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FALÊNCIA E

RECUPERAÇÃO JUDICIAL
PROF. M.Sc. FRANCISCO KENEDY QUINDERÉ AQUINO

Imperatriz
2023
DIREITO EMPRESARIAL IV
Falências e
Recuperação
Judicial e
Extrajudicial
FALÊNCIA
Institutos Falimentares: Falência e Recuperação de Empresas.
⚫ Lei nº 11.101 de 10 de fevereiro de 2005.
■ RECUPERAÇÃO JUDICIAL e RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL.
■ FALÊNCIA.

OBJETIVOS DA LEI
■ Reestruturar, Sanear e Salvar empresário e Sociedade Empresária,
economicamente viáveis.
■ Manter fonte produtora, manter empregos, manter atividade econômica e
preservar interesses dos credores. Princípio da Continuidade da
Atividade Econômica.

PRINCÍPIOS
1) viabilidade da empresa em crise;.
II) Prevalência do interesse dos credores.
III) Publicidade procedimental.
IV) Par conditio creditorum: satisfação do crédito proporcionalmente
V) conservação e maximização dos ativos do devedor.
VI) conservação da atividade empresarial viável.
FALÊNCIA
Atos Suspeitos – CRISE NA EMPRESA
•São Atitudes Suspeitas do Empresário que
evidenciam:
• Crise Econômica: retração no comércio ou
queda no faturamento. Verificar se generalizada
ou por atraso tecnológico por exemplo.
• Crise Financeira: impontualidade nos
pagamentos, crise de liquidez (as vendas podem
estar normais, mas empréstimos, etc.)
• Crise Patrimonial: insolvência, insuficiência
dos bens ativos para cobrir o passivo.
FALÊNCIA: LEGITIMIDADE ATIVA
QUEM PODE PEDIR A FALÊNCIA? (Art. 97).

⚫ Próprio empresário (autofalência).


⚫ Sócio ou acionista.
⚫ Qualquer credor empresário ou interessado. Se
empresário, é necessário estar devidamente
registrado.

OBS: A sociedade em comum pode pedir


autofalência: art. 105, IV.

⚫ Empresário Individual: Pode pedir falência cônjuge,


herdeiro e inventariante.
⚫Credor não residente no país, desde que preste
caução. (art. 101).
FALÊNCIA: LEGITIMIDADE PASSIVA
QUEM PODE SOFRER FALÊNCIA? (Art. 1º).
⚫ O empresário ou sociedade empresária.

⚫ Estão Excluídos:
-Empresa pública e sociedade de economia mista.

⚫ Estão Parcialmente Excluídos:


- Instituição financeira pública ou privada,
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de
plano de saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas a estas (Lei 6.024/1974).
FALÊNCIA: EFEITOS
EM RELAÇÃO AOS CREDORES:
1. Formação da massa falida subjetiva (saber quem são os
credores).
2. Suspensão das ações individuais dos credores contra o falido.
3. Vencimento antecipado dos créditos.
4. Suspensão da fluência de juros contra a massa falida.
5. Suspensão do curso da prescrição das obrigações do falido.

EM RELAÇÃO AO DEVEDOR (ART. 102):


⚫ O devedor fica inabilitado para exercer qualquer
atividade empresarial a partir da sentença que decretar a
falência.
⚫ Nomeação do Administrador Judicial.
⚫ Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência.
FALÊNCIA: Hipóteses para o
devedor após a citação:
1. Efetuar o depósito.
2. Apresentar contestação. Art. 98, LF.
3. Contestar e depositar.
4. Não contestar, não depositar.
5. Art. 95: dentro do prazo de contestação, pleitear
sua recuperação judicial.
FASES DO PROCESSO DE FALÊNCIA
▪ Pré-falimentar (Pedido até sentença declaratória).
▪ Falimentar (Sentença declaratória até Sentença de
encerramento).
▪ Fase de reabilitação.
FALÊNCIA: TERMO LEGAL
É o lapso temporal, chamado por muitos de período
suspeito que antecede a falência.
Os atos praticados durante esse período suspeito
serão apurados, investigados.
Termo inicial da contagem dos 90 dias:
a) Da data do pedido da falência, art. 94, II e III.
b) No caso de protesto, então se conta da data do
primeiro protesto.
c) Do pedido de recuperação judicial.

