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DIREITO DO TRABALHO

Profº Esp. Anderson Solimões da Silva


CRA-AM Nº 1-7986
RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
 Relação de trabalho é gênero que
engloba os mais diversos tipos de labor
que podem ser realizados pelo ser
humano.
 Assim, a relação de emprego é uma
modalidade do gênero relação de
trabalho.

ATENÇÃO
A relação de trabalho ocorre quando
algum dos requisitos do
art. 3º da CLT não são preenchidos.
RELAÇÃO DE EMPREGO
Art. 3º, CLT

Considera-se empregado toda pessoa


física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e
mediante salário.”
RELAÇÃO DE EMPREGO
A relação de emprego se configura quando presentes os
elementos fático-jurídicos componentes da relação de
emprego, que são o trabalho prestado por:

Subordinação
 Habitualidade (não -eventualidade);
Onerosidade;
Pessoalidade;
Pessoa física;
RELAÇÃO DE TRABALHO
 Conceito: qualquer vinculo jurídico por meio do qual uma
pessoa natural se compromete a prestar um serviço ou executar
uma obra em favor de outrem (pessoa natural, jurídica ou ente
despersonalizado)

ESPÉCIES:
 Relação de trabalho;
 Trabalho autônomo;
 Trabalho eventual;
 Trabalho avulso;
 Trabalho voluntário;
 Estágio etc;
SUBORDINAÇÃO
 A subordinação é tida como o elemento mais marcante para a configuração
da relação de emprego;
 O empregador tem poder diretivo sobre o trabalho do empregado:
dirigindo, coordenando e fiscalizando a prestação dos serviços
executados pelo trabalhador.
 A doutrina já conferiu à subordinação, ao longo do tempo, as dimensões
técnica, econômica e jurídica.

Ainda quanto à subordinação na Consolidação das Leis do Trabalho é relevante


mencionar seu artigo 6º, alterado em 2011:
 CLT, art. 6º, parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando,
controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
alheio.
HABITUALIDADE
 TAMBÉM CONHECIDA: Não eventualidade/CONTINUIDADE
 Se a pessoa trabalha de modo apenas eventual, teremos uma relação de
trabalho, mas não poderemos enxergá-la como relação de emprego.
CUIDADO COM O Trabalhador eventual
(labor é prestado de forma esporádica).
RESPONDA: Para que se considere a relação permanente, é impositivo
que o trabalho seja prestado todos os dias?
ONEROSIDADE
 Na relação de emprego o trabalhador coloca sua força de trabalho
à disposição do empregador para receber contraprestação salarial.
Deste modo, a relação empregatícia é onerosa.
 A legislação prevê diferentes possibilidades de contraprestação
salarial:
 pagamento em dinheiro, pagamento em utilidades,
parcelas fixas, parcelas variáveis, prazos de pagamento
diário, semanal, mensal.

ATENÇÃO
ANIMUS CONTRAHENDI (intenção das Partes)
PESSOA FÍSICA
 Para que se possa falar em relação de emprego deve haver a prestação de serviço por
pessoa física.
 Assim, se existe prestação de serviço de pessoa jurídica para pessoa jurídica,
não caberá aplicação das normas justrabalhistas.

CASO CONFIGURE A PEJOTIZAÇÃO?


princípio da primazia da realidade pode-se desconstituir tais situações (com utilização de
pessoa jurídica) e reconhecer o vínculo empregatício.
“Obviamente que a realidade concreta pode evidenciar a utilização
simulatória de roupagem de pessoa jurídica para encobrir prestação
efetiva de serviços por uma específica pessoa física, celebrando-se uma
relação jurídica sem a indeterminação de caráter individual que tende a
caracterizar a atuação de qualquer pessoa jurídica. Demonstrado, pelo
exame concreto da situação examinada, que o serviço diz respeito apenas
e to somente a uma pessoa física, surge o primeiro elemento fático-
jurídico da relação empregatícia.”

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13 ed.


São Paulo: LTr, 2013, p. 283.
PESSOALIDADE
 A pessoalidade tem lugar quando o prestador de serviços é
sempre o mesmo, havendo, então, prestação de serviço intuitu
personae.
 A pessoalidade se faz presente quando o prestador de serviços
não pode se fazer substituir por terceiros, o que confere
vínculo com caráter de infungibilidade.

