clara e
específica para facilitar a gestão na Administração Pública.

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Direito Financeiro – Tathiane Piscitelli. 7º ed. – São Paulo: Atlas, 2021.
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​PLANO PLURIANUAL (PPA)

O Plano Plurianual tem como finalidade estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes,


objetivos e metas da Administração Pública Federal (Estadual ou Municipal) para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

O PPA é uma aplicação do orçamento-programa, onde preverá as despesas de capital e de duração


continuada, assim, a despesa de capital constituir-se a nos investimentos, nas inversões financeiras e nas
transferências de capital (art.12 da Lei 4320/64).

PRAZO

Já que no organograma acima falamos de prazo, agora temos que entender como funciona o
PPA, então vamos lá:

O prazo é a cada 4 anos, ou seja, o Preside, Governador ou Prefeito, no seu primeiro mandato
sempre pega 1 (um) ano do PPA no anterior, no seu 2 (segundo) ano de governo cria o seu
próprio PPA.

Quando que o Chefe do Executivo tem que apresentar o PPA?

Como dissemos já sobre a competência o chefe do executivo poderá apresentar o PPA até
AGOSTO, ou seja, até 31 de agosto de 2022, no nosso caso, AGORA VEM A PARTE MAIS
IMPORTANTE, o Poder Legislativo deverá julgá-lo até o final da sessão legislativa5.

5
Sessão legislativa é o período anual, em que o Congresso se reúne anualmente, com início em 02 de fevereiro e
recesso a partir de 17.07, com retorno em 01.08 e encerramento em 22.12. E, por fim, por
período legislativo revelam-se os períodos semestrais.
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Fundamento: art. 35, §1º do ADCT, diz que o PPA será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro.

Sessão legislativa:  o período de atividade normal do Congresso a cada ano, de 2 de fevereiro a


17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

Logo, se não for aprovado até o final da Sessão legislativa, ocorrerá suspensão e ninguém sairá
de férias ou poderá acabar a sessão até fim do julgamento.

OBSERVAÇÃO:

A Constituição federal traz a possibilidade de o Município legislar pelo interesse local, na questão
orçamentária, entende-se que seja competência concorrente, contudo o Município estaria de fora.

Todavia, a doutrina majoritária compreende que poderá possibilitar o Município legislar pelo
interesse local, em temas sobre direito financeiro e orçamentário.

Ainda, os Municípios, segundo o interesse local, poderão legislar de forma distinta e específica,
no caso em tela, o trago o exemplo da cidade de São José do Rio Preto, onde na Lei Orgânica
Municipal, diz que:

§ 1º O Prefeito enviará à Câmara:

I - até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do Prefeito eleito, o projeto de lei dispondo sobre
o plano plurianual;

EM RESUMO

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LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)

A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o elo entre o PPA a LOA, é o que conecta ambas, pois o
PPPA é muito abstrato e LOA é muito prática, desta maneira necessita de uma conexão que
chama LDO.

Assim, a LDO surgiu com a Constituição Federal de 1988.

A própria CF/88 diz que:

A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as METAS E PRIORIDADES da administração pública federal,


estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida
pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Podemos visualizar que LDO tem várias funções, destacarei as principais para maior
compreensão:

Importante destacar que as METAS e PRIORIDADES da Administração Pública são

Desta maneira, os principais aspectos que a LDO irá tratar estão referendados na Constituição
Federal, no entanto, a LRF, trouxe outros aspectos de suma importância para serem abordados
na LDO.

Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;


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b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do
inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados
com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

Ainda a LRF traz que integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas
Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.

Desta maneira, a Lei de Responsabilidade Fiscal traz inúmeras obrigações e anexos para a LDO,
o que torna a lei orçamentária mais complexa e rigorosa e consequentemente mais indelével para
aplicação no cotidiano.

ESCLARECIMENTOS

Resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do governo, excluindo-se
da conta as receitas e despesas com juros.

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Elencado os passos, a Lei de Responsabilidade Fiscal veio para consagrar o princípio da


moralidade, eficiência e principalmente da responsabilidade com gasto do dinheiro público, tendo
em vista, formas de evitar que haja mau uso do mesmo e principal desvio de projetos ou
imoralidade na sua aplicação.

Na LDO terá autorização para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração


de servidores, a criação de cargos, empregos, funções ou alteração na estrutura de carreira, bem
como admissão e contratação de pessoal a qualquer título na administração, exceto empresas
públicas e sociedades de economia mista.

PRAZO

O prazo da LDO é totalmente diferente do prazo do PPA, sendo que o art. 35.§2º do ADCT traz
que o projeto de LDO será aprovado até o dia 15 de abril (oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro) e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa., ou seja, até 17 julho, prazo máximo.

Valendo ressaltar que existe uma previsão constitucional que a LDO deverá ser aprovado, senão
a sessão legislativa não acabará, é o que diz o art. 57, §2º da CF.

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Além disso, a LDO entra em vigor no ano de sua aprovação, nesse período estão normalmente
finalizando as discussões em torno da LOA., devendo estar adequada à LDO.

OBSERVAÇÃO:

A Constituição federal traz a possibilidade de o Município legislar pelo interesse local, na questão
orçamentária, entende-se que seja competência concorrente, contudo o Município estaria de fora.

Todavia, a doutrina majoritária compreende que poderá possibilitar o Município legislar pelo
interesse local, em temas sobre direito financeiro e orçamentário.

Ainda, os Município segundo o interesse local poderão legislar de forma distinta e específica, no
caso em tela, o trago o exemplo da cidade de São José do Rio Preto, onde na Lei Orgânica
Municipal, diz que:

§ 1º O Prefeito enviará à Câmara:

II - até 30 de abril, anualmente, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e, devolvido para sanção, até 30
de junho.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)

Consiste na lei que trata da parte da execução dos projetos previstos nas diretrizes, objetivos e
metas contido no PPA e as Metas e Prioridades da LDO, assim, a lei que traz no seu corpo os
recursos propriamente ditos, seja na parte das receitas prevendo-as , seja na parte das despesas
fixando-as.

A LOA torna-se a peça mais importante do processo orçamentário, onde o parlamentar deverá ser
um maior cuidado ao apreciar, pois nela contará com princípio da universalidade, onde estará
presente todas as despesas e receitas do município.

