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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

ANA LUIZA CABRAL COSTA

DIREITOS HUMANOS

São Luís

2022
Ana Luiza Cabral Costa

DIREITOS HUMANOS

Trabalho apresentado à disciplina de Direitos


Humanos, da Universidade Estadual do
Maranhão, para obtenção de nota referente à
avaliação.
Professor: Carlos Henrique Rodrigues Vieira

São Luís

2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS....................................................................5
3 O DISCURSO INTERNACIONAL E ÚNICO DOS DIREITOS HUMANOS ..............7
4 DIREITOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .............................9
CONCLUSÃO ......................................................................................................12
REFERÊNCIAS....................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”


afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos do ano de 1948. Nesse sentido,
os Direitos Humanos são um conjunto de normas que visam a proteção do ser
humano, independentemente da sua etnia, religião, gênero, classe social,
nacionalidade e posicionamento político. A base desses direitos é o fato de ser
humano, é o respeito ao indivíduo, ou seja, só por ser humano e está vivo, merece ser
tratado com dignidade.

Contudo, no Brasil, o tema Direitos Humanos é mal interpretado e


desrespeitado por muitos. Por isso, é preciso ressaltar que o âmago desses direitos é
a proteção de todos e promoção da justiça, tendo como base o princípio da
inviolabilidade da pessoa, o princípio da autonomia da pessoa e o princípio da
dignidade da pessoa. Dessa forma, são eles os direitos e liberdades básicas de todos
os seres humanos. Para mais, conforme o artigo 3 da Carta da ONU toda a família
humana tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Sendo assim, os
Direitos Humanos têm como função proteger os indivíduos do autoritarismo,
discriminação, arbitrariedade, prepotência, injustiça e de todo e qualquer abuso de
poder de um homem sobre outro.

À vista disso, a universalidade desses direitos é incontestável. Desse modo,


o presente trabalho, procura conceituar o que são Direitos Humanos, desenvolver um
pequeno histórico desses direitos no mundo e no Brasil, tendo como base a
Declaração Universal dos Direitos Humanos promulgada pela ONU, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 e outros Tratados que o Brasil seja signatário.
Por fim, busca-se correlacionar a efetivação dos Direitos Humanos como um requisito
fundamental para o desenvolvimento econômico dos países, mesmo nos de modo de
produção capitalista, que são marcados pela exploração do trabalho e antagonismo
de classes.
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2. CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os Direitos Humanos


são uma garantia fundamental e universal que buscam proteger os seres humanos de
forma individual ou através de grupos sociais, contra diferentes ações ou omissões
que atentem contra sua dignidade. Por sua vez, segundo Trindade (2007, p. 218), os
Direito Humanos são:
“Direitos inerentes a todo ser humano, e a ser protegidos em todas e
quaisquer circunstâncias”. Para mais, Maria Victória Benevides entende, na mesma
linha, que os Direitos Humanos são:

“Aqueles direitos comuns a todos os seres humanos, sem distinção de raça,


sexo, classe social, religião, etnia, cidadania política ou julgamento moral.
São aqueles que decorrem do reconhecimento da dignidade intrínseca a todo
ser humano. Independem do reconhecimento formal dos poderes públicos –
por isso são considerados naturais ou acima e antes da lei -, embora devam
ser garantidos por esses mesmos poderes.”

Outrossim, conforme André de Carvalho Ramos (2012), os Direitos Humanos


visam assegurar uma vida digna, possibilitando ao indivíduo condições de existência
adequadas para viver e participar da comunidade de forma ativa. Sendo assim, esses
direitos por serem constitutivos da dignidade humana, devem ser reconhecidos na
ordem constitucional dos Estados. E, de acordo com o Mestre e Professor Enoque
Ribeiro dos Santos, quando os Direitos Humanos são positivados no ordenamento
jurídico, principalmente na Carta Magna são considerados direitos fundamentais.

