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NOVA ECONOMIA RELAÇÕES TRABALHISTAS, CRIPTOATIVOS, FINTECHS e STARTUPS

DAS RELAÇÕES TRABALHISTAS FRENTE À QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O ser humano cria o trabalho de sua relação com a natureza, através da organização de
formas de obter seus recursos. A história do homem e a história do trabalho são indissociáveis, o
próprio desenvolvimento do homem está ligado ao uso de ferramentas para exploração da natureza.
As ferramentas possibilitaram o aumento da produção, permitindo a apropriação privada do
que antes era coletivo do que antes era coletivo. Nesse momento surge a exploração do homem
pelo homem, como o caso da escravidão, que existiu desde as primeiras civilizações até a história
moderna, o feudalismo na Europa e Ásia.
Para Manuel Alonso Olea, o trabalho escravo era:

"[...]Tal relação jurídica era pura e simplesmente a de domínio; o amo fazia seus o
resultado do trabalho, em face da sua condição de proprietário ou dono do escravo, por
força da qual era o próprio dono quem executava o trabalho. Juridicamente, o escravo se
encontrava relegado à condição de coisa ou semovente, e, no sentido mais radical do
termo, privado do controle sobre sua própria pessoa, incapaz, por certo, de relações
jurídicas de domínio sobre qualquer objeto, inclusive sobre o resultado de seu trabalho"

Ao longo dos séculos foi se operando uma “descoisificação” do homem, iniciando com o
fim da escravidão por dívidas, até a extinção das escravidões por raça, como aconteceu como os
indígenas e negros. Esse movimento foi bastante acentuado pelo humanismo, que retirava Deus
como motivo das principais discussões e inserir o homem.
Ainda dentro do humanismo a racionalidade e a teoria da vontade foram exacerbados, de
maneira que o ser humano passou a ser visto como plenamente capacitado para faze as escolhas do
que seria melhor para sua vida. Nesse momento o liberalismo avança e com ele a noção de
emancipação humana.
Tais ferramentas evoluem e se tornam máquinas nos séculos XVIII e XIX com as
revoluções industriais. A máquina precisa do homem para operá-la, criando-se então a classe dos
operários.
Maior conforto produzido pela fartura de produtos provocada pela maior produção, em
contraposição à piora da qualidade de vida dos trabalhadores que passaram a se amontoar em
centros urbanos e trabalhar longas jornadas para receber muito pouco.
Aumento do poder de negociação e um só dos lados, o empregador, que cada vez mais
explorava a mão-de-obra de seus trabalhadores. Esses passam a se organizar e exigir condições
mínimas para continuar desenvolvendo seus trabalhos – surgimento dos sindicatos.

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A teorização liberal de que cada ser humana poderia escolher o que era melhor para si não
dava conta do desafio imposto pela concentração de poder negocial na mão dos produtores, dando
origem às primeiras legislações trabalhistas e consumeiristas.
Criação de microssistemas do trabalho ao redor do mundo, como uma forma de
regulamentar tais relações, garantindo-se condições de subsistência de desenvolvimentos aos
trabalhadores, sem eliminar o lucro dos empregadores. Foram criados direitos como:
regulamentação da jornada máxima de trabalho, direito a férias, licença maternidade, salário
mínimo.
Da valorização do trabalhador também surge um movimento de melhoria social e o
desenvolvimento do próprio capitalismo, com o aumento do mercado e consumo.
Com as guerras mundiais, acontece a inclusão da mulher no mercado de trabalho, devido a
grande quantidade de perda de vidas masculinas causadas pela guerra.
Nos anos 70, a tecnologia oriunda da segunda revolução industrial, eletromecânica, por ser
muito rígida, se torna inadequada, impulsionando o desenvolvimento da tecnologia
microeletrônica, baseada na criação dos computadores e na globalização.
Com esse movimento temos a descentralização das operações da indústria, em diferentes
estados ou países, o que enfraquece a organização e poder dos sindicados.
Além da descentralização das grandes empresas, tivemos ainda o movimento de criação de
novos modelos de negócio, baseados na tecnologia, muito mais baratos do que as indústrias
tradicionais, as chamadas startups.
Essas startups muitas vezes se apresentam como mediadoras entre prestadores de serviços e
clientes, deixando de fora das relações de emprego milhões de trabalhadores ao redor do mundo.
AIRBNB é maior empresa de hotelaria sem nenhum quarto de sua propriedade, a Uber a
maior empresa de transportes e quase não utiliza veículos próprios. A Amazon utiliza entrega
“terceirizada”

Relação de trabalho x Relação de emprego


Relação de trabalho é gênero para todo vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa física uma
pessoa física se compromete a prestar serviço para outra.
Enquanto a relação de emprego é uma espécie de vínculo de trabalho, qualificada por cinco
elementos fático jurídicos que a qualificam como relação de emprego.
Subordinação
Habilitação ou não eventualidade
Onerosidade

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Pessoalidade: estão
Pessoa Física

