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DIREITO DO TRABALHO

COLETIVO
PROF. ME. WILTON ANTONIO MACHADO JUNIOR

1
FORMAÇÃO ACADÊMICA
❖Graduação em Gestão Empresarial pela Faculdade de Tecnologia do
Estado de São Paulo (FATEC-SP) - 2012
❖Graduação em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas do
Estado de São Paulo - 2015
❖Especialização em Tecnologias, Formação de Professores e
Sociedade pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) - 2015
❖Especialização em Direito Constitucional pela FACIC-SP - 2017

2
FORMAÇÃO ACADÊMICA
❖Mestrado em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade pela
UNIFEI - 2019
❖Especialização em Direito Previdenciário pela Universidade
Cândido Mendes (UCAM) - 2020
❖Especialização em Direito e Processo do Trabalho pela UCAM –
2021
❖Especialização em Direito Processual Civil pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (em andamento)
3
ATUAÇÃO PROFISSIONAL
❖Sócio na Demetro & Machado Advocacia;
❖Professor da Faculdade de Ciências Humanas do Estado de
São Paulo;
❖Professor da Faculdade Santa Cecília;
❖Membro da Comissão Especial de Direito Previdenciário da
OAB/SP.
❖Membro da Comissão de Direito Previdenciário da OAB
Cruzeiro.
4
CONTATO
❖Facebook: Demetro e Machado Advocacia / Machado
Advocacia
❖Instagram: Demetro e Machado Advocacia / Machado
Advocacia
❖WhatsApp: (12) 98138-6359
❖E-mail: prof.wiltonmachadojr@gmail.com

5
REGRAS
❑Material de apoio
❑Prova
❑Chamada
❑Método de aula
❑Perguntas pessoais

6
EMENTA
I - Extinção do Contrato. Estabilidade. Comissões de Conciliação
Prévia.
II - Noções de Direito Coletivo do Trabalho.
III - Duração do Trabalho. 3.1. Jornada. Prorrogação e compensação.
Horas extras. Incorporação. Sobreaviso. 3.2. Trabalho noturno.
Redução ficta. Adicional noturno.

7
EMENTA
IV - Repouso do trabalhador. 4.1. Intervalo intrajornada. Redução.
Ampliação e supressão. 4.2. Descanso interjornadas. 4.3. Repouso
semanal remunerado. 4.4. Férias. Aquisição. Duração. Concessão.
Remuneração. Adicional de férias. Abono. 4.5. Férias coletivas.
V - Segurança e Medicina do Trabalhador. 5.1. Medidas preventivas.
Equipamentos de proteção individual. Cipa. 5.2. Insalubridade e
periculosidade. Hipóteses legais. Perícia. Remuneração. Adicional. 5.3.
Concomitância. Integração. Eliminação ou neutralização dos agentes
ambientais prejudiciais.
8
EMENTA
VI - Regimes Especiais de Trabalho. 6.1. Menores. 6.2. Mulheres.
Licença maternidade. 6.3. Trabalhadores rurais. 6.4. Bancários. 6.5.
Advogados. 6.6. Estagiários. 6.7. Domésticos.
VII - Flexibilização do Direito do Trabalho.
VIII – Prescrição. 8.1. Conceito. Decadência. Suspensão e interrupção.
Menores. 8.2. Regra geral. 8.3. Regras especiais: reconhecimento da
relação de emprego, FGTS, férias.

9
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
❖DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho.
10. ed. São Paulo: LTR, 2011.
❖MONTEIRO. Alice de Barros. Curso de direito do trabalho. 7.
ed. São Paulo: LTR, 2011.
❖MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2011.

10
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
❖NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria
geral do direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
❖SAAD, Eduardo Gabriel. Consolidação das leis do trabalho comentada. 44. ed.
São Paulo, LTR, 2011.
❖CUNHA, Maria Ines Moura S. A. da. Direito do trabalho. 3.ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
❖CARRION, Valentin. Comentários a consolidação das leis do trabalho. 32. ed.
São Paulo: Saraiva, 2007.
❖SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: Renovar,
2010.