CLT, art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
ALTERIDADE
A alteridade, também chamada de princípio da alteridade, é
um requisito existente nas relações de emprego.
(Nesta linha, não se admite que sejam transferidos ao empregado os
riscos do empreendimento, pois estes devem ser suportados pelo
empregador.)
A alteridade encontra-se presente no seguinte dispositivo da CLT:

CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,


que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria
e dirige a prestação pessoal de serviço.
RELAÇÕES DE TRABALHO LATO SENSU
ESTÁGIO
 O estágio é regulado pela Lei 11.788/08

DEFINIÇÃO: “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido


no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho
produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular
em instituições de educação superior, de educação profissional, de
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e
adultos”.
Segue o trecho mais importante (para fins de PROVA) da lei 11.788/08 :

 Lei 11.788/08, art. 3º O estágio (...) não cria vínculo empregatício de


qualquer natureza, observados os seguintes requisitos:
 I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de
ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
 II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a
instituição de ensino;
 III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de
compromisso.

 Lei 11.788/08, art. 3º, § 2º O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de
qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego
do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação
trabalhista e previdenciária.

No capítulo relativo à fiscalização, novamente a lei remete à consequência do estágio


irregular:
 Lei 11.788/08, art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei
caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos
os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
 Lei 11.788/08, art. 1º, § 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias
da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento
do educando para a vida cidadã e para o trabalho.
Consta também da lei que estágios superiores a 1 ano dão direito, ao estagiário, do
gozo de recesso de 30 dias, nos seguintes termos:
 Lei 11.788/08, art. 13 É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração
igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado
preferencialmente durante suas férias escolares.

 ATENÇÃO: A duração do estágio, na mesma parte concedente, não


poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de
estagiário portador de deficiência.

Além das 3 partes já mencionadas (estagiário,


concedente do estágio e instituição de ensino),
é possível que também participem do estágio
os agentes de integração, que têm
funções auxiliares no processo de
contratação e realização do estágio.
TRABALHADOR AUTÔNOMO
 O trabalhador autônomo labora sem subordinação, e a falta
deste elemento fático-jurídico é que não permite falar-se em
relação empregatícia.
 A expressão “autônomo” representa este fato, no sentido de que o
profissional possui autonomia para exercer suas funções (ou seja, não
está sob o poder de direção de um empregador).
 O contraponto à condição de autônomo seria a subordinação ;
 No trabalho autônomo também não existe, em regra, o
elemento pessoalidade (INFUNGIBLIDADE)

Exemplos de trabalho autônomo:


 Empreitada (de obra, onde o empreiteiro fornece mão de obra e/ou
materiais), regulada pelos artigos 610 a 626 do Código Civil (Lei
10.406/02);
 Representante comercial autônomo, regulada pela Lei 4.886/65;
TRABALHO
EVENTUAL
TRABALHO EVENTUAL
Quando falamos em trabalhador eventual temos que lembrar a
ausência do elemento fático-jurídico não eventualidade. Em
outras palavras, estaremos diante da eventualidade na
prestação dos serviços.

Amauri Mascaro Nascimento5 cita os seguintes exemplos de trabalhador


eventual:
“Há exemplos que podem, de algum modo, facilitar a compreensão do conceito de
trabalhador eventual: o “bóia-fria”, volante rural, que cada dia vai
trabalhar numa fazenda diferente, ganhando por dia, sem se fixar em nenhuma
delas; o “chapa”, que faz carga e descarga de mercadorias de caminhões,
recebendo cada dia de um motorista diferente ou de uma empresa diferente
dentre as muita para as quais, sem fixação, faz esse serviço e a diarista que vai
de vez em quando fazer a limpeza da residência da família.”

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37 ed. São


Paulo: LTr, 2012, p. 178.
COOPERADOS
COOPERADOS
O cooperativismo surgiu para que pessoas que desenvolvem
atividades semelhantes possam ter melhores condições de oferecer
seus produtos e serviços;
 O verdadeiro cooperado é um trabalhador autônomo, pois não é
subordinado à cooperativa.
 CLT, art. 442, parágrafo único6 - Qualquer que seja o ramo de
atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela
e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

