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Índice

Lista de Siglas…………………………………………………………………………………..IV
Lista de Tabelas…………………………………………………………………………….........V
Lista de Gráficos…………………………………………………………………………...........VI
Declaração de Honra……………………………………………………………………………VII
Dedicatória……………………………………………………………………………………..VIII
Agradecimentos………………………………………………………………………………....IX
Resumo…………………………………………………………………………………………...X
1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
1.1 Introdução ................................................................................................................................... 11
1.2 Delimitação do tema ................................................................................................................... 12
1.3 Justificativa ................................................................................................................................. 12
1.4 Problematização .......................................................................................................................... 13
1.5 Hipóteses ..................................................................................................................................... 14
1.6 Objectivos ................................................................................................................................... 14
1.6.1 Objectivo geral: ................................................................................................................... 14
1.6.2 Objectivos específicos: ....................................................................................................... 14
2 CAPÍTULO II: FUNDAMMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 15
2.1 Fundamentação Teórica .............................................................................................................. 15
2.2 Conceitos..................................................................................................................................... 15
2.3 Educação ..................................................................................................................................... 15
2.1.1. Escola ...................................................................................................................................... 15
2.4 O professor .................................................................................................................................. 15
2.5 Linguagem .................................................................................................................................. 15
2.6 Língua ......................................................................................................................................... 15
2.7. Língua Materna (L1) ................................................................................................................... 16
2.8. Língua Segunda (L2) .................................................................................................................. 16
2.9. Insucesso Escolar ........................................................................................................................ 16
2.10. Benefícios do uso da LM no Processo de ensino e Aprendizagem. ........................................ 16
2.11. Influência da Língua Materna na aprendizagem do aluno ...................................................... 17
2.12. Origem das Línguas Moçambicanas no Currículo do Ensino Básico ..................................... 18
10

2.13. Características do ensino da língua Materna no processo de ensino e aprendizagem. ........... 20


3. CAPÍTULO III : METODOLOGIAS DE TRABALHO .................................................................... 22
3.1. Metodologia ................................................................................................................................ 22
3.2. Tipos de pesquisa ........................................................................................................................ 22
3.2.1. Quanto aos objectivos ......................................................................................................... 22
3.3. Quanto à abordagem ................................................................................................................... 23
3.2.2. Pesquisa Quantitativa .................................................................................................................... 23
3.4. Quanto aos procedimentos .......................................................................................................... 23
3.4.2. Estudo de caso ........................................................................................................................ 24
3.5. Método de Pesquisa .................................................................................................................... 24
3.6. Técnicas de recolha de dados ...................................................................................................... 25
3.7. Universo e Amostra ........................................................................................................................ 26
4. CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ..................... 28
4.1. Inquérito ...................................................................................................................................... 28
4.2. Características de género e Sociolinguísticas do Grupo Alvo. ................................................... 28
4.3. Entrevista .................................................................................................................................... 32
4.4. Observação.................................................................................................................................. 38
5. CAPÍTULO V: CONCLUSÃO .......................................................................................................... 39
5.1. Conclusão.................................................................................................................................... 39
5.2. Sugestões..................................................................................................................................... 40
5.2.1. Sugestões aos Professores: .................................................................................................. 40
5.2.2. Sugestões à direcção da escola:........................................................................................... 40
6. Bibliografia ......................................................................................................................................... 41
Apêndice II: Pré-inquérito sobre a Língua Materna ao universo dos alunos 5ª Classe da E.P.C – Castro
Teófilo ......................................................................................................................................................... 44
11

1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1 Introdução

O presente trabalho apresenta, como tema: “O uso da língua materna como auxílio no
processo de ensino e de aprendizagem em Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar
dos alunos”, uma abordagem sob uma pesquisa de campo desenvolvida na E.P.C- Castro
Teófilo, concretamente na 5a Classe. Entretanto, pretende-se com este trabalho, analisar o uso
da Língua Materna como auxílio no processo de ensino e aprendizagem em Língua
Portuguesa na 5a Classe da E.P.C- Castro Teófilo.

Pois se reconhece que a educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus
membros profissionais para garantir a sua continuidade do bom funcionamento de trabalho e o
seu desenvolvimento profissional. Trata-se de um processo dinâmico que busca,
continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios da continuidade,
transformação e o desenvolvimento que a sociedade impõe.

A língua portuguesa em Tete, é usada numa sociedade caracterizada por uma forte estratificação
linguística. Ou seja ela partilha o mesmo espaço sociológico e linguístico com outros idiomas
geneticamente distintos, entre eles (Cisena, Cinyungue, Cinyanja, Cichewa), o que a torna uma
província multilingue. Por isso, esta situação sociolinguística coloca um sério desafio ao ensino
em geral, e ao ensino da língua portuguesa em particular. Desafios estes relacionados com a
competência linguística e comunicativa dos alunos, que por sua vez, notamos no final do 1o e
2ociclos do ensino primário, os alunos apresentam dificuldades na oralidade e escrita em língua
portuguesa, factor que influencia significativamente no seu insucesso escolar.

Neste âmbito, o professor afigura-se como um sujeito estruturante, actuante e flexível no


processo do ensino/aprendizagem. Perante a diversidade linguística e complexidade
comunicativa, presente na sala de aula, o professor, sente necessidade de raciocinar, prever,
imaginar e tomar decisões mais acertadas, para que sua acção alcance os objectivos esperados.

Sob o ponto de vista organizacional, este trabalho apresenta 5 capítulos: No primeiro a


introdução na qual apresentamos uma contextualização geral do trabalho, assim como a
delimitação do tema, a justificativa, a problematização, as hipóteses e os objectivos que norteiam
12

este estudo; No segundo, tratamos sobre a fundamentação teórica, onde abordamos sobre as
pesquisas feitas por vários autores relacionados com o tema em estudo, isto é, conceitos,
definições, fundamentos, tratados em conformidade com o tema do trabalho; no terceiro capítulo
versamos sobre as metodologias, onde, destacamos o tipo de pesquisa, método de abordagem,
técnica e instrumento de recolha de dados, e definimos a amostra que permitiu a materialização
do objectivo pré-definido. No quarto capítulo, propomos aquilo que chamamos de “análise e
interpretação de dados”. Aqui exibimos a realidade do campo de estudo, tendo em conta a
confrontação de dados com base nos pensamentos de diferentes autores. No quinto e último
capítulo temos a conclusão, em que mostramos pontos de vista do autor sobre as constatações
dos dados recolhidos, isto é, validando ou invalidando as hipóteses e as possíveis sugestões como
proposta para o melhoramento das actividades constatadas no campo de estudo.

1.2 Delimitação do tema


O presente trabalho, relata sobre um estudo intitulado: “O uso da língua materna como auxílio
no processo de ensino e de aprendizagem em Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar
dos alunos” e este foi desenvolvido na EPC- Castro Teófilo, concretamente na 5ª classe do curso
diurno.

Do ponto de vista espacial a monografia foi desenvolvida na cidade de Tete e em particular no


bairro matundo, concretamente na E.P.C- Castro Teófilo, localidade de Cambinde, perto do
campus Univeritario de Cambinde.