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RELAÇÃO DE TRABALHO X
RELAÇÃO DE EMPREGO

12
RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
❑Pessoa física
❑Pessoalidade
❑Subordinação
❑Onerosidade
❑Não-eventualidade (habitualidade)

❑Art. 3º, CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
13
PESSOA FÍSICA
❑ Excluem-se a pessoa jurídica e a prestação de
serviços por animais.
❑ Qualidade pessoal (eficiência, lealdade,
conhecimentos técnicos, moral);
❑ Não pode ser substituído.

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NÃO EVENTUALIDADE
❑ Não ocasional;
❑ Continuidade da relação de emprego;
❑ Trabalho aos finais de semana;
❑ Art. 1°- LC nº 150/2015 - Ao empregado doméstico,
assim considerado aquele que presta serviços de forma
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade
não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial
destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o
disposto nesta Lei.
15
NÃO EVENTUALIDADE
Art. 443, CLT. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado
tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo
determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho
intermitente.
§ 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual
a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e
de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação
própria.
16
ONEROSIDADE
Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário.
Salário pode ser fixo, variável, por comissão e percentagem
ou mesmo in natura (salário utilidade).

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SUBORDINAÇÃO
❑ Subordinação jurídica: decorre da lei. Assim, quando se
aceita trabalhar para o empregador, consequentemente
aceitará as regras e orientações dadas para que a
prestação de serviços seja realizada nos moldes previstos
pelo empregador.
❑ Alteridade obriga que todos os riscos do empreendimento
sejam suportados exclusivamente pelo empregador.

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RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou
coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais,
as instituições de beneficência, as associações recreativas ou
outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.
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RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
❑Princípio da Primazia da Realidade:

❖ Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos


praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.

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CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO
❑CONTRATO DE DIREITO PRIVADO: em razão das regras
cogentes (obrigatórias), há restrição da autonomia das partes
em modificar as cláusulas contratuais previstas no contrato de
trabalho.
❑BILATERAL (OU SINALAGMÁTICO)
❑CONSENSUAL: não há forma especial, pode ser tácito ou
expressa. Porém, existem contratos que exigem forma especial:
aprendiz, trabalho temporário, trabalho intermitente e contrato
de estágio.
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CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO
❑TRATO SUCESSIVO: Continuidade no tempo.
❑ONEROSO: no contrato de trabalho há necessidade de pagar
contraprestação em virtude dos serviços prestados.
❑COMUTATIVO: as partes (empregado e empregador) conseguem
verificar, no momento da contratação, as vantagens e os sacrifícios
que terão de enfrentar durante a vigência do contrato de trabalho.
❑PERSONALÍSSIMO (ou intuito personae): apenas para o
empregado, não para o empregador.
22
ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO
❑ Aplicação subsidiária do Código Civil.

Art. 104, CC - A validade do negócio jurídico requer:


I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
23
ELEMENTOS DO CONTRATO DE TRABALHO
❑Agente capaz: capacidade relativa ocorre entre os maiores de
16 e menores de 18 anos (atividades insalubres, perigosas e no
horário noturno). A capacidade plena se dá aos 18 anos. Obs.:
incapacidade relativa no contrato de aprendizagem ao maior de
14 e menor de 16 anos.
❑Objeto lícito: somente será válido se a prestação de serviços
não envolver ilícito penal.
❑Forma prescrita e não defesa em lei: escrita, verbal ou tácita.

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ELEMENTOS NATURAIS DO CONTRATO DE TRABALHO

❑São aqueles que decorrem da própria natureza do


contrato e que não necessitam estar expressamente
mencionados no contrato: férias, 13º, jornada de 8
horas diárias e 44 horas semanais, hora extra (50% da
hora normal) etc.

25
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO
❑Regra: contrato por tempo indeterminado (Princípio
da continuidade)

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HIPÓTESES DO CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO
❑Serviços:
❑a) cuja natureza ou transitoriedade justifique a
predeterminação do prazo ou para substituição de
pessoal permanente da empresa.
Ex: datas comemorativas; período de férias, licença
gestante, afastamento por acidentes etc.

