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DIREITOS
HUMANOS
Cidadania. Convenções e Tratados
Internacionais sobre Direitos Humanos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Cidadania. Convenções e Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos
Daniel Barbosa
Sumário
Cidadania. Convenções e Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos................................... 3
1. Direitos Humanos:’ conceito e evolução histórica............................................................................. 3
1.1. Conceito de Direitos Humanos. ........................................................................................................... 3
1.2. Direitos Humanos X Direitos Fundamentais. . ................................................................................... 4
1.3. Características dos Direitos Humanos............................................................................................... 5
1.4. Evolução Histórica dos Direitos Humanos........................................................................................ 8
1.5. Gerações de Direitos Humanos......................................................................................................... 13
2. Estado Democrático de Direito............................................................................................................. 16
2.1. Direitos Humanos e Cidadania.......................................................................................................... 17
2.2. CF/88 e os Tratados Internacionais de Direitos Humanos.. ......................................................... 19
Resumo............................................................................................................................................................ 21
Questões de Concurso................................................................................................................................. 24
Gabarito.......................................................................................................................................................... 32
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 33
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Direitos Humanos são aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua dignidade, e que
usualmente são descritos em documentos internacionais para que sejam mais seguramente garan-
tidos.
Ainda não se pode perder de vista a essência da finalidade dos direitos humanos, que é a proteção
da dignidade da pessoa humana, resguardando seus atributos mais fundamentais. A conquista de
direitos da pessoa humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
Percebeu como falamos em dignidade da pessoa humana para conceituar Direitos Huma-
nos!? Então muita atenção.
Agora vamos trabalhar uma questão de concurso! Como não temos questão da IBGP, tra-
balharemos com essa boa questão da VUNESP!
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b) Direitos humanos são aqueles que estão previstos de forma expressa em uma Constituição e que
se referem somente a direitos das pessoas que respondem a um inquérito ou a um processo penal.
c) Como os direitos humanos são inerentes à natureza humana, somente derivam do espírito
humano e não devem ser positivados nas leis.
d) No âmbito da filosofia, a expressão direitos humanos significa a independência do ser hu-
mano, tratando exclusivamente do direito de liberdade.
e) Considerando o que prevê a Constituição de 1988, os direitos humanos se dão por meio
da propriedade, que se impõe como um valor incondicional e insubstituível, que não admite
equivalente.
Viu como a VUNESP falou em “dignidade”. É isso aí! Sempre associe direitos humanos a dig-
nidade. Essa dica é valiosa!
Afirma Valério Mazzuoli:
Direitos humanos é uma expressão intrinsecamente ligada ao direito internacional público. Assim,
quando se fala em “direitos humanos”, o que tecnicamente se está a dizer é que há direitos que são
garantidos por normas de índole internacional, isto é, por declarações ou tratados celebrados entre
Estados com o propósito específico de proteger os direitos (civis e políticos; econômicos, sociais e
culturais etc.) das pessoas sujeitas à sua jurisdição.
Vale ressaltar que quando falamos em proteção dos direitos humanos, não interessa naciona-
lidade da vítima, bastando ela ter sido violada em seus direitos de índole internacional por ato
de um Estado sob cuja jurisdição se encontrava. A isso damos o nome de Transnacionalidade
dos direitos humanos.
Letra a.
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A CF/88 para se referir aos direitos previstos nos Tratados Internacionais utiliza a expres-
são “direitos humanos” (CF, Art. 5º §3º). Já, para tratar sobre os direitos nela positivados utiliza
a expressão”direitos e garantias fundamentais” (Título II).
Olha como esse ponto foi cobrado em um dos concursos mais difíceis do país.
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Em uma primeira questão importante a ser trabalhada, a característica da universalidade não ape-
nas defende a proteção equivalente a todos, como também importa dizer que determinados grupos
são mais necessitados e, portanto, devem receber maiores doses de proteção por parte do Estado.
Afinal, dentro da concepção de democracia, está a discussão entre minorias e maiorias, sendo sabi-
do que as minorias, historicamente desprotegidas, necessitam de maior carga protetiva exatamente
para fornecer um ideal de igualdade material (ou substancial).
