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CONSIDERANDO que a atuação administrativa deve encontrar limites temporais, sob pena de
ofensa aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, como a segurança jurídica,
confiança legítima, celeridade e ampla defesa;
CONSIDERANDO o disposto no artigo 5º, LXXVII, da Constituição Federal, c/c o art. 4º do Código
de Processo Civil no tocante às partes terem solução dos processos em prazo razoável;
CONSIDERANDO que a prescrição é instituto de ordem pública e que, por aplicação analógica e
integrativa do art. 1º, caput, da Lei Federal nº 9.873/1999, o exercício da função sancionatória pelos
Tribunais de Contas observaria o prazo comum de 05 (cinco) anos, conforme Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 5.509;
RESOLVE:
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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º A prescrição nos processos de controle externo em curso no Tribunal de Contas do Estado do
Maranhão, exceto os de apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de admissão de
pessoal ou de concessão de aposentadorias, reformas e pensões que estão sob a égide da
RESOLUÇÃO TCE/MA Nº 350, DE 23 DE JUNHO DE 2021, observará o disposto na Lei 9.873, de
23 de novembro de 1999, na forma aplicada pelo Supremo Tribunal Federal e regulamentada por esta
resolução.
CAPÍTULO II
DA PRESCRIÇÃO
Seção I
Do Prazo de Prescrição
I - da data em que as contas deveriam ter sido prestadas, no caso de omissão de prestação de contas;
II - da data da apresentação da prestação de contas ao órgão competente para a sua análise inicial;
Art. 3º Quando houver recebimento de denúncia na esfera criminal sobre os mesmos fatos, a
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
Parágrafo único. Alterado o enquadramento típico na ação penal, reavaliar-se-á o prazo de prescrição
definido anteriormente.
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Seção II
I – a fluência de prazo concedido à parte para cumprimento de diligência determinada pelo Tribunal,
desde a data da intimação;
III – o período em que o processo estiver sobrestado, desde a data da prolação da decisão de
sobrestamento;
IV – o período em que for omitido o envio, determinado em lei ou ato normativo, de informações ou
documentos ao Tribunal, desde a data em que se caracterizar a omissão;
VI – a decisão que conceder prorrogação de prazo requerido pela parte, retomando-se a contagem do
prazo prescricional no dia seguinte à data da juntada do ato de defesa ou do esgotamento do prazo;
VII – a decisão que, acolhendo petição que não se enquadre nas hipóteses previstas expressamente
nas normas aplicadas ao Tribunal, tenha motivado a realização de nova instrução ou diligência nos
autos, retomando-se a contagem:
a) na data de remessa dos autos ao Relator pela Secretaria de Fiscalização, após emissão de Relatório
de Instrução, nos casos em que a petição tenha sido apresentada quando já havia nos autos
manifestação de mérito do Ministério Público de Contas;
b) na data de remessa dos autos ao Relator pelo órgão técnico, após emissão da informação técnica
aditiva, nos casos em que a petição tenha sido apresentada quando ainda não havia manifestação de
mérito do Ministério Público de Contas.
VIII – a decisão judicial que, por qualquer motivo, determinar a suspensão do processo, enquanto
esta perdurar.
Parágrafo único. Cessada a causa suspensiva da prescrição, retoma-se a contagem do prazo do ponto
em que tiver parado.
I – despacho ou decisão que determinar a realização de inspeção cujo escopo abranja o ato passível
de sanção a ser aplicada pelo Tribunal ou por qualquer ato inequívoco de apuração do fato;
III – autuação de feito no Tribunal em virtude de obrigação imposta por lei ou ato normativo;
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IV – instauração ou conversão de processos de fiscalização em tomada de contas especial pelo
Tribunal;
VI – pela notificação, oitiva, citação válida ou audiência do responsável, inclusive por edital;
§ 1° A prescrição pode se interromper mais de uma vez por causas distintas ou por uma mesma causa
desde que, por sua natureza, essa causa seja repetível no curso do processo.
§ 3º Não interrompem a prescrição o pedido e concessão de vista dos autos, emissão de certidões,
prestação de informações, juntada de procuração ou subestabelecimento e outros atos de instrução
processual de mero seguimento do curso das apurações.
§ 6º Aplica-se o disposto no caput deste artigo aos atos praticados pelos jurisdicionados do TCE/MA,
tais como os órgãos repassadores de recursos mediante transferências voluntárias e os órgãos de
controle interno, entre outros, em processo diverso, quando se tratar de fato coincidente ou que
estejam na linha de desdobramento causal da irregularidade ou do dano em apuração.
