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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos e o Ordenamento Jurídico Brasileiro
Karoline Leal
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Direitos Humanos e o Ordenamento Jurídico Brasileiro.. ........................................................ 5
1. As Normas Constitucionais sobre a Formação e Incorporação de Tratados.................. 5
1.1. Terminologia e a Prática Constitucional Brasileira............................................................ 5
1.2. A Teoria da Junção das Vontades........................................................................................... 5
1.3. As Quatro Fases da Formação da Vontade à Incorporação dos Tratados
Internacionais. . ................................................................................................................................. 6
1.4. A Hierarquia Normativa Ordinária ou Comum dos Tratados em Geral (não
Estamos Falando de Tratados que Versam sobre Direitos Humanos)................................. 7
2. Processo Legislativo, Aplicação e Hierarquia dos Tratados Internacionais de
Direitos Humanos em Face do Art. 5º, e seus Parágrafos, da CF/88. . .................................. 8
2.1. Aspectos Gerais......................................................................................................................... 8
2.2. A Situação antes da Emenda Constitucional n. 45/2004: os §§ 1º e 2º do Art. 5º
da CF/88............................................................................................................................................. 9
3. A Hierarquia Normativa dos Tratados de Direitos Humanos e a Emenda
Constitucional n. 45/2004........................................................................................................... 10
3.1. Aspectos Gerais....................................................................................................................... 10
3.2. Divergências Doutrinárias sobre o Impacto do Rito Especial do Art. 5º, § 3º, da
CF na Hierarquia dos Tratados de Direitos Humanos.. ........................................................... 10
4. A Teoria do Duplo Estatuto dos Tratados de Direitos Humanos: Natureza
Constitucional (os Aprovados Pelo Rito do Art. 5º, § 3º) e a Natureza Supralegal
(Todos os Demais). . ......................................................................................................................... 11
5. O Impacto do Art. 5 º, § 3º, no Processo de Formação e Incorporação dos Tratados
de Direitos Humanos......................................................................................................................12
5.1. O Rito Especial Pode Ser Requerido pelo Presidente ou pelo Congresso....................12
5.2. O Decreto de Promulgação Continua a Ser Exigido no Rito Especial...........................12
6. A Denúncia de Tratado Internacional de Direitos Humanos em Face do Direito
Brasileiro..........................................................................................................................................13
7. A Aplicabilidade Imediata das Normas Contidas em Tratados Internacionais de
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Apresentação
Olá, querido(a) amigo(a)!
Vamos voltar com tudo aos estudos de direitos humanos. Na nossa aula de hoje iremos
tratar acerca da incorporação dos tratados internacionais de proteção de direitos humanos ao
direito brasileiro. Não preciso nem dizer que esse tema é MEGA IMPORTANTE, não é?
Então, olhos bem atentos para nossa aula de hoje!
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SE LIGA!
Então, quando a CF usa termos como tratados internacionais,
convenção internacional, atos internacionais, acordos inter-
nacionais e “compromissos internacionais” quer se referir a
tratados internacionais, beleza?
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2.2. O projeto é apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, que analisa
a constitucionalidade do texto do futuro tratado.
2.3. Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional emite parecer sobre a conveniência
e oportunidade, bem como outras Comissões temáticas, a depender da matéria do futuro
tratado.
2.4. O PDC é remetido ao Plenário da Câmara, para aprovação por maioria simples, estando
presente a maioria absoluta dos membros da Casa.
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3.2. No rito normal, após o parecer da Comissão, o projeto seja votado no Plenário. No rito
abreviado (regimental), o Presidente do Senado pode, ouvidas as lideranças, conferir à
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional a apreciação terminativa do projeto.
3.4. Caso o Senado apresente emenda, o projeto retorna para a Câmara para a apreciação,
que a analisará. Rejeitada a emenda pela Câmara, o projeto de decreto legislativo segue para
o Presidente do Senado Federal para promulgação e publicação.
