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1.

Introdução

O presente trabalho faz parte de um conjunto de temas abordados na cadeira de Técnicas e


Metodologias em Geografia Humana, que é um ramo da Geografia Humana que tem por
objectivo conceptualizar alguns termos indispensáveis nessa área de estudo tais como: região,
lugar, espaço, território, paisagem. Mas em diante no mesmo trabalho serão diferenciados os
conceitos de espaço e território, lugar e região. De seguida, serão diferenciados os métodos
materialismo dos métodos dialécticos. Finalmente serão diferenciados as técnicas dos
métodos em uso na abordagem geográfica.

1.1. Objectivos e métodos


1.1.1. Objectivo Geral

 Aplicar correctamente as técnicas e métodos na leccionação das aulas de Geografia.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Traçar métodos e técnicas com vista a alcançar os fins traçados;


 Diferenciar técnicas dos métodos;
 Reconhecer a importância do estudo dessas técnicas e métodos na leccionação da
geografia humana.

1.2. Métodos

Para a elaboração deste trabalho bem como para o alcance dos objectivos preconizados,
recorreu se a pesquisa bibliográfica na leitura de livros, monografias, artigos publicados, tese,
dissertações, estudos diversos artigos na Internet.

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2.1. Importância do conceito do conhecimento da Geografia Humana.

O conceito do conhecimento da Geografia Humana é fundamental porque o mesmo ajuda o


homem a entender o espaço em que vive, o espaço geográfico. Podendo-se compreender o
objecto da geografia humana como sendo a leitura crítica das acções, usos e
transformações humanas sobre o espaço, assim como a incidência e o condicionamento
exercidos pelo espaço sobre a sociedade e suas acções.

2.2. Conceitos de espaços - semelhantes e divergências

Espaço de acordo com Santos (2012,p.34) “é uma extensão formada por um conjunto

indissociável, solidário e também contraditório de sistemas de objectos e sistemas de acções,

não considerado isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”. O termo

espaço pode referir-se também ao espaço geográfico. O qual é utilizado pela Geografia para

definir o local onde o ser humano atua para fazer alterações no meio ambiente (SOUZA &

MARCELO,2012).

O espaço também é uma matéria da arquitectura. É configurado através da forma

arquitectónica através da construção; fruído quando a construção é penetrada, seja por

habitantes ou espectadores, mas sempre como usuários da arquitectura.

Espaço e Filosofia - questões filosóficas envolvendo o espaço incluem: é o espaço absoluto

ou relativo? O espaço tem uma geometria correcta, ou a geometria espacial é puramente

convencional? Alguns teóricos se posicionaram a respeito dessas questões: para Isaac

Newton o espaço é absoluto, enquanto que para Gottfried Leibniz o espaço é relativo; Henri

Poincaré acredita que a geometria espacial seja apenas uma convenção.

Espaço Computacional - nos computadores o espaço de memória é definido como a

quantidade de células de memória disponíveis para registro de dados. Por fim, na tipografia e

na ortografia o espaço é uma área vazia que separa duas palavras. Espaço Politico Vias de

passagens e acesso à informação e à expressão do pensamento, exercida nos regimes

democráticos pelas pessoas e instituições.

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Espaço Cultural - a totalidade dos assuntos inerentes à cultura. "O espaço cultural moderno

é mais permissivo que o da idade-média, como o ocidental é mais permissivo que o oriental".

2.3. Definição de paisagem

Paisagem é o conjunto de formas que num dado momento, exprimem as heranças que
representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza. Ou ainda, a
paisagem se dá como conjunto de objectos concretos. Com esta definição pode-se conceber
que a paisagem constitui-se como resultado do estabelecimento de uma inter-relação entre a
esfera natural e a humana, na medida em que a natureza é percebida e apropriada pelo
homem, que historicamente constitui o reflexo dessa organização. Inicialmente o embate
acerca da conceituação da Paisagem deu-se na dicotomia estabelecida pelos geógrafos que
diferenciavam entre paisagem natural e paisagem cultural (SAUER, 1998).

A paisagem natural refere-se aos elementos combinados de geologia, geomorfologia,


vegetação, rios e lagos, enquanto a paisagem cultural, humanizada, inclui todas as
modificações feitas pelo homem, como nos espaços urbano e rural. Esses conceitos se
atrelam a abordagens filosóficas e a uma questão de método de análise.

