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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA


INSTITUTO DOM JOSE DE EDUCAÇÂO E CULTURA - IDJ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO.

ADRIANO ALVES DE OLIMPIO

ALICIA EDUARDA DE LIRA OLIVEIRA

CARLA GERMANA ALVES MARINHO

CICERO ROMÁRIO GOMES DA SILVA

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: ASPECTOS CONCEITUAIS.

CRATO – CE
2017
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ADRIANO ALVES DE OLIMPIO

ALICIA EDUARDA DE LIRA OLIVEIRA

CARLA GERMANA ALVES MARINHO

CICERO ROMÁRIO GOMES DA SILVA

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: ASPECTOS CONCEITUAIS.

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Administração da


Universidade Estadual Vale do Acaraú em parceria com o IDJ de
Educação e cultura como requisito parcial para aprovação na
disciplina de Contrato Individual de Trabalho: Aspectos Conceituais.

Orientador: Luciano E. Amorim, Esp.

CRATO – CE
2017
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................04
2. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: ASPECTOS
CONCEITUAIS ............................................................................. 05
2.1 Classificação quanto à forma
2.2 Classificação quanto à duração
2.3 São elementos essenciais do contrato de trabalho
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 08
4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................... 09
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo apresentar de forma sucinta e objetiva como se dá
um contrato Individual de trabalho abordando seus aspectos conceituais. Porém percebe-se
que em outras épocas não havia essa regulamentação descritiva em forma de Lei para
assegurar o trabalhador dos seus direitos e deveres. É necessário o conhecimento das
primeiras formas de trabalho no Brasil que vai desde a escravidão no período colonial, a
transição do trabalho escravo para o trabalho livre e, finalmente, a nacionalização da força
de trabalho na industrialização. 
O trabalho escravo teve origem a séculos atrás, e ocorreu em diversos lugares,
principalmente entre a África e o Brasil. O que sabemos é apenas a história, mas o que os
escravos viveram jamais poderemos mencionar. Foram condições desprezíveis ao ser
humano, que duraram cerca de 300 anos até a promulgação da Lei Áurea, que "acabou"
com a escravidão no Brasil. Porém o que muitos não sabem, é que até hoje existe o
trabalho escravo, e muitas pessoas que sofrem, vivem de maneira totalmente desumana,
que não possuem escolha...não podem se desvincular do seu "patrão".
Na escravidão há sempre uma pessoa que possui "direitos" de propriedade sobre
outro indivíduo, e essa condição é imposta através da força. A principal ação do
“proprietário” é criar dívidas ao escravo, não possibilitando sua saída. Faz ameaças, pois se
acha no direito de surrar ou praticar qualquer ação contra o empregado, principalmente
quando eles tentam fugir. Os escravos acumulam cada vez mais dívidas, que na verdade
fazem parte de seus direitos e nunca conseguem cobrir. Mas não é só isso, além de não
terem o direito de escolha, possuem elevadas jornadas de serviço, o ambiente de trabalho
possui péssimas condições, assim como o local em que se alojam e a comida que lhes
“oferecem”, ou seja, condições de vida totalmente inadequadas.
Em 1888, foi decretado o fim do trabalho escravocrata no Brasil, gerando assim um
grande problema para os fazendeiros. A alternativa encontrada foi buscar trabalhadores em
outros países, assim, milhares de italianos, suíços, alemães e japoneses vieram trabalhar
nas fazendas de café, principalmente no Estado de São Paulo. Com falta de emprego
provocada pela Revolução Industrial do século XVIII e XIX. Os imigrantes estavam
saindo do seu país de origem foi a solução que eles encontraram buscaram para contornar o
desemprego. Chegando ao Brasil, os imigrantes eram contratados pelo sistema de parceria.
Os fazendeiros custeavam a vinda dos imigrantes, fazendo com que eles já chegassem
endividados. Além disso, os lucros e prejuízos da colheita eram divididos. Porém, como os
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trabalhadores eram controlados, muitas vezes nem podiam sair das fazendas, e o próprio
fazendeiro era quem vendia mercadorias como roupas, alimentos e remédios. Dessa forma,
muitos imigrantes deixaram de vir para o Brasil, escolhendo outras regiões da América,
como a Argentina, para imigrarem. Temendo a escassez de mão de obra, os grandes
fazendeiros mudaram a relação trabalhista e começaram a pagar uma quantia fixa para cada
imigrante que viesse trabalhar nas lavouras, assim o sistema de parceria não fora mais
utilizado.
A partir de 1930, com a industrialização, o Brasil passou a fazer uso da mão de obra
nacional e categorias assalariadas como médicos, engenheiro e arquitetos passou a existir,
no entanto, as cicatrizes ficaram. Ao trabalhador urbano foi feito a CLT, criada por Getúlio
Dornelles Vargas, que decretou a organização da jornada de trabalho, instituiu o Ministério
do Trabalho, criou a Lei de Sindicalização, o salário mínimo em 1940; foram concessões
que criavam a imagem do Estado disciplinando o mercado de trabalho em benefício dos
assalariados. Através dos sindicatos estes trabalhadores sempre tiveram meios de
reivindicar seus direitos. Com essas várias mudanças em relação ao trato dos empregadores
com o empregado, surgiu a necessidade de uma ordem jurídica que expressasse perante a
Lei os interesses de ambas as partes. Assim apoiado pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) surge o Contrato Individual de Trabalho.