OBS: Destaca-se que não há prazo para o término do rito de aprovação congressual, mesmo
que o referido tratado tenha como objeto os direitos humanos. Tudo depende da conveniência
política.
Acrescenta-se que também não há um prazo no qual o Presidente da República deva celebrar
em definitivo o tratado, em face do próprio dinamismo da vida internacional.
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2) Art. 105, III, a: determina que cabe recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça quan-
do a decisão impugnada houver violado ou negado vigência a “lei ou tratado”; assim, define o
mesmo recurso (recurso especial) utilizado para as leis para a impugnação de decisões infe-
riores que os contrariarem ou lhes negarem vigência.
3) Art. 47: determina que, no caso de a espécie normativa não possuir quórum de aprova-
ção especificado no texto da Constituição, esse será de maioria simples; assim, dá tratamento
igual a tratados e leis, ao estabelecer o quórum de aprovação (maioria simples para a lei e para
o decreto legislativo).
Da análise conjunta dos referidos dispositivos, o STF concluiu que os tratados internacio-
nais incorporados em geral possuem o estatuto normativo interno que se equivale ao da lei
ordinária federal.
Vamos ver a evolução da jurisprudência:
1) antes da CF/88: RE 80.004, de 1977: estatuto equivalente à lei ordinária foi consagrado.
2) após 1988: precedente sobre a hierarquia comum dos tratados internacionais: na ADI-MC
1.480, o STF:
a) estabeleceu o estatuto inferior à Constituição, de forma que transgressões formais e de
fundo podem gerar a inconstitucionalidade do tratado; e
b) consagrou o estatuto do tratado como equivalente à lei ordinária federal, de forma que
as soluções de conflitos entre lei e tratado se dão por intermédio dos critérios cronológico e de
especialidade, mas não pelo hierárquico.
A paridade normativa entre tratados em geral e leis ordinárias impõe:
1) a submissão do tratado internacional ao texto constitucional;
2) a utilização do critério cronológico ou da especialidade na avaliação do conflito entre
tratado e lei;
3) a suspensão de eficácia do texto do tratado e não sua revogação pela lei posterior contrária.
Não houve mudança da orientação do STF quanto à hierarquia normativa dos TRATADOS EM
GERAL (NÃO ESTAMOS FALANDO DE TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS): atualmente, per-
manece a orientação de que os tratados internacionais comuns incorporados internamente
são equivalentes à lei ordinária federal.
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Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais
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Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
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O texto do § 3º, art. 5º, da CF, primeiramente, abre caminho para a possibilidade de os
tratados aprovados pelo rito comum ou ordinário (maioria simples), uma vez que é usada a
expressão “que forem”. Dessa forma, não se pode cobrar que todo e qualquer tratado de direi-
tos humanos tenha o quórum expressivo de 3/5, o que acabaria prejudicando a sua aprovação
e acarretando em uma circunstância pior que a anterior à EC n. 45.
O Congresso adotou esse posicionamento ao aprovar diversos tratados que versavam so-
bre direitos humanos, após a EC n. 45, pelo rito comum ou ordinário, isto é, por votação em
único turno, seguem alguns exemplos:
1) Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cru-
éis, Desumanos ou Degradantes, adotado em 18 de dezembro de 2002. Decreto Legislativo n.
483, de 20-12-2006, e Decreto n. 6.085, de 19-4-2007.
2) Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e a Proteção dos Direitos
Humanos do Mercosul, assinado em Assunção, em 20 de junho de 2005. Decreto Legislativo n.
592, de 27-8-2009, e Decreto n. 7.225, de 1º-7-2010.
3) Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, assi-
nada em Paris, em 20 de outubro de 2005. Decreto Legislativo n. 485, de 20-12-2006, e Decreto
n. 6.177, de 1º-8-2007.
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Assim sendo, resta ainda ao Presidente da República ratificar o tratado de direitos huma-
nos, uma vez que este ato internacional é que, via de regra, leva à celebração definitiva dos
tratados. Outrossim, como, até os dias atuais o STF ainda requer o Decreto de Promulgação,
este deve ser editado para todo e qualquer tratado, inclusive os que abordam os direitos hu-
manos aprovados pelo rito especial.