2.4.Definição território

O território, é fundamentalmente um espaço definido e delimitado por e a partir de relações


de poder. “A questão primordial, aqui, não é, na realidade, quais são as características
geoecológicas e os recursos naturais de uma certa área, o que se produz ou quem produz em
um dado espaço, ou ainda quais as ligações afectivas e de identidade entre um grupo social e
seu espaço” (SOUZA, 2012, pp. 78-79).

Segundo o Novo Dicionário Aurélio, (1986, p. 1669) “Território é a área de um país; porção

de terra; base geográfica sobre a qual há o exercício de soberania”.Os territórios – serão

percebidos por indicadores que incluem o aporte legal e institucional que sustenta as

propostas e os programas de formação. Decorre, também, do tempo de ocupação, que revela a

intensidade da sua institucionalização e o reconhecimento de seus efeitos pelos beneficiários

das ações formativas.

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2.5. Definição de região
Região é uma área da superfície terrestre que apresenta características naturais
(geomorfologia, vegetação, clima, entre outras presentes em uma região natural) e humanas
(culturais, econômicas, políticas e sociais entre outras) que a diferenciam das demais áreas,
configurando uma relativa unidade ou identidade interna. (HOUAISS, 2001). 

Uma região também pode ser qualquer área geográfica que forme uma


unidade distinta em virtude de determinadas características, tal como um
recorte temático do espaço ou um recorte lógico. Em termos gerais,
costumam, mas não necessariamente, ser menores que um país, e podem ser
delimitadas em diversas escalas de acordo com as necessidades do estudo.
(HOUAISS, 2001,p.56).  

É comum intuitivamente empregar, como exemplo, o seguinte uso do termo para expressar
uma hierarquia em escalas de abrangência política: país; região; e cidade. De modo mais
geral, principalmente para referir fenômenos naturais, também se pressupõe a seguinte
sequência: zona; região; e localidade. Como exemplo, podemos dizer que os fenômenos
climáticos globais ocorrem de modos distintos em zonas hemisféricas (norte e sul) e possuem
expressões regionais muito particulares e consequências específicas em cada localidade. Por
outro lado, as cidades servem como lugar de expressão dos territórios de conflitos para
grupos populacionais que seguem ordenamentos e determinações nacionais e globais
oriundas da produção económica.  (HOUAISS, 2001). 

2.6. A diferença entre espaço e território

Espaço é toda a área física do universo não ocupada por corpos celestes. Esse ambiente


constitui-se de um vácuo parcial contendo baixa densidade de partículas,
predominantemente plasma de hidrogênio e hélio, além de radiação eletromagnética, campos
magnéticos, neutrinos, poeira interestelar e raios cósmicos. Sua temperatura média, definida a
partir da radiação de fundo do Big Bang, é 2,727 K (−270,423 °C; −454,7614 °F). Enquanto
que a palavra território corresponde à área definida de um indivíduo ou de uma organização,
instituição, estado ou país. O conceito território é amplo e diversificado. Na Geografia, este
vocábulo é muito utilizado e se em alguns casos seu uso tem uma concepção política, em
outros está ligado à variação de paisagens, região, espaço e clima. Na física, por exemplo, o
território se refere à superfície terrestre e ao relevo, por isso está ligado à noção de litosfera,
atmosfera e outros.

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A palavra território refere-se a uma área delimitada sob a posse de um animal, de
uma pessoa (ou grupo de pessoas), de uma organização ou de uma instituição. O termo é
empregado na política (referente ao Estado Nação, por exemplo), na biologia (área de
vivência de uma espécie animal) e na psicologia (ações de animais ou indivíduos para a
defesa de um espaço, por exemplo).

Na geografia humana, o conceito de território surge inserido na proposta de geografia


política de Friedrich Ratzel, sendo assim definido como o espaço sobre o qual se exerce
a soberania do Estado. De fato, Ratzel sustenta que o Estado surge quando uma sociedade se
organiza para defender seu território, sendo essa sua função primordial.

