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Disciplina: Produção para Indústria Criativa

Aula 8: O profissional do futuro, agora – trabalho x


carreira na era da transformação digital
Apresentação

As empresas mudaram, a sociedade mudou, e você? De que forma o novo profissional incorpora na sua vida e na sua forma
de agir e pensar os paradigmas, revoluções, disrupturas e desafios da economia criativa e do mundo digital?

A divisão entre pessoal e profissional se desmancham enquanto novas habilidades, e talentos são desenvolvidos pelo novo
profissional desse mercado em transformação.

Objetivos

Explicar o impacto das mudanças tecnológicas e da transformação digital sobre o mercado de trabalho;

Diferenciar as profissões atuais, com alto potencial de automação, das capacidades e habilidades essencialmente
humanas, formadoras das profissões do futuro;

Identificar as manifestações dos princípios da economia criativa e do mundo digital nos novos valores da vida pessoal-
profissional.
Era digital e trilema do trabalho
Com tanta disruptura, ampliação de mobilidade social e acesso ao conhecimento de um lado, e tecnologia, automação,
algoritsmos e inteligência artificial do outro, o que foi que a internet nos trouxe de fato em termos de trabalho e crescimento
profissional? Estamos numa época de abundância também de trabalho ou vou ser substituído por um robô? Provavelmente a
resposta mais precisa seja: os dois.

E é assim que vamos começar essa conversa difícil e ao mesmo tempo promissora
sobre o futuro do trabalho e a cara do profissional do futuro, hoje.

A tecnologia, a internet e a sociedade em rede têm distribuído acesso, conhecimento e abundância. Esse é um dos principais
pressupostos da economia digital. Mas, no trabalho, a abundância de recursos tem traduzido-se mais em abundância de mão de
obra do que de oportunidade.

Com a globalização, a automação e o aumento da produtividade de um grupo restrito de profissionais qualificados, temos um
excedente de oferta de trabalho que, tradicionalmente, é absorvido por meio de três mecanismos:

Uso de tecnologia para tornar os trabalhadores mais produtivos.


1

Aumento de escolaridade.
2

Redução de salários.
3

Saiba mais

Em seu livro The Wealth of Humans (A Riqueza dos Humanos) Ryan Avent, jornalista da revista The Economist, fala como as
tecnologias digitais vêm mudando radicalmente o mercado de trabalho e aponta que, desses três mecanismos, o que tem restado
é, cada vez mais, a redução de salários como forma de absorver o excesso de oferta de mão de obra. Ele observa que a demanda
por mão de obra é elástica e fica variando: quando os índices de mão de obra caem, a demanda aumenta.

Então Avent (2016) apresenta um conceito chamado “o trilema do emprego”, segundo o qual as novas formas de trabalho só
conseguem satisfazer até duas das três condições a seguir:
(Fonte: Avent, 2016.)

Podemos ter empregos com produtividade alta e bons salários, mas quando esses empregos ultrapassam uma certa quantidade,
a automação passa a ser considerada. A partir daí pode aparecer um trabalho “resistente” à automação, altamente produtivo, que
paga bem e pode ser escalável para empregar muitas pessoas, mas logo em seguida a quantidade de gente que busca esses
empregos aumenta, criando um excesso de mão de obra para esse trabalho.

Nesse contexto, o autor diferencia capital humano de capital social. Ele vê o capital social como conhecimentos e capacidades
contextualmente dependentes, que precisam ser compartilhados por uma massa crítica de pessoas para terem valor. Ou seja, o
capital social perde seu valor quando é retirado do contexto da empresa ou da sociedade da qual deriva seu significado, enquanto
o capital humano é tudo aquilo que podemos carregar conosco quando deixamos um emprego, um ambiente ou grupo, onde ele
se originou ou se desenvolveu, então é independente.

Para o autor, o capital social está relacionado a muitas questões contemporâneas, como as crises de desenvolvimento
econômico global, a superatratividade de cidades como Londres, Nova Iorque e São Francisco, e o poder cultural de algumas
corporações.