Nesse sentido, as características dos Direitos Humanos são historicidade,


universalidade, relatividade, essencialidade, irrenunciabilidade, inalienabilidade,
inviolabilidade, complementariedade, efetividade, interdependência e concorrência.
Elas servem como modelos para a organização das sociedades com respeito a
dignidade da pessoa humana.

Para mais, com base na historicidade pode-se afirmar que os Direitos Humanos
foram conquistados ao longa da história humana, sendo frutos de séculos de luta por
dignidade. O filósofo Immanuel Kant (1724-1804), que afirmou: “as coisas têm um
valor, as pessoas têm dignidade”. Nessa perspectiva, o ser humano deve ser tratado
como fim em si mesmo e não como meio para realização de fins que lhes são alheios.
O valor intrínseco de cada ser humano deve ser respeitado e valorizado e este não
está relacionado ao que a pessoa fez, faz ou fará, uma vez que todo ser humano
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possui um valor intrínseco, inalienável e irrenunciável, a dignidade. O filósofo italiano


Noberto Bobbio afirma que os Direitos Humanos são direitos históricos, por mais
fundamentais que sejam. Eles resultam de lutas por novas liberdades, contra velhos
poderes, nascendo de forma gradual, não todos de vez e nem de uma vez por todas.

A evolução dos Direitos Humanos na história tem um marco importante na


Idade Média com a Carta Magna da Inglaterra de 1215, assinada pelo rei João Sem
Terra que limitava o poder político do rei e garantia plenos direitos aos “homens livres”,
que eram os indivíduos com posses, membros da nobreza. Já na Idade Moderna a
Declaração de Direitos (Bill of Rights) de 1689, também na Inglaterra, foi um
importante documento de limitação do poder da Monarquia e serviu de inspiração na
construção dos Direitos Humanos. Esse documento estabeleceu os direitos
individuais, a liberdade de imprensa e, acima de tudo, a afirmação da lei sobre as
arbitrariedades do rei.

Além disso, a Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, cujo


principal autor é Thomas Jefferson, sustenta que “Todos os homens são criados
iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a
vida, a liberdade e a busca da felicidade”. Dessa maneira, ela protege os direitos
individuais e o direito de revolução, essas ideias foram fortemente apoiadas pelos
americanos e expandiram internacionalmente, influenciando particularmente a
Revolução Francesa. Assim, em 1789, a Revolução Francesa marca o começo da
Idade Contemporânea e um grande progresso em relações aos Direitos Humanos
com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que proclamava “Os homens
nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Apesar de ser efetiva somente
para a França, o documento atraiu a atenção do mundo sobre os direitos do homem.

Desse modo, os Direitos Humanos foram criados após a Segunda Guerra


Mundial, como resposta aos horrores cometidos contra a humanidade naquele
período entre 1939 e 1945: o Holocausto. Esse episódio foi marcado pelo genocídio
em massa de cerca de seis milhões de judeus e minorias, foi o maior massacre do
século XX e aconteceu por um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado
pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista. As atrocidades
cometidas durante os seis anos de guerra e as terríveis violações contra a
humanidade ocorreram em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos
alemães durante a guerra.
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Dentro desse contexto, houve o surgimento da ONU, Organização das


Nações Unidas, em 1945. Foram três anos de debate para se chegar ao consenso
que gerou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada por 48 países em
10 de dezembro de 1948 na cidade de Paris, na França. Segundo Celso Lafer, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos inaugurou uma nova concepção
internacional de relações entre os povos, ao inserir os Direitos Humanos como critério
organizador e humanizador da vida coletiva na relação entre governantes e
governados. Esse documento foi o ponto de partida para um discurso internacional e
único de promoção dos Direitos Humanos.