Sabe-se que, quando o caso abordar tratados de direitos humanos, em face da matéria
vinculada à dignidade humana, toda denúncia deveria ser apreciada pelo Congresso Nacional.
Além dessa aprovação no congresso, a denúncia ainda deve passar pelo filtro da proibição
do retrocesso ou “efeito cliquet”, consequência do regime jurídico dos direitos fundamentais.
A justificativa constitucionalmente correta para a denúncia seria a incidência de desvios na
condução dos tratados, o que iria contra a defesa dos direitos humanos.
O controle da obediência ao “efeito cliquet” deve ser feito pelo Poder Judiciário.
Entretanto, a posição majoritária é de que basta a vontade unilateral do Poder Executivo
ou ainda uma lei do Poder Legislativo, ordenando ao Executivo que denunciasse o tratado no
plano internacional.
O art. 5º, § 1º, da Constituição estabelece que “as normas definidoras dos direitos e garan-
tias fundamentais têm aplicação imediata”. Essa “aplicação imediata” deve ser ampliada aos
direitos contemplados nos tratados de direitos humanos, como decorrência lógica da aplica-
ção desse § 1º combinado com o § 2º do art. 5º, já exposto.
Ressalta-se que tal posicionamento foi aceito pelo STF, em caso de aplicação de direitos ao
extraditando, o STF julgou que os “direitos e garantias fundamentais devem ter eficácia ime-
diata (cf. art. 5º, § 1º); a vinculação direta dos órgãos estatais a esses direitos deve obrigar o
Estado a guardar-lhes estrita observância. (...)” (Extr 986, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
15- 8-2007, Plenário, DJ de 5-10-2007).
8. O Bloco de Constitucionalidade
8.1. O Bloco de Constitucionalidade Amplo
O bloco de constitucionalidade nada mais é do que o reconhecimento da existência de ou-
tros títulos normativos de hierarquia constitucional, além da própria Constituição.
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Em 2002, no STF, o Min. Celso de Mello verificou a existência do debate sobre o bloco
de constitucionalidade, que influência a atuação do STF, tendo em vista que os dispositivos
normativos que pertencem ao bloco poderiam ser utilizados como paradigma de confronto
das leis e atos normativos infraconstitucionais no âmbito do controle de constitucionalidade.
O art. 5º, § 2º da CF/88, ao dispor sobre os “direitos decorrentes” do regime, princípios e
tratados de direitos humanos, permite o reconhecimento de um bloco de constitucionalidade
amplo, que abarca os direitos previstos nos tratados internacionais de direitos humanos.
Assim, com a introdução do art. 5º, § 3º, da CF os tratados aprovados sem o rito especial
do citado parágrafo foram situados no patamar de supralegalidade, de modo que englobam o
bloco de constitucionalidade amplo. Quanto aos tratados aprovados pelo rito especial do art.
5º, § 3º, integram o bloco de constitucionalidade restrito.
É, em geral, atribuído a órgãos compostos por julgadores independentes, criados por tratados in-
ternacionais, para evitar que os próprios Estados sejam, ao mesmo tempo, fiscais e fiscalizados. É,
portanto, fruto da ação do intérprete autêntico – os órgãos internacionais.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (TRT 21R-RN/2010/TRT–21ª REGIÃO-RN/JUIZ DO TRABALHO/CADERNO 2) Examine
as assertivas abaixo e indique, a seguir, a resposta correta:
I – as normas de um tratado internacional sobre direitos humanos, devidamente incorpora-
do ao direito brasileiro, poderão integrar o elenco das denominadas “cláusulas pétreas” cons-
titucionais;
II – a denúncia é ato unilateral pelo qual o Estado requer a extinção de Convenção ou Tratado
Internacional em vigor em vários outros Estados, por força da caducidade das suas normas;
III – os Tratados Internacionais somente podem ser firmados pelos Estados, não se admitindo
a participação de outros sujeitos;
IV – os Tratados Internacionais devidamente incorporados ao direito brasileiro submetem-se
ao controle abstrato de constitucionalidade, por força da natureza jurídica das suas normas;
V – as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovadas apenas por
maioria simples em cada casa do Congresso Nacional brasileiro não adquirem vigência nor-
mativa própria dos Tratados.