2 CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO: ASPECTOS CONCEITUAIS:


Segundo João Florêncio Vieira Ramos “Contrato Individual é o acordo tácito ou
expresso, verbal ou escrito, por prazo determinado ou indeterminado, que corresponde a
uma relação de emprego, que pode ser objeto de livre estipulação dos interessados em tudo
quanto não contravenha as disposições de proteção do trabalho, às convenções coletivas
que lhe seja aplicável e as decisões de autoridades competentes. Caracteriza-se toda vez
que uma pessoa física prestar serviço não eventual a outra pessoa física ou jurídica,
mediante subordinação hierárquica e pagamento de uma contraprestação denominada
salário. (CLT, arts. 442 e 443, caput)”

2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA:


Os contratos de trabalho podem ser ajustados de maneira expressa (escrita) ou tácita
(verbal). Os contratos expressos são aqueles em que o acordo entre empregado e
empregador se dá através de documento escrito em que as condições são estabelecidas e
anotadas em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
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Se durante a vigência de um contrato de trabalho formalmente ajustado ocorrer


alterações, mesmo que essas mudanças sejam anotadas em CTPS e não prejudiquem o
empregado, passam a integrar o contrato de trabalho em função do princípio da primazia
da realidade, que diz que a verdade dos fatos impera sobre qualquer contrato formal, ou
seja, caso haja conflito entre o que está escrito e o que ocorre de fato, prevalece o que
ocorre de fato. Contratos tácitos: são aqueles que são ajustados verbalmente e, não raro,
alterados pela dinâmica de condições em que o trabalho é realizado e que são
“incorporadas” ao contrato de trabalho. Esta espécie de contrato individual de trabalho é,
em regra, marcada pela informalidade e ausência de recolhimentos de encargos fiscais,
previdenciários e acessórios (FGTS, por exemplo) e, consequentemente, notoriamente
prejudiciais ao trabalhador.

2.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À DURAÇÃO


Os contratos de prazo indeterminado são aqueles que o tempo de duração não tem
prazo determinado para acabar. Deriva do P. dá continuidade da relação de emprego, que
diz que a empresa deve ser considerada como um organismo em movimento constante e
contínuo de produção, venda, compra, consumo, investimentos, etc. E do P. da norma mais
favorável, este princípio informa que havendo conflito entre duas ou mais normas
vigentes e aplicáveis à mesma situação jurídica, deve-se preferir aquela mais vantajosa
ao trabalhador.
Nos contratos de prazo determinados é aceito o contrato temporário que é aquele
prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário para atender
à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços, e o contrato de safra que é aquele que tem sua duração
dependente de variações estacionais das atividades agrárias.
Conforme ensinamentos de Alice Monteiro de Barros o contrato de trabalho possui
as seguintes características:
1. Bilateral: pois envolve obrigações tanto do Empregador quanto do empregado,
tendo reciprocidade no conjunto de prestações. (Sinalagmático)
2. Consensual: Pois depende da manifestação de vontade (expressa ou tácita), não
exigindo formalidade ou solenidade para manifestação da vontade. Livre consentimento
entre Empregador e empregado.
3. Comutativo: As prestações são conhecidas desde o início da contratação.
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4. Oneroso: Pela prestação do empregado, corresponde uma remuneração paga pelo


Empregador.
5. Trato sucessivo: É a continuidade no tempo, de forma que não é instantâneo,
ainda que por prazo determinado.
6. Intuito personae: Possui caráter pessoal com relação ao empregado, somente este
empregado pode prestar a prestação de serviços. Para o Empregador não se exige o caráter
da pessoalidade.
7. Informal: Não requer forma, podendo ser verbal ou até mesmo tácito.