1.3 Justificativa
Em Mocambique, o ensino é ministrado na língua oficial portuguesa, desde a escrita, tanto como
a oralidade, de acordo com a delimitação do trabalho em estudo, a escola está inserida numa
comunidade sub urbana. Desde o seu primeiro ano de funcionamento, a escola é frequentada por
alunos que residem no bairro Matundo e no bairro de Expanção (Nyamatica), bem como alunos
oriundos dos demais distritos da provincia de Tete, em que numa primeira fase a L1 (Primeira
língua) não é a língua portuguesa, os alunos comunicam-se em línguas nacionais (Nyungue,
sena, chewa, Njanja, etc) no seu quotidiano. Muitos alunos, têm o português como L2 (Segunda
Língua), que só é usada na escola, no processo de ensino e aprendizagem, factor este que leva,
os alunos a apresentarem dificuldades na percepção da matéria, influenciando assim no fraco
aproveitamento por parte deles.
13

Entende-se que as comunidades sub urbanas são constituidas por diversos grupos
etnolinguisticos, heterogéneos, assim sendo, as línguas nacionais, servem como recurso para a
compreensão de certos conteúdos ou para ultrapassagem, de alguns impasses cognitivos que
forem difíceis de solucionar/entender na língua oficial.

Portanto, o que nos motivou para a escolha deste tema, foi a intenção de fazermos um estudo
aprofundado sobre o impacto do uso da língua materna como auxílio no processo de ensino e
aprendizagem em língua portuguesa, visto que muitos alunos apresentam dificuldades na
compreensão da matéria ministrada e LP, factor que resulta no fraco aproveitamento pedagógico
dos alunos na EPC-Castro Teófilo.

A abordagem do tema e a área sobre o qual o estudo incide, baseia-se no resultado de uma
reflexão vivida durante o estágio pedagógico realizado na EPC- Castro Teófilo em 2016, em que
verificamos a falta de percepção da matéria ministrada em língua portuguesa por parte dos
alunos. É de realçar ainda, que a razão pela qual nos levou a abordar este tema, foi pelo facto de
constatarmos que muitas vezes os professores não têm a consciência de que para cumprirem com
os seus objectivos de transmitir a matéria aos alunos, têm antes de mais conhecer a língua
materna do aluno, para recorrer a mesma, caso não haja percepção em língua portuguesa. E no
âmbito sociolinguístico, estaremos a valorizar a língua materna do aluno,os seus papéis culturais,
e a sua importância na educação formal.

1.4 Problematização
Este trabalho tem como principal problema a fraca percepção/assimilação da matéria por parte
dos alunos no decorrer do processo de Ensino e aprendizagem em língua Portuguesa. A partir do
estudo feito no estágio pedagógico, na Escola Primária Castro Teofilo, identificaram
dificuldades na percepção da matéria por parte dos alunos e, por sua vez, os professores
encarram dificuldades no seu trabalho e no alcance dos objectivos por si elaborados, factor este
que causa fraco aproveitamento escolar nos alunos ( insucesso escolar).

Partindo deste pressuposto, a pergunta de partida constitui-se o fio condutor de qualquer


investigação.

Neste sentido, desenvolvemos está monografia com o objectivo de respondermos a seguinte


questão:
14

 De que forma o professor se auxilia das línguas maternas para melhor comprensão da
matéria por parte dos seus alunos, nas aulas ministradas em língua portuguesa?

1.5 Hipóteses
Uma vez formulado o problema, com a certeza de ser cientificamente válido, propomos uma
resposta " suposta, provavel e provisoria ", isto é uma Hipótese" ( MARCONI,2003:128 ).

No âmbito de dar resposta à nossa pergunta de partida, avançamos as seguintes hipóteses:

 O não uso da língua Materna nas aulas ministradas em LP, contribui para a fraca
percepção dos conteúdos ministrados aos alunos da E.P.C.C.T e consequentemente ao
insucesso escolar dos mesmos;
 A fraca promoção do uso das línguas maternas na planificação de actividades docentes,
por parte da escola, contribui para a fraca percepção da matéria por parte dos alunos da
E.P.C.C.T;
 A falta de conhecimento, nos professores, sobre diferentes formas do uso da língua
materna como auxílio no P.E.A, faz com que os seus alunos não percebam a matéria.

1.6 Objectivos
Marconi e Lakatos (2003) dizem que toda a pesquisa deve ter um objectivo determinado para
saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. Para a presente monografia, elaboramos
dois tipos de objectivos, sendo um geral e restantes específicos.

1.6.1 Objectivo geral:


 Analisar o uso da língua Materna como auxílio no processo de ensino e aprendizagem
em Língua Portuguesa na 5a Classe da E.P.C- Castro Teófilo.

1.6.2 Objectivos específicos:

 Identificar as causas da fraca percepção da matéria por parte dos alunos da 5a classe nas
aulas ministradas em língua portuguesa no p.e.a. na E.P.C-Castro Teófilo.

 Descrever as características sociolinguísticas dos alunos e dos professores.

 Explicar a pertinência do uso da Língua Materna no processo de ensino e aprendizagem


em língua portuguesa, face ao desempenho dos alunos.
15

2 CAPÍTULO II: FUNDAMMENTAÇÃO TEÓRICA


2.1 Fundamentação Teórica
Neste capítulo pretendemos, apresentar os fundamentos teóricos para dar sustento ao trabalho,
cujo tema é:“O uso língua materna como auxílio no processo de ensino e de aprendizagem em
Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar dos alunos”.

2.2 Conceitos
2.3 Educação
Educação é um processo de desenvolvimento unilateral da personalidade envolvendo a formação
de qualidades humanas – físicas, morais, intelectuais e estéticas – tendo em vista a orientação da
actividade humana na sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações
sociais. (LIBÂNEO, 2012).

2.1.1. Escola

De acordo com (LIBÂNEO, p.2012), a escola é um espaço de reprodução de estruturas sociais e


de transferência de capitais de uma geração para outra, é nela que o legado económico da família
transforma-se em capital cultural.

2.4 O professor
Para Antunes (2001: p.253), o professor é alguém que ajuda os seus alunos a encontrar, organizar
e gerir o seu saber; alguém que continua a ser um aprendiz, um questionador incansável que
nunca toma uma opinião ou perspectiva como última e absoluta”.

2.5 Linguagem
Para Gallisson e Coste (1983, p.445) Linguagem é meio de comunicação utilizado por uma
comunidade humana ou animal para transmitir mensagens.

2.6 Língua
Na perspectiva de Gonçalves e Stroud (2000), Língua é um sistema organizado de sons vocais de
que nos servimos para expressar ideias e comunicar com os falantes conhecedores do mesmo
código.
16

2.7. Língua Materna (L1)

Os estudiosos Gonçalves e Stroud (2000:ibid) definem a L1 como sendo a primeira língua que a
criança aprende no meio familiar de lugar de origem paterna. Entretanto, Gallisson (1985:op.cit)
afirma que a L1 é o primeiro instrumento de comunicação desde há mais tenra idade e a utilizada
no país de origem do sujeito falante.

2.8.Língua Segunda (L2)


Ainda na perspectiva de Gonçalves e Stroud (2000:ibid) L2 é a língua não materna que o
indivíduo aprende após a primeira língua e que exerce uma influência relevante no falante.

2.9.Insucesso Escolar
Silva e Sá (2003:28-30) consideram sucesso e insucesso escolar como sendo crenças pessoais
que advêm de uma motivação mantida pelos efeitos do meio, positivos ou negativos.

Para Dias, H. (2002:71) habitualmente, o insucesso escolar é definido como falta de


conhecimentos, habilidades e competências em certas áreas.