a) apenas as assertivas I, III e IV estão corretas;
b) apenas as assertivas I, III e V estão corretas;
c) apenas as assertivas II e V estão corretas;
d) apenas as assertivas I e IV estão corretas;
e) apenas as assertivas II, III e V estão corretas.
I – Correto. O art. 60, da CF/88 traz as cláusulas pétreas. Assim, qualquer tratado internacional
sobre direitos humanos, obedecido o procedimento do Art. 5, LXXVIII, §3º, poderá ampliar as
hipóteses de cláusulas pétreas. Por exemplo, novos direitos e garantias individuais podem ser
implementados por tratado internacional, inserido no ordenamento com status de Emenda
Constitucional.
II – Errado. Conforme o doutrinador Paulo Henrique Portela:
A denúncia é o ato unilateral pelo qual uma parte em um tratado anuncia sua intenção de se des-
vincular de um compromisso internacional de que faça parte, desobrigando-se de cumprir as obri-
gações estabelecidas em seu bojo sem que isso enseje a possibilidade de responsabilização inter-
nacional.
III – Errado. Podem celebrar tratados, tradicionalmente, os Estados e as Organizações interna-
cionais. Entretanto, atualmente, admite-se, também, a celebração de tratados pela Santa Sé, os
beligerantes e os blocos regionais. Não se admite que indivíduos, empresas e ONG’S possam
celebrar contratos, apesar de possuírem personalidade internacional.
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a) Errada. O Tratado de Versalhes cria a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e dispõe,
em seu art. 427, diversos princípios e normas que devem orientar a construção do Direito do
Trabalho, entre eles, o princípio de que o trabalho não deve ser considerado mercadoria ou
artigo de comércio. Nesse sentido, a OIT é criada com o objetivo de auxiliar todas as nações a
executar programas que visem garantir os direitos trabalhistas, e não, de reger a normatização
das relações de trabalho em todo mundo.
b) Errada. A OIT possui um sistema de normas que assumem a forma de convenções e reco-
mendações. Entretanto, elas não são de aplicação imediata a todos os países do mundo. As
convenções da OIT são tratados internacionais sujeitos a ratificação pelos Estados Membros
da Organização. Já as recomendações são instrumentos não vinculativos –tratando muitas
vezes dos mesmos assuntos que as convenções – que definem a orientação das políticas e
ações nacionais.
c) Certa. Com base no disposto no art. 7º, a, i, do Pacto Internacional sobre Direitos Econômi-
cos, Sociais e Culturais.
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a) O item está errado pois o conteúdo da CF é a norma fundamental do ordenamento jurídico
brasileiro independentemente de compatibilidade com acordos internacionais. Vale lembrar
que se um tratado internacional, a partir de 2004, for aprovado no Congresso por 3/5 em 2
turnos terá status constitucional.
b) ‘’...não estando sujeitas a qualquer limite formal ou material...’’
As emendas constitucionais possuem como limite o ‘’ núcleo duro ‘’ da CF, não é possível
emenda constitucional com intuito de abolição das cláusulas pétreas.
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c) Segundo a doutrina majoritária, que é a cobrada em concursos, não existe hierarquia entre
lei ordinária e lei complementar
e) A eficácia das medidas provisórias é imediata, apenas recebe controle quanto ao quesito de
urgência e relevância no Congresso.
Letra d.
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Esta é uma questão recorrente e que merece bastante atenção. A incorporação de tratados
internacionais de direitos humanos pode se dar de formas distintas, e isso interfere no status
que este documento vai ostentar no nosso ordenamento.