Saiba mais

Avent também mostra a existência de uma política de mão de obra excedente: atualmente, o excesso de mão de obra tem gerado
problemas sociais e, quando esses problemas não podem ser resolvidos economicamente, a sociedade acaba demandando uma
solução política. Isso tem se refletido, por exemplo, em movimentos xenófobos e protecionistas que têm aparecido em muitos
países, os quais vêm endurecendo políticas migratórias para impedir que essas pessoas sejam absorvidas pelo mercado de
trabalho.
Como lidar com a chegada dos robôs e da automação?
Um estudo da McKinsey mostra que, se por um lado, mais de 500 milhões de empregos terão suas funções automatizadas até
2039, por outro, com a tecnologia, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, a maior chance de substituição é a de
trabalhos ainda muito manuais, processos de baixa tecnologia e pouco digitais, ao contrário dos profissionais que exerçam
funções e tenham habilidades relacionadas à criatividade, gestão, relacionamento e conexão social.

De qualquer forma, com o grande desenvolvimento da tecnologia e da inteligência artificial, é a primeira vez na história das
revoluções industriais e econômicas que não apenas as atividades manuais, mas também atividades intelectuais começaram a
enfrentar a promessa de automação em larga escala, um dos motivos principais para a revolução digital estar sendo chamada de
nova revolução industrial.

Para Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, professores do MIT e autores do livro The Second Machine Age: Work, Progress, and
Prosperity in a Time of Brilliant Technologies, essa nova revolução se caracteriza, acima de tudo, pelo o que diz o título do livro:
uma nova era de máquinas inteligentes, afetando o mundo do trabalho, o progresso e a prosperidade.

Enquanto muitos autores tendem a ser prioritariamente otimistas quanto ao potencial


imediato da tecnologia em distribuir riqueza e diminuir desigualdades, os autores
mostram que essa nova revolução trará avanços incríveis para a humanidade, mas
que, inicialmente, trará também desemprego e concentração de renda.

Em tempos de mudanças e indefinições, os mais ricos e privilegiados da sociedade, com mais recursos, financeiros sobretudo,
tendem a se adaptar mais rapidamente, enquanto os novos modelos de vida e de produção não se definem totalmente e não são
absorvidos completamente por toda a sociedade.

Mas a história também mostra que, nas mudanças sociais promovidas por revoluções tecnológicas, sempre vêm juntos, de um
lado, as perdas e indefinições e, de outro, os novos caminhos e soluções.

Para as empresas e profissionais, dois caminhos são bem claros:

Abrir-se à presença da automação, não só se adaptando às perdas, mas também observando onde pode surgir uma nova
1 oportunidade de trabalho, um novo tipo de atividade a partir e em conjunto com a atividade automatizada.

Entender e explorar aquilo que (ainda) é insubstituível pelas máquinas, habilidades essencialmente humanas expressas em
várias profissões atuais ou em novas que vão surgindo. Entre essas habilidades, os autores destacam a capacidade de
2 percepção e manipulação, a inteligência social e a criatividade – quanto mais essas habilidades forem necessárias num
trabalho, menos risco de serem automatizadas.
Disponível em epoca.globo.com <https://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2014/03/bprofissoesb-condenadas-desaparecer-e-que-resistirao-novas-tecnologias.html>

Mas da mesma forma que a inteligência artificial pode fazer seu trabalho atual deixar de existir, ela pode te ajudar a encontrar um
novo emprego. Temos bons exemplos da tecnologia auxiliando na questão de empregabilidade, por exemplo, no mercado de
recursos humanos: desde softwares que analisam o perfil do candidato e encontram as vagas ideais para ele, até aplicativos
como o Empreguei, apelidado de Tinder do emprego, onde empresas e candidatos dão match.

(Fonte: Pymetrics)

Exemplo
A Pymetrics, por exemplo, é uma startup que quer decretar o fim do currículo e aposta na neurociência e na inteligência artificial -
o software desenvolvido pela empresa aposta nas funções cognitivas e emocionais dos candidatos para encontrar empregos
ideais para cada um.

Segundo Frida Polli, cofundadora e CEO do Pymetrics, recolhem-se dados comportamentais densos de profissionais bem-
sucedidos em vários papéis e usa-se o machine learning para construir modelos cujos traços separam esses profissionais da
população em geral.