2.7. A diferença entre lugar e região

Lugar define-se como a parte do espaço geográfico apropriada pela vida, onde se
desenvolvem as atividades cotidianas e as relações estabelecidas pelos homens.Assim sendo,
representa a dimensão afetiva do espaço, uma vez que está relacionada com as experiências, a
identificação pessoal com aquela localidade e as memórias de cada um. O conjunto de
espaços com o qual cada sujeito cria vínculos e vivências compõe o seu lugar. Exposto isso,
pode-se dizer que ele é o resultado da relação subjetiva entre o indivíduo e determinada área.

De acordo com o contexto em que é utilizado, o conceito de lugar,


apresentará diferentes referências. Em algumas circunstâncias, quando se fala
de lugar, será referindo-se ao espaço ocupado por um corpo. Todos os
objetos, de forma absoluta, ocupam um lugar no espaço, e também os fatos
que acontecem, precisam de um lugar para acontecer, um “lugar” é um
espaço ocupado (HOUAISS, 2001,p.77).  

Além disso, falando em geografia, um lugar será aquela aglomeração secundária de um


determinado município e regularmente constitui uma aldeia, ou seja, quando a população não
está estabelecida como uma cidade ou vila, muitas vezes é popularmente chamada como
“aquele lugar” “esse lugar” o “lugar tal”.
Além disso, a geografia, como disciplina que lida com a classificação das diferentes áreas
geográficas de acordo com suas características físicas, relevo, econômicos, entre outros, serão
responsáveis pela determinação dos diferentes lugares do mundo, como lugares urbanos,
áreas rurais, aqueles que são adequados para a vida e aqueles que não são, o
ambiente sociocultural e sócio que apresentam. Por exemplo, quando se refere a um lugar

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desabitado, você estará falando sobre aqueles que estão no meio dos mares e oceanos e só
podem ser localizados através de coordenadas geográficas.
Enquanto que A palavra região é um termo amplamente utilizado na área da geografia e que
conta com diferentes usos. Em termos gerais, o termo região significa uma área ou a extensão
de determinada terra ou água menor do que a área total de interesse.

Por sua vez, o vocábulo região também é usado para referir-se às áreas maiores que
correspondem a um lugar específico.
Por isso, uma região pode ser o estado de um país, a soma de vários estados,
uma comunidade (como a comunidade europeia), uma pequena cidade, um povoado de uma
montanha, ou seja, uma região pode ser entendida tanto como um conjunto contínuo de
unidades menores ou então de um todo maior.
Em matéria de organização territorial dos países, como mencionado acima, o termo região
serve para designar uma divisão política do território do estado em questão, determinada
principalmente por características étnicas, demográficas, culturais, históricas, econômicas ou
outras considerações como clima, topografia, governo ou administração.

2.8. Os sub ramos da Geografia Humana

Os sub ramos da Geografia Humana são:

 Geografia da População - É a área de estudo da população e a forma em que ela se


comporta no meio social, desde os processos migratórios (mudanças dentro de um
espaço), relações de concentração populacional, as teorias demográficas, o estudo das
taxas demográficas (natalidade, mortalidade infantil, analfabetismo, etc) entre outros
fatores que estão diretamente ligados ao contingente populacional e sua adequação ao
espaço em que vivem;
 Geografia Urbana - A formação das cidades, do espaço urbano, também é um tema
trabalhado na geografia humana, uma vez que a produção industrial, o maquinário, as
construções civis são fatores ligados diretamente a ação humana sobre um espaço,
requerendo primeiramente a retirada da vegetação nativa para construção dessas
cidades, também a retirada dos recursos necessários para essa edificação. Além desses
fatores, há um elemento importante que está ligado a formação urbana que é
a mecanização do campo resultando num êxodo rural, a saída da população campesina
em direção à cidade. Esse fenômeno resulta em um grande número de problemas

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urbanos pela alta quantidade populacional em um espaço que não estava preparado
para tantas pessoas, como a falta de saneamento básico, favelização, desemprego,
analfabetismo, entre outros.
 Geografia Agrária - Esse campo de estudo tem um enfoque nas relações campesinas,
ou seja, nas atividades ligadas ao espaço rural, ao campo, desde a produção
alimentícia, monoculturas de exportação, as relações de trabalho, a luta por terras
como os movimentos sociais, por exemplo o MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), as questões de grilagem de terras, grandes latifúndios, entre outros
fatores que ocorrem no campo e são fontes de estudo das relações humanas com o
meio.

