Você está na página 1de 16

1.

Introdução

A geografia humana é a áreas da geografia que se debruça sobre o estudo das interacções dos
seres humanos com os elementos do meio ambiente A geografia humanista  (ao menos na
proposta a região não apenas com base em critérios económicos e político-administrativos,
mas também como espaço de identidade e de pertencimento. A região é, assim, um espaço
mais amplo do que o lugar e onde vivem as pessoas com as quais um determinado indivíduo
se identifica.
A pesquisa bibliográfica e documental foi método crucial para elaboração deste trabalho com
objectivo de revelar a sucessão de conceitos básicos que servem como indicadores das
mudanças teórico-metodológicas do pensamento geográfico aplicado ao ensino. A mesma
busca reflectir sobre o ensino de Geografia, em nível fundamental e médio, sobre os conceitos
de espaço geográfico, região, território, lugar, paisagem.

1.1.Objectivos e Metodologias

1.1.1.Objectivo Geral

Conhecer a importância do ensino de Geografia em nível fundamental e médio, sobre


os conceitos de espaço geográfico, região, território, lugar, paisagem - em termos mais
gerais - e o de redes, escala e globalização - em termos mais específicos.

1.1.2.Objectivos Específicos

Reconhecer a importância do conhecimento do conceito da Geografia Humana;


Diferenciar os conceito os conceitos de espaço geográfico, região, território, lugar e
paisagem.

1.1.3.Métodologias.

A pesquisa bibliográfica (leitura de dissertações, de livros, artigos publicados, monografias,


tese) foi muito importante na elaboração deste trabalho bem como para o alcance dos
objectivos prescritos.

1
2. Marco Teórico

2.1. A importância do conhecimento do conceito da Geografia Humana.

O conceito do conhecimento da Geografia Humana é fundamental porque ela ajuda o homem


a entender o espaço em que vive, o espaço geográfico. Pode-se compreender o objecto da
geografia humana como sendo a leitura crítica das acções, usos e transformações humanas
sobre o espaço, assim como a incidência e o condicionamento exercidos pelo espaço sobre a
sociedade e suas acções.

2.2. Conceitos de espaços, semelhança e divergência

O homem é o agente por excelência do espaço geográfico. Espaço geográfico é resultado da


relação entre a sociedade e a natureza mediada pelo trabalho humano. Ou seja, o espaço
geográfico é constituído historicamente pela acção humana. “A expressão espaço está
associada a uma porção específica da superfície da terra identificada, seja pela natureza. Tem
o seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da
cidade, do bairro, da rua, da casa e de um cómodo no seu interior” (Dias, 2014,p.45).

O espaço geográfico somente passa a existir quando se verifica interacção entre o homem e o
meio em que vive, do qual retira o que lhe é necessário para a sobrevivência, promovendo
alterações de suas características originais (Dias, 2014).
A forma como as sociedades se relacionam com o espaço vai se modificando, enquanto sua
capacidade de intervenção se acentua e o espaço geográfico torna-se cada vez mais
abrangente, chegando actualmente, a quase se sobrepor a todo o globo. O espaço geográfico é
resultado da relação entre a sociedade e a natureza mediada pelo trabalho humano.

2.3. Definição de paisagem

Paisagem é um conceito que tem sido utilizado nas artes e na ciência, principalmente


na Geografia, na Ecologia e na Arquitetura Paisagista. De acordo com a Convenção Europeia
da Paisagem: "designa uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo
carácter resulta da acção e da interacção de factores naturais e/ou humanos.  É um conceito
que mantém uma forte relação com o visual e com o imediatamente percebido. Em uma
definição do senso comum, paisagem é definida como a porção visível do espaço, bem como
sua representação. Contudo, sua abordagem científica vai muito além desta concepção, numa
2
abordagem científica, a paisagem está relacionada principalmente a padrões espaciais e
processos formados pelas relações entres os componentes naturais e aqueles construídos,
sendo o visível apenas um de seus aspectos. Por incluir aspectos da natureza e sociedade, o
conceito de paisagem tem sido considerado como um guarda-chuva para projectos de
melhoria da qualidade ambiental e urbana, a exemplo daqueles apoiados pela Iniciativa Latino
Americana da Paisagem (Dias, 2014).