27
HIPÓTESES DO CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO
❑b) Atividades empresariais de caráter transitório: a própria
atividade empresarial que é transitória, contratação para
evento específico. Ex: feiras.
❑Prazo (prorrogável) máximo: 2 anos
❑Superior: contrato por prazo indeterminado

28
HIPÓTESES DO CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO
❑c) contrato de experiência: avaliação subjetiva recíproca.
❑Prazo (prorrogável) máximo: 90 dias

❑Art. 451, CLT. O contrato de trabalho por prazo


determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado
mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de
prazo.

29
HIPÓTESES DO CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO
❑Lei Complementar nº 150/2015:
1) contrato de experiência: 90 dias
2) Atendimento de necessidades familiares de natureza
transitória (art. 4º, II)
3) Substituição temporária de empregado doméstico
com contrato de trabalho interrompido (art. 4º, II)

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SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO
❑Durante os afastamentos, ou seja, nas hipóteses de
interrupção e suspensão, o empregador não poderá colocar
fim ao contrato de trabalho.

❑Em ambos os casos, serão assegurados, ao empregado


afastado, as vantagens que, em sua ausência, tenham sido
atribuídas à categoria (art. 471 da CLT).

31
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO
❑Nas hipóteses de interrupção, embora não tenha prestação de
serviços, haverá pagamento de salário e contagem do tempo de serviço.
Ex:
❖2 dias consecutivos: falecimento do cônjuge, pais, avós, filhos, netos,
irmão ou pessoa que viva sob sua dependência.
❖3 dias consecutivos: em virtude de casamento.
❖1 dia a cada doze meses: para doação voluntária de sangue.
❖Afastamento por doença ou acidente nos primeiros 15 dias.
❖Férias.
❖Descanso semanal remunerado.
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SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO
❑Na suspensão do contrato de trabalho não há prestação de serviços
pelo trabalhador. Nesse caso, não ocorre o pagamento de salário e a
contagem do tempo de serviço do empregado. Na suspensão, as
obrigações assumidas, tanto do empregado como do empregador,
ficam paralisadas, mas o vínculo empregatício fica mantido.
❑Hipóteses de suspensão:
❖Mandato sindical;
❖Suspensão disciplinar;
❖Greve.
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DURAÇÃO DO TRABALHO
❑As normas sobre duração do trabalho visam
estabelecer limite temporal ao trabalho executado
pelo empregado em favor do empregador, visando à
proteção da saúde e da integridade física.

34
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Jornada de trabalho é o período de um dia no qual o
empregado permanece à disposição do empregador,
trabalhando ou aguardando ordens (caput, art. 4º, CLT).

35
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Nos termos do § 1º do art. 4º da CLT:

§1º. Computar-se-ão, na contagem de tempo de


serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os
períodos em que o empregado estiver afastado do
trabalho prestando serviço militar e por motivo de
acidente do trabalho.
36
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Nos termos do § 2º do art. 4º da CLT:

§ 2º. Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não


será computado como período extraordinário o que exceder a jornada
normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no §
1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha
própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias
públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou
permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades
particulares, entre outras:
37
DURAÇÃO DO TRABALHO
❖I - práticas religiosas;
❖II - descanso;
❖III - lazer;
❖IV - estudo;
❖V - alimentação;
❖VI - atividades de relacionamento social;
❖VII - higiene pessoal;
❖VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
38
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Exemplo: hipótese de alagamento nas grandes
cidades que impede o deslocamento do empregado
com segurança para sua residência, é possível a sua
permanência na empresa; porém, este período não
será considerado como horas extras.

39
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para
o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de
transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será
computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador (§ 2º, art. 58, CLT).

40
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Jornada padrão de trabalho:
❖A jornada padrão de trabalho é de 08h diárias e 44h
semanais.
❖Exemplo: empregado que trabalha de segunda-feira a sexta-
feira, das 8h às 17h, com 01h de almoço; e, aos sábados das
08h às 12h.

41
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Art. 7º, XII, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho.
❑Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em
qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias,
desde que não seja fixado expressamente outro limite.
42
DURAÇÃO DO TRABALHO

❑A Reforma Trabalhista permitiu que a jornada de trabalho


seja estipulada através de acordo ou convenção coletiva,
desde que respeitado o limite constitucional de 08 diárias e 44
horas semanais, nos termos do art. 611-A, I da CLT.