Deste modo, quando se acena para um Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003), para um Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), para a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), para o Esta-
tuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.888/2010), para o Estatuto do Torcedor (Lei n. 10.671/2003), para o
Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/1990), dentre outros, tais diplomas normati-
vos não apenas não contrariam a retórica da universalidade dos direitos humanos (pode-se, equivoca-
damente, pensar que isto demonstra apenas uma proteção setorial e puramente privilegiadora), como
servem para colocar em posição de equivalência e de proteção suficiente, grupos que nem sempre go-
zaram desta ótica protecionista. É dizer: tais diplomas não trazem privilégios a determinados setores,
mas, sim, atribuem equivalência de direitos entre maiorias e minorias. O mesmo se pode afirmar quanto
aos inúmeros tratados internacionais que voltam atenção á proteção de grupos vulneráveis.
Outra questão importante: Os direitos humanos são extensíveis aos animais? Não! É no-
tório que cada vez mais os animais vêm ganhando espaço nas discussões jurídicas. Pra mim
esse é um ponto extremamente positivo. Porém, prevalece na doutrina que os direitos huma-
nos não são extensíveis aos animais. Atualmente, outros ramos do direito fazem essa prote-
ção, por exemplo, o Direito Ambiental.
Relatividade: Os direitos humanos não são absolutos. Eles podem sofrer limitações.
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A ideia de relativização dos direitos humanos surge da necessidade de adequá-los a outros valores
coexistentes na ordem jurídica, mormente quando se entrechocam, surgindo a necessidade de rela-
tivizar e harmonizar os bens jurídicos em colisão.
Pra ficar mais fácil, te darei um exemplo: Você tem direito a liberdade expressão, cer-
to? Isso te dá o direito de ofender a honra das pessoas? Não! É exatamente nesse ponto
que surge a relatividade dos direitos humanos. O direito de se expressar não é absoluto,
podendo ser relativizado para impedir a ofensa a outras pessoas. Portanto, os direitos,
quando se chocam, devem se harmonizar e sempre se adequarem a outros valores tam-
bém protegidos.
Irrenunciabilidade: Os direitos humanos não podem ser renunciados. As pessoas não pos-
suem a faculdade de renunciar a sua dignidade.
Inalienabilidade: Os direitos humanos não podem ser vendidos. Eles são intransferíveis e
inegociáveis. Por exemplo, ninguém pode vender o direito a liberdade de expressão.
Imprescritibilidade: Os direitos humanos são exigíveis a qualquer tempo, não se perdendo
com o passar do tempo. Usando ou não usando esses direitos, ele sempre existirá, não haven-
do a possibilidade de prescrição.
A pretensão da reparação econômica decorrente de uma violação aos direitos humanos pode
prescrever. Por exemplo, há um prazo para se ajuizar uma ação de dano moral oriunda de uma
violação à imagem. O que não prescreve é o direito em si, sempre havendo possibilidade des-
tes serem gozados, respeitados e protegidos.
Não há hierarquia entre os direitos humanos. Todos são importantes para proteção da digni-
dade humana. Havendo colisão entre esses direitos deve haver uma harmonização dos bens
jurídicos no caso concreto. Foi isso que vimos quando estudamos a característica da relativi-
dade, lembra?
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Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos
em certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos
poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
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c) Roma:
Contribuição na sedimentação do princípio da legalidade.
Consagração de vários direitos, por exemplo, propriedade, liberdade, personalidade ju-
rídica etc.
Reconhecimento da igualdade entre todos os seres humanos, em especial pela aceitação
do jus gentium, o direito aplicado a todos, romanos ou não.
Marco Túlio Cícero retoma a defesa da razão reta (recta ratio), salientando, na República,
que a verdadeira lei é a lei da razão, inviolável mesmo em face da vontade do poder.
d) O Antigo e o Novo Testamento e as influências do cristianismo e da Idade Média:
• Cinco livros de Moisés (Torah): apregoam solidariedade e preocupação com o bem-es-
tar de todos (1800-1500 a.C.).
• Antigo Testamento: faz menção à necessidade de respeito a todos, em especial aos
vulneráveis.
• Contribuição do Cristianismo para os Direitos Humanos: há vários trechos da Bíblia
(Novo Testamento) que pregam a igualdade e a solidariedade.