2.4. Território

A palavra território refere-se a uma área delimitada sob a posse de um animal, de


uma pessoa (ou grupo de pessoas), de uma organização ou de uma instituição. O termo é
empregado na política (referente ao Estado Nação, por exemplo), na biologia (área de
vivência de uma espécie animal) e na psicologia (ações de animais ou indivíduos para a
defesa de um espaço, por exemplo).

Na geografia humana, o conceito de território surge inserido na proposta de geografia


política de Friedrich Ratzel, sendo assim definido como o espaço sobre o qual se exerce
a soberania do Estado. De fato, Ratzel sustenta que o Estado surge quando uma sociedade se
organiza para defender seu território, sendo essa sua função primordial.

 Nesse sentido, ele pode ser tanto o Estado nacional contemporâneo (cuja origem se dá


no século XVIII) quanto formas de organização política próprias de povos tradicionais,
como aborígenes, africanos ou americanos. Na geografia tradicional, portanto, o conceito
de território é usado para estudar as relações entre espaço e poder desenvolvidas pelos
Estados, especialmente os Estados nacionais.

2.5. Região
Região é uma área da superfície terrestre que apresenta características naturais
(geomorfologia, vegetação, clima, entre outras presentes em uma região natural) e humanas
(culturais, econômicas, políticas e sociais entre outras) que a diferenciam das demais áreas,
configurando uma relativa unidade ou identidade interna (Dias, 2014).

Uma região também pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em
virtude de determinadas características, tal como um recorte temático do espaço ou um
recorte lógico. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um
país, e podem ser delimitadas em diversas escalas de acordo com as necessidades do estudo. É
comum intuitivamente empregar, como exemplo, o seguinte uso do termo para expressar uma

3
hierarquia em escalas de abrangência política: país; região; e cidade. De modo mais geral,
principalmente para referir fenômenos naturais, também se pressupõe a seguinte sequência:
zona; região; e localidade. Como exemplo, podemos dizer que os fenômenos climáticos
globais ocorrem de modos distintos em zonas hemisféricas (norte e sul) e possuem expressões
regionais muito particulares e consequências específicas em cada localidade. Por outro lado,
as cidades servem como lugar de expressão dos territórios de conflitos para grupos
populacionais que seguem ordenamentos e determinações nacionais e globais oriundas da
produção económica (Lisboa, 2014).

2.6. A diferença entre espaço e território

O espaço geográfico é resultado da relação entre a sociedade e a natureza mediada pelo


trabalho humano. A forma como as sociedades se relacionam com o espaço vai se
modificando, enquanto sua capacidade de intervenção se acentua e o espaço geográfico torna-
se cada vez mais abrangente, chegando actualmente, a quase se sobrepor a todo o globo. Já O
território é a base física ou geográfica de um determinado Estado. “Os limites de delimitação
do território são denominados pelas fronteiras, estas podem ser naturais ou convencionais. O
território é formado pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma
continental, prolongamento do solo coberto pelo mar” (Callai, 2005,p.227).

A compreensão do termo território não se restringe a sua situação de conceito geográfico, mas
também faz parte do uso corrente de outras ciências, em que é adoptado com significados
diferentes. Alguns termos têm importantes associações com o conceito de território.
O mais importante deles é o poder, já que os territórios são formados fundamentalmente a
partir de relações de poder de determinado agente.

As fronteiras territoriais também são essenciais, uma vez que delimitam a área alcançada por
essas relações de poder, sendo as mais conhecidas, as fronteiras nacionais e outras
delimitações políticas como, por exemplo, subdivisões estaduais internas. Da mesma forma
que ocorre com vários dos demais conceitos, podemos identificar territórios em níveis
escalares diferentes como, por exemplo, em escala mundial, nacional, regional, local.

O território é a base física ou geográfica de um determinado Estado. Os limites de delimitação


do território são denominados pelas fronteiras, estas podem ser naturais ou convencionais. “O

4
território é formado pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma
continental, prolongamento do solo coberto pelo mar” (Callai, 2005,p.227).

