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PÚBLICA DO TRABALHO
INTRODUÇÃO
Mas a promessa não é somente para consumidores, mas também para aqueles
indivíduos vulneráveis, ou seja, desempregados ou desqualificados, que podem tomar o
controle de vidas tornando-se “microempresários”.
METODOLOGIA
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Mestre em Sociologia (UFPEL), Especialista em Direito do Consumidor e Direitos Fundamentais (UFRGS),
Especialista em Docência do Ensino Superior (URCAMP), graduado em Direito (URCAMP) e professor na
Graduação de Direito e Coordenador da Pós-Graduação em Direitos Humanos e Políticas Públicas, ambas na
URCAMP. Pesquisador no Grupo de Pesquisas sobre Direitos Humanos e Políticas Públicas para Crianças e
Adolescentes – GEDIHCA. vilmardias@urcamp.edu.br
Baseado em Cea D’Ancona (1998), a metodologia a ser utilizada na pesquisa será
qualitativa método dedutivo. A escolha metodológica é uma decisão sobre os métodos de
análise para entender, no nosso caso, das novas modalidades de trabalho frente as ofensivas
neoliberais e as startups de compartilhamento. Em um primeiro momento, realizar o
levantamento bibliográfico para captar o entendimento da doutrina, mais precisamente dos
autores reconhecidos pela academia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Muitas dessas plataformas digitais (aplicativos) não deixam claras as suas intenções,
pois eles não vendem somente um produto ou um serviço, mas algo a mais, como
preocupações ambientais, preocupações anticonsumistas, de facilitação de compartilhamento
de objetos e outras ideias altruístas.
Mas já diz o ditado popular, “de boa intensão o inferno está cheio”, isso porque a
maioria das empresas tornaram-se grandes corporações, captando do mercado financeiro
bilhões de dólares em investimentos e faturando outros bilhões. O que a economia do
compartilhamento fez somente o dinheiro trocar de mãos, por exemplo das grandes locadoras
de veículos para o UBER, das grandes livrarias para o AMAZON, das grandes redes de hotéis
para o BOOKING (SLEE, 2017).
Ocorre que a grande armadilha não está em trocar o dinheiro de uma mão para outra,
está na generalização de trabalhadores mal pagos, sem qualquer segurança, em todos os
sentidos, propagando uma economia de mercado e desregulando diversas áreas de nossas
vidas, até então protegidos por regramentos estatais. As empresas da economia do
compartilhamento se defendes dizendo que não são responsáveis, pois o seu objetivo é
somente a interação social, ligar as pessoas, entre os iguais, para realização de negócios entre
si.
A economia do compartilhamento chega no embalo das ideias neoliberais que buscam
a desregulamentação para proporcionar ao capital melhores condições de negócio, portanto o
trabalhador brasileiro, mais especificamente, já vem sofrendo desde a década de 1980, essa
ofensiva, que na década de 1990 conseguiu aprovar na legislação trabalhista, outras formas de
contrato de trabalho além do contrato indeterminado.
A onda neoliberal é tão radical nas relações trabalhistas que Oliveira (2009) argumenta
que estaríamos passando por uma virada ontologia, em que o direito do trabalho passaria a
defender os postos de trabalho e perderia o seu principal objetivo da proteção do trabalhador
hipossuficiente. As reflexões de Oliveira (2009) tornam-se realidade evidentes e colocadas na
prática com a aprovação da reforma trabalhista de 2017, que flexibilizou de desregulamentou
vários direitos e preparou um ambiente propício para os negócios, de ideias afim com a
economia do compartilhamento.
O autor vai além em sua reflexão, ele propõe um novo direito do trabalho, baseada em
fundamentos da dignidade humana, para romper com a ideia de empregado e ir além, criar e
implantar direitos que proteja todos, ampliar a atuação da legislação trabalhista para que possa
defender os parasubordinados, trabalhadores avulsos, intermitentes, autônomos e outras
formas de trabalho, preservando-lhes um direito mínimo e assegurando-lhes uma vida digna.
CONCLUSÃO
As Startups atuam nas brechas da lei ou pegam carona nas ideias neoliberais para
desregulamentarem toda a proteção e garantias historicamente conquistadas por meio de lutas
sociais.
Se faz necessário um novo pacto social para construir um novo direito do trabalho,
para que possa abordar as novas realidades de mundo do trabalho, diferente da propagada
“modernização” da última reforma trabalhista, que tinha os objetivos diferentes da ampliação
de direito, de forma que possa dar uma vida digna as diversas formas de trabalho existente.
REFERÊNCIAS
GORZ, André. O imaterial: conhecimento, valor e capital. São Paulo: Annablume, 2005.
SLEE, Tom, Uberização: a nova onda do trabalho precarizado, São Paulo: Editora
Elefante, 2017.