ATENÇÃO: A verdadeira relação cooperativista, para se configurar,


deve atender aos princípios da dupla qualidade e da
retribuição pessoal diferenciada.
TRABALHADOR
AVULSO
TRABALHADOR AVULSO
 O trabalhador avulso pode ser enquadrado como uma espécie de trabalhador
autônomo, havendo, é claro, dessemelhanças que justificam seu estudo em tópico
apartado.
 Exemplo de avulso: trabalhadores que realizam carga e descarga de mercadorias em
navios e armazéns de portos.
 Assim como o trabalhador eventual, no caso dos avulsos não temos o elemento
fático-jurídico não eventualidade, visto que o avulso presta serviços a
diversos tomadores em curtos intervalos de tempo. Em outras palavras, no caso dos
avulsos temos a eventualidade na prestação dos serviços.
 Uma diferença marcante na atuação dos avulsos é que estes realizam tarefas para os
tomadores com a intermediação de uma entidade representativa, que é chamada de
Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO):
 MP 595/2012, art. 28. Os operadores portuários, devem constituir, em cada porto organizado,
um órgão de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário (...)
 A MP 595/2012 determina que o OGMO tem as atribuições de administrar o
fornecimento da mão de obra dos avulsos, selecionar, registrar e manter o
cadastro dos avulsos, arrecadar e repassar a eles a remuneração paga
pelos operadores portuários, etc.
TRABALHADOR AVULSO
TRABALHADOR VOLUNTÁRIO
 O trabalho voluntário é regido pela Lei 9.608/98, que dispõe
sobre o serviço voluntário e dá outras providências:
 Lei 9.608/98, art. 1º - Considera-se serviço voluntário, para os fins
desta Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade
pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não
lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos,
recreativos ou de assistência à pessoa.
 Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem
obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.

CUIDADO: nos casos onde o empregador não paga salários, deve-se


analisar o animus contrahendi (intenção do prestador dos
serviços ao firmar a relação de trabalho)
A FIGURA JURÍDICA DO EMPREGADO
 CLT, art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
 CF/88, art. 7º, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos;
Frise-se que neste aspecto a CF/88 não inovou, pois já havia tal previsão em
Constituições anteriores e na CLT:
 CLT, art. 3º, parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à
condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

Também é importante mencionar que, mesmo nos casos em que o empregado


preste serviços em sua residência, isto não obsta o reconhecimento da relação
de emprego. Neste aspecto, a CLT foi alterada em 2011 e atualmente seu
artigo 6º conta com a seguinte redação:

 CLT, art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento


do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde
que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
ALTOS EMPREGADOS
ALTOS EMPREGADOS
 A expressão altos empregados abrange as situações nas
quais o pressuposto da relação de emprego subordinação é
mitigada, tendo em vista as peculiaridades do exercente das
funções de chefia e/ou cargos de elevada fidúcia (confiança).
 CUIDADO: não basta que o gerente (ou equiparados) seja
designado como tal para serem entendidos como alto
funcionário: deve haver poder de gestão e padrão salarial
diferenciado.
FIQUE ATENTO
Importante mencionar os casos em que pessoas são incluídas na
sociedade como sócios e que, na verdade, prestam serviços
com habitualidade, onerosidade, subordinação e pessoalidade.
 CLT, art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
ALTOS EMPREGADOS: função de
confiança do setor bancário
 função de confiança do setor bancário que, quando desempenharem
suas funções com poderes de gestão elevados e distinção remuneratória
também terão alguns direitos trabalhistas mitigados (atenuados).
 CLT, art. 224 - § 2º - As disposições deste artigo [duração do trabalho dos
bancários] não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização,
chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o
valor da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo efetivo.

 No art. 62, II, da CLT se enquadra o gerente geral das agências


bancárias, que deixará de contar com as regras protetivas do
Capítulo [Da Duração do Trabalho] se receber adicional de função não
inferior a 40%. Já no art. 224, §2º, da CLT se enquadram os demais
gerentes (gerente de contas, gerente de relacionamento, etc.).
ALTOS EMPREGADOS
 Além disso, estes empregados que possuem elevadas atribuições
de gestão também estão sujeitos a alteração unilateral de local de
prestação de serviços (pelo empregador, quando houver
comprovada necessidade):
 CLT, art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato (...)
 § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os
empregados que exerçam cargo de confiança (...).
EMPREGADO RURAL
EMPREGADO RURAL
 O empregado rural é enquadrado nesta condição de acordo com seu
empregador ser ou não considerado como empregador rural.

Lei 5.889/73, art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em


propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.

 Elementos fático-jurídicos da relação de emprego (pessoa física,


pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e
subordinação); + 2 ELEMENTOS: a prestação de serviços a
empregador rural e o labor prestado em propriedade rural ou
prédio rústico.
 Quanto ao local de prestação de serviços, propriedade rural é
aquela localizada na área rural, e o prédio rústico pode ser definido
como local onde se exercem atividades agropastoris (e que pode se
localizar na área urbana).
EMPREGADO DOMÉSTICO
 Esta categoria é agora regulada pela LC 150/2015, que revogou
a Lei 5.859/72.
 Conforme a citada Lei, é considerado empregado doméstico
aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade
não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito
residencial destas.
 Enquanto no vínculo empregatício urbano e rural falamos em
não eventualidade, aqui tem lugar a continuidade.
 A nova Lei definiu que será considerado doméstico aquele que
trabalhar mais de dois dias por semana à mesma pessoa
ou família, encerrando a divergência que havia a respeito.
 No trabalho doméstico o serviço é prestado com finalidade
não lucrativa (a pessoa ou família).
EMPREGADO DOMÉSTICO
EXEMPLOS ESPECIAIS
 Caseiro da chácara (ambiente urbano ou rural);
 Doméstica que lava louça de patrão vendedor de quentinha;