Para que tratados de direitos humanos sejam considerados equivalentes às emendas constitu-
cionais, o art. 5º, § 3º da CF/88 prevê que devem ser “aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros”.
Note que nem todos os tratados de direitos humanos são aprovados com este quórum di-
ferenciado e, se não o forem, é importante recordar o entendimento adotado pelo Supremo
Tribunal Federal quando do julgamento do Recurso Extraordinário n. 466.343; assim, nestes
casos, estes tratados (quando não forem equivalentes às emendas constitucionais) serão
considerados normas infraconstitucionais e supralegais. Assim, a afirmativa está incorreta,
já que nem todos os tratados internacionais de direitos humanos possuem status de emen-
das constitucionais.
Errado.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Nas unidades prisionais que abrigam filhos de
detentos, providências devem ser tomadas para garantir:
(a) creches internas ou externas dotadas de pessoal qualificado, onde as crianças poderão ser dei-
xadas quando não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua mãe.
(b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem médica, no ingresso e monitoramento constan-
te de seu desenvolvimento por especialistas.
Letra c.
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É importante lembrar que, em relação aos tratados de direitos humanos, existem duas pos-
sibilidades: se o tratado for ratificado nos termos do art. 5º, § 3º da CF/88, (aprovado, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
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membros), será equivalente a uma emenda constitucional; por outro lado, se for aprovado pelo
procedimento comum, será considerado uma norma infraconstitucional e supralegal, confor-
me entendimento firmado pelo STF no Recurso Extraordinário n. 466.343, julgado em 2008.
Assim, considerando as opções, temos que a resposta correta é a letra D, pois coincide com o
disposto no mencionado art. 5º, § 3º, da CF/88.
Letra d.
Esta pergunta pede conhecimento do dispositivo constitucional que trata do tema e que pode
ser encontrado no art. 5º, § 3º, da CF/88, que diz:
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra a.
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Os tratados e convenções internacionais sobre DIREITOS HUMANOS que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos:
1) Aprovados com quórum de Emendas Constitucionais => Status de norma CONSTITUCIONAL.
2) Não aprovados com quórum de Emendas Constitucionais = Status de norma SUPRALEGAL.
3) Tratados internacionais que não versem sobre Direitos Humanos = Status de Lei ORDINÁ-
RIA FEDERAL.
Letra b.
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d) terão hierarquia constitucional, desde que sejam aprovados novamente pelo Congresso Na-
cional, seguindo o procedimento de aprovação de emendas constitucionais.
e) têm hierarquia supraconstitucional, seguindo a tendência de valorizar normas internacionais.
• Tratados internacionais que não tratem sobre direitos humanos > Status de lei ordinária.
• Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos, mas que não tenham sido
aprovados na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88 > Status supralegal.
• Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que tenham sido aprova-
dos na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88 > Emenda constitucional.
De acordo com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a hierarquia dos tratados
internacionais de direitos humanos, consideram-se como tratados de hierarquia constitucional:
I – Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo
Protocolo Facultativo − Convenção de Nova Iorque.
II – Tratado de Marraquexe para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com
deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso.
Letra c.
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DIREITOS HUMANOS
Direitos Humanos e o Ordenamento Jurídico Brasileiro
Karoline Leal
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A afirmativa A está correta porque, de fato, a aprovação de um tratado pelo Congresso (inde-
pendentemente do quórum de votação) não é suficiente para obrigar o Brasil ao cumprimento
deste tratado e não dispensa a ratificação, que é um ato privativo do Presidente da República.
Somente a ratificação (ou a adesão), após a aprovação do tratado pelo Congresso, é capaz de
vincular o país aos seus termos.
A alternativa B também está correta – de fato, tratados ratificados nos termos do art. 5º, §3º
da CF/88 são equivalentes às emendas constitucionais (vale ressaltar que apenas os tratados
de direitos humanos podem ser aprovados desta forma).