Nesse sentido, orçamento é uma lei que prevê receitas e fixa despesas. Na parte da receita
parecer simples dizer que, pelo grau de previsibilidade existente na economia, bem como pelo
suporte fático da ciência das finanças, a elaboração do orçamento na atualidade perpassa pelos
males que outrora o impregnaram.

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A LOA constituirá, conforme disciplina o §6º do artigo 165 da CF, que haverá suborçamentos que
serão:

a) FISCAL – onde será incluso o orçamento de todos os poderes (legislativo, judiciário) e de


seus fundo e órgãos e ainda da Administração Indireta.
b) INVESTIMENTOS – Neste ponto irá alcançar as empresas que a União, direta ou
indiretamente m detenha maioria do capital social com direito a voto. Sendo que neste
aspecto será necessário, apenas consolide o que será investido e valores, ai recurso será
destinado.
c) SEGURIDADE SOCIAL – Assegurar os direitos relativos a Saúde, assistência social e
previdência, pois a seguridade social se divide entre estes.

Valendo trazer a discussão, que necessário que acompanhe o projeto de lei orçamentária,
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira e creditícia (§6º do art. 165 da
CF). Este ponto é relevante para trazer maior transparência para orçamento.

​PRAZO

No caso da LOA o prazo é mesmo do PPA, ou seja, deverá encaminhada até agosto de todos os
anos, deverá ser votada até o fim da sessão legislativa.

Desta maneira, o ADCT, traz em seu art. 35, §2ºm III que o projeto de lei orçamentária será
encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro.

A vigência da LOA, com fundamento no princípio da anualidade, terá início em primeiro de janeiro
e término em 31 de dezembro.

OBSERVAÇÃO:

A Constituição federal traz a possibilidade de o Município legislar pelo interesse local, na questão
orçamentária, entende-se que seja competência concorrente, contudo o Município estaria de fora.

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Todavia, a doutrina majoritária compreende que poderá possibilitar o Município legislar pelo
interesse local, em temas sobre direito financeiro e orçamentário.

Ainda, os Município segundo o interesse local poderão legislar de forma distinta e específica, no
caso em tela, o trago o exemplo da cidade de São José do Rio Preto, onde na Lei Orgânica
Municipal, diz que:

O prefeito encaminhará a Câmara:

III - até 30 de setembro, de cada ano, o projeto de lei da proposta orçamentária para o exercício
subsequente.

​A LOA E LRF
A LRF diz que deverá conter na LOA:

a) RESERVA DE CONTINGÊNCIA

A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe como obrigação de previsão na LOA, um tópico chamado
de reserva de contingência, esse valor é “poupado” para eventuais riscos que estão previsto nos
anexos da LDO.

Todavia, as receitas destinadas para compor a reserva de Contingência dependerá uma


análise mais aprofundada, no que se refere ao seu vínculo constitucional, explicando melhor,

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aqueles tributos que possuem uma destinação constitucional pra ser utilizado não poderão ser
alvos para reserva.

Valendo ressaltar que a reserva de contingência é uma fonte de recursos disponível para o
governo abrir créditos adicionais, atender passivos e outros riscos eventuais.

b) MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO

A Lei de responsabilidade fiscal traz a necessidade imperiosa que esteja prevista na Lei
Orçamentária Anual as medidas de compensação, desta maneira, tais medidas são para fazer
frentes as renúncias de tributos, financeiras e creditícias.

Logo, aplicação dessas medidas de compensação não exclusivas para renúncia de


receitas e despesa, mas também terá sua aplicação quando houve aumento de despesas
obrigatórias de caráter continuado.

A vontade do legislador é manter um equilíbrio orçamentário através dessas medidas de


compensações, pois a renúncia de receita é essencial para auxiliar no desenvolvimento, contudo,
deverá existir um equilíbrio e formas de compensar tais atos.

​PROBLEMAS NO TRÂMITE DA LOA

No caso de problemas no trâmite da LOA, dizemos quando ocorre questionamento envolvendo


três possíveis atrasos, que são

a) NÃO ENVIO DOS PROJETOS DA LEIS ORÇAMENTÁRIAS PELO EXECUTIVO


b) NÃO DEVOLUÇÃO DOS PROJETOS APROVADOS PELO LEGISLATIVO;
c) VETO OU REJEIÇÃO DO PROJETO DE LOA PELO LEGISLATIVO

CONTROLE DO ORÇAMENTO

A constituição federal traz em seu art. 70, o seguinte:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União

O Congresso Nacional, aqui representando o Poder Legislativo irá realizar a fiscalização com
auxílio do Tribunal de contas, em vários aspectos tanto contábil, financeiro ou orçamentário.

A CF/88 possibilitou ao Poder Legislativo, a autoridade para realizar o controle externo de forma
independente e coerente, devendo ser um observador atento dos trabalhos financeiros e
orçamentários do Poder Executivo.

Desta maneira, aplica-se o princípio dos pesos e contrapesos, onde demonstra que cada Poder
irá fiscalizar o outro poder dentro dos limites constitucionais, pois o Poder Legislativo não detém a
iniciativa para propor, contudo, possui a capacidade de fiscalizar de forma muito efetiva as
questões relacionadas com orçamento público e financeiro.

Outro ponto relevante é que o aspecto e rol de legitimados do §2º do artigo 74 CF traz
possibilitando de que:

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Desta maneira, a Constituição Federal favoreceu a participação popular e principalmente a


fiscalização feita em vários aspectos e ângulos, desta maneira, fomenta que haja uma maior
transparência e principalmente uma maior legalidade em todos os atos que tange e pauta a
Administração Pública.

Um aspecto interessante é que na Lei de Improbidade Administrativa também é facilitado o


aspecto da fiscalização, sendo que no art. 14 diz que:

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Desta maneira, tanto no que tange aos aspectos que o tribunal de contas fiscaliza como
Economicidade, contabilidade, legalidade, orçamentária, operacional e patrimonial poderá ser
fiscalizado e denunciado por qualquer pessoa.

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1. IMPORTÂNCIA DA DE UM ORÇAMENTO COERENTE

Na análise das Contas do Município de União Paulista no Estado de São Paulo, o MPC pediu
para emissão de parecer desfavorável, em razão de “elevado percentual de alterações
orçamentária”.

Neste ponto que demonstra a importância de realizar um orçamento coeso, pois o orçamento é
aval que a população conceda ao titular do poder para realizar despesas e arrecadar receitas com
intuito de atingir o interesse público primário e secundários.