• Filósofos católicos também merecem ser citados, em especial São Tomás de Aquino.
São Tomás de Aquino afirmava que a lei era um dos modos pelos quais Deus instruía os
homens a alcançar o bem.
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No final da Idade Média, no século XIII, aparece a grande figura de Santo Tomás de Aquino, que,
tomando a vontade de Deus como fundamento dos direitos humanos, condenou as violências e
discriminações, dizendo que o ser humano tem direitos naturais que devem ser sempre respeitados,
chegando a afirmar o direito de rebelião dos que forem submetidos a condições indignas.
Thomas Hobbes (Leviatã – 1651): É um dos primeiros textos que versa claramente sobre o
direito do ser humano. Mas Hobbes conclui que o ser humano abdica de sua liberdade inicial e
se submete ao poder do Estado (o Leviatã), cuja existência justifica-se pela necessidade de se
dar segurança ao indivíduo, diante das ameaças de seus semelhantes. Entretanto, os indivídu-
os não possuiriam qualquer proteção contra o poder do Estado.
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Hugo Grócio (Da guerra e da paz – 1625): Defendeu a existência do direito natural, de
cunho racionalista, reconhecendo, assim, que suas normas decorrem de “princípios inerentes
ao ser humano”.
John Locke (Tratado sobre o governo civil – 1689): Defendeu o direito dos indivíduos mes-
mo contra o Estado, um dos pilares do contemporâneo regime dos direitos humanos. O grande
e principal objetivo das sociedades políticas sob a tutela de um determinado governo é a pre-
servação dos direitos à vida, à liberdade e à propriedade. Logo, o governo não pode ser arbitrá-
rio e deve seu poder ser limitado pela supremacia do bem público.
Abbé Charles de Saint-Pierre (Projeto de paz perpétua – 1713): defendeu o fim das guerras
européias e o estabelecimento de mecanismos pacíficos para superar as controvérsias entre
os Estados em uma precursora ideia de federação mundial.
Jean-Jacques Rousseau (Do contrato social – 1762): Prega que a vida em sociedade é ba-
seada em um contrato (o pacto social) entre homens livres e iguais (qualidades inerentes aos
seres humanos), que estruturam o Estado para zelar pelo bem-estar da maioria. Um governo
arbitrário e liberticida não poderia sequer alegar que teria sido aceito pela população, pois a
renúncia à liberdade seria o mesmo que renunciar à natureza humana, sendo inadmissível.
Cesare Beccaria (Dos delitos e das penas – 1766): Sustentou a existência de limites
para a ação do Estado na repressão penal, balizando os limites do jus puniendi que reverbe-
ram até hoje.
Kant (Fundamentação da metafísica dos costumes – 1785): Defendeu a existência da dig-
nidade intrínseca a todo ser racional, que não tem preço ou equivalente. Justamente em virtu-
de dessa dignidade, não se pode tratar o ser humano como um meio, mas sim como um fim
em si mesmo.
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• Projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã: de 1791, proposto por Olympe
de Gouges, reivindicou a igualdade de direitos de gênero.
• 1791: Edição da primeira Constituição da França revolucionária, que consagrou a perda
dos direitos absolutos do monarca francês, implantando-se uma monarquia constitucio-
nal, mas, ao mesmo tempo, reconheceu o voto censitário.
• Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão consagrada como sendo a
primeira com vocação universal. Esse universalismo será o grande alicerce da futura
afirmação dos direitos humanos no século XX, com a edição da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
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O PULO DO GATO
As bancas normalmente associam a Constituição dos Estados Unidos da América e a Declara-
ção Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão a outras gerações de direitos humanos, por
exemplo: 2º, 3º, etc. Muita atenção para não cair nessa pegadinha e perder um precioso ponto.
Todo ponto faz diferença. Lembre-se disso!
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Conforme abordado nesse tópico, o direito a liberdade e a propriedade são direitos humanos
de primeira geração.
Letra b.
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Conforme abordado nesse tópico, os direitos culturais são direitos humanos de segunda ge-
ração. Observe que a ESAF utilizou a expressão “direitos fundamentais” em vez de “direitos
humanos”. Conforme coloquei no início da aula, esse assunto também é estudo em Direito
Constitucional e no que tange aos estudos das gerações de direitos, direitos fundamentais e
direitos humanos são expressões sinônimas.