 Geografia Econômica - As diferentes formas de produção econômica são também


campos de pesquisa da geografia humana, pois esses diversos modelos de produção
econômica necessitam das relações humanas sobre um meio, sendo a princípio pela
retirada dos recursos naturais até as relações humanas com contratos de prestações de
serviços, sendo assim, essas dinâmicas que produzem alguma forma de economia são
estudadas por essa área da ciência geográfica.

 Geopolítica - Essa área de estudo tem um foco nas relações políticas que ocorrem
pelo globo terrestre, desde a formação de um Estado Nacional, os conflitos
territoriais, todas as formas de organizações espaciais, os interesses geoeconômicos
vindos dos governos, enfim, esse campo estuda as ações governamentais de acordo
com seus interesses políticos e econômicos sobre determinadas áreas do planeta.

 Geografia Cultural - É aquele campo de estudo caracterizado por abordar assuntos


relacionados às diferentes formas de manifestações culturais, como as religiões,
linguagens, rituais, músicas, artes, atividades econômicas específicas, dentre outras
formas de organizações sociais dentro de um espaço.Em geral a geografia humana
envolve essas e outras áreas de estudo mais específicos que estejam relacionados
direta ou indiretamente com as ações humanas sobre o espaço geográfico, desde
fatores simples como a retirada de recursos para subsistência até as relações políticas
de guerras e conflitos territoriais entre países.

 Geografia Regional - Esse ramo se dedica a estudar os diferentes espaços do planeta


dividindo-os e agrupando em regiões que possuem características em comum,

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podendo ser elas de ação natural ou antrópica (feito pelo ser humano). Nessa questão
a geografia regional geralmente não leva em consideração as fronteiras políticas
estabelecidas para criar as separações de países e estados.Dentre os os aspectos
naturais que são utilizados nesse processo de regionalização podem estar entre eles o
clima, a vegetação, o relevo, entre outros.As ações humanizadas que são utilizadas
para auxiliar no processo de regionalização podem ser considerados a agricultura,
a industrialização, as influências culturais, as questões demográficas, históricas.

2.9. A distribuição e as características dos povos - área de estudo específica da


Geografia das Populações
Geografia populacional é o campo da Geografia Humana que estuda os meios nos quais as
variações espaciais na distribuição, composição, migração e crescimento das populações são
relacionadas à natureza dos lugares.
A geografia populacional envolve demografia em uma perspectiva geográfica. Foca-se nas
características da distribuição populacional que mudam em um contexto espacial. Exemplos
podem ser vistos em mapas de densidade populacional. Alguns tipos de recursos para mostrar
a distribuição espacial da população em mapas são as cores,  curvas de nível e pontos.
(BEAUJEU, 1971).  

2.10. Os princípios de Geografia Humana

O estudo da geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. Os princípios


científicos da Geografia que servem de base para sua pesquisa, ensino e estudo são:

Princípio da extensão: desenvolvido por Ratzel – localizar os fatos a serem estudados,


mensuração ou medição do fato (área, tamanho) e quantificação dos fatos que requer
interpretação de tabelas e gráficos. Esse princípio faz uso da interdisciplinaridade
(cartografia, geodésia, estatística)

Principio da analogia – Ritter- necessidade de comparar os fatos para ver suas diferenças e
semelhanças;

Princípio da causalidade – Humboldt – necessidade de estabelecer causas e consequências –


uma geografia explicativa que procura estabelecer uma hierarquia entre causas e
consequências dos fatos;

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Princípio da conexidade – Brunhes – os fatos geográficos nunca ocorrem isoladamente –
indica a necessidade de interligar os conhecimentos geográficos às ciências circunvizinhas
(interdisciplinaridade – fundamental a geo moderna);

Princípio da actividade – Brunhes – demonstra que os fatos geográficos estão em constante


mutação e que seu entendimento depende de uma análise do passado para compreender o
presente. – Permite analisar as tendências de evolução dos fatos. Reconhecer o presente como
um produto ou herança do passado e analisar as transformações ocorridas ao longo do tempo,
constituem importantes bases da geografia moderna.