Contudo, o orçamento é uma lei formal, isso não retira a necessidade de uma adequação a
realidade fática e mensuração das necessidades do município, pois um grande compilado de
mudanças demonstra a ingerência e má-gestão na construção do orçamento, salvo casos
especiais.

Logo, a Câmara Municipal consegue fiscalizar o orçamento, sua aplicação e execução,


desta maneira, é de extrema necessidade que seja feito desde a sua construção até a sua
execução.

Desta forma, que a Câmara é órgão mais relevante na aplicação do orçamento, único que
poder para obrigar a fazer.

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FAMOSO DUODÉCIMO

A Constituição Federal contemplou de forma bem simples a transferência de recurso do Poder


Executivo para legislativo, formalizando tal entrega através do DUODÉCIMO.

1 - O QUE SERIA ISSO?

É forma como foi selecionado do texto constitucional para realizar o aporte financeiro para os
outros Poderes como legislativo e Judiciário, pois como sabemos o Poder Executivo tem a função
arrecadatório e logo irá transferir para outros poderes seus valores devidos, sob pena de crime de
responsabilidade.

Sob o viés da CF/88 vislumbramos o artigo 168, que diz:

Art. 168 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Para respondermos essa questão devemos entender que diz o artigo 29-A da CF, in verbis:
  Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos
Vereadores e excluídos os gastos com inativos, NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no
§ 5 o do art. 1536 e nos arts. 1587 e 1598, efetivamente realizado no exercício anterior:   

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)
habitantes;   

Desta maneira, há várias interpretações sobre o que seria receita, porque no CTN considera
tributo9, apenas IMPOSTO, TAXA e Contribuição de Melhoria, contudo o artigo 11 da Lei 4320/64,
enquadra como receita correntes todas as decorrentes dos tributos e a CF faz um entendimento
que nesse caso incluirá as Imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e
contribuições especiais. Esse fato é meramente doutrinário, trazendo para elucidar o caso a
vocês.

6
§ 5º O ouro
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.
7
Art. 158. Pertencem aos Municípios: (transferências)
8
Art. 159. A União entregará - FUNDOS
9
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
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OBRIGATORIEDADE DE REPASSE
Como já havia dito o DUODÉCIMO é obrigatório, desta maneira, haverá obrigação que seja
repassado até o dia 20 de todo mês, conforme orientações constitucional, expressa acima.

Caso não seja repassado a Constituição Federal traz as penalidades:


§ 2 o Constitui crime de responsabilidade10 do Prefeito Municipal:         
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;         
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês;
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.  

O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DECIDIU EM 2019, NO RESPE 976.566, que é possível


que prefeito seja julgado tanto por crime de responsabilidade quanto por improbidade
administrativa, ou seja, não é causa de BIS IN IDEM.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 976.566 PARÁ - CONSTITUCIONAL. AUTONOMIA DE INSTÂNCIAS.


POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO PENAL E POLÍTICA ADMINISTRATIVA (DL 201/1967)
SIMULTÂNEA À POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, DEVIDAMENTE TIPIFICADO NA LEI
8.429/92. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM

Desta maneira, com repercussão geral que foi dada ao presente julgamento, tornou-se um lead
case, tem aplicação nacional, o que significa caso o Prefeito descumpra o orçamento pode ser
penalizado pela perda do cargo e responder por improbidade administrativa.

EMENDA CONSTITUCIONAL 109-2021 – NOVIDADE:

Com emenda constitucional 109-2021, trouxe a seguintes restrições:


§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais.  (Emenda
109-2021).

§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao caixa
único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do exercício
seguinte. (Emenda 109-2021).

10

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RECEITA PÚBLICA

​CONCEITO DA RECEITA PÚBLICA

A Receita Pública é importante ramo do Direito Financeiro, principalmente por se tratar todos os
recursos que irão financiar e bancar a “maquina pública”, assim teremos formas de classificar a
receita pública, tipos de entradas distintas e outros elementos essenciais para compreensão
desse importante instituto.

O professor Aliomar Baleeiro traz que “ receita pública é a entrada que, integrando-se no
patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem
acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo” (1998, p.126).

Possível concluímos que a RECEITA PÚBLICA seria a entrada de recursos para financiar as
despesas públicas que estão previstas na Lei Orçamentárias, especificamente nas dotações
orçamentárias.

Como já vimos nos princípios do direito financeiro, um dos pilares, considerado quase uma regra
de ouro do direito financeiro é equilíbrio entre receita e despesa. Isso está consagrado, inclusive,
no §1º do artigo 1º da LRF.

As formas de ingresso financeiros nos cofres públicos são diversas cada um possuindo suas
próprias características e principalmente suas diversidades, desta maneira, vamos a classificação
das receitas:

​CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS

Podemos classificar de várias formas as receitas, nesse trabalho buscarei as principais e as mais
cobradas em provas.

a) CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ORIGEM

RECEITA DERIVADA

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O recurso de origens derivadas seria “aquelas cuja origem está no poder de imposição do Estado
em face do particular. Decorrem, portanto, de uma relação de subordinação (ou vertical) que se
estabelece entre a Administração e o administrado” (Piscitelli, 2022).

Compreendo que as receitas derivadas são arrecadadas através do poder de império, ou seja,
através imposição estatal, fazendo de uma forma coercitiva e claro com observância a legalidade,
que basicamente seria a arrecadação de tributos através das leis tributárias e das formas de se
arrecadar.

No caso em discussão é necessário trazer a definição de tributo, pois a receita derivada é quase
na sua totalidade formada por recursos angariados através dos tributos.

Receitas Derivadas Tributárias:

- Impostos
- Taxas
- Contribuição de Melhoria
- Contribuições Especiais
- Empréstimo Compulsório

No art. 3º do CTN traz que: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Como já me referi acima, o exemplo clássico de receita derivada são os tributos, sendo que
também será considerado as penalidades tributárias ou não, portanto, será considerado a receita
derivada.

Assim, as receitas derivadas são aquelas que derivam de atividades dos particulares (cidadãos) e
não de uma ação direta do Estado para sua arrecadação.

RECEITA ORIGINÁRIA

Nesse caso as receitas originárias são decorrentes de atividades do Estado como agente privado
e consequentemente submetidas ao direito privado.

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“Trata-se de situações em que a Administração se encontra em relação de coordenação com o


particular, que entrega recursos àquela não por conta de uma imposição, mas por força do
exercício de sua autonomia” (Piscitelli, 2022).