Letra c.
Há autores que citam outros exemplos de direitos humanos de 3º geração, como: direito do
consumidor, das crianças e dos idosos.
Paulo Bonavides menciona a paz como um direito de 5ª geração. Na classificação feita por
Karel Vazak, a paz é um direito de 3ª geração.
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Conforme visto, a partir da 3ª geração não ha consenso na doutrina. Contudo, trago uma
boa notícia: as bancas examinadoras, sabendo disso, não colocam entendimentos divergentes
na mesma questão, evitando dessa forma eventuais anulações de itens.
Abaixo segue uma tabela de memorização das 1ª, 2ª e 3ª gerações de direitos humanos.
Bastante atenção pra essa tabela, beleza!? Coloquei algumas informações adicionais que
podem ser cobradas em prova.
- Igualdade
- Liberdade. - Século XIX
- Século XVIII - Inspirado na
- Fraternidade
- Inspirado na Revolução Industrial.
- Século XX
Revolução Francesa. - Status positivo
- Direitos que
- Liberdades (prestação do
defendem o interesse
negativas Estado).
difuso.
- Direitos civis e - Direitos sociais,
políticos econômicos e
culturais.
CF/88 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Sob o ângulo da promoção dos direitos humanos, o regime político que adota uma gramática de
direitos é o regime democrático, que se pauta em linhas gerais, na prevalência da vontade da maioria
na escolha dos governantes e na tomada das decisões do Poder Público.
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Vale também ressaltar o parágrafo único do art. 1º da CF/88, dispositivo que reitera o re-
gime democrático no Brasil:
CF/88 Art. 1º Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representan-
tes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Para André Carvalho Ramos, a cidadania da CF/88 possui diversas facetas, quais sejam:
Cidadania-eleição: Permite ao cidadão votar e ser votado.
Cidadania-fiscalização: Permite ao cidadão propor a ação popular (art. 5º, LXXIII CF/88),
noticiar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU (art. 74, §2º CF/88), ou ainda ser eleito
conselheiro CNJ (art. 103-B XIII CF/88) e do CNMP (art. 130-A, VI CF/88);
Cidadania-propositiva: Permite ao cidadão dar início a projetos de lei (art. 61, §2º CF/88);
Cidadania-mediação social: Permite ao cidadão ser eleito Juiz de Paz (art. 98, II CF/88).
A participação do Brasil no sistema internacional de proteção dos direitos humanos redi-
mensiona o próprio alcance da expressão “cidadania”. Isso ocorre, pois além das proteções de
âmbito nacional, os indivíduos passam a ser titulares de direitos internacionais.
Diz o art. 1º da CF/88:
CF/88 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Para Flávia Piovesan, hoje podemos afirmar que a realização plena e não apenas parcial
dos direitos da cidadania envolve o exercício efetivo e amplo dos direitos humanos, nacional e
internacionalmente assegurados.
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CF/88 Art. 5º § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Caso o tratado seja anterior a EC /2004 e posteriormente a essa emenda seja submetido ao
rito do art. 5º § 3 da CF/88 adquirirá status constitucional. Isso não ocorreu com nenhum tra-
tado até o momento.
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O rito previsto no art. 5º §3 da CF/88 é o mesmo previsto para aprovação das emendas cons-
titucionais.
Certo.
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RESUMO
Aqui trago pra você um resumo geral dessa aula! Leia este resumo na véspera da prova
para facilitar a fixação do conteúdo.
Vamos que vamos!
Direitos Humanos é o conjunto de regras e direitos que materializam a dignidade humana.
Quando falamos em proteção dos direitos humanos, não interessa nacionalidade da vítima.
Direitos Humanos são direitos imprescindíveis para materialização da dignidade humana,
positivados na ordem jurídica internacional. Direitos fundamentais são direitos imprescindí-
veis para materialização da dignidade humana, positivados na ordem jurídica interna de um
determinado país.
Características dos direitos humanos:
• Historicidade;
• Universalidade;
• Relatividade;
• Irrenunciabilidade;
• Inalienabilidade;
• Imprescritibilidade;
• Unidade.
5ª Geração: Cibernética.