2.7. A diferença entre lugar e região

O conceito de lugar faz referência a uma realidade de escala local ou regional e pode estar
associado a cada indivíduo ou grupo. O lugar pode ser entendido como a parte do espaço
geográfico efectivamente apropriada para a vida, área onde se desenvolvem as actividades
quotidianas ligadas à sobrevivência e às diversas relações estabelecidas pelos homens.

Segundo Santos (2003. p. 252). O lugar significa muito mais do que simplesmente uma
localização geográfica, ele está relacionado aos diversos tipos de experiência e envolvimento
com o mundo

Poderíamos apontar para o estudo de determinadas realidades, que, se consideradas como uma
situação geográfica, seriam desenvolvidas a partir do reconhecimento do lugar, pode ser da
rua, da casa da família, pode ser do bairro, ou da escola, ou mesmo da cidade. Nesse caminho,
ao observar o lugar específico e confrontá-lo com outros lugares, tem início um processo de
abstracção que se assenta entre o real aparente, visível, perceptível e o concreto pensado na
elaboração do que está sendo vivido.

Além disso, o lugar também se associa ao sentimento de pertencer a determinado espaço, de


identificação pessoal com uma dada área. Cada localidade possui características próprias que,
em conjunto, conferem ao lugar uma identidade própria e cada indivíduo que convive com o
lugar, com ele se identifica. Dessa forma, o lugar garante a manutenção interna da situação de
singularidade. As parcelas do espaço geográfico com a qual cada indivíduo se relaciona e
interage compõem o seu lugar. Cada pessoa terá um lugar diferente da outra, na medida em
que ambas possuem vida e quotidianos diferentes.

O lugar possui também íntima relação com os aspectos culturais que marcam cada sociedade.
Já Uma região também pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em
virtude de determinadas características, tal como um recorte temático do espaço ou um
recorte lógico.

Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um país, e podem
ser delimitadas em diversas escalas de acordo com as necessidades do estudo.
5
2.8. Os sob ramos da Geografia Humana

A Geografia Humana pode ser subdividida em inúmeros ramos, de acordo com o objeto
escolhido.Tradicionalmente, os principais ramos da Geografia Humana são: Geografia da
População, Geografia Urbana, Geografia Agrária, mas também pode-se estudar cada atividade
econômica, aí ter-se-ia, Geografia Agrícola, da Indústria, dos Transportes, do Comércio,
Serviços. Além disso, dois ramos importantes são a Geografia Econômica e a Geografia
Política. Recentemente vem ganhando espaço a Geografia Cultural. Há subvisões da
Geografia Cultural, como a Geografia das Religiões (Santos, 2003).

Existem trabalhos em Geografia do Turismo. Qualquer atividade que seja produtora de espaço
pode tornar-se subramo da Geografia Humana, poderiam haver trabalhos em Geografia do
Esporte, Geografia da Educação, Geografia da Comunicação.

2.9. A distribuição e as características dos povos - área de estudo especifica da Geografia


das Populações

Geografia populacional é o campo da Geografia Humana que estuda os meios nos quais as


variações espaciais na distribuição, composição, migração e crescimento das populações são
relacionadas à natureza dos lugares. A geografia populacional envolve demografia em uma
perspectiva geográfica. Foca-se nas características da distribuição populacional que mudam
em um contexto espacial. Exemplos podem ser vistos em mapas de densidade populacional.
Alguns tipos de recursos para mostrar a distribuição espacial da população em mapas são as
cores, curvas de nível e pontos. A geografia populacional estuda os seguintes tópicos,
observados através do tempo e do espaço:

Fenômenos demográficos (natalidade, mortalidade, taxas de crescimento, etc) através


do espaço e do tempo;
Crescimento ou diminuição dos números da população;
Os movimentos e a mobilidade das populações;
Estrutura ocupacional;
Agrupamentos humanos em assentamentos;

6
A caracterização geográfica dos lugares (por exemplo, padrões de assentamento);
O modo como os lugares reagem a fenômenos populacionais (por exemplo,
imigração).