Como abordou a Professora Tathiane Piscitelli estamos diante de uma relação horizontal que
estabelece o Estado e o particular, importante trazemos alguns exemplos de receita derivada,
são:

(i) Herança Vacante, Contrato, legado


(ii) Exploração de Patrimônio do Estado (Mercado, aeroportos, estradas e outros)
(iii) Prestação de serviço público por concessionárias (preços públicos)

É extremamente relevante para matéria que seja considerado os Royalties, ou seja, é exploração
de “petróleo e gás natural”, “recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e outros
recursos minerais” ocorrerá um recebimento pela União, Estado, DF e Municípios, como
determina o Artigo 20, §1º da CF/88.

b) QUANTO NATUREZA

Existe dois tipos classificaremos segunda a sua natureza, sendo que:

I.RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS - são aquelas decorrentes da Lei Orçamentária, ou seja, sua


arrecadação está prevista na Lei Orçamentárias podem ser derivadas ou originárias e irão compor
o patrimônio do Estado.

II.RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA – Basicamente recursos que entram sem previsão na lei


orçamentária, sendo que na maioria das vezes são decorrentes de depósitos ou compromissos
exigíveis, sendo que na grande maioria serão movimentos de caixa.

c) CATEGORIA ECONÔMICA

Nesse ponto é importante, destacarmos, que para a Lei 4320/64 a Receita se divide apenas em
Corrente e Capital, sendo que as outras classificações abordadas são para facilitar a
compreensão da origem e principalmente de como se originam estas receitas.

I.RECEITAS CORRENTES - as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,


industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de

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outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas


classificáveis em Despesas Correntes. ( Lei 4320/64, artigo 11, §1º).

II.RECEITAS CAPITAL – as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de


constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em
Despesas de Capital e, ainda, o superavit do Orçamento Corrente. (lei 4320/64, artigo 11, §2º).

São modalidade de RECEITA DE CAPITAL:

a) OPERAÇÕES DE CRÉDITO

b) ALIENAÇÃO DE BENS

c) AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

d) TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

e) OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

RECEITA PÚBLICA E LRF

A Lei de Responsabilidade Fiscal tratou mais sobre a despesa do que propriamente a receita, em
razão de que a forma como é gasto muitas vezes é mais visado do que como é arrecadado,
contudo, a LC 101/00 não foi omissão e trouxe importantes pontos, que abordaremos.

a) RECEITA CORRENTE LÍQUIDA


Esse conceito é extremamente essencial para o Direito Financeiro e Direito Tributária, pois é uma
nomenclatura para se calcular inúmeros pontos pertinentes a matérias, trazendo a obrigação de
apresentação o conceito legal:

A RCL repercute em outros institutos do Direito financeiro, servindo como parâmetro para o
momento da reserva de contingência e para os limites da despesa total com pessoal, da dívida
consolidada liquida, das operações de crédito, do serviço da dívida, das operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária e das garantias do ente da federação, já que estes
calculados sobre percentuais incidentes nesse instituto tão relevante,

Assim, temos aqui a definição do que seria o conceito de receita corrente líquida, é muito
importante que compreendemos esse aspecto, pois é essencial para as provas o presente
conceito, já foi cobrado algumas vezes.

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RECEITA CORRENTE LÍQUIDA: somatório das receitas tributárias, de contribuições,


patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas
também correntes, deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou


legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art.
239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu
sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira
citada no § 9º do art. 201 da Constituição.

b) RENÚNCIA DE RECEITA

Nesse trabalho o nosso trabalho é trazer os principais pontos resumidamente, a renúncia de


receita é tão relevante como a RCL, pois temos que compreender o que é e como funciona para
caso seja cobrada na prova tenhamos o conhecimento para acertar a questão.

Assim, as regras sobre a renúncia de receita trata de uma forma de manter o equilíbrio fiscal do
Ente Público.

A DESPESA PÚBLICA

NATUREZA JURÍDICA
A despesa é forma como o Estado efetiva os direitos e garantias fundamentais, para o professor
Aliomar Baleiro11 , há dois conceitos de despesa pública, desta maneira, o primeiro seria “o
conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de direito público para funcionamento dos
serviços públicos”.

11
Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro, 11º ed, Rio de Janeiro, Forense , 2004, pg.65
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Para a professora Tathiane Piscitelli12 , a despesa pública pode ser definida como o conjunto de
gastos do Estado, cujo objetivo é promover a realização de necessidades públicas.

Por fim, o professor Regis Fernandes, traz que “a decisão de gastar é fundamentalmente uma
decisão política”.13

Com as explanações dos professores, tornamos a despesa uma necessidade pública, contudo
não é ato unilateral, pois para haver a possibilidade de gastos é preciso de aprovação legislativa,
no ORÇAMENTO PÚBLICO, aqui está o ponto, quando digo sobre a FORÇA do ORÇAMENTO
por ser a lei que permite que seja realizada a despesa.

Novamente, citando a professora Tathiane Piscitelli traz que é “pressuposto de toda e qualquer
despesa não apenas a indicação da fonte respectiva do financiamento – e, assim, a receita que
lhe fará frente-, mas também, a autorização do Poder Legislativo”.14

A ilustre professora diz que é pressuposto, ou seja, um requisito essencial para realizar a
despesa, desta maneira, consequentemente a receita que irá entrar também é, logo, o motivo das
renúncias de receitas serem tratadas de forma tal precavidas e acentuadas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).

Não bastasse, o princípio do equilíbrio do orçamento, famosa regra de ouro, já estuda nessa obra,
vem para fortalecer essa união e comutatividade entre a despesa a receita.

Dificilmente, o gestor compreende que é necessário fazer frente a despesa, sendo que pensa
exclusivamente no gasto e nunca na arrecadação.

Contudo, a Despesa é a reunião dos gastos necessários para manutenção dos serviços públicos,
além do financiamento de atividades para crescimento patrimonial do Ente Público.

MODALIDADE DE DESPESA

O orçamento público prevê várias despesas para o Estado, e a lei que regulamenta as normas de
direito financeiro para elaboração do orçamento traz duas formas macros de despesas, que são:

12
Piscitelli, Tathiane , Direito Financeiro, 7º ed, São Paulo, Atlas , 2021
13
Oliveira, Regis Fernandes de, Curso de Direito Financeiro, 8º ed – São Paulo – Malheiros, 2019.
14
Piscitelli, Tathiane , Direito Financeiro, 7º ed, São Paulo, Atlas , 2021, pg 121

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a) DESPESA DE CUSTEIO

A despesa de custeio é aquela que inaugura as formas para manutenção das atividades públicas
cotidianas e de atendimento ao público e ao Estado, sendo considerada uma das maiores
despesas para a máquina pública.