3. O DISCURSO INTERNACIONAL E ÚNICO DOS DIREITOS HUMANOS

A Declaração da ONU de 1948 sobre Direitos Humanos é de suma importância


para o reconhecimento pela comunidade internacional da necessidade de proteção
dos Direitos Humanos. O mundo pós Segunda Guerra Mundial estava profundamente
horrorizado com os crimes cometidos pelo nazifascismo. Após o seu fim, o sentimento
existente nas pessoas era a necessidade de criar mecanismos para evitar que toda
aquela destruição acontecesse novamente. Além de encontrar uma maneira de
manter a paz entre os povos. Diante disso, em 24 de outubro de 1945 foi criada a
Organização das Nações Unidas (ONU), em São Francisco, Estados Unidos, como
resultado das diversas conferências de paz realizadas pós-guerra.

O primeiro e principal objetivo da ONU é manter a paz e a segurança


internacional e para que essa finalidade se concretize é preciso:

“Tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir


os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que
possam levar a uma perturbação da paz.” (Uniceg.org)

Além disso, a Carta da ONU traz no seu artigo 1º a preocupação com os Direitos
Humanos ao proclamar que:

“Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas


internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para
promover e estimular o respeito aos Direitos Humanos e às liberdades
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”.
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A Carta da ONU é um acordo constitutivo, sujeitando todos os membros aos


seus artigos, além de postular que as obrigações às Nações Unidas prevalecem sobre
quaisquer outras estabelecidas em tratados diversos, o Brasil a assinou em 21 de
setembro de 1945. Outrossim, ainda em 1945, o mundo clamava por sanções
internacionais aos responsáveis pelas barbaridades cometidas contra a dignidade do
ser humano durante a guerra. Em razão disso, instala-se, nesse momento, o Tribunal
Militar de Nuremberg, com competência para julgar três categorias de delitos: os
crimes contra paz, os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade. Os últimos
crimes citados, constituem os assassinatos, os extermínios, a redução a escravidão
ou todos os outros atos não-humanos cometidos contra populações civis, bem como
as perseguições por motivos políticos, raciais ou religiosos ou quando esses atos ou
perseguições fossem cometidos como uma série de crimes contra a paz ou de crimes
de guerra ou ainda em conexão com estes delitos internacionais, mesmo sem violação
reconhecida pelo direito interno nacional.

Nessa crescente promoção e proteção internacional dos Direitos Humanos


surge a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), documento marco na
história desses direitos. A Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, como uma norma comum a
ser alcançada por todos os povos e nações. Estabelecendo, pela primeira vez, a
proteção universal dos Direitos Humanos. É o documento mais traduzido do mundo
(mais de 500 idiomas) e nos seus 30 artigos estabelece dignidade e igualdade sem
distinção para todos os indivíduos. Para mais, a DUDH inspirou as constituições de
muitos Estados e democracias recentes. Em seu Preâmbulo a DUDH proclama:

“Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os


membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui
o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem
conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e
que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar
e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta
inspiração do Homem.” (ONU)

No Brasil, os Direitos Humanos são garantidos pela Constituição Federal de


1988 e em Tratados firmados pelo país com outros Estados. A Constituição Federal
trata em seu artigo 5o que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à


propriedade:” À vista disso, ela é chamada de “Constituição Cidadã” por trazer em seu
bojo garantias de direitos que as outras Constituições brasileiras não continham.
Ademais, a dignidade da pessoa humana, prevista em seu artigo 1º, inciso III, constitui
um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, inerente à República
Federativa do Brasil, pois assegura ao indivíduo um mínimo de direitos que lhe garanta
a existência digna.

4. DIREITOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A caminhada na construção de uma sociedade justa e igualitária tem sido


longa. Os Direitos Humanos foram crescendo e se expandido ao longo do tempo, a
sua primeira geração surgiu no século XVIII, configurando os direitos ou liberdades
civis, os quais estavam relacionados com a divisão entre a esfera pública e a privada.
Eles são considerados a base da democracia moderna, fazem parte dessa geração:
o direito à vida, o direito à liberdade de locomoção, o direito de expressão, o direito à
propriedade privada, os direitos da pessoa acusada (reserva legal, presunção de
inocência e processo legal) dentre outros. Os direitos ou liberdades políticas são
direitos positivos, ou seja, direitos que permitem a participação na formação do poder
político, como o direito ao sufrágio universal, o direito de constituir partido político, o
direito de plebiscito e o direito de referendo e de iniciativa popular, são de primeira
geração, também.

