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Legislação

empresarial
aplicada

Direito e Legislação Empresarial

Prof. Ms. Patricia Graziela Gonçalves


• Unidade de Ensino: 01
• Competência da Unidade: Ser capaz de compreender as principais normas jurídicas
do Direito Empresarial.
• Resumo: Vamos estudar a teoria geral da empresa, a teoria geral do direito
societário, a recuperação judicial, falência e os títulos de crédito.
• Palavras-chave: direito societário; recuperação judicial; falência, títulos de crédito
• Título da Teleaula: Direito e Legislação Empresarial
• Teleaula nº: 02
Contextualização

• Todos aqueles que realizam atividade econômica


podem ser classificados como empresários?
• Qual a diferença entre o empresário individual e a
sociedade empresária?
• O que são títulos de créditos?
• Qual a diferença entre o processo de falência e a
recuperação judicial do empresário?
Conceitos

1. Teoria Geral da Empresa


Fonte: MAGALHÃES,
Giovani. Direito
Empresarial Facilitado.
Rio de Janeiro: Forense,
2020.
Empresário
CC. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou
de serviços.
• Requisitos ou exigências:
a) Profissionalidade do exercício da atividade;
b) Exercício de atividade econômica (lucro);
c) Organização da atividade;
d) Finalidade de produção ou troca de bens e serviços.
Não é empresário
CC. Art. 966. (...)
Parágrafo único. Não se considera empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa.
Quem pode ser empresário
• Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário Atenção ao
os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil art. 974 do
e não forem legalmente impedidos. Código Civil!

Capacidade civil
+
Ausência de impedimentos
Impedidos de serem empresários
• Servidores públicos federais (art. 117, X, Lei 8.112/90);
• Magistrados (art. 36, I, LC 35/79)
• Membros do MP (art. 44, III, Lei 8.635/93);
• Militares (Art. 29, Lei 6.880/80), etc.

CC. Art. 973. A pessoa legalmente impedida de


exercer atividade própria de empresário, se a exercer,
responderá pelas obrigações contraídas.
Modalidades empresariais

Empresário Individual

Sociedade empresária

Sociedade Limitada Unipessoal


Empresário individual
• É aquele que opta por desenvolver sua atividade
econômica isolado, sem a participação de sócios.
• É a pessoa física titular de uma atividade
empresarial.
• Não possui direito à limitação de responsabilidade e
separação patrimonial.
• Não existe desconsideração da personalidade
jurídica.
Sociedade empresária
• É um contrato para constituir uma relação jurídica de direito
empresarial por pessoas (físicas e/ou jurídicas), denominadas de sócios.
Sociedade Limitada Unipessoal (SLU)
Criada pela MP
• Não precisa de sócio para ser aberta;
881/2019,
• Não exige Capital Social mínimo, reduzindo, assim,
convertida na
os custos com investimento inicial;
Lei 13.874/2019.
• Separa o patrimônio pessoal do empreendedor do
patrimônio da empresa.
Vamos praticar ?

O que aconteceu com a EIRELI?


• A Lei nº 14.195, de 26 de agosto de 2021, que
determinou o fim da EIRELI.
• As empresas registradas como EIRELI foram
automaticamente transformadas em Sociedade
Limitada Unipessoal, pois o artigo 41 da Lei nº
14.195 estabelecia que a transformação iria
ocorrer independentemente de qualquer ação do
empresário. Da mesma forma, não houve a
necessidade de se fazer alteração contratual.
Conceitos

2. Teoria Geral do Direito


Societário
O que é uma sociedade?
Sociedade é uma
pessoa jurídica de
direito privado,
conceituada no art.
981 do Código Civil
Sociedade empresária
• É um contrato para constituir uma relação jurídica de direito
empresarial por pessoas (físicas ou jurídicas), denominadas de sócios.

• Princípios:

Separação patrimonial

Limitação da responsabilidade
Elementos
 Gerais:
• Existência de consenso;
• Objeto lícito;
• Forma prescrita ou não defesa em lei.
 Específicos:
• Contribuição para o capital social;
• Participação nos lucros e nas perdas;
• Affectio societatis;
• Pluralidade de partes.
Personalidade jurídica

• A personalidade jurídica é a aptidão genérica para


adquirir direitos e contrair obrigações.
• A aquisição da personalidade jurídica pela
sociedade empresária ocorre com a inscrição do
ato constitutivo (contrato social ou estatuto social)
no órgão competente.
Efeitos da personalidade jurídica
a) É capaz para o exercício de direitos e para contrair
obrigações;
b) Pode figurar no polo ativo ou passivo de uma
PGG1
relação jurídica;
c) Tem nome próprio;
d) Tem domicílio próprio, denominado sede social,
distinto do domicílio dos sócios;
e) Tem patrimônio próprio, distinto e inconfundível
com o patrimônio particular dos seus sócios;
Slide 21