A professora Tathiane Piscitelli traz que as despesas correntes são aquelas resultantes da
manutenção das atividades próprias do Estado, tais como o custeio da estrutura administrativa.15

A lei 4320/64 a classifica como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços
anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de
bens imóveis.

Neste aspecto, que foi confeccionado acima, é importante destacarmos a necessidade imperiosa
de previsão no PPA, tendo em vista, a interpretação textual que se faz a partir da leitura do §1º do
artigo 165 da CF/88, que diz:

A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as relativas aos programas de duração continuada.

Concluímos que através, das palavras e outras delas decorrentes, notamos que é necessária uma
despesa de custeio para manutenção da despesa de capital (será vista a frente nessa obra), logo,
terá previsão no PPA a despesa corrente que suportará a construção, por exemplo, de um
Hospital.

Assim, vislumbramos a conexão teleológica que o direito financeiro e orçamentário possui dentro
das suas normas que sua leitura deve ser feita de maneira holística.

Além disso, é considerada também como despesa de custeio as transferências correntes, que
são as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras
entidades de direito público ou privado.

15
Piscitelli, Tathiane , Direito Financeiro, 7º ed, São Paulo, Atlas , 2021, pg. 124
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MAPEANDO O DESPESA DE CUSTEIO

a.1) SUBVENÇÕES

As subvenções16 são grandes pontos de transferência de recursos para entidades privadas, com
fundamento de financiamento de atividades que deveriam ser realizadas pelo Estado e não são.

Assim, no caso de repasse de recurso para entidade privadas sem fins lucrativos com
característica assistencial ou cultural será considerada subvenção social que é nos ditames do
§3º do artigo 12 da lei 4320/64 -, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de
caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa.

Contundo, há a subvenção econômica, que são para entidades públicas ou privadas, com intuito
de financiar atividades de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastorial.

“Subvenção econômica, não raro vê-se na legislação tal expressão substituída por ‘subvenção de
investimento’ (...) Não raro, estado da Federação concedem benefícios fiscais de ICMS específico
naquela área — ou seja, há uma contrapartida exigida pelo estado”.17

16
as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas
17
Piscitelli, Tathiane , Direito Financeiro, 7º ed, São Paulo, Atlas , 2021, pg. 125
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O instituto da subvenção é forma como o Estado auxilia as entidades sem fins lucrativos e
possivelmente como pode efetivar os objetivos fundamentais da Constituição Federal como
erradicar a pobreza e marginalização por meio de políticas fiscais para gerar mais empregos
privados e aquecer a economia, sendo usado as subvenções de maneira atípica.

b) DESPESA DE CAPITAL

Noutro giro, temos as despesas de capital, que seriam, basicamente, forma de o Estado
aumentar seu capital e principalmente de INVESTIR, quando falamos nesses aspectos devemos
nos atentar na aplicação do recurso em OBRAS, MATERIAIS PERMANENTES e aquisição de
quotas.

A lei 4320/64 divide a despesa de capital da seguinte maneira:

Os investimentos são as “dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as


destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem
como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e

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material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro”. (§4º do artigo 12 da lei 4320/64).

INVERSÃO FINANCEIRA

A inversão financeira é segundo elemento que compõem as despesas de capital, assim segundo
a Lei 4320/64, conceito o instituto como:

O §5º do artigo 12 da lei supramencionada diz que:

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - Aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - Aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas,


quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros,
inclusive operações bancárias ou de seguros.

Para facilitar a compreensão:

1) Para aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;


2) Para constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visam objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

Por último, mas não menos importante, restou a Transferência de capital para ser classificada,
como podemos retirar da Lei 4320/64, diz que:

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§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões


financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar,
independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo
essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei
de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para
amortização da dívida pública.

As transferências de capital são nada mais do que ajuda financeira a pessoas jurídicas de direito
público ou privado, são formas que os Entes Público da Administração Direita irão realizar aporte
financeiros com aprovação nas Leis Orçamentárias, principalmente na LOA, no que tange ao
Orçamento Fiscal.

A cada passo que damos no direito financeiro compreendemos que estes institutos de difícil
compreensão, são em partes cada vez mais compreensíveis caso, seja colocado dentro de um
processo único e plausível como é processo legislativo orçamentário, como será visto nesse
trabalho.

Como estamos finalizando as despesas, seria interessante fazer o seguinte comentário: existe
uma proximidade com a classificação pelo critério da regularidade. As despesas correntes
coincidem, em geral, com as ordinárias (despendidas usualmente pela administração). As
despesas de capital correspondem, também forma geral, com as extraordinárias (eventuais,
esporádicas)

Por fim, outra constatação interessante é que as DESPESAS DE CAPITAL se referem


essencialmente à aquisição de bens ou à realização de obras que serão incorporados ao
patrimônio público (investimentos ou inversões). Há aumento ou, pelo menos, manutenção do
patrimônio público existente, já nas DESPESAS CORRENTES é diferente irá ter perda
patrimonial, onde ocorrerá o pagamento de funcionários, manutenção, prédios e dos serviços
públicos, o que não permitirá que haja ganhou ou investimentos, mas sim gastos e pagamentos,
principalmente de pessoal.

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DESPESAS PÚBLICAS E LEI DE RESPONSABILIDADE


FISCAL

DESPESA PÚBLICA E REGRAS GERAIS DA LRF

A Lei de responsabilidade fiscal foi um marcado para a Administração Pública, tendo em vista que
sua finalidade é trazer maior transparência, eficiência e lisura no gasto público, além é claro de
definir limites para gastos.

Pelo conhecimento que temos sobre as despesas públicas, notamos que toda e qualquer
despesa deverá ser aprovada pelo Poder Legislativo, isso é regra geral, está implicitamente
presente, em razão do Poder Legislativo ser responsável pela votação e aprovação do
Orçamento.

O qual é autorizativo e permitirá arrecadações e gastos nos termos da Lei Orçamentária, caso
não haja previsão legal, não poderá existir gasto, pois irá incorrer em crime (penal e de
responsabilidade) não existe despesa sem previsão orçamentária.