Uma das propostas e promessas mais importantes de programas como esse é neutralizar um problema real que acontece nos
processos de seleção tradicionais - o preconceito, ou em inglês, bias.

Conforme pesquisa apresentada pela Pymetrics, questões de preconceito racial, de gênero, entre outros, são responsáveis por um
índice de 50% a 67% de desvantagem para as minorias durante os processos tradicionais de recrutamento.

Entre outros avanços tecnológicos por trás do mecanismo, estão o combate aos preconceitos no processo humano do
recrutamento e a neutralização do chamado viés do algoritmo, que pode acontecer porque, no processo de machine learning
(aprendizado da máquina), o algoritmo absorve conhecimento e hábitos dos próprios humanos e acaba aprendendo os
preconceitos.

Na construção dos bias-free algorithms, o modelo conta com uma metodologia de


remoção de vieses, bem como um processo de auditoria constante para garantir que o
algoritmo se mantenha sempre sem tendências.
Se empresas de ponta em consultoria de recursos humanos estão combatendo o viés do algoritmo, e se o aprendizado de
máquina acontece com base no pensamento humano - inclusive os preconceitos que ele reforça e reproduz – isso nos leva a
outro ponto importante no perfil do profissional do futuro, agora: tanto numa postura pessoal como no seu reflexo profissional,
cada vez mais se espera que o profissional tenha um respeito absoluto pela diversidade humana e que também busque e ajude a
promover essa diversidade tanto no ambiente de trabalho quanto na sua vida.

 (Fonte: Shutterstock)

Diversidade como ética e como estratégia


A diversidade aparece aqui como um conceito-chave no contexto do futuro do trabalho e da qualificação profissional. Aliás, a
chave é, na verdade, pensar o pessoal antes mesmo do profissional.

É um imperativo da sociedade contemporânea que tenhamos diversidades em nossas vidas, e que isso nos transforme e nos
melhore como pessoas e, consequentemente, como profissionais.

Mas do que se trata, na prática, essa tal de diversidade?


Vivemos numa sociedade que foi construída com base em padrões, hoje reproduzidos de forma inercial, e em muitos casos
inconsciente, que estabeleceram uma seleção arbitrária dos tipos de pessoas, dos lugares e dos papéis que elas devem ou
podem ocupar na sociedade.

No entanto, esses padrões sociais excludentes e homogeneizantes não só são vetores de injustiça social e impedem que a
variedade humana esteja bem representada, participando de fato da sociedade e do mercado, como também prejudicam os
desenvolvimentos pessoais, profissionais e a própria inovação no mercado.

Afinal, da mesma forma que a diversidade garantiu a sobrevivência e evolução da espécie humana, é ela que fornece os
ingredientes para a sobrevivência e a evolução do mercado e de seus profissionais.
Fonte: abrhmg.org.br <//abrhmg.org.br/infografico-sabia-que-a-diversidade-pode-ser-lucrativa/>

Durante muito tempo, o mundo do trabalho, fosse ele o campo, as fábricas ou escritórios, tem sido um mundo impositivamente
masculino. Uma divisão sexual do trabalho arbitrária, não natural nem científica, baseada em realidades sociais ultrapassadas, em
preconceitos e em pressupostos inexistentes de gênero, que empurrou e manteve indivíduos do gênero feminino dentro de casa e
em funções domésticas, privadas, enquanto empurrava para fora, para o mundo, para funções públicas, os indivíduos do gênero
masculino.

Mas essa divisão tem ido além do gênero: poder, acesso a conhecimento e riquezas, ganho financeiro e liderança tem sido não
só um privilégio masculino, mas um privilégio de cor, de classe, de orientação sexual e de identidade de gênero, entre outros.

E essa manutenção forçada, anacrônica e artificial de um padrão exclusivamente elitista, masculino, branco, heterossexual,
cisgênero do mundo, nos lugares de poder e decisão, o que chamamos de normatividade, tem sido prejudicial tanto para a
evolução da sociedade quanto do próprio mundo dos negócios.

Nesse contexto, a demanda do mundo contemporâneo por diversidade no mercado de trabalho significa, primeiramente, esperar e
proporcionar que dele participe e que nele possa estar representada a variedade de indivíduos da sociedade, ao ponto que isso se
naturalize, seja desejado, esperado, seja normal, que diversidade seja a norma.