43
DURAÇÃO DO TRABALHO
Art. 62, CLT. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de
empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo,
os diretores e chefes de departamento ou filial.
III - os empregados em regime de teletrabalho.
44
DURAÇÃO DO TRABALHO
Art. 62, parágrafo único:

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será


aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
artigo, quando o salário do cargo de confiança,
compreendendo a gratificação de função, se houver, for
inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%
(quarenta por cento).
45
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Jornadas especiais de trabalho
❖ A) Caracterização das jornadas especiais: “os módulos
especiais de duração do trabalho existentes dizem respeito, a
maioria das vezes, a certas categorias profissionais que, por
força de circunstâncias particulares de sua atividade
laborativa (mineiros de minas de subsolo), ou por força de
sua capacidade de organização (bancários), alcançaram a
construção de diplomas legais especialmente e elas
dirigidos”(DELGADO, 2019, p. 1076).
46
DURAÇÃO DO TRABALHO
❖B) Jornadas superiores a 08 horas: há um pequeno
grupo de jornadas especiais, criadas por lei, que
extrapolam o padrão diário fixado para o mercado de
trabalho do país. Exemplos: aeronautas; trabalhadores
nos setores de petróleo, petroquímica e indústria de
xisto; eletricitários; ferroviários.

47
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑C) Jornadas inferiores a 08 horas: Jornadas inferiores a
08 horas são as que consistem em lapsos temporais
diários e, consequentemente, semanais, inferiores ao
padrão constitucional. Ex: empregados em frigoríficos e
telefonistas (07h diárias); cabineiros de elevador, artistas,
bancários (06h diárias); jornalistas, radialistas (05h
diárias).
48
DURAÇÃO DO TRABALHO
❖D) Exemplos de jornadas especiais
✓d.1) Turnos ininterruptos de revezamento
✓Conceito: é aquele prestado com alternância de horário
de trabalho, estabelecida a partir de uma escala de
revezamento determinada pelo empregador.
✓Previsão legal (art. 7º, XIV da CF/88): a jornada de
trabalho neste caso é de 06 horas diárias, salvo
negociação coletiva.
49
DURAÇÃO DO TRABALHO
✓d.1) Turnos ininterruptos de revezamento
✓Caracterização da figura jurídica: o turno ininterrupto de
revezamento é o sistema de trabalho que coloca “o empregado,
alternativamente, em cada semana, quinzena, mês ou período
relativamente superior, em contato com as diversas fases do dia
e noite, cobrindo as horas integrantes da composição dia/noite
ou, pelo menos, parte importante das fases diurnas e noturnas”
(Delgado, 2019, p. 1.081).
50
DURAÇÃO DO TRABALHO
✓d.1) Turnos ininterruptos de revezamento

✓ Efeitos jurídicos do art. 7º, XIV, CF/88: caso o trabalhador


labore em efetivo turno ininterrupto de revezamento, mas não
tenha essa circunstância ainda reconhecida por seu
empregador (perfazendo, assim, na verdade, labor diário de 8
horas e 44 horas na semana), que parcela ser-lhe-á devida a
título de incidência da jornada especial de 6 horas?
51
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑OJ-SDI1-275 TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO.
HORISTA. HORAS EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS. Inexistindo
instrumento coletivo fixando jornada diversa, o empregado
horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus
ao pagamento das horas extraordinárias laboradas além da
6ª, bem como ao respectivo adicional.

52
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Negociação coletiva e jornada ampliada:
Súmula 423 do TST: TURNO ININTERRUPTO DE
REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO
MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. Estabelecida
jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio
de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a
turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
53
DURAÇÃO DO TRABALHO
❖D – Exemplos de jornadas especiais
❖d.2) Trabalho em regime de tempo parcial
✓Previsão legal: art. 58-A, CLT.
✓Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração
não exceda a 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas
suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a 26
horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 06 horas
suplementares semanais (caput, art. 58-A, CLT).

54
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Art. 58-A, § 3º, CLT: as horas suplementares à duração do
trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50%
sobre o salário-hora normal.
❑Art. 58-A, § 4º, CLT: o contrato de trabalho em regime de
tempo parcial estabelecido em número inferior a 26 horas
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão
consideradas horas extras, estando também limitadas a 06
horas suplementares semanais.
55
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑d.2) Trabalho em regime de tempo parcial

❑Art. 58-A, § 5º, CLT: as horas suplementares da jornada de


trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a
semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo
ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês
subsequente, caso não sejam compensadas.