Salvo, nos casos criação da despesa, consequentemente, uma estipulação de renda, para arcar
com essa despesa extraordinária, ocorrerá na maioria das vezes por meio de crédito adicional.

Assim, além de respeitar o processo legislativo orçamentário, deveremos respeitar os ditames da


LRF, porque para CRIAR, EXPANDIR ou aperfeiçoamento da ação governamental será
necessário cumprir os requisitos da LRF, que estão previstos no artigo 16 e seguintes.

Por fim, as condições estabelecidas no 16, caput, da LRF é considerada condição prévia para:

I - Empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - Desapropriação de imóveis urbanos

Portanto, caso não tenha cumprido essas condições, poderá haver uma anulação da licitação ou
da desapropriação, por descumprimento da Lei responsabilidade fiscal, além de punições por
meio dos órgãos de controle.

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Para iniciar o estudo da LRF e DESPESAS PÚBLICAS devemos inaugurar com o artigo 15 da
LRF, que diz:

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a
geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Como podemos notar que a despesa que não estiver dentro do que determina os artigos 16 e 17
da LRF será considerada irregular e lesiva ao Erário Público, o que trará responsabilidade ao
gestor, além de inviabilizar os atos decorridos daquela despesa.

Assim, é primordial que compreendemos os ditames dos artigos citados, antes disso é importante
conhecer os mesmo:

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete


aumento da despesa será acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor


e nos dois subseqüentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e


financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei
de diretrizes orçamentárias.

Como dissemos anteriormente, para qualquer ação governamental que acarreta aumento de
despesa será necessário que respeito o artigo 16 e 17, contudo, o 16 diz que deverá ter , 2
requisitos principais:

a) ESTIMATIVA DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO

Além de decorar a necessidade do impacto orçamentário-financeiro devemos nos lembrar que


será necessário o prazo em exercícios financeiros, ou seja, deverá ter o impacto do exercício
financeiro que entrará em vigor e DOIS próximos.

Essa parte é extremamente cobrada em provas, pois sempre usam valores diferentes para
confundir os candidatos, se atentem ao prazo.

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b) DECLARAÇÃO DO ORDENADOR DA DESPESA

Essa declaração foi uma saída inteligente do legislador para obrigar que haja respeito a lei
orçamentária anual e consequentemente permanência a harmonia entre as leis orçamentárias.

O §1º do artigo 16, auxilia a todos para facilitar a compreensão do instituto que são compilados,
no caput da LRF.

Como já vimos não é possível que haja descompatibilização entre leis orçamentárias,
devemos todas terem uma sintonia, em razão que isso é essencial para sobrevivência delas e
para vida da Administração Pública.

Por fim, essa compatibilidade é elemento essencial para haver a legalidade da despesa
pública que será realizada, caso não haja a mesma será irregular.

c) EXCEÇÃO A REGRA
Como toda regra comporta exceção, a própria LRF trouxe que será ressalvada das obrigações
acima estudas, quando a despesa considerada IRRELEVANTE, nos termos em que dispuser a
lei de diretrizes orçamentárias.

Caso isso ocorra não poderá ser considera irregular ou ilegal a despesa, pois em razão do
princípio da legalidade, previu que a despesa irrelevante é dispensada dos requisitos legais do
artigo 16 e 17.

DESPESAS EM CARÁTER CONTINUADO

As despesas em caráter continuado, como próprio nome diz, são aquelas que terão continuidade,
ou seja, irão perpetrar no tempo, sendo que Administração Pública deverá arcar com elas em
mais de um exercício financeiro.

a) REGRA GERAL E REQUISITOS

Assim, em razão dessa peculiaridade haverá um tratamento especial, que está ditado no artigo 17
da LRF, comprovante que essa forma é uma despesa especializada, ou seja, aplica-se o artigo 16
conjuntamente com 17, pois em outros tipos despesas irá se aplicar somente o artigo 16.

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Assim, é importante fazer a leitura atento do artigo para compreender esse instituto
importante, in verbis:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.

Desta maneira, essas despesas podem ser derivadas de lei, medida provisória ou ato
administrativo, desde que sua execução supere dois exercícios financeiros18 , desta maneira, os
atos que criarem ou aumentarem despesa de caráter continuado deverão ser instruídos com a
estimativa prevista e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio, como determina o artigo
16 da LRF.

Ainda, a LRF considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo
determinado, ou seja, se o programa ou projeto teria duração de 1 exercício e o mesmo é
prorrogado, deverá seguir os trâmites legais.

Para efeito do atendimento da obrigação do artigo 16 da LRF, o ato será acompanhado de


comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias, devendo seus efeitos financeiros, nos
períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução
permanente de despesa.

Ainda, a lei considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas,


ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo, ou contribuição

Por fim, para comprovar que está em consonância com as metas fiscais da LDO (consta em seu
anexo) o proponente apresentará documento onde conterá as premissas e metodologia de
cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas
do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

Por fim, a despesa de caráter continuado não será executada antes da implementação das
medidas elencadas acima, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

18
Exercício Financeiro no direito financeiro coincide com ano civil, conforme a determina a lei 4320/64
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​b) EXCEÇÃO DA REGRA

Não se aplica, as obrigações burocráticas e legais, às despesas destinadas ao serviço da dívida


nem ao reajustamento de remuneração de pessoal servidores anuais.19

DESPESAS COM PESSOAL E LRF

As despesas com pessoal foi limitada e detalhada por meio da Lei de Responsabilidade fiscal,
essa inovação na época trouxe grandes pontos a serem estudados, tendo em vista sua grande
incidências nos concursos e na vida prática de Entes Públicos.

A LRF definiu pontos como limite de gasto com pessoal, o que engloba esse gasto, controle de
gastos e sanções em caso de descumprimento do que determina a LRF e a CF.

a) REGRA GERAL

A definição de gasto com pessoal é muito ampla e geral, entende-se como despesa total com
pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os
pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de
membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens,
fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

Desta maneira, engloba servidores de carreia, eleitos, os cargos em comissão, as horas extra
pagas, contribuições recolhidas pelas entidades de previdência, na lei traz um prazo para
apuração/contabilização da despesa total com pessoal sendo contado no período de 12 (doze)
messes, ou seja, um ano, sendo que esse período não reflita o ano civil.