Foi diante dessa necessidade de medir e provar objetivamente para o mercado algo que a experiência pessoal e profissional já
indicavam que a executiva do Boston Consulting Group – BCG, Rocío Lorenzo 1, especialista em estratégia e gestão de pessoas,
tecnologia, marketing e mídia, decidiu realizar uma pesquisa com mais de cem empresas europeias, líderes em seus mercados.

Nesse estudo, que desenvolveu junto à Universidade de Munique, eram perguntadas basicamente duas coisas: o quão inovadoras
e o quão diversificadas essas empresas eram. E os resultados se mostraram indiscutíveis:

As empresas mais diversificadas eram as mais inovadoras.


1

Não faz muita diferença saber o que vem primeiro, a diversidade ou a inovação, pois é algo que funciona nos dois sentidos.
2

A diversidade impulsiona a inovação, a inovação se alimenta da diversidade e a incentiva.


3

Nossos dados mostram que, para que a diversidade de gênero tenha um impacto sobre a
inovação, você precisa ter mais de 20% de mulheres na liderança. Dividimos a amostra em
três grupos e os resultados são bastante dramáticos. Somente no grupo com mais de 20%
de mulheres na liderança é que você vê um salto claro na receita de inovação para níveis
acima da média. Assim, a experiência e os dados mostram que você precisa de massa
crítica para mover a agulha.

LORENZO, 2017.

A inteligência das massas


Uma outra forma de entender como a diversidade é um fator fundamental no sucesso de uma estratégia pessoal, profissional e
organizacional é entender o conceito da sabedoria das multidões, tema do livro homônimo do jornalista James Surowiecki, de
2005, A sabedoria das multidões: por que muitos são mais inteligentes que alguns e como a inteligência coletiva pode transformar
os negócios, a economia, a sociedade e as nações.

Saiba mais

Na literatura, na filosofia, na política, é comum vermos exemplos de um certo desprezo pela inteligência das massas, por qualquer
tipo de saber ou solução que venha de uma coletividade leiga em comparação a alguma individualidade especializada. No
entanto, a Ciência, a Matemática e a Estatística sempre souberam observar os resultados da inteligência coletiva.

Logo no início do livro, Surowiecki conta um experimento clássico realizado pelo cientista britânico Francis Galton numa feira
agrícola no início dos anos de 1900: era comum nessas feiras os concursos de “adivinhar o peso”, onde o participante apostava
qual seria o peso de um animal de fazenda (vaca, porco, cavalo) ali no curral.

Entre as centenas de pessoas que arriscavam um palpite, havia, de um lado, vários especialistas no assunto (fazendeiros,
pecuaristas, açougueiros) e, de outro, donas de casa, crianças e pessoas que não tinham conhecimento prévio nenhum sobre o
possível peso do animal.

Esperava-se que o palpite que chegaria mais próximo do peso correto seria o de um dos especialistas, mas o cientista fez o
seguinte: reuniu os 787 palpites escritos em papel, somou todos eles e calculou a média dessa soma. O resultado foi de 1197
libras, enquanto o peso real do animal era de... 1198 libras! A média de todas as pessoas que deram o palpite, leigos ou
especialistas, foi mais precisa do que o palpite isolado que chegou mais perto do número correto, feito por um especialista.
Disponível em: jump.eu.com <//jump.eu.com/inclusive-decision-making-increases-performance-diverse-global-companies/>

Segundo Surowiecki, para que a média das soluções propostas por uma multidão seja melhor e mais correta do que a solução
proposta por uma especialista, dependemos dos seguintes fatores:
Clique nos botões para ver as informações.
Diversidade 

Quanto mais diferentes entre si são os indivíduos, melhor em termos de características pessoais, vivências, experiências,
culturas, incluindo aí gênero, raça, etnia, classe social etc. É o contraste das visões e opiniões individuais a partir dessa
diversidade que vai garantir, na média, uma solução coletiva mais inteligente e precisa, mesmo se comparada à solução
apresentada por um especialista ou um grupo deles.