 Em relação ao empregador doméstico, percebam que este é


pessoa física ou família: é inadmissível em nosso
ordenamento empregador doméstico pessoa
jurídica.
 CUIDADO: República Estudantil pode tomar trabalho
doméstico.
EMPREGADO DOMÉSTICO
BENEFICIOS PARA O DOMÉSTICO
SIMPLES DOMÉSTICO
Todos os tributos e o FGTS relacionados à folha de pagamento do empregador
doméstico deverão ser recolhidos em apenas uma guia, de acordo com a Lei
Complementar nº 150/2015 (institui o Simples Doméstico).
As seguintes responsabilidades serão recolhidas no Documento de
Arrecadação do eSocial - DAE, gerado pelo Módulo Doméstico do
eSocial:

Valores de responsabilidade do empregador:


 8,0% de contribuição patronal previdenciária;
 0,8% de seguro contra acidentes do trabalho (GILRAT);
 8,0% de FGTS;
 3,2% de indenização compensatória (Multa FGTS).

Valores retidos do salário do trabalhador:


 8,0% a 11,0% de contribuição previdenciária;
 Imposto sobre a Renda Pessoa Física, se incidente.
https://login.esocial.gov.br/login.aspx
No site, também será possível fazer e imprimir a folha de ponto, gerar aviso de férias,
gerar um recibo de pagamento, fazer o controle de horas extras, fazer o
cadastro dos dependentes, calcular adicional noturno ou salário família e
elaborar um quadro de horário de trabalho.
APRENDIZ
APRENDIZ
 Aprendiz é o maior de 14 e menor de 24 anos que celebra contrato de
aprendizagem (a idade máxima não se aplica a aprendizes portadores de
deficiência).
 Conforme artigo 428 da CLT, contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho
especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o
empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos inscrito
em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível
com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com
zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.
 O Decreto 5.598/05 define formação técnico-profissional metódica como
programas de aprendizagem organizados e desenvolvidos sob a orientação e
responsabilidade de entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica,
que são os Serviços Nacionais de Aprendizagem (chamados de Sistema “S”: SENAC,
SENAI, SENAT, etc.), escolas técnicas de educação, inclusive as agrotécnicas e
entidades sem fins lucrativos com este objeto.
APRENDIZ
Como o aprendiz é empregado, deve-se anotar esta condição em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS):
 CLT, art. 428, § 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o
ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob
orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional
metódica.
 Decreto 5.598/05, art. 5º O descumprimento das disposições legais e
regulamentares importará a nulidade do contrato de
aprendizagem, nos termos do art. 9º da CLT, estabelecendo-se o vínculo
empregatício diretamente com o empregador responsável pelo cumprimento
da cota de aprendizagem.
APRENDIZ
 CLT, art. 428, § 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser
estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de
aprendiz portador de deficiência.

Acerca da obrigatoriedade de contratar aprendizes precisamos


comentar os seguintes dispositivos:

 Decreto 5.598/05, art. 9º Os estabelecimentos de qualquer natureza


são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais
de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento,
no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores
existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação
profissional.
TRABALHADOR TEMPORÁRIO
 O trabalhador temporário é aquele que possui vínculo de emprego com empresa de
trabalho temporário, e presta serviços para outra empresa – a tomadora de serviços.
 O trabalho temporário é regido pela Lei 6.019/74, de onde podemos
extrair o conceito de trabalho temporário:
 Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa,
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à
acréscimo extraordinário de serviços.

É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário:


 Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou
jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas,
temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos.
 O trabalho temporário, assim, se destina a permitir que a empresa de trabalho
temporário forneça seus empregados a outras empresas, sendo relação excepcional
que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 2º da Lei 6.019/74.
 Como a empresa de trabalho temporário não é contratada para realizar serviços, mas
sim intermediar mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da
empresa prestadora será alocado na dinâmica industrial da tomadora, ou seja,
realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora.
TRABALHADOR TEMPORÁRIO
 Lei 6.019/74, art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporário e
a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não
poderá exceder de três meses, salvo autorização conferida pelo
órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, segundo instruções
a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mão-de-Obra.
 Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que
originalmente era empregado da empresa de trabalho temporário)
isto deve ser permitido, não sendo admitida cláusula de reserva:
 Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer
cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela
empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à
sua disposição pela empresa de trabalho temporário.

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