2.10. Benefícios do uso da LM no Processo de ensino e Aprendizagem.

O uso da LM em sala de aula é considerado por muitos estudiosos como benéfico para a
aprendizagem de LP. Autores como Auerbach (1993) e Harbord (1992) acreditam que o uso da
LM facilita a aprendizagem de LE e, por isso, defendem o uso da LM em sala de aula de língua
portuguesa.
Auerbach (1993, apud Rodrigues, 2012,p.90) afirma que o uso da LM pode reduzir as barreiras
afectivas e aliviar o choque cultural e, consequentemente, contribuir para a aquisição de LP. A
LM também ajuda a superar as dificuldades da aprendizagem de vocabulário e estruturas e
tornaria os alunos mais confiantes. Além disso, permitir a exploração de ideias na LM melhora a
escrita dos alunos.
Segundo Harbord (1992, apud Rodrigues, 2012,p.90) através da LM, nós aprenderemos a pensar,
a comunicar e podemos adquirir também o conhecimento intuitivo da gramática universal.
Colaborando com esta ideia, Deller (2003, apud Rodrigues 2012,p.90) afirma que a LM deveria
ser usada como um recurso para notar diferenças e similaridades entre as duas línguas; para
encorajar espontaneidade e fluência, para ter um efeito benéfico sobre as dinâmicas de grupo e
17

receber um retorno significativo dos alunos. Segundo Duff (1989, apud Rodrigues,p.90)
argumenta que a tradução ajuda a melhor compreender a influência de uma língua sobre a outra.
O incentivo ao uso da LM durante as aulas de LP também tem sido preconizado por razões mais
pragmáticas, como a economia de tempo.
2.11. Influência da Língua Materna na aprendizagem do aluno
Um indivíduo nos primeiros meses de vida é capaz de construir um conjunto de informações
acerca do mundo externo pois a maior parte dos seus sentidos funciona a partir do nascimento.

Segundo Ferrari (2011 p.114), o recém-nascido consegue segmentar os sons de qualquer língua
nas unidades básicas dessa língua, tornando-se rapidamente apto para todas as línguas, contudo,
permanece limitado aos sons da comunidade linguística em que vive. Ao aprender a capacidade
de responder a qualquer linguagem, a criança vai ganhando, em troca uma crescente aptidão para
diferenciar os sons e as cadeias sonoras da língua que ouve no dia-a-dia, terminando a primeira
infância, com a aquisição da linguagem, cerca dos dez anos de idade.

Segundo Hardbord (1992, apud Rodrigues,p.90), o uso da língua materna em sala de aula de
língua portuguesa é uma das estratégias preferidas pelos alunos. Ele explica que no momento em
que tiver oportunidade, o aluno ira traduzir algo, mesmo que o professor não o encoraje a isso.

Segundo Atkinson (2003), afirma que um outro papel da LM é permitir que os alunos digam
aquilo que realmente querem dizer para que, posteriormente, o professor possa ajuda-los a achar
o meio adequado de dizer o mesmo na língua alvo.

Entretanto à luz dos pressupostos acima citados, podemos concluir que a interacção entre a
criança e os pais possibilita o desenvolvimento de uma primeira linguagem, com bases sócio
afectivas, muito eficazes no acto de comunicação, e posteriormente as formulações de frases em
língua materna já existentes na estrutura cognitiva da criança, são importantes porque dão à
criança, a oportunidade de comparar uma estrutura no seu repertório linguístico, com outras
sintacticamente novas.

Portanto, estudos sobre a aquisição da linguagem mostram que o ambiente linguístico da criança,
geralmente a experiência de ouvir uma língua falada é suficiente, para levar a criança a falar essa
língua. Os pais nem sempre se apercebem do papel fundamental que desempenham como
professores da língua; contudo, são eles que proporcionam os modelos adequados à progressiva
18

aquisição da linguagem dos filhos. Todas as línguas naturais do homem apresentam


características que dependem da cultura, hábitos e costumes de cada País. Deste modo, a língua
materna é considerada um importante factor de entidade nacional e cultural.

Neste caso em Moçambique, temos como língua oficial a Língua Portuguesa, por termos sido
colonizados pelos Portugueses.

Gonçalves e Diniz (2004, p.1) falando sobre a dinâmica da língua portuguesa, em relação a
línguas bantu no ensino primário explicam que:
Quase totalidade das nossas crianças, quando entram para a escola,
não fala Português e, naturalmente, não lê e não escreve. Esta é a
situação típica do meio rural, onde prevalece o uso das línguas
locais, as línguas bantu, e onde o português é praticamente uma
língua “estrangeira”: é aprendido e usado na sala de aula,
sobretudo através do contacto com o professor e com os livros
escolares, sendo pouco frequentes as situações de comunicação em
que é falado em ambiente natural. No seu dia a dia, em casa com a
família e nas brincadeiras com os amigos, as crianças comunicam
na sua língua materna. (Gonçalves e Diniz 2004, p.1)

É importante salientar que para além da Língua Portuguesa, Moçambique possui várias línguas
nacionais que variam de região para região, o que condicionará que todo o cidadão moçambicano
possua uma Língua Materna que é falada na Província de origem de seus pais.

Assim, a Língua Materna poderá ter uma influência pertinente no desenvolvimento linguístico do
cidadão e, consequentemente na sua aprendizagem da leitura e escrita.

2.12. Origem das Línguas Moçambicanas no Currículo do Ensino Básico


Sendo um dos objectivos do ensino básico "Desenvolver a capacidade de comunicar claramente
em língua moçambicana e/ou em língua portuguesa, tanto na escrita como na oralidade", para
responder ao mesmo, o governo moçambicano introduziu as línguas moçambicanas no Ensino
Básico, em algumas escolas, respeitando três (3) modalidades, nomeadamente: Programa de
educação bilingue: línguas moçambicanas/ Português L2; Programa de ensino monolingue em
19

Português L2 com recurso às línguas locais; Programa de ensino monolingue em Português e


línguas locais como disciplinas.

O abandono escolar e as reprovações em "massa" constituem alguns motivos que contribuíram


para que as línguas moçambicanas fossem incluídas no Currículo Nacional do Ensino Básico,
sobretudo nas zonas rurais, isto como forma de responder a realidade sociolinguística do país, em
que a maior parte da população tem o contacto com a língua portuguesa apenas no contexto de
sala de aula. Situação esta que acaba por condicionar o progresso e motivação do aluno para a
aprendizagem, nos primeiros anos de escolaridade.

Na transformação curricular do Ensino Básico, promovida pelo INDE, que culminou com a
introdução do Novo Currículo do Ensino Básico em 2004, são sugeridas muitas inovações para
este subsistema de ensino. Uma das inovações que mais se destaca é a introdução das línguas
moçambicanas no Ensino Básico.

Assim, relativamente a este assunto, BASÍLIO (2006:80) diz que duas razões estão na origem da
introdução das línguas moçambicanas, a primeira justifica-se pelo facto de muitas crianças
usarem o Português como segunda língua e, a outra no facto de as crianças não saberem ler e
escrever as línguas moçambicanas. Esta inovação é importante porque as línguas assumem duas
tarefas: comunicação e de transformação de aspectos culturais a que pertence. Por isso, os
sistemas educacionais privilegiam, no ensino, as línguas maternas pois elas são patrimónios
culturais da comunidade, e Moçambique não é excepção.

De acordo com Programa do Ensino Básico – 3º Ciclo (2001:150-152), As razões que justificam
a utilização de línguas moçambicanas no Ensino Básico são as de natureza:

1.Linguístico e pedagógicas - onde o aluno ao entrar pela primeira vez na escola já tem as
competências básicas na sua língua materna. Os programas bilingues justificam-se do ponto de
vista do professor, este tem autoconfiança para conduzir o processo de ensino e aprendizagem
numa língua em que é falante nativo e os alunos podem entender.