Por sua vez, a segunda geração data do começo do século XX e configura os


denominados direitos econômicos e sociais, são eles, dentre outros: o direito à
liberdade de trabalho, o direito ao salário-mínimo, o direito ao descanso semanal
remunerado, o direito a férias, o direito de greve, o direito à habitação, o direito à
seguridade social e o direito à educação. No Brasil, sobre os direitos econômicos, a
CF de 1988 diz: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social […]” (CF, art. 170). Já os direitos sociais aparecem no artigo 6º, que
assegura: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
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maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta


Constituição.” (CF, art. 6).

Na atualidade, os Direitos Humanos estão na terceira geração, esses direitos


fazem parte dos direitos de solidariedade ou fraternidade que surgiram em 1948 com
a DUDH e compreendem os direitos do homem no plano internacional. O direito à
autodeterminação dos povos, o direito à paz, o direito ao patrimônio comum da
humanidade, o direito ao meio ambiente sadio e o direito ao desenvolvimento
constituem a terceira geração dos Direitos Humanos. No Brasil, a terceira geração de
direitos configura-se pelo direito ambiental, direitos do consumidor, da criança,
adolescente, idosos e portadores de deficiência, bem como a proteção dos bens que
integram o patrimônio artístico, histórico, cultural, paisagístico, estético e turístico.

Outrossim, o jurista Paulo Bonavides defende a existência de uma quarta e de


uma quinta geração dos Direitos Humanos, a quarta adequada ao período da
globalização e à formação de um mundo marcado por fronteiras nacionais mais
permeáveis e a quinta preocupada com a paz mundial. A quarta geração se
desenvolve em torno de dois eixos: os direitos da bioética (preocupações com temas
como o suicídio, a eutanásia, o aborto, a transexualidade, a reprodução artificial e a
manipulação do código genético) e os direitos da informática (preocupações com a
transmissão de dados através de meios eletrônicos e interativos e a solução de
problemas que envolvem o comércio virtual, a pirataria, a invasão de privacidade,
direitos autorais e propriedade industrial), essa geração é concebida no século XX
como resultado da globalização dos direitos políticos.

Destarte, o conceito de desenvolvimento como direito humano foi abordado


pela primeira vez por Keba Mbaye, Chefe de Justiça do Senegal em uma aula
inaugural no Instituto Internacional de Direitos Humanos em 1972. A Declaração sobre
o direito ao desenvolvimento, aprovada pela Organização das Nações Unidas em
1986 inicia uma nova etapa na expansão dos Direitos Humanos, o artigo inaugural
dessa declaração dispõe que: “O direito ao desenvolvimento é um direito humano
inalienável e confere a toda pessoa humana e todos os povos a participação no
desenvolvimento econômico, social, cultural e político”.

Desse modo, o desenvolvimento não se refere somente ao crescimento


econômico, mas também a melhorias no âmbito social, intelectual, ambiental, cultural,
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de forma a expandir as capacidades de forma contínua e sustentável. Esse


desenvolvimento, portanto, consiste na participação de todos nas conquistas e no
acesso de todos aos frutos da modernização. Nesse sentido, o artigo 30, inciso II da
CF/88 determina que o objetivo fundamental da República brasileira é o
desenvolvimento nacional. Sendo assim, o direito ao desenvolvimento é um direito
humano através do qual todos os indivíduos e todas as sociedades são convocadas
a participar, contribuir e gozar do processo de desenvolvimento, e dessa forma,
efetivar os Direitos Humanos.