Independência 

A solução individual só tem valor para a soma e a média coletiva enquanto for independente, pois essa independência se
reflete e interfere na diversidade. Já quando a multidão deixa de ser a soma de indivíduos, e de suas visões independentes,
ela passa a formar um agrupamento que tende a se comportar de forma irracional e reativa, a tal massa que habita as
críticas filosóficas e que forma o efeito manada.

Descentralização 

Como é comum nos grupos autogestionados, um grupo produz soluções melhores quando não há um indivíduo
centralizando e controlando os diálogos e dinâmicas de produção.

Agregação 

É a característica de transformar a soma das soluções apresentadas pelo grupo em uma solução coletiva, uma orientação
alinhada pelos integrantes do grupo em comum acordo.

Tamanho do grupo 

Quanto maior o grupo - ainda mais se somados todos os fatores acima - mais confiável será a solução.
Disponível em: epoca.globo.com <https://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2014/03/bprofissoesb-condenadas-desaparecer-e-que-resistirao-novas-tecnologias.html>

Habilidades do profissional do futuro


A diversidade como valor e como vetor no ambiente profissional é muito importante pois ela se conecta com outras capacidades
que se espera do profissional do futuro hoje, especialmente no contexto das indústrias criativas e da economia digital. Vamos
resumir a seguir algumas dessas capacidades, suas características e desafios:
Clique nos botões para ver as informações.
Adaptabilidade 

Cada vez menos teremos empregos tradicionais em termos de contratação, de horários, de local de trabalho, de funções,
responsabilidades e habilidades. Será necessária uma mistura de flexibilidade e resiliência para que você possa viver essa
fluidez e movimento e ainda assim manter seu trabalho consistente.

Deverá ser capaz de se perceber integrante de um time e/ou de uma empresa mesmo que você esteja trabalhando do seu
home office ou em um espaço de coworking. Entender como esse novo mercado atribui valor ao profissional e ao trabalho
executado, como se movem as réguas dos novos equilíbrios entre o bom e o rápido, entre o completo e o atualizado, entre o
profundo, o detalhado e o eficaz.

Tenha uma coisa em mente: quem pode mais, pode menos. Mas quem pode menos, não pode mais. Prepare-se para a gig
economy 2 e para conviver com robôs e inteligência artificial. Visualize esses futuros, esses ambientes, essas atividades. E
se veja trabalhando dessa forma, nesses lugares, com essa mentalidade.

As palavras-chaves aqui são: ubiquidade, cíbrido, mobilidade, cultura universal, mundo sem fronteiras, gig economy.

Empatia 

Quanto mais tecnologia, quanto mais digitais nossos ambientes, mais o que é essencialmente humano se destaca e se torna
necessário. Os conceitos-chaves são conexões e relacionamentos. Daí a importância da diversidade: quanto mais se convive
com o diferente, melhor é a sua capacidade de entendê-lo. E num contexto de modelos de negócios e modos de produção
que envolvem colaboração e compartilhamento, compreender o outro, entender comportamentos e antecipar necessidades
é uma habilidade preciosa, profissionalmente e para a vida.

As palavras-chaves aqui são: inteligência emocional, inteligência social, soft skills, afetos, comunicação inclusiva e não-
violenta.

Aprender sempre 

Não tem nada de novo nisso, mas é bom sempre lembrar: num mundo em que você vai ver e viver mudanças e disrupturas,
deve-se estar em dia com o que está acontecendo, não só em termos de fatos e informações, mas também em termos de
conceitos, pensamentos, teorias e métodos.

E em tempos de internet, saber procurar, garimpar em termos de fatos e saberes, e se tornar um curador e coach de si
mesmo é o grande desafio. Ser curioso e saber onde investir essa curiosidade é um jeito de viver, e o aprendizado contínuo é
uma capacidade que dá sustento a outras como a adaptabilidade, a empatia, etc.

As palavras-chaves aqui são: cidadão interplanetário, pessoa de conteúdo, línguas e idiomas, linguagem humana e de
programação de computador, sistemas simbólicos, pensamento, filosofia.
Criar mudanças 

É uma maneira de dizer que você tem que ser criativo para além do estereótipo da criatividade artística. Você tem que ser
capaz de imaginar e propor algo que mude, que inove e que seja disruptivo. Não apenas um novo produto, mas uma nova
maneira de pensar, ou de fazer as coisas.