2.3 SÃO ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE TRABALHO:


Os elementos essenciais são definidos pelo art. 104 do código civil, onde cita que a
validade do negócio jurídico requer: Agente capaz (ou capacidade das partes); Objeto
lícito, determinado ou determinável; Forma prescrita ou não defesa em lei. (RESENDE,
2012, p. 252). 
Dispõe o art. 4º da Lei 10406/02 que “são relativamente incapazes: os maiores de
dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que,
por deficiência mental tenham o discernimento reduzido, os excepcionais, sem
desenvolvimento mental completo e os pródigos”. (ASSAD, 2003).No direito do trabalho,
o inciso XXXIII do art.7° da Constituição Federal- CF proíbe o trabalho de menores de 16
anos, salvo para a função de aprendiz, a partir dos 14 anos, e para menores de 18 o
trabalho noturno (ilícito, que é contrária à moral e bons costumes), perigoso ou insalubre
(que lhe prejudicam a saúde), tem capacidade civil, o indivíduo que tenha
economia própria, porém para fins trabalhistas, não o torna maior, pois a lei geral civil,
não revoga a lei especial trabalhista. (RESENDE, 2012, p. 252).

Agente capa: Para o contrato de trabalho ser válido é necessário que os envolvidos
- empregado e empregador - possuam capacidade jurídica para contrair obrigações ou
adquirir direitos.
Capacidade – proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz a partir dos quatorze anos;
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
O objeto do contrato de trabalho não pode contrariar a lei, a moral e os bons
costumes. O trabalho prestado pelo empregado deve ser admitido como lícito pelo
ordenamento jurídico.
A prestação será determinável quando no momento do cumprimento ela for
especificada. A possibilidade física não influencia na validade do contrato de trabalho, pois
este só considera-se formado no momento em que se iniciar a prestação de serviço, o que
não ocorreria se houvesse impossibilidade do objeto.
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Consentimento Livre (vontade individual) – vontade das partes em celebrar o


contrato;
Forma – como regra o contrato não tem forma determinada em lei, podendo ser
feito tanto de forma expressa (escrito ou verbal), quando de forma tácita.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Portanto ao analisar sobre o conteúdo em estudo considera-se incontestável a


importância do contrato de trabalho para as partes envolvidas que são os empregadores
(que financiam e arcam com todos os custos da atividade) e os empregados (que dispõem
de suas habilidades e competências para realizar o trabalho proposto) soando assim uma
segurança e proteção de direitos e deveres para ambos.
Para o empregador há um respaldo de tornar notório no funcionário que este está
trabalhando em uma empresa séria que propõem assumir os possíveis riscos que poderá
surgir no decorrer do contrato. Além da segurança que o empregado está plenamente
consciente das suas obrigações e concordou em cumprir com os termos indicados.
Para o empregado o conforto de saber que seus direitos estão assegurados pela Lei,
além de no ato da assinatura saber das suas responsabilidades confiáveis pelo patrão afim
de concordar ou discordar sobre as cláusulas tendo a opção de não assinar o acordo, uma
vez q este assinado entender-se-á a concordância de tudo que estiver exposto.
Sobretudo o contrato de trabalho proporciona um reconhecimento e respeito pela
dignidade humana ao colocar no mesmo patamar patrão e empregado embora com
contextos socioeconômicos diferentes, mas unidos pelo objetivo de crescimento de ambos,
pelo progresso da comunidade e para o bem da nação. Ao está tudo conforme manda as
Leis trabalhistas evita-se assim futuros desconfortos prevalecendo a harmonia e a equidade
dos dois lados.
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4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ASK Education. Disponível


em:<http://www.schwarzkopf-professional.com.br/skp/br/pt/home/educacao/ask/negocio/
0614/importancia-de-um-contrato-de-trabalho.html>. Acessado em: 08 de agosto de 2017.

GUIA TRABALHISTA. Disponível


em:<http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/trab_temporario.htm>. Acessado em: 08 de
agosto de 2017

KERDNA. Trabalho Escravo. Disponível em: <http://trabalho-escravo.info/>. Acessado


em: 08 de agosto de 2017

RAMOS. J. F. V. Guia Trabalhista. Disponível


em:<http://www.guiatrabalhista.com.br/notícias/ctps.htm>. Acessado em: 07 de agosto de
2017

SANTOS. F. B. Alunos Online. Disponível em: <https://www.google.com.br/url?


sa=t&source=web&rct=j&url=http://m.alunosonline.uol.com.br/amp/historia-do-brasil/
imigrantes-no-
brasil.html&ved=0ahUKEwjEtKDu_MfVAhVIVyYKHdZwDqcQFgg0MAI&usg=AFQjC
NFteOSgY-tPWdcUQgsZ1nmeewNXaw&ampcf=1>. Acessado em: 07 de agosto de 2017

WEINSCHENKER. M. S. F. JUSBRASIL. Disponível


em:<https://marinaweinschenker.jusbrasil.com.br/artigos/121816829/o-principio-da-
norma-mais-favoravel-e-o-da-condicao-mais-benefica-relembre>. Acessado em: 07 de
agosto de 2017

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