A partir da promulgação pelo Presidente da República os Tratados Internacionais de Di-
reitos Humanos podem ser aplicados no Brasil. Esses tratados podem ser incorporados no
ordenamento jurídico brasileiro com dois status: Status supralegal ou status constitucional.
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CF/88 Art. 5º § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Caso o tratado seja anterior a EC /2004 e posteriormente a essa emenda seja submetido ao
rito do art. 5º § 3 da CF/88 adquirirá status constitucional. Isso não ocorreu com nenhum tra-
tado até o momento.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Opa! Chegamos na etapa final: as questões. O conteúdo abordado durante a aula somado a
resolução dos exercícios trará grandes resultados.
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b) proibição ao retrocesso
c) complementariedade
d) universalidade
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NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Cidadania. Convenções e Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos
Daniel Barbosa
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b) Revolução Francesa.
c) Cristianismo.
d) Catolicismo.
e) Iluminismo.
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Daniel Barbosa
GABARITO
1. b
2. c
3. C
4. e
5. d
6. E
7. d
8. c
9. a
10. c
11. b
12. d
13. e
14. c
15. c
16. a
17. C
18. c
19. e
20. e
21. a
22. d
23. E
24. b
25. C
26. e
27. c
28. d
29. e
30. b
31. b
32. a
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GABARITO COMENTADO
001. (FCC/CLDF/CONSULTOR LEGISLATIVO – DIREITOS HUMANOS, MINORIAS, CIDADA-
NIA E SOCIEDADE/2018) Dentre as gerações de Direitos Humanos, aquela que consagra a
fraternidade, na certeza de que existem direitos que transcendem a lógica da proteção indivi-
dualista e cuja tutela interessa a toda a Humanidade é a:
a) primeira geração.
b) terceira geração.
c) segunda geração.
d) quarta geração.
e) quinta geração.
O iluminismo, a Revolução Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial são três gran-
des marcos na evolução dos Direitos Humanos. Falamos sobre a importância desses marcos
quando tratamos da evolução histórica dos Direitos Humanos.
Sempre que as bancas tratarem de grandes marcos dos Direitos Humanos lembre-se desses
três períodos importantes da história.
Os grandes personagens do iluminismo foram John Locke, Jean-Jaques Rousseau, Thomas
Hobbes, Immanuel Kant e Montesquieu. As primeiras declarações de direitos humanos tive-
ram grande influência do movimento iluminista.
A Revolução Francesa trouxe os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade.
Após o fim da segunda Guerra Mundial temos o surgimento da ONU.
Letra c.
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Questão de fácil dedução. Sabemos que os movimentos sociais, assim como as comunida-
des tradicionais tem grande proteção dos direitos humanos.
Certo.
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Direitos de liberdade negativa, civis e políticos são direitos de primeira geração. Direitos eco-
nômicos, sociais e culturais são direitos de segunda geração. Fraternidade e solidariedade
são direitos de terceira geração.
Letra d.
Cambiante é aquilo que cambia; que promove ou passa por mudanças, alterações, transfor-
mações, esp. se graduais. O conceito de cidadania não deixou de ser cambiante como afirma
a questão. Pelo contrário! O conceito de cidadania está em constante evolução.
Errado.
A universalidade é uma das características dos direitos humanos e quer dizer que esses direi-
tos alcançam todos, independente de cor, religião, opção sexual, ideologia etc.
Letra d.
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b) indisponibilidade
c) transnacionalidade
d) imprescritibilidade
Afirmamos em nossa aula que quando falamos em proteção dos direitos humanos, não in-
teressa nacionalidade da vítima, bastando ela ter sido violada em seus direitos de índole in-
ternacional por ato de um Estado sob cuja jurisdição se encontrava. A isso damos o nome de
Transnacionalidade dos direitos humanos.
Letra c.
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Os direitos humanos não podem ser renunciados. As pessoas não possuem a faculdade de
renunciar a sua dignidade.
Letra c.
A Revolução Francesa foi guiada pelo ideário iluminista vindo a consagrar a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
Conforme dissemos na nossa aula: Revolução Francesa: Adoção da Declaração Francesa dos
Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembleia Nacional Constituinte francesa, em 27 de
agosto de 1789, que consagra a igualdade e liberdade, que levou à abolição de privilégios,
direitos feudais e imunidades de várias castas, em especial da aristocracia de terras. Lema
dos revolucionários: “liberdade, igualdade e fraternidade”.