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Também está correta a letra C, que reproduz o disposto no art. 5º, §3º da Constituição. Por fim,
tratados que não versam sobre direitos humanos são recepcionados como sendo equivalentes
às leis ordinárias – este é o entendimento do STF sobre o tema e vem sendo mantido desde o
julgamento do RE n. 80.004 (com exceção dos tratados que versam sobre matéria tributária,
que por disposição expressa do art. 98 do CTN).
A única opção incorreta é a letra E – a ratificação de um tratado é um ato que, para sua per-
fectibilização, precisa, necessariamente, da participação do Poder Legislativo (aprovação pelo
Congresso Nacional) e do Poder Executivo (lembre-se que a ratificação é um ato privativo do
Presidente da República, previsto no art. 84, VIII da CF/88).
Letra e.
Tratado de Direitos Humanos: Quórum, 2/5, 2 turnos, cada casa (art 5, § 3º CF/88) = Status de
EMENDA CONSTITUCIONAL.
Tratado de Direitos Humanos: Quórum, INFERIOR DO (art 5, § 3º CF/88) = Status: SUPRALEGAL.
Outros Tratados: Qualquer quórum, Status: INFRACONSTITUCIONAL (Lei Ordinária).
Letra e.
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Essa é uma pergunta bastante interessante e trata dos diferentes status dos tratados de di-
reitos humanos incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro. Veja, apenas os tratados de
direitos humanos que foram ratificados de acordo com o procedimento previsto no art. 5º, §3º
da CF/88 são considerados equivalentes às emendas constitucionais. Outros tratados (ratifi-
cados antes ou depois da EC n. 45) não terão este status, mas, em 2008, no julgamento do RE
n. 466.343, o STF entendeu que tratados de direitos humanos são considerados normas infra-
constitucionais e supralegais, ficando, portanto, abaixo do texto da Constituição, mas acima
de toda a legislação ordinária vigente. Assim, a resposta correta é a letra D, que diz que estes
tratados possuem caráter supralegal e estão abaixo da Constituição.
Letra d.
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I – Correta.
II – Correta.
III – Incorretas. Os tratados aprovados na forma do art. 5º, § 3º, da CF, têm status de emenda
constitucional.
IV – Incorretas. Não há ressalvas, todos as normas/tratados se complementam e são incorpo-
rados automaticamente no chamado “bloco de constitucionalidade”.
V – Incorretas. Os tratados de direitos humanos possuem status supralegais.
Letra a.
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b) Os tratados internacionais de direitos humanos podem ser invocados, desde que tenham
sido aprovados por decreto legislativo do Senado Federal.
c) A aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos no plano interno inicia-se a
partir do ato de assinatura do Estado brasileiro.
d) Cabe ao Congresso Nacional ratificar os tratados internacionais de direitos humanos, que
passam, com a ratificação, a ser exigíveis.
e) Os tratados internacionais de direitos humanos possuem regime especial de incorporação,
nos termos da EC n.º 45/2004
Obs.: Atenção ao termo “ratificação”, que costuma gerar confusão. Portela usa o termo:
“aprovação” do parlamento e ratificação do chefe de estado.
e) Certa. A partir de EC 45, passamos a um novo regramento sobre a matéria.
Letra e.
A questão está correta. Tratado sobre direitos humanos não incorporado com procedimento
de emenda, segundo recente posicionamento do STF, tem status supralegal. Em regra, os tra-
tados tem status de lei ordinária. Entretanto, se o tratado versar sobre direitos humanos não
votado pelo rito de emendas constitucionais, terá status supralegal, o que justifica a questão
e o seu gabarito.
Certo.
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O caput do art. 5º da Constituição Federal de 1988 afirma que os direitos fundamentais são
assegurados aos brasileiros e estrangeiros residentes no país. Mas a interpretação deste dis-
positivo não deve ser feita de forma restritiva, conforme já assinalou o próprio STF.
Em 2008, no HC 94016 MC/SP, o rel. Min. Celso de Mello sustentou que o estrangeiro mesmo
não possuindo domicílio no Brasil deve ter acesso aos instrumentos processuais de tutela da
liberdade, assim como tem o direito de ver respeitadas as prerrogativas de ordem jurídica e
as garantias de índole constitucional que o ordenamento brasileiro confere e assegura a qual-
quer pessoa.