2.11. Alguns dos mais importantes geógrafos na geografia humana

 Milton Santos (1926-2001).
 Carl Ritter (1779 – 1859);
 Paul Vidal de la Blache (1845 - 1918) - Fundador da Escola Francesa de Geopolítica
e possibilismo;
 Sir Halford John Mackinder (1861 – 1947);
 Carl O. Sauer (1889 – 1975) - Crítico do determinismo geográfico;
 Walter Christaller (1893 – 1969);
 Richard Hartshorne (1899 – 1992);
 Josué de Castro (1908-1973);
 Torsten Hägerstrand (1916 - 2004);
 Waldo R. Tobler (1930);
 David Harvey (1935);
 Edward Soja (1941);
 Doreen Massey (1944);
 Nigel Thrift (1949);
 Elisée Reclus (1830-1905)

2.12. Métodos geográficos quantitativos/Geoestatistica em que consiste

A Geografia Quantitativa, também conhecida por Geografia Pragmática,  Teorética ou até


mesmo Nova Geografia, diz respeito a área de estudo sobre a análise espacial usando dados
numéricos e estatísticos. A aplicação dos Métodos Quantitativos na Geografia, assim como
em outras áreas do conhecimento, é uma realidade. O que se propõe neste trabalho é a
quantificação, classificação e análise crítica das contribuições de tais métodos aos trabalhos

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académicos de cunho geográfico ou de Análise Espacial, presentes nos principais meios de
divulgação científica, nacionais e alguns internacionais,
Em geral essa área da geografia se contrapõe de certa maneira a geografia tradicional,
acreditando que os números poderiam interferir na realidade dos espaços, de forma a
substituir os trabalhos de campo por estudos e análises laboratoriais mensurando dados
estatísticos através de gráficos e tabelas.A geografia quantitativa possui como outra
característica importante uma base técnica e planejada, tendo como foco o desenvolvimento
capitalista, fazendo com que o pensamento geográfico torne-se abstrato. Dessa maneira o uso
de modelos matemáticos serve como análise do espaço para agir sobre o meio, ou seja,
fortalece investimentos governamentais ou privados sobre áreas específicas em que a
natureza possa representar uma funcionalidade, analisando meios estatísticos.

2.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana

Métodos geográficos qualitativos, ou técnicas de pesquisa etnográficas são utilizados pelos


geógrafos. Na geografia cultural há uma tradição do emprego de técnicas de pesquisa
qualitativa, também utilizada na antropologia e na sociologia. Observações participativas e O
método etnográfico é diferente de outros modos de fazer pesquisa qualitativa. Ele segue
alguns princípios e, neste curso, vamos aprendê-los e aplicá-los ao universo digital:

– Pesquisa de campo (conduzido no local em que as pessoas convivem e socializam);

– Multifatorial (conduzido pelo uso de duas ou mais técnicas de coleta de dados);

– Indutivo (acumulo descritivo de detalhe);

– Holístico (retrato mais completo possível do grupo em estudo).Entrevistas em campo


fornecem aos geógrafos humanos dados qualitativos. De uma forma geral, as pesquisas
qualitativas têm como ponto principal entender, descrever e, algumas vezes, explicar, os
fenômenos sociais e culturais de grupos sociais e/ ou indivíduos.

2.14. As principais técnicas e métodos em geografia humano

As técnicas de análise em uma pesquisa servem para colectar, extrair e elucidar informações
de determinados objectos, pode se dizer que existem dois eixos principais nas pesquisas em
Geografia, as qualitativas e as quantitativas.