Alimente seu cérebro com conhecimento e desafios, exercite a conexão entre coisas aparentemente desconexas, valorize a
cultura do remix, do compartilhamento e da colaboração e lembre-se: há uma diferença entre revolução e disruptura, e você
pode criar condições para que uma, outra, ou ambas aconteçam.

As palavras-chaves aqui são: intrapreneur (funcionário-empreendedor), mudar perspectiva, quebrar paradigma, remix,
colaboração.


Os maiores desafios – e oportunidades – no século XXI são culturais, e não algorítmicos.

MADSBJERG 3, 2017.
Crie para você uma bússola profissional e
comece calibrando-a com ao menos
essas quatro habilidades cardeais e vá
acrescentando outras que conhecer no
caminho!

Algumas você já conhece, nasceu com elas. Outras, vai aprender rapidinho. Umas podem até ser mais difíceis, porém mais cedo
ou mais tarde farão parte de você como se estivessem ali desde sempre.

E se as profissões são do futuro, aproveite o fato de que elas estarem agora em construção, procure acessá-las desde já, ajudar a
construí-las e defini-las enquanto aprende e exerce, participando e construindo o próprio mercado de trabalho do qual você fará
parte.

Enquanto isso, use o gráfico abaixo para antever algumas dessas possibilidades e, quem sabe, descobrir-se trabalhando em algo
que nunca tinha imaginado.

Saiba mais

Veja o PDF “7 Jobs of the future <https://www.cognizant.com/whitepapers/cognizant-jobs-of-the-future-index-codex4271.pdf> ”.


Disponibilizamos a tradução neste link 4.
Atividade
1 - Baseado nas noções sobre diversidade, representatividade e inclusão social no ambiente profissional, o infográfico abaixo
(apesar de se tratar de um material para promover a diversidade no ambiente de trabalho) está sub-representando um ou mais
grupos. Identifique o que está faltando nesse infográfico em termos iconográficos e de dados de pesquisa.

2 - Identifique nas opções a seguir aquela onde todas as características listadas sejam de difícil automação, com pouca ou
nenhuma chance de serem substituídas por uma máquina:

a) Dança, inteligência lógica, cientista de dados.


b) Operador de telemarketing, inteligência social, jornalismo.
c) Criatividade, psicanálise, designer.
d) Dança, operador de telemarketing, psicanálise, designer.
e) Inteligência social, jornalismo, dança, psicanálise.

3 - Considerando o quadro abaixo, correlacione as competências profissionais destacadas – tanto nos cinco temas da coluna
esquerda quanto nos detalhamentos da coluna direita – com as capacidades que se espera do profissional do futuro
apresentadas em aula: adaptabilidade, empatia, sede por aprender e criatividade para a inovação e disruptura.

Disponível em: https://bit.ly/1MkQmOq < https://hbr.org/2016/03/the-most-important-leadership-competencies-according-to-leaders-around-the-world> . Acesso em: 29 mar. 2019.

Notas

Rocío Lorenzo1

Ela conta em sua palestra no TEDx (2018), Como a diversidade faz equipes mais inovadoras, como percebeu que a questão de
diversidade no ambiente de trabalho era tratada como uma pauta de politicamente correto, nunca como uma abordagem de
recursos humanos e muito menos como uma estratégia de negócios.
Gig economy2

A gig economy, também chamada de economia freelancer, sob demanda ou de “bicos”, é o resultado da flexibilização do mercado
de trabalho diante da era digital, que favorece a prestação de trabalhos temporários, além de freelancers e serviços como uber e
airbnb.

Christian Madsbjerg3

Co-fundador da ReD Associates.

7 Trabalhos do Futuro4

Inscrições Abertas!

- Mestre em Edge Computing (Computação de Ponta)

Reportando-se ao CIO (Diretor de Tecnologia), o Mestre em Edge Computing (MoEC) será o profissional responsável por definir o
mapa de IoT – Internet das Coisas -- avaliando cuidadosamente os requerimentos técnicos, analisando viabilidade...