19
Art. 37 - X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data
e sem distinção de índices;
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Pois, caso você queria saber o valor da despesa com pessoal no mês de abril, você contará o
mesmo e os 11 (onze) meses para trás, independentemente do ano, pois cada conta será
aplicada conforme o ano que ocorreu, tendo em vista, que o regime é de competência.

Importante destacar que a LRF traz, uma forma fazer que a terceirização não burle o limite de
gastos, sendo que a lei traz que os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se
referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras
Despesas de Pessoal", ou seja fará parte do valor total da despesa com pessoal.

Ainda, é importante trazer para o aluno que a LRF sofreu grandes mudanças, a partir da Lei
Complementar 178/2021, a qual introduziu os seguintes parágrafos, como visualizaremos:

§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em


referência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência, independentemente de empenho.

§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a remuneração bruta
do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução para atendimento ao
disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal

Trago os artigos em espécie por ser necessário que aluno faça leitura para compreender como a
lei seca é exposta para facilitar o aprendizado e para que o aluno se atente a qualquer pegadinha
que a banca queira fazer.

b) LIMITES GLOBAIS
Os limites de despesa com pessoal é um ponto de grande relevância, o artigo 169 da Constituição
Federal, traz que a Lei Complementar irá determinar os limites de gastos com pessoal.

Assim, o artigo 19 da LRF veio para dar vida a essa questão, que determinou um limite para
gastar com gasto de pessoal, demonstrando bem razoável, é necessário haver um limite máximo
para gasto com pessoal e, principalmente, que seja estabelecido o que se enquadra ou não para
que se torne efetivo.

Atenção o grau de incidência dessas matérias em provas é muito alta, são geralmente cobrados
os respectivos percentuais:

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com
pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder
os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinquenta por cento);

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II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

Neste ponto, o artigo 169 da Constituição já estaria cumprido, por serem definidos os limites,
contudo, meus alunos, temos que lembrar que a LRF é completa e jamais irá olvidar-se de
explicar com detalhes, assim conforme estabelece no artigo 20 da LRF, traz a distribuição desse
limite global entre os Poderes integrantes de cada um dos ente da Federação e o Ministério
Público.

Chego a grande hora, e leremos esse artigo de suma importância:

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:

I - na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da
União;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas
nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;

III - na esfera municipal:

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a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

Desta maneira, é muito interesse como é feito a divisão, assim compreendemos para onde irá o
dinheiro público e até qual limite que poderá ser gasto com pessoal.

Após a leitura atenta, desse artigo, o futuro advogado ou advogada terá a competência para
saber se o Ente Público está gastando dentro dos limites legais ou se está respeitando a LRF.

Ainda mais, pois no debate político muitas vezes esses termos aparecem, contudo, não explicado
de uma forma popular, na maioria das vezes a grande população não compreende as ações ou
omissão do gestor público, em razão de existir um limite legal.

c) EXCEÇÃO
Quem dera que o nosso ordenamento jurídico fosse tão simples, mas infelizmente, sempre tem
um “porém” ou alguma exceção, e agora iremos tratar das exceções.

Os gastos da despesa com pessoal não entram no limite legal, conforme determina o §1º do
artigo 19 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Todos esses gastos não serão computados para fins dos limites auferidos, ou seja, são gastos
sem limitação legal e permitidos por lei, assim, caso o Ente Público faz muitos gastos nesse
sentindo, não poderá ser penalizado.

Contudo, podemos notar que maioria desses gastos são fatos compreensíveis e necessários que
não sejam computados por causa de um deles tem seu próprio financiamento e outros são gastos
eventuais em razão de urgência ou de casos extremos.

O direito financeiro juntamente com a LRF é harmônico e coerente entre si, estipulando de uma
forma muito transparente, inovadora para trazer moralidade, eficiência, publicidade e legalidade
aos atos de despesa emanados do gestor.

Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Queridos alunos e alunas, esse momento é muito especial, quando trataremos do controle de
despesa porque iremos abordar o artigo 21 da LRF, esse é outro campeão de concursos e
sempre aparece para confundir a “cabeças” dos estudantes.

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Vamos ficar atentos e ler as dicas que irei fornecer, que aluno ou aluna irá acertar em sua prova,
caso venha ser pedido, Vamos Lá, mão a massa.

Essa é primeira parte do artigo 21 da LRF que trata sobre a questão de NULO DE PLENO
DIREITO, ou seja, será considerado nulo o ato que provar um aumento ou que conceder, usando
a interpretação significa que dizer que caso ocorra o ato ele terá validade e existência, não será
eficaz pois é nulo.

A leitura do Artigo 21 da LRF é obrigatória e sendo de extrema necessidade para o futuro


advogado ou advogada.

Existe um questionamento que fica na cabeça daquele que está estudando o direito financeiro,
que seria, como funciona o controle dessas regras, pois toda regra deverá ter uma sanção e
necessário que haja uma forma de controle.

Assim, os artigos seguintes fazer essa previsão, trazendo que será realizado prestações de
contas de formas quadrimestral (cada quatro meses), onde serão verificados se está havendo o
cumprimento ou não dos limites estabelecidos.

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Nesse período haverá uma prestação de contas que será um evento público onde a população e
todos aqueles que tem interesse poderão participar, desta maneira, caso esteja descumprindo o
que determina a LRF, existe uma previsão legal, onde o Ente Público terá o prazo de 2 (dois)
quadrimestres, ou seja, de oito meses para resolver a situação.

Vamos iniciar a resolução, não tão fácil como parecer, sendo que no primeiro quadrimestre já
deverá reduzir no mínimo 1/3, por meio de ações de redução de despesa e por fim, caso não
esteja conseguindo diminuir, deverá aplicar o que dispõem o §3º do artigo 169, que diz:

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

I - Redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão
e funções de confiança;

II - Exoneração dos servidores não estáveis.

Caso nenhuma dessas medidas resolvam o problema, haverá a pena maior e máxima, já cheguei a
chama-la de pena capital, conforme estabelece o §4º do artigo 169 da CF, que diz:

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior (§3º) não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o SERVIDOR ESTÁVEL
PODERÁ PERDER O CARGO, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

Além da possibilidade de demissão de servidores estáveis ou não, existem sanções que devem
ser abordadas nesse interim, pois nos termos do artigo 169, §2º da CF/88 caso tenha decorrido o
prazo para a recondução sem que o ente tenha se ajustado aos limites previstos na LRF,
DEVERÃO ser imediatamente suspenso todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos
Estados, Distrito Federal e aos Municípios.