56
DURAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
❑Art. 58-A, § 1º, CLT: o salário a ser pago aos empregados sob o
regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em
relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções,
tempo integral.
❑Art. 58-A, § 2º, CLT: para os atuais empregados, a adoção do
regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada
perante a empresa, na forma prevista em instrumento
decorrente de negociação coletiva.
57
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑D – Exemplos de jornadas especiais
Bom, a primeira coisa que você deve saber é que, quando o profissional é contratado para atuar na jornada 12×36, as

❑d.3) Jornada 12x36


doze horas são consideradas como horas da jornada. Digo isso pois, muita gente acredita que após a oitava hora as
demais são caracterizadas como hora extra.

❑Previsão legal: art. 59-A, CLT (Reforma Trabalhista).

58
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é
facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho
de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso,
observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
❑Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso
semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados
compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno(...).

59
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Esta jornada pode ser firmada/ajustada mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho.

❑O intervalo intrajornada pode ser observado ou


indenizado.

60
DURAÇÃO DO TRABALHO
❑Os feriados já são considerados compensados e, portanto,
não implicam a concessão de descanso ao empregado.

❑Com a alteração promovida com a Reforma Trabalhista, as


prorrogações de horário noturno já são consideradas
compensadas.

61
INTERVALOS
❑Intervalo intrajornada
❑Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)
horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito
ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
❑§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
❑§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
62
INTERVALOS
❑§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de
Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos
refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem
sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

63
INTERVALOS
❑§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza
indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da
hora normal de trabalho.

64
INTERVALOS
❑§ 5º O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou
fracionado, e aquele estabelecido no § 1º poderá ser fracionado,
quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e
o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou
acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude
das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente
os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de
operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte
coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos
intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.
65
INTERVALOS
Súmula nº 437 do TST - INTERVALO INTRAJORNADA PARA
REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT.
I- Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento
total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido,
com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração
da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do
cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
66
INTERVALOS
II- É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de
trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública
(art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação
coletiva.

67
INTERVALOS
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º,
da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de
julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo
empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas
salariais.

68
INTERVALOS
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de
trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de
uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para
descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º
da CLT.

69
INTERVALOS
❑Art. 10, LC 150/2015. É facultado às partes, mediante acordo
escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze)
horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de
descanso, observados ou indenizados os intervalos para
repouso e alimentação.

70
INTERVALOS
❑Art. 13, LC 150/2015. É obrigatória a concessão de
intervalo para repouso ou alimentação pelo período de,
no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas,
admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre
empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta)
minutos.

71
INTERVALOS
❑§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o
período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois)
períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1
(uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
❑§ 2º Em caso de modificação do intervalo, na forma do §
1º, é obrigatória a sua anotação no registro diário de
horário, vedada sua prenotação.

72
INTERVALOS
❑Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo
coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:
❑(...)
❑III - intervalo intrajornada, respeitado o limite
mínimo de trinta minutos para jornadas superiores
a seis horas;
73
INTERVALOS
❑Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva
ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão
ou a redução dos seguintes direitos:
❑(...)
❑Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e
intervalos não são consideradas como normas de saúde,
higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste
artigo.
74
INTERVALOS
Súmula nº 118 do TST
JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de
trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição
da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se
acrescidos ao final da jornada.

75
INTERVALOS
Art. 396, CLT. Para amamentar seu filho, inclusive se
advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses
de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de
trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora
cada um.

76
INTERVALOS
§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6
(seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade
competente.
§ 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste
artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a
mulher e o empregador.

77
INTERVALOS
Art. 72 - Nos serviços permanentes de
mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo),
a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho
consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez)
minutos não deduzidos da duração normal de
trabalho.

78
INTERVALOS
Súmula nº 346 do TST - DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT,
equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia
(datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a
intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de
trabalho consecutivo.
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OBRIGADO!!!

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