Os atos praticados no “período suspeito” podem ser


ineficazes (art. 129) e revogáveis (art. 130).
FALÊNCIA: ARRECADAÇÃO,
LIQUIDAÇÃO E VENDA DOS BENS
⚫ Após a decretação da Falência há a
arrecadação dos bens da massa falida.
Quem faz? O Administrador Judicial.

⚫ Liquidação da Sociedade nos termos legais.

⚫ Venda dos Bens: Estabelecimento Principal,


Filiais e Bens separadamente.

⚫ Pagamento dos Credores: Habilitação.


FALÊNCIA: Habilitação de
Credores e Verificação dos créditos
⚫ A sentença tem que ser publicada.
◦ No edital constará a sentença declaratória.
◦ Reelação de credores e após esta publicação, diz o art.
7º, § 1º, que 15 dias após essa publicação os credores
deverão habilitar seus créditos.

⚫ A habilitação dos créditos não é apresentada ao


Juiz, mas ao administrador judicial, nomeado pelo
mesmo.

⚫ Administrador verifica os créditos: livros contábeis;


Documentos comerciais e fiscais; Documentos
apresentados pelo credor. Pode ter auxílio?
Profissionais ou empresas especializadas.
FALÊNCIA: Habilitação de
Credores e Verificação dos créditos
Tanto na Falência quanto na Recuperação os Credores
terão 15 dias para:
⚫ I – habilitar seu crédito perante o administrador;
⚫ II – divergir quanto aos créditos relacionados.
⚫ Com base nos documentos apresentados (tanto dos
créditos quanto das divergências), o administrador
publicará um novo edital.
⚫ Este novo edital conterá a relação de todos os
credores e indicará qual dia, horário e o prazo que os
credores terão para verificar se os créditos estão
corretos.
⚫ Quadro Geral de Credores.
FALÊNCIA: Pagamentos dos
Credores e Encerramento
O Pagamento dos Credores segue uma ordem:
▪ Créditos Extraconcursais:
-Honorários do Administrador Judicial
- Acidente de Trabalho depois da falência.
▪ Créditos Concursais:
-Créditos Trabalhistas/Derivados de Acidente de Trabalho.
-Garantias Reais e depois Tributários.
- Privilégio Especial (Art. 964, CC) e depois de Privilégio Geral.
- Créditos Quirografários e depois Créditos Subordinados.
▪ Rateio entre os Sócios.

SENTENÇA DE ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA.


RECUPERAÇÃO JUDICIAL
⚫ É a substituta da concordata.

⚫ É um plano de viabilidade
econômico-financeira que a empresa
elabora para apresentar aos seus credores.

⚫ Art. 47, LF: objetivos da recuperação


judicial: recuperação da empresa,
manutenção dos empregos, manutenção da
fonte produtora, estímulo a atividade
econômica.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1. Recuperação Judicial
2. Recuperação Extrajudicial.

Legitimidade ativa
⚫ Devedor (empresário ou sociedade
empresária).
⚫ Cônjuge sobrevivente.
⚫ Herdeiro.
⚫ Inventariante.
Recuperação Judicial: Requisitos
subjetivos (art. 48) para o pedido de
recuperação judicial
⚫ Exercer as atividades há mais de 2 anos
⚫ Não ser falido e se o for somente após sua
reabilitação.
⚫ Não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de
recuperação judicial.
⚫ No caso de recuperação judicial especial o prazo
será de 8 anos.
⚫ Não ter sido condenado ou não ter como
administrador ou sócio controlador pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos na
Lei falimentar.
Recuperação Judicial: Créditos sujeitos
à recuperação judicial
⚫ Art. 49 – todos os créditos até a data
do pedido, ainda que não vencidos.