2.Culturais e de Identidade – num processo de ensino e aprendizagem, a não observância da


relação língua/cultura, podem provocar uma descontinuidade entre os valores que a criança leva
20

para a escola e os valores adquiridos na mesma. Portanto, a opção pelo uso da língua materna
(fases iniciais de aprendizagem) que representam a cultura doméstica familiar, os valores
tradicionais e a experiência dos professores em paralelo com a língua portuguesa, é a ideal.

3.Língua como direito – aprendizagem inicial na língua materna é, também, vista como um
direito do indivíduo, neste caso particular, da criança. Para a educação, se o indivíduo não tem a
possibilidade de comunicar na sua língua, está, então, excluído do PEA.

Nesse sentido, consideramos a LM como a língua de referência, em um contexto monolingue, ela


funciona como a identidade do aprendente e constitui o seu modo de representação.

Assim sendo, a língua pode ser um factor de exclusão social em determinados contextos, senão
vejamos, no caso de Moçambique em que a maior parte da população não fala o Português, e vão
depara-se com a língua no contexto escolar, ai, a criança vai encontrar muitas dificuldades de
enquadramento na escola, o que pode concorrer para as desistências e reprovações acima da
média. Por isso, a introdução da educação bilingue vai minimizar, de certa forma, estas
situações.

2.13. Características do ensino da língua Materna no processo de ensino e aprendizagem.


Cada um de nós adquiriu espontaneamente a língua que ouviu desde os primeiros dias de vida,
língua do nosso meio familiar, estamos tratando da língua materna. Sua aquisição intuitiva e
espontânea, sem mestre, é evidência de que nascemos predeterminados a aprender qualquer
língua, desde que estejamos expostos à fala daqueles que nos cercam, experimentando juntos os
mesmos modos de viver. Assim sendo a língua materna, tanto como qualquer língua, apresenta
suas características no processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com (MATUSOV, 2009, p. 3), ensino de línguas no presente caracteriza-se, assim,
por três grandes linhas de acção:

 A primeira é a abordagem comunicativa, como proposta unificada de ensino, por uma


série de estratégias diversificadas que buscam atender as condições de aprendizagem do
aluno, a realidade do professor e o contexto em que tudo isso ocorre, variando sempre de
um lugar para outro.
21

 A segunda linha de acção diz respeito à integração da aprendizagem das línguas com o
seu entorno, levando em consideração a realidade social do aluno; com a proposta prática
de que a melhor maneira de integrar o aluno ao seu meio, desenvolvendo a cidadania, é
pela implantação da pedagogia de projectos.
 Finalmente, a pedagogia dialógica permite ao professor construir com o aluno o
conhecimento linguístico que historicamente valoriza o próprio contexto em que vivem.

Assim sendo procurou-se caracterizar o ensino da língua materna por três grandes linhas em que
a primeira, trata-se da abordagem comunicativa, e unificada do ensino, por estratégias que
buscam compreender as condições de aprendizagem do aluno, a realidade e que contexto isso
ocorre; a segunda linha de acção aborda acerca da integração da aprendizagem das línguas, com
base a a realidade social do aluno, de modo desenvolver a sua cidadania, e por final caracteriza-
se pela pedagogia dialógica, nesta caso o professor e aluno constroem o conhecimento
linguístico, que por sua vez este valoriza o próprio contexto em que vivem.
22

3. CAPÍTULO III : METODOLOGIAS DE TRABALHO


Neste capítulo apresentamos os aspectos metodológicos que nos facilitaram na materialização do
trabalho. E, de forma clara, tratamos sobre aspectos como tipos de pesquisa (quanto ao objectivo,
quanto a abordagem do problema e quanto aos procedimentos), técnicas e instrumento de recolha
de dados, métodos de abordagem e amostra que nos ajudaram na realização e concretização da
monografia.

3.1. Metodologia

BARRETO e HONORATA (1998:54), Metodologia é um conjunto detalhado e sequencial de


métodos e técnicas científicas a serem executadas ao longo da pesquisa, de tal modo que se
consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo atender aos critérios de
menor custo, maior rapidez, eficácia, e mas confiabilidade da informação.

3.2.Tipos de pesquisa
3.2.1. Quanto aos objectivos
3.2.2. Pesquisa Exploratória.
Trata-se de uma pesquisa exploratória, que tem como objectivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, convicta a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria
desta pesquisa envolve:
(a) Levantamento bibliográfico;
(b) Entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c)
análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2002).
Esta pesquisa pode ser classificada como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso (GIL,2002).
Com base nesta pesquisa, o pesquisador irá ao terreno (estudo do caso) de modo a familiarizar-se
com o alvo da pesquisa e usar-se de algumas técnicas, como a entrevista e inquérito.
Esta pesquisa funcionou com base a entrevista e o inquérito, aos professores e alunos que
tiveram experiencia práticas com o problema pesquisado, de maneira que permitiu o amplo e
detalhado conhecimento acerca da pesquisa auxiliando-se do levantamento bibliográfico de obras
de outros autores que fundamentam acerca da língua materna no processo de escolarização.
23

3.3.Quanto à abordagem
3.3.1. Pesquisa Qualitativa

Na forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser quantitativa ou qualitativa.


Este estudo privilegia uma Pesquisa Qualitativa e Quantitativa.
Segundo SILVA & MENEZES (2000, p. 20), “a pesquisa qualitativa considera que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.
A interpretação dos fenómenos e atribuição de significados são básicos no processo qualitativo.
Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para
colecta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os
focos principais de abordagem”.
Com base nesta pesquisa, buscamos aspectos da realidade que não poderiam ser quantificados,
ou seja traduzidos em números, neste caso usamos a entrevista para melhor compreensão e
explicação dos aspectos sociolinguísticos dos professores relacionados com o problema
pesquisado no campo. Ou seja, esta pesquisa configura-se qualitativa na medida em que
colhemos e analisamos opiniões metodológicas de professores e outros intervenientes para o
ensino de PL com base na língua materna dos alunos.

3.2.2. Pesquisa Quantitativa


Segundo SILVA & MENEZES (2000, p. 20), Ao passo da pesquisa qualitativa, a pesquisa
quantitativa é aquela que centra-se na objectividade onde ocorre a linguagem matemática para
descrever as causas de um fenómeno e as relações entre variáveis.

Ao passo da pesquisa qualitativa, nesta pesquisa quantificamos as opiniões e informações


obtidas no inquérito dos professores e dos alunos, isto é, os dados colectados foram
transformados em números que, após analisados, geraram conclusões que foram generalizadas
para todo o universo de pesquisa, permitindo um conhecimento objectivo da realidade.

3.4.Quanto aos procedimentos


Quanto aos procedimentos, a nossa pesquisa, baseia-se nos seguintes procedimentos: pesquisa
bibliográfica e estudo de caso.
24

3.4.1. Pesquisa bibliográfica

Segundo GIL (2002: 67) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A principal vantagem do
estudo bibliográfico reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de
fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente.

Este método ajudou-nos para o confronto de algumas obras, assim como artigos da internet que
abordam assuntos relacionado ao nosso tema, Pois qualquer trabalho científico inicia-se com
uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o
assunto. Neste âmbito desenvolveu-se o trabalho, através da consulta de material já elaborado,
como livros e artigos em formato electrónico(PDF).

3.4.2. Estudo de caso

Para Gil (2008), o estudo de caso consiste no “estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente
impossível mediante outras metodologias, sendo esta uma modalidade de pesquisa utilizada nas
ciências sociais e biomédicas”.