É importante observar que a fronteira entre a geografia populacional, a demografia e


a Ecologia de Populações e Metapopulações vem se tornando cada vez mais tênue, ou seja,
vem ocorrendo uma análise cada vez mais conjunta e global.

2.10. Os princípios de Geografia Humana

a) Princípio da extensão -Friedrich Ratzel (1844- 1904) - Isto é, localiza e delimita áreas
em um mapa; identificando a paisagem, o espaço, ou o fato geográfico a ser estudado; ou seja,
um território que esteja em crescimento econômico, cultural e político, tem que se expandir. A
idéia de expansão era associada ao tamanho do território e Ratzel entendia que todo território
esta em movimento, ou em crescimento ou desaparecendo.O princípio diz que é preciso
delimitar o fato a ser estudado, localizando-o na superfície terrestre.

b) Princípio da analogia- também chamado Geografia Geral, exposto por Karl Ritter
(1779-1859) e Paul Vidal de La Blache (1845-1918). - Isto é, comparação das realidades
estudadas; estabelecendo características das diversas áreas do planeta. Esse principio entende
que a geografia deve descrever áreas (clima, vegetação, relevo, economia) diferentes e assim,
iniciar a comparação (Santos, 2003).
Estes autores mostraram que é preciso comparar o fato ou área estudada com outros fatos ou
áreas da superfície terrestre, em busca de semelhanças e diferenças.

c) Princípio da causalidade- formulado por Alexander Von Humboldt (1769-1859), - Isto


é, causas e efeitos no Meio geográfico. Que diz respeito à necessidade de explicar o porquê
dos fatos.
d) Princípio da conexidade ou interação apresentado por Jean Brunhes (1869-1930).Isto
é, um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente. Ele sempre vai estar ligado
(conectado) com outras disciplinas do conhecimento humano. É a análise geográfica que parte
da relação entre determinadas áreas e momentos históricos específicos.
Segundo Jean Brunhes, os fatos não são isolados, e sim inseridos num sistema de relações,
tanto locais quanto inter-locais (Santos, 2003).
e) Princípio da atividade- formulado também por Brunhes. - Isto é, estudo das constantes
modificações do Meio, ou seja; entende que a geografia deve analisar a realidade levando em
7
consideração a continuidade dos fatos, que a relação sociedade x natureza é contínua e
ininterrupta. Que afirma ter os fatos um caráter dinâmico, mutável, o que demanda o
conhecimento do passado para a compreensão do presente e previsão do futuro.

2.11. Alguns dos mais importantes geógrafos na geografia humana

Geógrafos importantes na geografia humana(Santos, 2003):

 Milton Santos (1926-2001); Carl Ritter (1779 – 1859);


 Paul Vidal de la Blache (1845 - 1918) - Fundador da Escola Francesa de Geopolítica
e possibilismo;
 Sir Halford John Mackinder (1861 – 1947);
 Carl O. Sauer (1889 – 1975) - Crítico do determinismo geográfico;
 Walter Christaller (1893 – 1969);
 Richard Hartshorne (1899 – 1992);
 Josué de Castro (1908-1973);
 Torsten Hägerstrand (1916 - 2004);

2.12. Métodos geográficos quantitativos/Geoestatistica em que consiste

O metodo geografico quantitativo consiste em analisar uma quantidade de dados de uma


amostra, onde as informações serão expressas em termos numéricos e serão tratadas e
entendidas por meio do uso de estatística.A pesquisa quantitativa é, normalmente, derivada de
uma hipótese que será testada. Os cálculos estatísticos resultarão em um valor que, dada a
interpretação do pesquisador, pode validar ou não a hipótese de pesquisa.Em outras palavras,
o que você quer é verificar se existe ou não relação entre conceitos. Você vai fazer isso
testando esses conceitos e coletando os dados em forma de número para, posteriormente,
realizar cálculos com eles.