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As pesquisas podem ser só qualitativas ou quantitativas ou também, um conjunto dessas duas
pesquisas. Nesse contexto, existem muitas técnicas que os geógrafos podem utilizar em suas
investigações, as entrevistas são técnicas adequadas para coletar dados para as pesquisas
qualitativas na Geografia Humana, sobre isso (ALVES-MAZZOTTI &
GEWANDSZNAJDER, 1998) dizem que: “De modo geral, as entrevistas qualitativas são
muito pouco estruturadas, sem um fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecidos para
as perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa” (ALVES-MAZZOTTI e
GEWANDSZNAJDER, 1998, p.168).
As entrevistas podem ser abertas ou livres, semi-estruturada, estruturada ou mista, a adoção
delas varia de acordo com o objecto de cada geógrafo, no caso de uma pesquisa quantitativa
com obtenção de dados tabulados, a melhor técnica é a entrevista estruturada com a utilização
de um questionário, com perguntas de múltiplas escolhas.
A entrevista semi-estruturada intercala questionários fechados com perguntas
livres, cabendo ao geógrafo escolher a melhor técnica para proceder a
pesquisa. Uma técnica que auxilia na interpretação do método e dos
conteúdos teóricos é a das palavras-chave. Essa análise do discurso e do
conteúdo nas obras são técnicas que permitem ao pesquisador entender os
escritos, mas lembrando que se deve analisar associada à conjuntura social,
económica e política, pois conforme “o pensamento do geógrafo reflecte as
concepções científicas e ideológicas do seu tempo”. (BRAY, 1999, p.6)

Método: É um instrumento organizado que procura atingir resultados estando directamente


ligado a teoria que o fundamenta, conforme o Japiassú e Marcondes (1990) é um conjunto de
procedimentos racionais, baseados em regras, que visam atingir um objetivo determinado.

Conforme Lalande (1999, p.678) o método é “o caminho pelo qual se chegou a determinado
resultado”.
O método é uma maneira de obter os resultados, ou seja, o pensamento do pesquisador,
utilizando-se de uma teoria para fundamentar, citando, por exemplo, método dialético,
positivista, fenomenológico, hermenêutico, entre outros. Metodologia: São os procedimentos
utilizados pelo pesquisador, material e métodos, em uma determinada investigação, sendo as
etapas a seguir em um determinado processo.

2.15.A importância do estudo dessas técnicas e métodos na leccionação da geografia


humana
Estudo de técnicas e métodos em geografia humana constitui a base que vai munir o
Estudante a ter instrumentos de base para a pesquisa científica e auxiliar se destes para

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contribuir com inteligência na busca de soluções científicas para os diferentes problemas da
sociedade humana. O avanço das ciências geográficas proporcionou para esta ciência
instrumentos que a tiraram de um carácter meramente descritivo para ter no seu leque de
investigações métodos qualitativos e quantitativos.

2.16. Diferença de técnicas e métodos.

Método é uma forma de organizar os procedimentos baseado numa meta. A técnica é os


procedimentos que irão realizar a trajectória até esta meta.

Método - O termo já existia em grego clássico (méthodos), tendo sido usado por Platão e
Aristóteles no sentido de "estudo ordenado de uma questão filosófica ou científica". A
palavra pode ser decomposta no prefixo metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota. Em
sentido genérico é, portanto, o "caminho pelo qual se chega a um determinado resultado".
Na terminologia científica,  método pode ser definido como "um conjunto de dados e regras
de proceder, permitindo atingir um fim previamente determinado. Ex.: pesquisa experimental,
diagnóstico, operação, tratamento, reação físico-química ou biológica, prova clínica ou teste
de laboratório". Ramiz Galvão define método como "um conjunto de meios dispostos
convenientemente para se chegar a um fim". Enquanto:

Técnica - Do grego tékhne, arte. Se o método é o caminho, a técnica é o modo de caminhar.


Técnica subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a operacionalização
do método segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade em
sua execução. Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica. A diferença
semântica entre método e técnica pode ser comparada à existente entre gênero e espécie.

2.17. As linhas de força do método materialismo histórico


O materialismo histórico é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade,
da economia e da história que foi pela primeira vez elaborada por Karl Marx (1818-1883)
e Friedrich Engels (1820-1895). O materialismo histórico procura as causas de
desenvolvimentos e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos
produzem coletivamente as necessidades da vida. As classes sociais e a relação entre elas,
além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam
fundamentadas em sua atividade econômica.

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O materialismo histórico na qualidade de sistema explanatório foi expandido e refinado por
milhares de estudos acadêmicos desde a morte de Marx.

2.18. A diferença entre métodos materialismo e os métodos dialécticos.


A diferença consiste no que o metodo materialismo histórico procura as causas de
desenvolvimentos e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos
produzem coletivamente as necessidades da vida. Enquanto que o método de diálectico é
um metodo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias,
tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A
tradução literal de dialética significa "caminho entre as ideias"."Aos poucos, passou a ser a
arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e
distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão." Também conhecida como a arte
da palavra."Aristóteles considerava Zenão de Eleia (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da
dialética. Outros consideraram Sócrates (469-399 a.C)". No período medieval, o estudo
da dialética (ou lógica) era obrigatório e, parte integrante do Trivium que, junto com
o Quadrivium, compunha a metodologia de ensino das sete Artes liberais.