Com base o estudo de caso com o objectivo de analisar o uso da língua Materna como auxílio no
processo de ensino e aprendizagem em Língua Portuguesa, na 5a Classe da E.P.C- Castro Teófilo
e identificar as causas da fraca percepção da matéria, este método possibilitou-nos o
conhecimento aprofundado de uma realidade particular.

3.5.Método de Pesquisa
Segundo Gil (2002: 25), método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que
se devem empregar na investigação. A nossa pesquisa foi realizada com base no método
indutivo. “A indução considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando
em conta princípios pré-estabelecidos.

No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As


constatações particulares levam à elaboração de generalizações”, (Marconi e Lakatos, 2003:86).
25

Este método permitiu-nos nesta pesquisa a partir das constatações particulares dos resultados do
estudo, tirarmos conclusões gerais, em outras palavras, trabalhou-se com a amostra que
representa a 5a Classe da EPC- Castro Teofilo e no final generalizou-se os resultados.

3.6.Técnicas de recolha de dados


Segundo Marconi & Lakatos (2003:107), as técnicas são consideradas como um conjunto de
preceitos ou processo de que se serve uma ciência, são também a habilidade para usar esses
preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos, correspondem, portanto, a parte prática de
colecta de dados.
Para a recolha de dados servirmo-nos de instrumentos de pesquisa de campo como: a Entrevista,
o Inquérito e a observação.
3.6.1. Entrevista

A definição de entrevista se refere ao acto de duas pessoas colocarem-se de frente objectivando a


extracção de informações acerca de um tema que uma delas poderá oferecer e que é de interesse
da outra, tal processo se dá por intermédio de uma conversação de finalidade profissional
(LAKATOS; MARCONI, 2003).

Baseamo-nos na entrevista semi-estruturadas, sendo um modelo de entrevistas intermédio. Estas


entrevistas são feitas a partir de um guião que é construído a partir das questões de pesquisa.
Esta foi a técnica que permitiu a colecta de informação dos professores sobre as formas do uso
da língua materna na sala de aulas.

3.6.2. Observação

De acordo com LAKATOS e MARCONI (2003, P. 107), “a observação utiliza os sentidos na


obtenção de determinados aspectos da realidade, não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar factos e fenómenos que se desejam estudar.”

A observação directa cingiu-se essencialmente a assistência as aulas no local de estudo (EPC -


Castro Teófilo). A observação decorreu nas salas de aula da 5a classe durante aulas de Língua
Portuguesa, Matemática e ciências naturais com o intuito de registar o comportamento a nível da
oralidade, da leitura e da expressão escrita dos alunos. As acções observadas eram
imediatamente registadas na folha de observação.
26

3.6.3. Inquérito

Segundo Afonso (2005) os inquéritos consistem em conjuntos de questões escritas a que se


responde também por escrito.” (p.101)
Realizámos no início de Abril de 2017, um inquérito de modo a testá-lo. Foi entregue a 50
alunos e 5 professores com características semelhantes. Com base a este pré-teste foram
levantadas questões que tem a ver com a língua materna dos inqueridos.

3.7.Universo e Amostra
3.7.1. Universo

De acordo com Leite (2004), Universo, também denominada por população da pesquisa, é
formada por todos os elementos, - pessoas, animais ou objetos, que compõem o todo que vai ser
pesquisado. Neste caso para a nossa pesquisa, o universo foram alunos e professores da 5ª classe
do curso diurno, da EPC- Castro Teófilo.

3.7.2. Amostra

A amostra é o subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se


estimulam as características desse universo ou população (Gil, 2002: 90).

Para a efectivação da pesquisa recorremos a amostra aleatória também chamada de aleatória


simples, que é aquela na qual todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de
ser escolhido como elemento da amostra; os elementos da amostra são, por isso, escolhidos por
sorteio. Para que o sorteio possa ser realizado, é necessário que os elementos da população
estejam identificados.

Estes elementos são representativos, ou seja, com uma margem de erro igual ou superior a 5%
como sustenta Markoni & Lakatos (2003:44), alias, pela tipologia qualitativa, a amostra foi
representada por uma amostragem de qualidade, das quais, professores, directores de turma,
Direcção da escola, o que achamos termos levantado dados representados.
27

Tabela nº 1. Número total dos elementos do universo a e amostra.


Elementos Universo Amostra Percentagem Técnica de
recolha de dados
Professores 5 5 100% Entrevista e
Inquérito
Alunos da 5a Classe 397 50 25% Inquérito

Total 402 55

Fonte: O autor/2017
28

4. CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Para podermos analisar e interpretar os dados colhidos no campo, foi necessário em primeiro
lugar recolher informações sobre as línguas maternas da amostra da pesquisa. Trata-se dos
professores e alunos da 5a Classe como ilustram as tabelas abaixo:

4.1.Inquérito
4.2.Características de género e Sociolinguísticas do Grupo Alvo.
4.2.1. Gráfico 1: Características inerentes ao número/género dos alunos.

Género
26.5

26

25.5
Axis Title

25

24.5

24

23.5

23
Masculino Feminino
Genero 24 26

Fonte: Autor / 2017

Segundo o gráfico acima, o nosso estudo baseou-se num total de 50 alunos, dentre eles 24 do
sexo masculino e 26 do sexo Feminino.
29

4.2.2. Gráfico 2: Características inerentes aos interlocutores da língua materna com


alunos.

Interlocutores
30

25

20
Axis Title

15

10

0
Pais Amigos Irmaos Vizinhos
Interlocutores 26 13 5 6

Fonte: Autor / 2017

De modo a apurrar os diferentes tipos de interlocutores da língua materna dos alunos,


descrevemos o seguinte, 26 alunos comunicam-se com os seus pais, 13 alunos com os seus
amigos, 5 alunos com os seus irmãos e por final 6 alunos com os seus amigos de acordo com o
gráfico acima.

Constatamos ainda, através dos dados obtidos o que diz respeito aos interlocutores do alunos, os
pais ou encarregados de educação, apresentam maior número na pesquisa no processo de
escolarização.
30

4.2.3. Gráfico 3: Características inerentes ao local de comunicação da língua materna dos


alunos.

Local de comunicação
30

25

20
Axis Title

15

10

0
Em Casa Na Escola Na Igreja No Bairro
Local de comunicação 26 6 8 10

Fonte: Autor / 2017

Segundo o gráfico acima é possível perceber que dos 50 alunos inqueridos, 26 falam a língua
materna em casa, de seguida 6 alunos falam na escola, 8 alunos falam na igreja por final 10
alunos falam no bairro onde vivem.