Outro exemplo de jurisprudência ocorreu em 2009, no HC 97147/MT, em que foi sustentado
que “a garantia de inviolabilidade dos direitos fundamentais da pessoa humana não comporta
exceção baseada em qualificação subjetiva puramente circunstancial. O Estado não pode dei-
xar de resguardar direitos inerentes à dignidade humana das pessoas que, embora estrangei-
ras e sem domicílio no país, se encontrarem sobre o império de sua soberania.”
Nesse sentido, verifica-se que a questão está correta, pois a interpretação dada pelo STF à
condição do estrangeiro não domiciliado no Brasil pauta-se pela garantia dos direitos funda-
mentais da pessoa humana, condizentes com o princípio de primazia dos direitos humanos
nas relações internacionais (art. 4º, II, CF).
Certo.
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I – Correta. A ratificação pelo Brasil da Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, em 2009, por meio do Decreto Legislativo n.. 186, de
9 de julho de 2008 e do Decreto Executivo n. 6.949, de 25 de agosto de 2009, representou um
marco na história da conquista dos direitos humanos no país, pois foi o primeiro tratado inter-
nacional de direitos humanos a ingressar no ordenamento jurídico nacional com o status de
Emenda Constitucional, nos termos do §3º, do art. 5º da Constituição Federal.
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Esta é uma questão que deve ser lida com cuidado, para que o candidato não se confunda com
o disposto no art. 5º, §3º da CF/88 e que diz respeito aos tratados que são recepcionados com
o status de “equivalentes às emendas constitucionais”.
Observe que a questão faz referência ao art. 5º, §2º da CF/88, que diz que “os direitos e garan-
tias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte” – ou seja, tratados anteriores à Emenda Constitucional n. 45 ou que não foram ratifica-
dos conforme os termos do art. 5º, §3º da CF/88.
Para estes tratados, é importante conhecer o Recurso Extraordinário n. 466.343, que trata da
prisão civil do depositário infiel e da aplicabilidade do Pacto de San Jose da Costa Rica. No
acórdão, tem-se que o STF entendeu que tratados de direitos humanos possuem um caráter
especial, supralegal, sendo hierarquicamente inferiores apenas à Constituição; desde este jul-
gamento, portanto, tratados de direitos humanos passaram a ser entendidos como normas
infraconstitucionais e supralegais.
Letra d.
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Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra b.
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I – Errado.
Art. 5º, § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja tenha manifes-
tado adesão.
II – Errado. Primeiro a Emenda Constitucional n. 45/2004, introduziu os parágrafos 3º e 4º e
não incisos. Segundo o § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
III – Certo. Sim de acordo com hierarquia da legislação brasileira, ilustrada pela pirâmide de
Kelsen, nos temos primeiro as normas constitucionais, depois emendas constitucionais ou
tratados internacionais de direitos humanos aprovados no congresso nacional de acordo com
o parágrafo terceiro, e depois ai sim temos os tratados supralegais ou infraconstitucionais, que
não são aprovados em ambas as casas, com dois turnos de votação mas qualquer Quórum
que não seja o de três quintos.
IV – Errado. Especificamente NÃO, o artigo 5º cuida de todos os direitos individuais e coleti-
vos, dentre eles o “LII – Diz, não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião”.
V – Certo. Art. 5, § 4º, da CF: O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional
a cuja tenha manifestado adesão.
Letra e.
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GABARITO
1. d
2. b
3. d
4. c
5. E
6. c
7. b
8. d
9. a
10. b
11. b
12. c
13. c
14. d
15. e
16. e
17. d
18. a
19. e
20. C
21. E
22. C
23. e
24. d
25. b
26. e
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Defensora Pública do DF. Foi analista processual no Superior Tribunal Militar e aprovada para o concurso
de membro da Defensoria Pública do Tocantins.
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