Créditos excluídos da
recuperação judicial
⚫ Todos os créditos posteriores à data do pedido
⚫ Créditos tributários (art. 6º, § 7º)
⚫ Credor de alienação fiduciária, leasing, compra e venda de
imóvel e cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade,
contrato de venda com reserva de domínio e
adiantamento de contrato de câmbio (art. 49, §3º)
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
⚫ Art. 53 – o devedor apresenta plano de recuperação.
O prazo é de 60 dias, improrrogável.

⚫ Meios de recuperação:
⚫ Concessão de prazos e condições especiais para
pagamento
⚫ Cessão, incorporação, fusão ou transformação de
sociedade
⚫ Art. 7º, § 1º: qualquer credor tem o prazo de 15 dias
contados da publicação do edital para apresentar
habilitação dos créditos ao administrador judicial.
⚫§ 2º – o administrador judicial, em 45 dias deverá
apresentar nova relação de credores.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
⚫ Art. 55 – qualquer credor poderá manifestar sua
objeção ao plano de recuperação (no prazo de 30
dias contados da publicação da relação de
credores).

⚫ Art. 56 – havendo objeção de qualquer credor o


juiz convocará Assembleia Geral de credores para
deliberar sobre o plano de recuperação.

⚫ A data da Assembleia Geral não excederá 150 dias


contados do deferimento do processamento da
recuperação judicial.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Composição
da Assembleia Geral (art. 41):
⚫ Credores trabalhistas/acidente de trabalho
⚫ Créditos com garantia real.
⚫ Demais credores
⚫ Exceção crédito tributário.
OBS: Quem preside a Assembleia é o Administrador judicial.

⚫Convolação em falência. Art. 73:


1. Deliberação da assembléia geral de credores
2. Não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação
3. Quando rejeitado o plano de recuperação (art. 56, § 4º)
4. Descumprimento de obrigação assumida no plano de
recuperação.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL
⚫ Somente pode pedir microempresa e empresa de
pequeno porte. Para crédito quirografário (art. 71, I).

RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
▪ Realizada pelo próprio devedor: são acordos privados
que o devedor faz diretamente com seus credores de
forma extrajudicial.
⚫ REQUISITOS:
⚫ Art. 161. Só pode pedir o agente que estiver há mais de 2 anos na
atividade.
⚫ § 3º. O devedor não poderá requerer a homologação de plano
extrajudicial se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se
houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de
recuperação extrajudicial há menos de 2 anos.
⚫ O descumprimento da recuperação extrajudicial não se
convola em falência.
Recuperação Extrajudicial
⚫Créditos tributários e créditos trabalhistas e de acidente de
trabalho estão fora do pedido de recuperação extrajudicial
(art. 161, § 1º, art. 49, § 3º).

1. Homologação facultativa – art. 162: ocorre quando todos os


credores assinarem o plano.
2. Alguns credores não concordam com o plano – homologação
obrigatória, compulsória ou impositiva – art. 163. Haverá
homologação que obriga todos os credores abrangidos no
plano, desde que esse plano seja assinado por credores que
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie
por ele abrangidos.

⚫ Da sentença de homologação cabe recurso de apelação (art.


164, § 7º), sem efeito suspensivo.
REFERÊNCIAS
1. CERVEIRA FILHO, Mário. Shopping Centers - Direitos
dos Lojistas. São Paulo: Saraiva, 2008.

2. COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial:


direito de empresa. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

3. FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de direito comercial. 11


ed. São Paulo: Atlas, 2010.

4. NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de


Empresa. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

5. REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 28. ed.


rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2011.

6. VIEIRA, Marcos Antônio. Propriedade Industrial - Marcas.


Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2006. 24

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