De acordo com o maior número de alunos que se comunicam através da língua materna em casa,
e relacionando com o problema da nossa pesquisa, neste caso constatamos que os alunos
apresentam dificuldades na percepção da matéria ministrada em LP, porque o meio em que
vivem pouco prevalece o uso da LP, sob o mesmo ponto de vista de Gonçalves e Diniz (2004, p.1)
explicam que:

Quase totalidade das nossas crianças, quando entram para a escola, não fala
Português e, naturalmente, não lê e não escreve. Esta é a situação típica do meio
rural, onde prevalece o uso das línguas locais, as línguas bantu, e onde o
português é praticamente uma língua “estrangeira”: é aprendido e usado na sala
de aula, sobretudo através do contacto com o professor e com os livros
escolares, sendo pouco frequentes as situações de comunicação em que é falado
em ambiente natural. No seu dia a dia, em casa com a família e nas brincadeiras
com os amigos, as crianças comunicam na sua língua materna.
31

4.2.4. Gráfico 4: Língua materna falada pelos alunos do estudo.

Língua Materna dos Alunos


40
35
30
25
Axis Title

20
15
10
5
0
Nyungue Nyanja Chewa Sena Outras
Lingua Materna dos alunos 38 3 3 3 3

Fonte: Autor / 2017

Tendo terminado o levantamento das línguas maternas faladas pelos alunos do nosso estudo,
concluiu-se que 38 alunos, do sexo masculino tanto como feminino apresentam o Nyungue como
L1. Os restantes 12 alunos, 3 caracterizam-se pela língua sena, de seguida 3 alunos da língua
Nyanja, ainda temos 3 alunos que caracterizam-se pela língua chewa e por final 3 que de acordo
com as línguas maternas designadas na pesquisa não consta a língua deles, e concluiu-se que
sejam alunos oriundos de outras províncias falantes de outras LM do nosso país. Além disso, o
gráfico mostra que a maior parte dos alunos apresenta a língua Nyungue como sua L1, por isso é
que Antunes (2001: 253) diz que o professor é alguém que ajuda os seus alunos a encontrar,
organizar e gerir o seu saber; alguém que continua a ser um aprendiz, um questionador
incansável que nunca toma uma opinião ou perspectiva como última e absoluta. Neste caso o
professor como o sujeito actuante no p.e.a, deparando com problemas de falta de percepção da
matéria por parte do seus alunos, pode de forma imediata recorrer a língua materna para traduzir
palavras difíceis em LP, e ultrapassar o problema detectado, facto concordado por Duff (1989,
apud Rodrigues,p.90) de que a tradução ajuda a melhor compreender a influência de uma língua
sobre a outra.
32

Tabela 2: Características sociolinguísticas da Amostra (Professores).

Nr. Código Sexo Interlocutores Local de Língua Materna


comunicação
1 P1 M Pais, amigos, Casa, Nyungue
irmãos e vizinhos
2 P2 F Irmãos Casa Nyanja
3 P3 F Pais, amigos, Casa, Nyungue
irmãos e vizinhos
4 P4 F Vizinhos e Bairro Nyungue
Amigos
5 P5 F Amigos e vizinhos Casa Cena
Fonte: Autor / 2017

No que diz respeito a amostra sociolinguística relativa aos professores, caracterizam-se 5


professores dos quais 4 do sexo feminino e 1 do sexo masculino. Dentre eles, 3 apresentam como
L1 a língua Nyungue, de seguida 1 de língua Nyanja e por final 1 de língua cena.

No que diz respeito ao local de comunicação, todos os professores comunicam-se pela língua
materna apenas em casa, excepto P4 (professor número 4), que comunica-se no bairro. E quanto
aos seus interlocutores caracterizamos, os pais, amigos, irmãos e vizinhos.

4.3.Entrevista
No âmbito das entrevistas aos professores como sendo um dos instrumentos de recolha de dados
da nossa pesquisa, foram entrevistados 5 professores.

Respostas da entrevista aos profesores da Escola Primária completa Castro:

1- Como avalia os apontamentos dos alunos na disciplina de português?

No que tange à primeira pergunta da forma de avaliação dos apontamentos dos seus alunos na
disciplina de português, tivemos respostas de acordo com e os trechos abaixo:

“Avalio através da classificação de cadernos e muito mais” (P1)


33

“Avalio com base na classificação de cadernos e nas avaliações”


(P2)

“Avalio os apontamentos dos meus alunos nos seus cadernos,


através das cópias que eles fazem no quadro, exercícios e TPC.”
(P3)

“Avalio os apontamentos dos meus alunos através de classificação


de cadernos” (P4)

“Faço a avaliação dos apontamentos dos meus alunos, através da


classificação dos cadernos, e quando estou a corrigir os exercícios”
(P5)

2- Como avalia a leitura dos alunos na disciplina de português?

Na segunda pergunta que diz respeito à avaliação da leitura dos alunos na disciplina de
português, todos os 5 professores submetidos a nossa entrevista, que corresponde a 100%,
afirmaram que avaliam a leitura dos seus alunos com base a leitura oral e individual. Como
ilustra o trecho abaixo:

“Avalio a leitura dos meus alunos através da leitura individual feita


por cada aluno na sala de aulas.”

3- Reconhece a importância do uso da língua materna como auxílio no processo de


escolarização, face ao desempenho escolar dos seus alunos?

Na terceira pergunta que diz respeito ao melhoramento do aproveitamento escolar com base ao
uso da língua materna no processo de escolarização, todos os professores submetidos ao nosso
estudo, com a ordem de 100%, auto-reconhecem a importância do uso da língua materna no
processo de escolarização e afirmam categoricamente, que pode contribuir de forma significativa
no desempenho dos seus educandos. Tal como fundamentam os textos que se seguem:

“Como professor, tenho conhecimento do uso da língua materna como


auxílio a língua oficial de ensino (português), pois quando explico e vejo
que os meus alunos não perceberam, eu explico em Nyungue e o aluno
34

compreende a matéria muito rapidamente, sendo assim a língua materna


pode sim melhorar aproveitamento dos meus alunos” (P1)

“Sim reconheço que o uso da língua materna no P.E.A, poderá ajudar os


meus alunos a melhor perceberem a matéria mas não uso porque ainda não
fui autorizado pela escola.” (P2)

“Sim reconheço que o uso da língua materna no P.E.A, pode ajudar os


alunos de certa forma a perceberem, mas não uso porque ainda não fui
autorizado pela escola.” (P3)

“Sim acho que os alunos podem melhorar o seu aproveitamento


pedagógico usando a sua língua materna” (P4)

“ Sim reconheço que a língua materna poderia melhorar muito a percepção


e o aproveitamento dos meus alunos, porque a maioria dos meus alunos
fala a língua materna” (P5).

4- Tem usado outras línguas nas aulas de português? Se sim, Qual e por quê? Se Não,
por quê?

A quarta pergunta, que diz respeito a utilização de outras línguas, na sala de aulas além do
português. tivemos as seguintes respostas:

“Sim Uso o Nyungue, porque quando explico em Nyungue, depois passo


para português e os meus alunos compreendem a matéria muito
rapidamente sendo assim, posso começar com a definição ou exemplo
dependendo dos alunos.”( P1)

“Sim, Nyungue, para melhor entenderem a matéria. Visto que, nem todos
percebem o português quando explico.”(P2)

“Não uso outra língua, pois é para pressionar aqueles que não falam
português, para poder aprender e falarem e ainda não fomos autorizados
pela Direcção da Escola.”(P3)
35

“Não, porque ainda não fomos autorizados a usar outras línguas na sala de
aulas pela escola”(P4)

“ Não recorro a língua materna porque, os meus alunos são falantes da


língua Nhúnguè e eu, sou falante da língua sena, neste caso apenas uso o
português.”(P5)

Nesta vertente conclui-mos que 2 professores correspondentes a 40%, usam a língua materna
Nyungue como alternativa em casos em que os alunos não perceberam a matéria, ou para
melhorar a percepção dos seus alunos, tal como descrito nos trechos acima.

Em contrapartida, 2 professores também correspondentes aos restantes 20%, dizem que não
recorrem, a língua materna porque ainda não foi autorizado pela escola. E por final 1 professor
que não recorre a língua materna porque a maioria dos seus alunos são falantes da língua
nyungue, diferente da sua língua materna.

5- De que forma tem usado a língua materna nas suas aulas?