2.19. Parte da dialéctica social de Gomes

Gomes considera que o espaço faz parte da dialéctica social porque através do materialismo
dialéctico o conceito de espaço social na Geografia Crítica ganha importância, pois traduz a
ideia das contradições a dinâmica social inscrita em um espaço que é, ao mesmo tempo,
reprodutor de desigualdades e a condição de sua superação, o reflexo de uma ordem e um dos
meios possíveis para transformar esta mesma ordem.

Portanto, uma Geografia Crítica resgata uma dimensão histórica, além da


relação entre sujeito e objecto serem dadas contraditoriamente na medida em
que o sujeito se constrói ele se modifica, em um movimento conflituante,
onde o método dialéctico analisa a realidade, indo do real ao abstracto
oferecendo um papel importante para o processo de abstracção. No
materialismo histórico, o elemento básico na produção científica, literária ou
artística é que as criações humanas, nos mais diferentes planos são
expressões de uma visão do mundo e que as visões do mundo não são fatos
individuais, mas sim fatos sociais (BRAY, 1999, p. 11).

2.20.Argumente em que medida, a geografia era considerada ciência de encruzilhada.

A Geografia era considerada ciência de encruzilhada na medida em que pumha ao discutir


acerca das possibilidades de que periódicos científicos da área da Saúde incentivem a

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publicação de estudos baseados em pesquisa qualitativa, o artigo “Balizas do conhecimento:
uma análise das instruções aos autores das revistas brasileiras da área de saúde”, conclui,
abordando as normas de submissão desses periódicos, que há baixíssima valorização e
presença dessa modalidade de pesquisa. Destaca, contudo, que periódicos das áreas de Saúde
Coletiva e Enfermagem mudam esse padrão, publicando um pouco mais estudos baseados na
metodologia da pesquisa qualitativa. A predominância de estudos em pesquisas quantitativas
cujo referencial de análise está nas modelagens matemáticas, portanto, indica a soberania
epistemológica e metodológica desse referencial na área da Saúde de modo geral.

Não seria uma novidade afirmar-se que o universo das disciplinas e da


institucionalidade científica erigiu-se sobre alicerces disjuntivos e redutores,
cujos procedimentos assim poderiam ser caracterizados: "A disjunção isola
os objetos não só uns dos outros mas também de seu ambiente e do seu
observador. É no mesmo movimento que o pensamento disjuntivo isola as
disciplinas umas das outras e insulariza a ciência na sociedade. A redução,
essa unifica aquilo que é diverso ou múltiplo, quer àquilo que é elementar,
quer àquilo que é quantificável." (BACHELAR, 1986,p.125).

No chamado campo das ciências humanas ou sociais, os vínculos que tais histórias nos
revelam, quando o interesse é o de entender, por exemplo, o desenvolvimento da geografia,
restringem-se aos liames (concordantes ou não) estabelecidos entre figuras como Humboldt,
Ritter, Ratzel, La Blache, etc., com seus respectivos pensamentos, ou então, caso o interesse
se volte para outras disciplinas particulares, ainda dentro desse mesmo campo das
humanidades, como a antropologia, a sociologia ou a historiografia, são outros os
agrupamentos que vemos desfilar, tais como aqueles pertencentes às "linhagens" usualmente
estabelecidas a partir da evocação dos nomes ou das formulações de personalidades como
Durkheim, Mauss, Malinowski, Febvre, Bloch, etc, apenas para citarmos alguns.