Letra b.
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b) proibição ao retrocesso
c) complementariedade
d) universalidade
A universalidade é uma das características dos direitos humanos e quer dizer que esses direi-
tos alcançam todos, independente de cor, religião, opção sexual, ideologia etc.
Letra d.
A universalidade é uma das características dos direitos humanos e quer dizer que esses di-
reitos alcançam todos, independente de cor, religião, opção sexual, ideologia, etc. A caracte-
rística da universalidade é bastante cobrada nas provas.
Letra e.
Questão fácil, mas pode causa confusão. Os itens II e III são fáceis e no primeiro momento
sabemos que estão corretos.
O item I, você não pode se atrapalhar: os direitos humanos são para seres humanos! A ex-
pressão “ser vivo” abrange plantas, animas etc.
Letra c.
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Realmente os direitos humanos são inalienáveis. Contudo, os direitos humanos não são ab-
solutos. Eles podem sofrer limitações.
Diz o professor Rafael Barreto:
A ideia de relativização dos direitos humanos surge da necessidade de adequá-los a outros valores
coexistentes na ordem jurídica, mormente quando se entrechocam, surgindo a necessidade de rela-
tivizar e harmonizar os bens jurídicos em colisão.
Letra c.
Os direitos humanos não são divisíveis. Eles formam um conjunto de direitos interdependen-
tes. Em suma, os direitos humanos formam um bloco único de direitos. Por esse motivo, não
há hierarquia entre os direitos humanos. Em outras palavras, pela indivisibilidade, podemos
afirmar que todos os direitos humanos possuem a mesma proteção jurídica.
Letra a.
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A cidadania não é apenas o direito de votar e ser votado, mas também o exercício de direitos
civis, políticos, sociais etc.
Certo.
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No final da Idade Média, no século XIII, aparece a grande figura de Santo Tomás de Aquino, que,
tomando a vontade de Deus como fundamento dos direitos humanos, condenou as violências e
discriminações, dizendo que o ser humano tem direitos naturais que devem ser sempre respeitados,
chegando a afirmar o direito de rebelião dos que forem submetidos a condições indignas.
Letra e.
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Sobre a Magna Carta, ressalta-se que ela surge com a reação dos barões feudais ingleses, rea-
gindo a alta cobrança de taxas pelo Rei João Sem-Terra. Nesse momento, foram reconhecidos os
direitos da nobreza e dos cidadãos ingleses e ficou estabelecido que ninguém, inclusive o próprio
Rei, estaria acima do Direito. A Magna Carta tem como foco a limitação do poder do Estado.
Letra d.
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Questão bastante fácil que caiu em um concurso de Defensor Público. Sabemos que cada
geração de direitos humanos consolidou diferentes direitos a proteção das pessoas.
Certo.
É exatamente isso! No Brasil a luta pelos direitos fundamentais se dá desde os tempos da co-
lonização. Passamos por períodos difíceis na nossa história, como a escravidão e a ditadura
militar. Até os dias atuais, os brasileiros lutam por uma cidadania plena.
Certo.
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CF/88 Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos se-
guintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social
e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
de nações.
Letra e.
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Sobre a Magna Carta, ressalta-se que ela surge com a reação dos barões feudais ingleses,
reagindo a alta cobrança de taxas pelo Rei João Sem-Terra. Nesse momento, foram reco-
nhecidos os direitos da nobreza e dos cidadãos ingleses e ficou estabelecido que ninguém,
inclusive o próprio Rei, estaria acima do Direito. A Magna Carta tem como foco a limitação do
poder do Estado.
Letra b.
CF/88 Art. 5º §3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra b.
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Cidadania. Convenções e Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos
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CF/88 Art. 5º §3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Letra a.
Daniel Barbosa
Coach de concursos desde 2015. Atende carreiras policiais e tribunais (técnico e analista judiciário).
Agente de Polícia da PCDF. Aprovado nos concursos da PMDF, da PRF, da PCDF e do MPU. Advogado de
2010 a 2014. Formado em Direito. Pós-graduado em Direito Administrativo.
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