Tendo em vista a quinta questão que diz respeito as formas do uso da língua materna pelos
professores na sala de aulas, colhemos as seguintes respostas, tal como referem os trechos
abaixo:

“Uso a língua materna, para traduzir as palavras difíceis aos meus alunos,
muito mais nas aulas de português e matemática. Pois facilita a compreensão da
matéria aos alunos e a tradução de palavras difíceis que os alunos não conhecem o
seu significado em português.”(P1)

”Apenas uso a língua materna para traduzir palavras, explicando os


significado das palavras em Nyungue aos alunos que não têm muito domínio da
língua portuguesa, de forma a facilitar a compreensão destes alunos.”(P2)

“Não uso outra língua, pois a maioria dos meus alunos falam a língua
nyungue, uso apenas o português para a leccionação das minhas aulas, e ainda
não fomos autorizados pela Direcção da Escola” (P3).
36

“Não uso a língua materna, porque ainda não fomos autorizados a usar
outras línguas na sala de aulas” (P4).

“Não recorro a língua materna porque, os meus alunos são falantes da


língua Nhúnguè e eu não tenho muito domínio desta língua, neste caso apenas uso
o português apenas”(P5).

6- Em que momento da aula usa essa outra língua? e por quê?

Na sexta pergunta, em que perguntamos acerca do momento do uso da língua materna, 2


professores afirmaram que usam no momento da mediação e assimilação das aulas, ou seja, no
momento da explicação da matéria porque é o momento em que há maior interacção entre o
professor e os alunos. E os 3 professores restantes não reapoderam esta questão alegando, que
não recorrem a língua materna.

Tal como se refere no trecho abaixo:

“Uso a língua materna no momento da mediação e assimilação da


aula, porque é o momento em que há maior interacção com os
alunos.”(P1 e P2).

7- Além das reuniões existem outras actividades que a escola promove para o uso da
língua materna na sala de aulas?

A. Sim( )
B. Não( )
A sétima pergunta dada aos nossos entrevistados baseava na promoção actividades do uso da
língua materna na sala de aulas por parte da direcção da escola. Esta questão diz respeito a
promoção de actividades para uso da língua materna na sala de aulas por parte da direcção, em
que tivemos resposta negativa em todas as entrevistas. Tal como o trecho abaixo:

Além das reuniões existem outras actividades que a escola promove para o uso da língua
materna na sala de aulas?
A. Sim
B. Não( X)
37

Com base na resposta negativa que todos os professores responderam, concluímos que os
professores não são promovidos actividades do uso da língua materna na sala e aulas, validando
a segunda hipótese da nossa pesquisa: A fraca promoção do uso das línguas maternas na
planificação de actividades docentes, por parte da escola contribui para a fraca percepção da
matéria por parte dos alunos nas aulas ministradas em LP.

8- Tendo em conta estas características quais que os seus alunos apresentam maiores
dificuldades?

A oitava pergunta, cingia-se em quais as características da matéria em língua portuguesa, os


alunos apresentavam maior dificuldade: leitura, Escrita, Vocabulário, compreensão do conteúdo,
concordância nas frases, sinais de pontuação. Com base nas respostas destacadas tivemos as
seguintes respostas:

“Vocabulario, Concordância nas frases e sinais de pontuação” (P1)

“Escrita, Vocabulário, concordância nas frases e sinais de pontuação” (P2)

“ Vocabulário e Concordância nas frases” P(3).

“Escrita, Vocabulário, concordância nas frases e sinais de pontuação” (P4)

“Vocabulário” (P5).
38

Tabela 3: Matéria em língua portuguesa, em que os alunos apresentavam maior


dificuldades.

Matéria da Língua portuguesa


Professor Vocabulário Escrita Concordância Sinais de Leitura Compreensão
Nr. nas frases pontuação do conteúdo
1 X X X
2 X X X X
3 X X
4 X X X X
5 X
Fonte: Autor / 2017

De acordo com as respostas obtidas com os entrevistados (professores), conclui-mos que os


alunos apresentam maiores dificuldades de compreensão nas seguintes características:
Vocabulário, Escrita, Concordância nas frases e Sinais de pontuação; exceptuando a leitura e a
compreensão do conteúdo, conforme ilustra a tabela acima.

4.4.Observação

A observação foi realizada principalmente na etapa do estágio profissional realizado na EPC-


Castro Teófilo, cingiu-se essencialmente à assistência às aulas no local de estudo (E.P.C - Castro
Teófilo), esta decorreu na sala de aulas da 5a classe durante aulas de Língua Portuguesa,
Matemática e ciências naturais com o intuito de registar o comportamento a nível da oralidade,
da leitura e da expressão escrita dos alunos. As acções observadas foram a falta de percepção da
matéria por parte dos alunos, factor tido como problema em estudo nesta pesquisa, difícil alcance
dos objectivos preconizados pelas entidades competentes, embora o ensino não seja bilingue, os
professores não recorrem a língua materna dos seus alunos para ultrapassar alguns impasses na
leccionação da matéria, falta de tradução das palavras difíceis em língua materna, para que o
aluno concilie o significado da palavra em LP com o da sua LM.
39

5. CAPÍTULO V: CONCLUSÃO
5.1. Conclusão
Feita a pesquisa referente ao seguinte tema: O uso língua materna como auxílio no processo de
ensino e de aprendizagem em Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar dos alunos,
podemos dizer que os objectivos pré-estabelecidos foram alcançados, ou seja, o estudo
possibilitou-nos analisar o uso da língua Materna como auxílio no processo de ensino e
aprendizagem ministrado em Língua Portuguesa.

Constatamos que a nível pedagógico e epistemológico, o ensino inicial, ou seja, o ensino


primário na língua materna é benéfico, pois facilita a interacção na sala de aulas, uma vez que o
aluno, por conhecer a LM, tem maior facilidade de comunicação.

Todavia, concluímos ainda, que a maioria dos alunos da 5a Classe da EPC- Castro Teófilo são
falantes da língua materna nyungue, e todos os professores envolvidos nesta pesquisa, 100%
auto-reconhecem a pertinência do uso das línguas maternas no processo de ensino e
aprendizagem, de modo a facilitar a compreensão de vários conteúdos aos seus alunos; embora 3
deles não recorram a língua materna.

No que diz respeito a nossa pegunta de pesquuisa, as formas do uso da língua materna pelos
professores na sala de aulas, concluímos que a língua materna é usada para traduzir as palavras
difíceis, explicar palavras e textos aos alunos que não tem muito domínio da língua portuguesa.

Portanto, a fraca percepção da matéria, factor que constituiu o problema desta pesquisa deveu-se:
ao não uso da língua Materna por parte de alguns professores de modo a facilitar a compreensão
dos conteúdos aos seus alunos. Esta comprovação sustenta-se pela maior percentagem do
número de professores que não recorrem a língua materna nas suas aulas os quais possuem uma
média de 60% diferente dos 40% que usam e recorrem língua materna no P.E.A.

Neste caso, estes dados conduzem-nos a validação da nossa hipótese principal, ou seja, a nossa
hipótese primária:

 O não uso da língua Materna nas aulas ministradas em LP, contribui para a fraca
percepção dos alunos e consequentemente ao insucesso escolar.
40

Igual a constatação acima compreendemos que, a escola pouco se tem empenhado a orientar os
professores na planificação de aulas auxiliando-se da língua materna.

A validação desta constatação surge com base na resposta negativa que todos os professores
responderam na 7a Pergunta da pesquisa. E concluímos que os professores não são promovidos
em actividades do uso da língua materna na sala de aulas, validando assim a segunda hipótese da
nossa pesquisa:

 A fraca promoção do uso das línguas maternas na planificação de actividades docentes,


por parte da escola contribui para a fraca percepção da matéria por parte dos alunos
nas aulas ministradas em LP.