Precarização das relações do trabalho: Uberização das relações de trabalho – trabalho da


Unesco. Uber surge como um aplicativo de carona, mas se tornou um serviço de táxi, de onde
muitas pessoas retiram seu sustento.
Fundada por Garrett Camp em 2009, que estava insatisfeito com o trabalho dos taxistas.
Ele desenvolveu o aplicativo e apresentou para pessoas que já faziam serviços particulares de
motorista que foram aderindo ao app exponencialmente.
Nesse contexto a Uber não possuía nenhum carro, nem empregava nenhum motorista,
simplesmente conectando os motoristas aos usuários, seguidos de outras empresas que copiaram
esse modelo como a 99 táxis e a cabify.
Em 2014 eclodem diversos protestos de taxistas contra o aplicativo, reclamando das baixas
taxas cobradas pelos motoristas do aplicativo que não pagavam a licença municipal, nem
precisavam submeter seus carros às caras vistorias que eles eram obrigados. Em algumas cidades a
Uber foi proibida por um período, e em outras tantas, a atividade foi regulamentada e tributada.
Discussões sobre a segurança do aplicativo também foram levantadas após a acusação de
cometimento de um estupro por um motorista indiano em 2015, especialmente diante da falta de
mecanismos de segurança para os passageiros e motoristas que aplicativo apresenta.
Em 2016 São Paulo chegou a proibir os aplicativos e colocar “táxis pretos” em seu lugar,
até que desistiu da mudança.
A maior polêmica no entorno da Uber decorre da ausência da relação empregatícia dos
motoristas com o aplicativo, modelo copiado por vários outros meios de negócio, como a Rapp, o
Ifood e outros.
Como os aplicativos se apresentam como meros intermediadores, não há assinatura de
carteiro de trabalho, recolhimento de INSS, contribuição previdenciária e nem os direitos que os
demais trabalhadores possuem. A alegação de ausência de vínculo empregatício decorre da
ausência da existência de subordinação, tendo em vista que o motorista, pelo menos em teoria,
pode trabalhar nos horários e dias que quiser, desde que siga as regras do aplicativo, outro
questionamento é envolto a falta de habitualidade, considerando que existe uma possível não
eventualidade, já que os motoristas não possuem um horário determinado para o trabalho.
Existe relação trabalhista entre motorista do uber e o aplicativo? FUNÇÃO SOCIAL DA
EMPRESA. Subordinação por algoritmo: aparência de liberdade, que esbarra nas escolhas
impostas pelo algoritmo, mediante a gamificação do aplicativo. Não há ainda a possibilidade de

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que o morador estabeleça o preço – o trabalhador autônomo não tem sequer condições de definir o
preço de seu serviço. Bloqueio de motoristas sem motivação ou por inatividade.
Solução do problema de desemprego em curto prazo e criação de outro problema
(precarização a longo prazo). Vantagens para o motorista: possibilidade de renda e
Como fica o amparo ao motorista quando ele bate o carro, fica doente ou acontece uma
pandemia? O estado pode exigir que a empresa disponibilize álcool em gel ou outros itens de
segurança aos seus usuários?
Em recente decisão de 05 de fevereiro de 2020, a 5 turma do TST reformou a decisão do
TRT de São Paulo, reafirmando a inexistência de vínculo empregatício entre a Uber e os seus
motoristas. Seguem vários processos pelo Brasil discutindo se há ou não relação de emprego entre
o Uber e a empresa.

SUBSTITUIÇÃO DO EMPREGADO POR ROBÔS < https://www.youtube.com/watch?


v=fMWh35uahOk&ab_channel=MeteoroBrasil>

O avanço das tecnologias sobre os postos de trabalho é uma constante desde a revolução
industrial. O movimento “ludista”, que atingiu seu auge entre 1811 e 1812 fora caracterizado pela
destruição de máquinas que era apontadas como as responsáveis pela tomada de postos de trabalho
e responsáveis pela queda de remuneração dos trabalhadores. O aperfeiçoamento das máquinas
causou tanta mudança nas relações de trabalho que grupos se revoltaram.
Os trabalhadores acreditaram que a quebra das máquinas poderia levar ao retorno de sua
antiga condição de vida.
Até a segunda revolução industrial, as máquinas era um complemento ao trabalho humano
– máquina + humano = produção. Contudo, está havendo o desenvolvimento de máquinas e
algoritmos que desenvolvem o trabalho, inclusive intelectual, que era feito por seres humanos
sozinho.
A maior locadora do mundo “Blockbuster’, que empregava milhões de pessoas foi
“engolida” pela Netflix que emprega menos de 5 mil. Milhares de atendentes que era responsáveis
por indicar filmes foram substituídos por algoritmos que o fazem.
Para os autores de “a segunda era das máquinas “Andrew Macfaee e Erik Brynjolfsson, há
um indicativo de que as máquinas estão substituindo os humanos porque até a década de 90,
tínhamos um compasso entre o crescimento dos salários e da produtividade. Desde essa década, os
salários estagnaram e a produção não parou de crescer – SEGUNDO OS AUTORES É CULPA
DA AUTOMAÇÃO.