O Direito ao Desenvolvimento é considerado um direito síntese ou um direito –


plataforma, ou seja, conclama uma estrutura favorável para a realização dos outros
Direitos Humanos, é um direito com titularidade coletiva. A Declaração de Direitos
Humanos de Viena, de 1993, garante também o direito ao desenvolvimento,
igualmente universal e inalienável. Em seu parágrafo 5º dispõe:

“Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes e


inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos
humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a
mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser
levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, culturais
e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas
políticos, econômicos e culturais”.

A declaração de Viena traz a ideia de que, para promover de fato os Direitos


Humanos, é necessário consolidar um Estado democrático de direito, a democracia
aparece, então, como um direito de todos os seres humanos. Importante, por fim,
reconhecer que o direito ao desenvolvimento é, efetivamente, um direito fundamental
para o futuro da humanidade e que possui um alcance universal.
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5. CONCLUSÃO

Esse trabalho, primeiramente, tratou sobre os diversos conceitos de Direitos


Humanos, tendo como pressuposto básico o reconhecimento da dignidade humana.
Se traçou, então, um pequeno histórico do desenvolvimento dos Direitos Humanos ao
longo dos anos, em diferentes tempos e culturas. Num segundo momento, foi
apresentado o discurso internacional e único dos Direitos Humanos que tem o seu
marco em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização
das Nações Unidas. Sendo que, na conjuntura atual, a DUDH, em conjunto com o
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais formam a chamada Carta Internacional dos Direitos
Humanos. Por fim, tratou-se da visão de desenvolvimento como um Direito Humano,
mostrando a necessidade de garantir a todos os indivíduos uma vida digna.

Dessa forma, foi possível observar a importância e primordialidade dos


Direitos Humanos no plano nacional e internacional, uma vez que eles têm a função
de resguardar o indivíduo. Ademais, eles, enquanto conjunto de normas, tornam-se
critérios de orientação e de implementação das políticas públicas que contribuem para
o desenvolvimento econômico dos países. Entretanto, mesmo os Direitos Humanos
alcançando cada vez mais representatividade e expansão de seu conteúdo, eles nem
sempre são respeitados e assegurados. Sendo necessário, portanto, que o debate
acerca desses direitos seja sempre estimulado, de forma que se demonstre sua
necessidade, para que nenhum indivíduo tenha seus direitos violados ou negados.
Além disso, é preciso que haja uma intervenção do Poder Público, para que sejam
coibidos abusos e para que se garanta as pessoas o acesso aos seus Direitos
Humanos fundamentais.
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REFERÊNCIAS

BENEVIDES, Maria Victória. Cidadania e Justiça. In revista da FDE. São Paulo,


1994.
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
Boletim Científico ESMPU, Brasília, a. 17 – n. 51, p. 145-173 – jan./jun, 2018.
TRINDADE, Antônio Augusto Cançado.
Desafios do Direito Internacional Contemporâneo. Brasília: Fundação Alexandre
de Gusmão, 2007. p. 207-321.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
Acesso em: 1 dez.2020.
Desafios e Conquistas do Direito Internacional dos Direitos Humanos no início
do século XXI. In: Medeiros, Antônio Paulo Cachapuz.
MARINHO DE ARAÚJO MENDES, G.; GERMANO ALVES, F. Desenvolvimento
como um Direito Humano e sua relação com a Democracia. Revista Digital
Constituição e Garantia de Direitos, [S. l.], v. 14, n. 3, p. 70–93, 2021. Disponível em:
<https://periodicos.ufrn.br/constituicaoegarantiadedireitos/article/view/25074. Acesso
em: 5 dez. 2022.
MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais: teoria geral. 4ª ed. São
Paulo: Atlas, 2002. p. 39
VIEIRA, Nelise Dias. Crimes contra a humanidade e justiça nacional: a
judicialização da defesa internacional dos Direitos Humanos nos casos Pinochet, Ely
Ould e Ferrini. UFRG, Porto Alegre, 2013.

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