5.2.Sugestões
Após a realização da pesquisa e com o objectivo de solucionar os problemas detectados,
apuradas as causas da fraca percepção da matéria por parte dos alunos nas aulas ministradas em
língua portuguesa, no processo de escolarização, no que concerne a análise e interpretação de
dados colocamos as seguintes sugestões para os professores, assim como a Direcção da Escola.

5.2.1. Sugestões aos Professores:


 Recorrer Sempre a língua materna dos alunos caso, não haja percepção em língua
portuguesa, como forma de estabelecer uma relação estreita entre a matéria e os alunos.
 Perguntar aos alunos se perceberam a matéria em LP, caso a resposta seja negativa,
repetir a explicação em LM.
 Criar oportunidades para que os alunos expressem as suas dúvidas acerca da matéria
ministrada em língua portuguesa, se possível expressarem as suas dúvidas em sua língua
materna, isto é, usem suas habilidades sociolinguísticas na escola de modo a ultrapassar o
problema detectado.

5.2.2. Sugestões à direcção da escola:


 Promover na planificação de actividades docentes, o uso da língua materna por parte dos
professores, em consonância com os alunos, de modo a contribuir de forma positiva para
a percepção da matéria por parte dos alunos na sala de aulas.
 Supervisão das aulas
41

6. Bibliografia
1. AFONSO, N. Investigação naturalista em educação. Um guia prático e crítico. Porto:
Edições Asa. (2005)
2. ANTUNES, Paulo. S/a. Sebenta de Psicologia: Aprendizagem e Memória, Motivação,
Inteligência, Personalidade. 12º Ano. São Paulo,
3. ATKINSON. A língua materna na sala de aula: um Recurso negligenciado! Revista
Internacional de Linguística Aplicada v 3 .2003
4. AUERBACH, Elsa. “Reexaminar o inglês na sala de aula da ESL”. TESOL Quartely,
1993. Em: RODRIGUES, Renata Miranda. Entre palavras. Fortaleza. 2012. p.90
5. BASILIO, Guilherme. Os saberes locais e o Novo Currículo do Ensino Básico( Tese de
Mestrado – Educação e currículo) PSCSP/Up, 2006. P.80
6. BARRETO, Viera Pinto; HONORATA, César de Freitas. Manual de Sobrevivência na
Selva Académica. Objecto directo: Rio de Janeiro. (1998).
7. DELLER, S. "A Linguagem do Aluno". Professora de Inglês, n. 26, 2003. In:
RODRIGUES, Renata Miranda. Entre palavras. Fortaleza. 2012. P.90
8. DUFF, A. Tradução. Oxford: Oxford University Press, 1989. Em: RODRIGUES, Renata
Miranda. Entre palavras. Fortaleza. 2012. p.90
9. DIAS, H., As Desigualdades Sociolinguísticas e o Insucesso Escolar, Em direcção a
Uma Prática Linguística Escolar Libertados, Maputo: Promédia, 2002
10. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,. Apostila.
(2002)
11. FERRARI, Márcio. Aprendizagem de Pierre Bourdieu. Cabo Verde. 2011
12. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,. Apostila.
(2002)
13. GIL, António Carlos. Como elaborar projecto de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,( 2002)
14. GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Edição, Atlas Editora,
São Paulo, 2008
15. GONÇALVES, P.; DINIZ, M. J. Português no ensino primário: estratégias e exercícios.
Maputo: INDE, 2004.
16. 16. HARDBORD, J. O uso da língua materna na sala de aula. Revista ELT, v. 46 n 4p
1992 In: RODRIGUES, Renata Miranda. Entre palavras. Fortaleza. 2012
42

17. LEITE, F. Tarcico.9 Metodologia científica: iniciação à pesquisa científica, métodos e


técnicas de pesquisa, metodologia da pesquisa e do trabalho científico. Fortaleza:
UNIFOR,. (2004)
18. LIBÂNEO, José Carlos. Proposta Didáctica e Concepções de Escola. São Paulo. Brasil.
2012.
19. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed. São
Paulo: Atlas, . (2003).
20. 20. MATUSOV, E. Viagem à pedagogia dialógica. Nova York: Nova Science
Publishers, 2009
21. Programa do Ensino Básico – 3o Ciclo, Maputo, INDE, 2003
22. SILVA, A. e SÁ, I., Saber Estudar e Estudar para Saber, 2ª Ed., Porto: Porto Editora,
2003.
23. STROUD, C. e GONÇALVES, P., A Construção de Um Banco de “Erros”,
Moçambique: Cadernos de Pesquisa nº 24, INDE. 2001.
43

Apendice I: Pré-inquérito sobre a Língua Materna ao universo dos Professores da 5ª Classe


da E.P.C – Castro Teófilo

Para Professores

Inquérito

1. Qual é a sua língua Materna?


Marque X no quadradinho respectivo a sua língua Materna:

฀ Nyungue
฀ Nyanja
฀ Chewa
฀ Sena
฀ Outras
2. Com quem falas a sua língua Materna?
Marque X no quadradinho respectivo as pessoas com quem falas a língua Materna:

฀ Filhos
฀ Amigos
฀ Irmãos
฀ Vizinhos
3. Onde Falas a sua língua Materna?
Marque X no quadradinho respectivo local, onde falas a língua Materna:

฀ Em Casa
฀ Na escola
฀ Na igreja
฀ No Bairro
44

Apêndice II: Pré-inquérito sobre a Língua Materna ao universo dos alunos 5ª Classe da
E.P.C – Castro Teófilo
Para alunos

Inquérito

1- Qual é a sua língua Materna?


Marque X no quadradinho respectivo a sua língua Materna:

฀ Nyungue
฀ Nyanja
฀ Chewa
฀ Sena
฀ Outras
2- Com quem falas a sua língua Materna?
Marque X no quadradinho respectivo as pessoas com quem falas a língua Materna:

฀ Pais
฀ Amigos
฀ Irmãos
฀ Vizinhos
3- Onde Falas a sua língua Materna?
Marque X no quadradinho respectivo ao local, onde falas a língua Materna

฀ Em casa
฀ Na escola
฀ Na igreja
฀ No bairro
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Apendice III: Guião de entrevista aos Professores da 5a Classe – E.P.C Castro Teófilo

O presente guião de entrevista será dirigido aos professores dos alunos da 5ª classe da Escola
Primária Completa Castro Teófilo, e tem como objectivo colectar dados para a elaboração de
Monografia científica, com o tema: O uso da língua materna como auxílio no processo de ensino
e aprendizagem em Língua Portuguesa, face ao desempenho escolar dos alunos”para a
conclusão do curso. Importa referenciar, que os dados colhidos para este guião serão apenas
usados para fins académicos.

1. Como avalia os apontamentos dos seus alunos na disciplina de português?


2. Como avalia a leitura dos seus alunos na disciplina de português?

3. Reconhece a importância do uso da língua materna como auxilio no processo de


escolarização?

4. Tem usado outras línguas nas aulas de português? Se sim, Qual e por quê? Se Não, por
quê?

5. De que forma tem usado a língua materna nas suas aulas?

6. Em que momento da aula usa essa outra língua? e por quê?

7. Além das reuniões existem outras actividades que a escola promove para o uso da língua
materna na sala de aulas?
A. Sim( )
B. Não( )
8. Tendo em conta estas características quais que os seus alunos apresentam dificuldades:
Leitura
Escrita
Vocabulário
Compreensão do conteúdo
Concordância nas frases
Sinais de pontuação

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