Contudo, é bastante necessário esclarecer que esse repasses não englobam as repartições de
arrecadação tributária e sim as transferências voluntárias que são realizadas como uma forma de
ajuda entre os Ente Políticos está definido no artigo 25 da LRF.

Em alguns casos poderá ser pior, tendo vista que a lei LC 178/2021 trouxe algumas mudanças,
alterou diretamente o artigo 23, §3º onde inseriu como penalidade ao Ente que não reconduzir a
despesa com pessoal ao limite previsto, ou seja, não voltar ao valor dentro dos limites da LRF.
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Será penalizado ficando obrigado de:

a) Realização Operação de Crédito, salvo na hipótese de refinanciamento da dívida mobiliária


e de atos visando à redução de despesa com pessoal.
b) Obter garantia de outro ente, para fins de realização dessa operação de crédito permitidas.

Para finalizar a questão das despesas e principalmente as despesas com pessoal, a própria
Constituição Federal traz em seu texto a possibilidade de o servidor estável perder seu cargo, em
razão do excesso de gasto com pessoal.

Portanto, podemos concluir pela importância de conhecer tais artigos e principalmente os


institutos, tendo em vista que tem grande relevância prática e teoria para a compreensão da
importância do Direito Financeiro para gestão da Administração Pública.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

ADI CONTRA LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Uma grande discussão que foi alvo de inúmeras decisões no Supremo Tribunal Federal é a
questão do controle de constitucionalidade das leis orçamentárias, ou seja, possibilidade de fazer
um juízo de legalidade e respeito a Constituição Federal na autorizativa do orçamento.

O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento no sentindo de permitir que ocorra o


controle de constitucionalidade e principalmente, pelo fato de muitas vezes as leis orçamentárias
serem maleficamente usadas com intuito de burlar o sistema constitucional legislativo e
principalmente abusar da questão do orçamento ser um lei em caráter abstrato.

Assim, segundo o STF é possível a impugnação, em sede de controle abstrato de


constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, é cabível a propositura de ADI contra lei
orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito extraordinário.20

20
STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016 (Info 817)

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CURIOSIDADES

A) Exercício financeiro é o mesmo que o ano civil , ou seja, de janeiro a dezembro, por causa
do que determina a lei 4320/64 e no EUA não é igual no Brasil.

B) Na Constituição Imperial de 1824 surgem as primeiras exigências no sentido da elaboração


de orçamentos

C) Na Constituição de 1891, que se seguiu à Proclamação da República, houve importante


alteração na distribuição de competências em relação ao orçamento. A elaboração passou a ser
privativa do Congresso Nacional, assim como a tomada de contas dos Executivo.

D) A Constituição de 1967 terminou por retirar as prerrogativas do Legislativo quanto à


iniciativa de leis ou emendas que criem ou aumentem despesas, inclusive emendas ao projeto de
lei do orçamento. Veja-se o teor do Art. 67: "Não serão de deliberação emendas de que decorram
aumentos de despesa global ou de cada órgão , projeto ou programa, ou que visem modificar o
seu montante, natureza e objetivo."

E) A Constituição de 1988 trouxe duas novidades na questão orçamentária. Devolveu ao


Legislativo a prerrogativa de propor emendas sobre a despesa no projeto de lei de orçamento e
reforçou a concepção que associa planejamento e orçamento como elos de um mesmo sistema.

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GRANDES DÚVIDAS

​AUMENTO DE DESPESA

O STF já decidiu que é possível que a emenda ao orçamento crie despesa para o Executivo,
desde que não sejam relativas ao funcionamento e à estrutura da Administração Pública, tendo
em vista, a hipótese de limitação da iniciativa está taxativamente prevista no art. 61 da CF, sendo
que o presente julgado é datado de 2008.

O STF volta ao debate em 2016, Ministro Gilmar Mendes diz que Não usurpa a competência
privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie despesa para a Administração
Pública, não trata de sua estrutura ou de atribuições de seus órgãos nem do regime jurídico de
servidores públicos. Julgado em 2016.

Noutro sentido, a segunda vertente foi fixada no julgamento de mérito de repercussão geral.
Veja-se a ementa do ARE 878.911, paradigmático do Tema 917:

"Recurso extraordinário com agravo. Repercussão geral. 2. Ação Direta de Inconstitucionalidade


estadual. Lei 5.616/2013, do Município do Rio de Janeiro. Instalação de câmeras de
monitoramento em escolas e cercanias. 3. Inconstitucionalidade formal. Vício de
iniciativa. Competência privativa do Poder Executivo municipal. Não ocorrência. Não usurpa
a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie despesa para a
Administração Pública, não trata da sua estrutura ou da atribuição de seus órgãos nem do
regime jurídico de servidores públicos. 4. Repercussão geral reconhecida com reafirmação da
jurisprudência desta Corte. 5. Recurso extraordinário provido" (ARE 878.911 RG, relator ministro
Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 29/9/2016, DJe de 11/10/2016, grifos dos autor).

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​TIPOS DE EMENDAS IMPOSITIVAS FEDERAIS

​EMENDAS IMPOSITIVAS

São no valor de 1,2% da receita corrente líquida do orçamento da União, esta se divide entre:

a) Transferência especial – Desvinculada


Poderá ser gasta pelo Executivo no que lhe interessar – devendo respeitar, apenas 70% de aplicação em despesa de
capital.
b) Transferência com Finalidade definida - VINCULADA
Deverá ser gasta da forma que for encaminhada.

​EMENDAS DE BANCADA PARLAMENTAR

São no valor de 1% da receita corrente líquida no orçamento, podendo ser concedida por Bancadas de Parlamentares
Estaduais ou do DF.

GLOSSÁRIO CONSTITUCIONAL

Art. 167. São vedados:


I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou
adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo
por maioria absoluta;  
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou
de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social
para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, §
5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

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X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo,
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.       
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a
realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201.        

XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos de regime
próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para a realização de
despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele regime e das
despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento;        

XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela União e a
concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de funcionamento de regime
próprio de previdência social.           

XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de receitas
orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária e financeira de órgão ou
entidade da administração pública.     

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se
o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites
de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.

Autor: Gustavo Nardi Advogado, Autor do Livro Manual do Pré-Candidato, Pós-graduado em


Direito Público, Ex-Procurador Municipal, Aprovado em 07 concursos para Procurador Jurídico.

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