- Especialista em Previsão de Ciber-Calamidades

Monitorar, detectar, prever ameaças cibernéticas e predizer seus impactos serão suas principais tarefas, distinguindo as ameaças
entre aquelas que tem menos probabilidade...

- Arquiteto de Marés

A principal responsabilidade é planejar e executar projetos que se adequem e trabalhem em conjunto com as forças da natureza
em várias cidades do mundo. As prioridades imediatas incluem Osaka, Shangai...

- Conselheiro de Comprometimento Fitness

Estamos contratando milhares de conselheiros de comprometimento fitness para orientar pacientes um-a-um, diariamente, uma
ou duas vezes por semana, à distância, e realizar sessões de aconselhamento que ajude a melhorar o bem-estar dos pacientes...

- Caminhador / Conversador

Você vai passar tempo com os consumidores, seja para conversar, seja para caminhar junto. O candidato ideal tem que ter a
habilidade de escutar, responder e estar aberto a conversar, mais do que querer dominar ou liderar a conversação. A sua principal
responsabilidade como caminhador / conversador será...

- Roteirista de Realidade Aumentada

Nessa função, você vai trabalhar de forma colaborativa com engenheiros talentosos e artistas técnicos para criar os elementos
que permita ao cliente realizar a jornada através da experiência da realidade aumentada, onde tempo e espaço...

Referências
- Técnico de Saúde Assistida por Inteligência Artificial

Sua responsabilidade
AVENT, R. The Wealth será examinar,
of Humans diagnosticar,
– work, power andadministrar
status in ethe
prescrever os tratamentos
21st Century. apropriados
Nova Iorque: St. Martin’spara pacientes,
Press, 2016. auxiliado
por tecnologia de ponta em Inteligência Artificial e por médicos especializados disponíveis por acesso remoto. O candidato ideal
BRYNJOLFSSON,
deverá E. eem
ser excelente McAFEE, A. The
construir Second Machine
relacionamentos Age: e
próximos work, progress,
confiáveis and prosperity in a time of brilliant technologies.
com...
Nova Iorque: W. W. Norton & Company, 2014.

LARSON, E. Inclusive decision making increases performance of diverse global companies. In: Cloverpop. 2017. Disponível em:
https://www-cloverpop-com.cdn.ampproject.org/c/s/www.cloverpop.com/blog/new-research-inclusive-decision-making-
increases-performance-of-diverse-global-companies?hs_amp=true <https://www-cloverpop-
com.cdn.ampproject.org/c/s/www.cloverpop.com/blog/new-research-inclusive-decision-making-increases-performance-of-
diverse-global-companies?hs_amp=true> . Acesso em: 2 abr. 2019.

LOMBARDI, V. Startup usa inteligência artificial para encontrar seu emprego perfeito. In: The Brief, 22 set. 2017. Disponível em:
https://www.thebrief.com.br/startups/119167-startup-usa-inteligencia-artificial-encontrar-emprego-perfeito.htm
<https://www.thebrief.com.br/startups/119167-startup-usa-inteligencia-artificial-encontrar-emprego-perfeito.htm> . Acesso em: 3
abr. 2019.

LORENZO, R. Como a diversidade torna as equipes mais inovadoras. Disponível em:


https://www.ted.com/talks/rocio_lorenzo_want_a_more_innovative_company_hire_more_women
<https://www.ted.com/talks/rocio_lorenzo_want_a_more_innovative_company_hire_more_women> . Acesso em: 2 abr. 2019.

SUROWIECKI, J. A sabedoria das multidões: por que muitos são mais inteligentes que alguns e como a inteligência coletiva pode
transformar os negócios, a economia, a sociedade e as nações. Rio de Janeiro: Record, 2006.

Próxima aula

História das redes sociais;

Conceito de capital social;

Redes sociais ou mídias sociais?

Explore mais

Robôs devem roubar 800 milhões de empregos até 2030


<https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2017/11/robos-podem-roubar-800-milhoes-de-empregos-ate-
2030.html>

As competências mais importantes de liderança, de acordo com líderes no mundo inteiro <https://hbr.org/2016/03/the-
most-important-leadership-competencies-according-to-leaders-around-the-world>

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