2.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana

A pesquisa etnográfica é o processo de estudo de um determinado grupo social. É através da


colecta de dados e das observações realizadas durante o período de pesquisa que serão
definidas as características etnográficas da população.Por não utilizar metodologias

8
estatísticas, o levantamento etnográfico faz parte do rol de pesquisas qualitativas. Entre outras
variações desta família de técnicas, estão os grupos focais e as entrevistas em profundidade.
A etnografia, entendida como modalidade de pesquisa científica primordialmente de caráter
qualitativo, possui traços da fenomenologia, do interacionismo simbólico e da sociologia.
Ainda não há um consenso a respeito de sua representação, que por vezes é entendida como
uma área especial dentro da sociologia, uma metodologia e uma escola. Provavelmente a
etnografia constitui um pouco de cada um destes elementos, inserindo-se certamente na
tradição do interacionismo simbólico, por meio da qual se busca compreender o mundo pelo
olhar dos próprios atores sociais. A priori, esta compreensão tem como fim o fornecimento de
subsídios para diversas áreas do conhecimento, no intuito de melhorar as condições de vida e
promover o desenvolvimento do ser humano.

A pesquisa etnográfica fundamenta-se na inserção do pesquisador em um


campo diferente, do ponto de vista cultural, de seu próprio habitat durante um
longo período. O estudo de carácter etnográfico é realizado segundo dois
conjuntos de hipóteses sobre o comportamento do homem: a hipótese
naturalista-ecológica e a hipótese qualitativo-fenomenológica A prática
etnográfica consiste basicamente em estabelecer relações, selecionar
informantes e tentar salvar o dito em um discurso social em formas
pesquisáveis (Canesqui, 1994. p. 13).

2.14. As principais técnicas e métodos em geografia humano

Algumas técnicas de investigação


Em termos gerais, podemos considerar quatro técnicas de investigação, cruciais quando se
pretende desenvolver investigação, sobretudo, nos vários sub-ramos de Geografia Humana:
amostragem; observação; inquéritos; experimentação (Ghiglione & Matalon, 1992,p.2).

Amostragem - Anteriormente à recolha dos dados é crucial a definição do universo de


estudo. Como não é necessária a abordagem de cada uma das unidades que o
compõem recorre-se, para o efeito, à amostragem que, feita em determinadas condições,
garante a probabilidade de algumas unidades do universo serem a expressão do todo a
que pertencem (amostragem probabilística). Existem vários tipos de amostras, salientando
a amostra aleatória, probabilística ou randómica, a amostra estratificada e a amostra por
quotas.

Observação - A observação directa corresponde ao acto de apreender e anotar pela vista e


pelo ouvido os factos, as características referentes a lugares, pessoas, habitações, ambientes,
9
condições de vida, et cetera. A Antropologia foi uma das ciências que iniciou a sua
utilização complementando-a com outro tipo de análise empírica. Na abordagem
qualitativa a observação directa constitui uma parte importante do trabalho de campo a
realizar pelo investigador. A observação é uma técnica que por si só é pouco usada em
Geografia, mas muito usada em concomitância com os inquéritos.

Inquéritos - Consistem em suscitar um conjunto de discursos individuais, em interpretá-los


e generalizá-los. Sendo assim, inquirir é interrogar um determinado número de
indivíduos tendo em vista uma generalização. O recurso ao inquérito acontece
quandoprecisamos de obter uma considerável variedade de informação sobre um
indivíduo, que não é possível através da simples observação e quando necessitamos de
recolher opiniões, comportamentos, preferências, et cetera.

A experimentação - Na experimentação, o investigador pode criar e controlar a


situação (Ghiglione & Matalon, 1992: 2). Não tem muito interesse para a Geografia Humana
e possui algum interesse para a Geografia Física.

Alguns metodos em Geografia Humano.

Em termos gerais, podemos considerar varis metodoss de investigação, cruciais quando se


pretende desenvolver investigação, sobretudo, nos vários sub-ramos de Geografia Humana:
Método indutivo-regional, Método funcionalista e sistêmico, o espaço geográfico visto como
um sistema / geossistema, Método dialéctico, materialismo histórico. (Ghiglione &
MatALON, 1992,p.3). Como em todas as ciências, na geografia humana se
utilizam métodos e conceitos que servem para soster teorias.