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3. Conclusão

Por meio desta pesquisa foi possível concluir, que a Geografia Humana, o objecto do seu
estudo, a distribuição e as características dos povos – área de estudo específica da geografia
das populações são as características a ter em conta no estudo da distribuição das populações.
A Geografia é uma Ciência Humana, dicotomizada no seu estudo - o estudo do espaço
geográfico - em dois ramos: o Humano ("social") e o Físico ("natural"). O homem faz parte
da natureza (visão Holística), porém o seu estudo é diferenciado em relação à esta, pois o ser
humano é, ao mesmo tempo, objecto e agente de transformações, actuando "dialecticamente",
e não "positivamente", neste mundo.
As técnicas e os métodos aqui abordados constituem a base para utilizar a linguagem
apropriada quando se trate de matéria ligada a Geografia humana e da Geografia de uma
forma geral. Há de considerar que a cada disciplina tem a sua linguagem apropriada.
As várias acepções do espaço, de acordo com o seu contexto situacional. Ex: espaço
geográfico, espaço-matemático, espaço-físico, espaço e filosofia, espaço computacional,
estado-nação, fronteira, fronteira e limites, habitat, lugar, paisagem, povo, região e território
são a base para se adquirir os conhecimentos sobre a matéria de Geografia Humana.

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4. Referências bibliográficas

 Alves, F. D. (2008) Considerações sobre métodos e técnicas em geografia


humana. In: Revista Diálogus, Ribeirão Preto, v.4.
 Bachelar D, G. (1986). O Novo Espírito Científico. Lisboa: Edições 70.
 Bray, S. C. (1980) Considerações sobre o método de interpretação funcionalista na
Geografia. Boletim de Geografia Teorética (Rio Claro). V.10,n.20, p.33-43.

 Detoni, A.R. (2007). Do espaço geométrico à espacialidade como vivida. In: J.J.
LOPES; S.M.CLARETO (orgs.), Espaço e educação: travessias e atravessamentos.
Araraquara, JM Editores, p. 21-42.
 Santos, M. (2012). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4ª ed,
17ª reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
 Souza, M. J. L. de. (2012).O Território: Sobre Espaço e Poder, Autonomia e
Desenvolvimento. In: CASTRO, Iná E. de; GOMES, Paulo C. da C.; e, CORRÊA,
Roberto L. Geografia: Conceitos e Temas. 15ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
 Sauer, O. (1998) A morfologia da paisagem. In: CORRÊA;ROZENDAHL (Orgs.).
Paisagem tempo e cultura, Rio de Janeiro:EdUERJ.
 Beaujeu-garnier, J. (1971). Geografia de População. São Paulo: Nacional/EDUSP.
 Houaiss & Villar, Antônio & Mauro (2001). Dicionário Houaiss da língua portuguesa.
[S.l.]: Instituto Antonio Houaiss/Editora Objetiva.

16
Índice pag.
1. Introdução..............................................................................................................................1

1.1. Objectivos e métodos..........................................................................................................1

2.1. Importância do conceito do conhecimento da Geografia Humana.....................................2

2.2. Conceitos de espaços - semelhantes e divergências............................................................2

2.3. Definição de paisagem........................................................................................................3

2.4.Definição território...............................................................................................................3

2.5. Definição de região.............................................................................................................4

2.6. A diferença entre espaço e território...................................................................................4

2.7. A diferença entre lugar e região..........................................................................................5

2.8. Os sub ramos da Geografia Humana...................................................................................6

2.9. A distribuição e as características dos povos - área de estudo específica da......................8

2.10. Os princípios de Geografia Humana.................................................................................8

2.11. Alguns dos mais importantes geógrafos na geografia humana.........................................9

2.12. Métodos geográficos quantitativos/Geoestatistica em que consiste...............................10

2.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana..........................10

2.14. As principais técnicas e métodos em geografia humano................................................11

2.15.A importância do estudo dessas técnicas e métodos na leccionação da geografia..........12

2.16. Diferença de técnicas e métodos.....................................................................................12

2.17. As linhas de força do método materialismo histórico.....................................................13

2.18. A diferença entre métodos materialismo e os métodos dialécticos.................................13

2.19. Parte da dialéctica social de Gomes................................................................................14

2.20.Argumente em que medida, a geografia era considerada ciência de encruzilhada..........14

3.Conclusão..............................................................................................................................15

4. Referências bibliográficas....................................................................................................16

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Resolução dos exercícios inerentes ao primeiro trabalho de campo

Nome do Estudante:

Código:

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Ano de frequência: 4o
Turma:
Disciplina: Técnicas e Met.- Geografia Humana
Primeiro: Trabalho de campo
Docente:

Chimoio, Março, 2023

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