Seção III
I - enquanto estiver vigente decisão judicial que determinar a suspensão do processo ou, de outro
modo, paralisar a apuração do dano ou da irregularidade ou obstar a execução da condenação;
II - durante o sobrestamento do processo, desde que não tenha sido provocado pelo TCE/MA, mas
sim por fatos alheios à sua vontade, fundamentadamente demonstrados na decisão que determinar o
sobrestamento;
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III - enquanto estiver ocorrendo o recolhimento parcelado da importância devida ou o desconto
parcelado da dívida nos vencimentos, salários ou proventos do responsável;
V - sempre que delongado o processo por razão imputável unicamente ao responsável, a exemplo da
submissão extemporânea de elementos adicionais, pedidos de dilação de prazos ou realização de
diligências necessárias causadas por conta de algum fato novo trazido pelo jurisdicionado não
suficientemente documentado nas manifestações processuais.
Seção IV
Da Prescrição Intercorrente
Art. 7º Incide a prescrição intercorrente se o processo ficar paralisado por mais de três anos, pendente
de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte
interessada, sem prejuízo da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
§ 1° A prescrição intercorrente interrompe-se por qualquer ato que evidencie o andamento regular do
processo, excetuando-se pedido e concessão de vista dos autos, emissão de certidões, prestação de
informações, juntada de procuração ou subestabelecimento e outros atos que não interfiram de modo
relevante no curso das apurações.
Seção V
Do recurso de revisão
Art. 8º A interposição do recurso de revisão previsto no art. 139 da Lei nº 8.258/2005 dá origem a um
novo processo de controle externo para fins de incidência dos prazos prescricionais.
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CAPÍTULO III
Parágrafo único. No caso de dívidas sujeitas à cobrança judicial, o Tribunal não se manifestará sobre
a prescrição caso já tenha sido remetida a documentação pertinente aos órgãos ou entidades
executores.
Art. 10. Reconhecida pelo Tribunal a prescrição da pretensão punitiva e da pretensão ressarcitória em
relação à totalidade das irregularidades, o processo deverá ser arquivado, ressalvada a hipótese do art.
12.
Parágrafo único. O julgamento das contas na hipótese do caput deste artigo somente ocorrerá quando
o colegiado competente reconhecer a relevância da matéria tratada, a materialidade exceder em 10
vezes o valor mínimo para a instauração de Tomada de Contas Especial e já tiver sido realizada a
citação ou audiência.
Art. 12. Verificada a prescrição, o TCE/MA poderá imputar o dano ao erário integralmente a quem
lhe deu causa, na forma deste artigo, sem prejuízo de remeter cópia da documentação pertinente ao
Ministério Público do Estado, para ajuizamento das ações cabíveis, se houver indícios de crime ou da
prática de ato de improbidade administrativa.
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CAPÍTULO IV
Art. 13. Os processos com maior risco de prescrição das pretensões punitiva ou ressarcitória terão
andamento urgente e tratamento prioritário pelas unidades técnicas e pelos gabinetes, sendo objeto
de alerta específico a ser regulamentado pela Presidência.
Parágrafo Único. Qualquer unidade de controle externo que, sob posse de processo submetido à sua
análise, verificar a ocorrência, em tese, de prescrição, deve comunicar o fato ao Relator mediante a
indicação expressa do dispositivo em que se enquadra a hipótese de prescrição.
Art. 14. Não estará sujeita à prescrição a obrigatoriedade de apreciação das contas de governo, por
este Tribunal e, consequentemente, o julgamento do parecer prévio exarado, pelo Poder Legislativo
Estadual e Municipal, nos termos do art. 51, inciso I, art. 172, inciso I e §1º, art. 151 da Constituição
do Estado do Maranhão.
Art. 15. A determinação de inclusão dos ordenadores e/ou terceiros responsáveis, junto ao rol
encaminhado à Justiça Eleitoral, por força do previsto na Lei Federal nº 9.504/1997 e Lei
Complementar nº 135/2010, observará, para fins de prescrição, a data do trânsito em julgado das
respectivas contas, no âmbito do TCE/MA.
Art. 16. Os atos necessários à operacionalização desta resolução serão expedidos pela Presidência ou
pelo Tribunal.
Art. 17. Para os fatos ocorridos antes de 1º de julho de 1995, aplica-se a regra de direito intertemporal
prevista no art. 4º da Lei 9.873/1999.
Art. 18. O disposto nesta resolução aplica-se somente aos processos nos quais não tenha ocorrido o
trânsito em julgado no TCE/MA até a data de publicação desta norma.
Publique-se e cumpra-se.