Segundo Ron Johnston, existem três grupos de métodos na geografia humana: o "positivista",


o "humanístico-hermenêutico", e o "estrutural".Outros métodos em geografia podem ser (lista
não exaustiva):

método estruturalista;
método fenomenológico - utilizado na geografia humanista;
método funcionalista;
método marxista - principal influência da geografia crítica;
método neopositivista - utilizado na geografia quantitativa;
método da teoria de sistemas - como o anterior, é utilizado na geografia quantitativa.

10
2.15. A importância do estudo das técnicas e métodos na leccionação da geografia
humana

As técnicas e métodos na leccionação da geografia humana sao cruciais visto que toda
pesquisa deve passar por uma fase preparatória de planejamento devendo-se estabelecerem
certas diretrizes de ação e fixar-se uma estratégia global (Lalande, 1999). A realização deste
trabalho prévio é imprescindível.A ciência se apresenta como um processo de investigação
que procura atingir conhecimentos sistematizados e seguros. Para alcançar este objetivo é
necessário que se planeje o processo de investigação, isto é, traçar o curso de ação a ser
seguido no processo da investigação científica.

Os métodos só podem se construir durante a pesquisa; ele só pode provir e se formular depois,
no momento em que o termo transforma se em um novo ponto de partida, desta vez dotado de
método”, em outras palavras, o método se ajusta com o fenómeno e não o fenómeno que se
ajusta com o método. Nesse sentido, se fará uma leitura breve de alguns temas pertinentes às
questões teórico-metodológicas e técnicas nas pesquisas em Geografia Humana, nos
diferentes momentos da história do pensamento geográfico.

2.16. Diferença de técnicas e métodos.


A definição das técnicas a utilizar é uma das fases fundamentais de qualquer investigação.As
várias técnicas de investigação correspondem às diversas formas ou modos de actuar pelos
quais se pode captar a realidade social, fazer a recolha dos dados e o seu tratamento.

Enquanto método conforme Lalande (1999, p.678) é “o caminho pelo qual se chegou a
determinado resultado é um instrumento organizado que procura atingir resultados estando
directamente ligado a teoria que o fundamenta”. Método é um conjunto de procedimentos
racionais, baseados em regras, que visam atingir um objectivo determinado.

2.17. As linhas de força do método materialismo histórico

No método materialismo histórico, o elemento básico na produção científica, literária ou


artística é que as criações humanas, nos mais diferentes planos são expressões de uma visão
do mundo e que as visões do mundo não são fatos individuais, mas sim fatos sociais.
O dinamismo histórico da realidade é expresso em grande parte, por esta forma de visão, que
admite ser ela um todo complexo, sempre com duas faces, como se fosse uma moeda; não há

11
moeda com uma face só; mas, embora sendo duas, forma um todo. “A polarização traduz a
ideia de dinâmica e de contradição” (Demo, 1985, p. 88).

2.18. A diferença do método materialismo histórico com o método dialéctico.

No método materialismo histórico, o elemento básico na produção científica, literária ou


artística é que as criações humanas, nos mais diferentes planos são expressões de uma visão
do mundo e que as visões do mundo não são fatos individuais, mas sim fatos sociais.
Enquanto o método dialéctico uma das características dessa corrente é a análise as
contradições postam pelo modo de produção capitalista na sociedade, através de uma
abordagem histórica e dialéctica (Demo, 1985).

2.19. Razoes que levam Gomes a considerarem que o espaço faz parte da dialéctica
social que o funda.

Gomes considera que o espaço faz parte da dialéctica social que o funda porque para ele o
espaço deve estar povoado de objectos que retratem a cultura e o meio social em que a criança
está inserida. O espaço reflecte a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em
um exame cuidadoso, revela até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural.

2.20. A Geografia Humana era considerada ciência de encrusilhda.

A Geografia Humana era considerada ciência de encrusilhda na altura em que passou a ter
técnicas e métodos de investigação. Não só, a dificuldade em se perceber uma análise
integrada na Geografia era, e ainda é, mais difícil devido ao sistema mecanicista ao qual as
Ciências são adeptas. O paradigma mecanicista concebe o mundo de forma fragmentada,
considerando os elementos de forma isolada. Ao fragmentar os estudos na Geografia, ignora-
se o próprio objecto da Ciência geográfica, que é análise do espaço geográfico. Rejeitando a
interacção entre o homem e a natureza.
Até os anos de 1970, o conceito de região era recorrente na Geografia, mas este também
entrou em um processo de substituição frente às mudanças do mundo.