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A fase de desenvolvimento econômico que fora acompanhada de aumento do poder de
consumo e novos postos de trabalho pode ter se esgotado.
Nos anos 90 as fábricas foram para a ásia por causa da mão de obra barata, hoje assistimos
o retorno das empresas para os EUA por causa da automação – não se precisa mais de humanos
para mão-de-obra barata.
A Amazon substituiu quase todos os seus trabalhadores nos centros de distribuição por
robôs, devido à desmaios causados pelo calor.
Enquanto discutimos entre uber e taxi, são testados carros autônomos que podem substituir
os motoristas.
Os empregos repetitivos, menos criativos e mais precarizados devem ser os primeiros a
serem extintos – telemarketing, contadores, motoristas e mineiros.
Os trabalhos que dependem e interação com as pessoas, como comunicadores e
programadores, dificilmente serão extintos.
Dados do Fórum Econômico mundial População da terra 7 bilhões de pessoas – 3,5 bi
trabalham com vínculos empregatícios – 1 bi estão em profissões que não existiam antes de 2011
(formações que não ensinamos nas escolas e nas universidades) – VIVEMOS NO FUTURO
65% das profissões que existirão em 6 anos ainda não foram criadas
Habilidades: hard e soft skills – importância de matemática (raciocínio lógico e resolução
de questões) > português (argumentações e discussões)
Redução da educação ao vestibular.

COMO O MERCADO JURÍDICO VAI SER AFETADO PELOS SOFTWARES?


A inteligência artificial é uma ameaça aos humanos? Nossos empregos, segurança, saúde e
liberdade estão ameaçados pelas máquinas? Somos uma geração que cresceu assistindo obras de
ficção científica onde máquinas subjugam ou se rebelam a raça humana, desde frankstein da mary
shelly até episódios do black mirror, passando por blade runner matrix, exterminador do futuro, “eu
robô” e tantos outros. Estamos mais acostumados a criar cenários terríveis causados pela tecnologia
do que reconhecer as benesses que ela nos provê.
Ministro Ricardo Lewandoswik discurso de posse 10 de setembro de 2014, naquela época
era 95 milhões de processos para 16.500 juízes, fazia a aposta nos métodos adequados de solução e
conflitos. 3 anos após a vigência do novo CPC que consagrou o sistema multiportas apesar de
avanços, estamos longe de uma solução definitiva. Talvez se o discurso do ministro estivesse sendo
feito agora ele apostasse na inteligência artificial. A oitava turma cível do TJMG julgou 280
processos em “um só click” em 07 de novembro de 2018. Através da ferramenta “radar” foram

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identificados recursos idênticos e os desembargadores preparam seus votos que foram replicados
pela máquina. (distinguish e overrulling)
Lado bom: busca pela razoável duração do processo e redução de erros humanos através do
machine learning. Ou a máquina aprende sozinha, ou alimentamos ela com os dados que queremos.
Alimentando máquina, exemplo do radar do TJMG, temos a capacidade de analisar uma
imensa quantidade de dados de todo o Poder Judiciário, tendo em vista que a maioria dos processos
é público. Podemos criar uma inteligência artificial que decida exatamente como o juiz daquela
vara decidiria, ou utilizar esses dados para fazer análise preditiva (proibição na frança e dano
eficiente). Cuidado com os dados que são inseridos. The Moral Machine MIT – Coleta de dados
massivos (Big data) para tomada de decisões. Dados viciados (noticiado pelo jornal The Verge que
em 2012 a cidade de Nova Orlean utilizou inteligência artificial para alocar suas tropas de
segurança e reduzir a criminalidade. Concentração em bairros negros).
Ou a máquina pode aprender. Relato do Machine Learn: Em 1997 a lenda russa do xadrez
Gary Kasparov foi derrotado pelo Deep Blue, um computador da IBM que foi alimentado com uma
quantidade imensa de jogadas e posições possíveis. Quando os computadores passaram a contar
com redes neurais e serem alimentados tão somente com as regras do jogo e passaram a treinar com
si mesmo nunca mais um humano conseguiu vencer a máquina e o pior, sequer conseguimos
entender seu “raciocínio” durante o jogo. Robo Tay em 2016 foi criado pela Microsoft para
interagir com pessoas no twitter e se tornou nazista após ter sido alvo de sabotagem por usuários do
4chan (como evitar ataques externos? Intervenção Russa nas eleições dos EUA. Ataque
possivelmente dos EUA e Israel contra a usina nuclear Iraniana de Bushehr. Em julho de 2017 o
facebook encerrou seu chatbot que desenvolveu uma linguagem própria após se comunicar consigo
mesmo, eles deveriam negociar e distribuir itens, mas os diálogos ficaram ininteligíveis para
humanos – opacidade das decisões.
Habilidades do presente e do futuro: Comunicação, colaboração, criatividade e pensamento
crítico.

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