12
3. Conclusão

Concluiu se que os conceitos geográficos são partes construtivas e essenciais dos métodos nas
ciências, sendo elementos que constituem as hipóteses, problemáticas e variáveis de pesquisa.
Cada ciência possui seu quadro conceitual e na Geografia, como construção histórica de um
saber, destacam-se, em primeira instância, os conceitos de espaço, paisagem, região, território
e lugar e, em segunda instância, outros conceitos articulados com outros campos do saber,
como natureza (ou meio), sociedade, rede, escala, globalização.
Os conceitos não desaparecem por completo, como na concepção de vida e morte de
conceitos, mas interagem entre si e se relacionam como em um sistema ou constelação cuja
posição de astro ou estrela principal é ocupada pela noção central de espaço geográfico e
pelas categorias de espaço-tempo.
Esses conceitos se ordenam e se reordenam a partir das problemáticas de pesquisa que
enfrentamos à luz das bases teórico-filosóficas que se deve acionar para enfrentá- las e
respondê-las.

13
4. Referências bibliográficas

Callai, Helena C. (2005). Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais
do ensino fundamental. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, pp. 227-247.
Demo, P. (1985). Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas.
DIAS, Tielle S. (2014). Cartografia nas séries iniciais do ensino fundamental:
para ler além das convenções. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Lalande, A. (1999), Vocabulário técnico e crítico da filosofia. 3.ed. São Paulo:
Martins Fontes.
Lisboa, Severina S. (2014), A importância dos conceitos da geografia para a
aprendizagem de conteúdos geográficos escolares. Universidade Federal de Viçosa–
Viçosa – MG Revista Ponto de Vista – Vol.4.
Santos, Milton. (2003), A Natureza do Espaço: Técnica, Razão e Emoção. 3ª
Edição. São Paulo: Edusp (Editora da USP).

Índice
14
1. Introdução..............................................................................................................................1
Objectivos..................................................................................................................................1
2. Marco Teórico-------------------------------------------------------------------------------------------
2
2.1. A importância do conhecimento do conceito da Geografia Humana.................................2
2.2. Conceitos de espaços, semelhança e divergência...............................................................2
2.3. Definição de paisagem........................................................................................................2
2.4. Território.............................................................................................................................3
2.5. Região.................................................................................................................................3
2.6. A diferença entre espaço e território...................................................................................4
2.7. A diferença entre lugar e região..........................................................................................5
2.8. Os sob ramos da Geografia Humana...................................................................................6
2.9. A distribuição e as características dos povos - área de estudo especifica da Geografia.....6
2.10. Os princípios de Geografia Humana.................................................................................7
2.11. Alguns dos mais importantes geógrafos na geografia humana.........................................8
2.12. Métodos geográficos quantitativos/Geoestatistica em que consiste.................................8
2.13. O impacto do método etnográfico para o estudo da geografia humana............................8
2.14. As principais técnicas e métodos em geografia humano..................................................9
2.15. A importância do estudo das técnicas e métodos na leccionação da geografia..............11
2.16. Diferença de técnicas e métodos.....................................................................................11
2.17. As linhas de força do método materialismo histórico.....................................................12
2.18. A diferença do método materialismo histórico com o método dialéctico.......................12
2.19. Razoes que levam Gomes a considerarem que o espaço faz parte da dialéctica............12
2.20. A Geografia Humana era considerada ciência de encrusilhda........................................12
3.Conclusão..............................................................................................................................13
4.Referências bibliográficas.....................................................................................................14

15
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Trabalho de campo um

Nome do Estudante: Luísa Félix Lino Vaz

Código: 708193622

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Ano de frequência: 4o
Turma: B
Disciplina: T. & M. em. Geografia Humana
Io : Trabalho de campo
Docente: Samissone Samissone

Chimoio, Abril, 2022

16

Você também pode gostar