PGG1 , salvo aquelas privativas de pessoas naturais ou aquelas em que haja proibição legal;
Patrícia Graziela Gonçalves; 22/08/2022
Classificação quanto à personificação
Formas de constituição
• Existem duas formas para a constituição de uma
sociedade empresária: o contrato social ou o
estatuto social.
• Regras – estatuto social: Lei nº 6.404/76 –
sociedades por ações, cooperativas e entidades
sem fins lucrativos;
• Regras – contrato social: Código Civil – demais
sociedades.
Sociedade limitada
• Regulamento: CC, arts. 1.052-1.087.
• Formada por 01 (uma)* ou mais pessoas, com
responsabilidade limitada ao capital social, que deve
estar integralizado. * Lei 13.874/2019.
• É uma sociedade contratual.
• Contrato social: cláusulas essenciais e facultativas.
• Cada sócio tem um número de quotas proporcional
ao capital social que integralizou.
Sociedade anônima
• Regulamento: CC, art. 1088 e 1089; e Lei n.
6.404/76.
• É uma sociedade de capital – sempre empresária.
• Regida por estatuto social.
• É dividida em ações, que podem ser transmitidas
com mais facilidade, pois não dependem de
alteração do contrato social.
Vamos praticar ?

Quais são os atos de registro da junta


comercial?
• Matrícula: é o ato de registro dos leiloeiros,
intérpretes, tradutores, trapicheiros e
administrador de armazéns-gerais.
• Arquivamento: atos constitutivos da sociedade
empresária e do empresário individual
(constituição, alteração e dissolução).
• Autenticação: escrituração de livros comerciais
(Diário, por ex.)
Conceitos

3. Recuperação judicial e falência


Lei nº 11.101/2005
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária.

Lei nº 14.112/2020
Altera as Leis n os 11.101, de 9 de fevereiro de 2005,
10.522, de 19 de julho de 2002, e 8.929, de 22 de
agosto de 1994, para atualizar a legislação referente à
recuperação judicial, à recuperação extrajudicial e à
falência do empresário e da sociedade empresária.
Recuperação judicial
A RECUPERAÇÃO JUDICIAL tem por objetivo viabilizar a
superação da situação de crise econômico-financeira
do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte ALTERNATIVA MAIS
BENÉFICA AO EMPRESÁRIO
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a
preservação da empresa, sua função social e o
estímulo à atividade econômica (Art. 47 da Lei nº
11.101/2005)
Requisitos
• Exercer as atividades há mais de 02 anos;
• Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por
sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí
decorrentes;
• Não ter sofrido processo de recuperação judicial, pelo
menos, nos últimos 05 anos;
• Não ter, há menos de 08 anos, obtido concessão de
recuperação judicial com base no plano especial (ME e EPP);
• O sócio controlador ou administrador não ter sido
condenado por nenhum crime falimentar.
Processo judicial
• Todos os créditos existentes na data do pedido estarão
sujeitos ao processo de recuperação, ainda que não
vencidos (irão integrar o plano de recuperação).
• Apresentada a petição inicial de recuperação, se deferida
pelo juiz, será nomeado um administrador judicial, e todas
as ações judiciais contra o devedor ficarão suspensas
durante 180 dias (prorrogável por mais 180 d).
• O devedor terá o prazo de 60 dias para apresentar o plano
de recuperação, sob pena de convolação em falência.
Falência
• A FALÊNCIA de um empresário/sociedade empresária será decretada
judicialmente.
• Implica o afastamento do devedor de suas atividades e visa preservar e
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos.

• Consequência prática: liquidação do PASSIVO da


empresa, pela venda dos ATIVOS, até o limite do que se
faça possível (visto que muitas vezes o valor das dívidas
é superior ao do patrimônio remanescente). Também
há o vencimento antecipado de das dívidas.
Legitimados
Quem pode requerer a falência? (art. 97 da Lei 11.101/2005):
• Próprio devedor, na forma dos arts. 105 a 107;
• Cônjuge sobrevivente, herdeiro do devedor ou
inventariante;
• Cotista ou acionista do devedor;
• Credor, desde que preenchido um dos requisitos do art. 94.
Hipóteses
1) Não paga, no vencimento, dívida que ultrapasse 40
salários-mínimos;
2) Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia bens à penhora;
3) Pratica atos (previstos em lei) que denotam sua
insolvência ou má-fé.
Ordem de preferência dos créditos

1) Créditos extraconcursais, previstos no art. 84 da Lei de Falências;


2) 2) Créditos concursais previstos no art. 83 da Lei de Falências;
I – créditos trabalhistas (limite de 150 salários mínimos);
II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, excetuadas as multas;
IV – créditos quirografários;
V – multas contratuais;
VI – créditos subordinados;
VII – juros vencidos.
Vamos praticar ?

O que acontece se o pedido de falência


feito pelo credor não é julgado
procedente?
• O pedido de falência intentado pelo credor, se
elidido (improcedente), será convertido em
ação de cobrança pelo procedimento comum,
pois o objetivo original é o recebimento de
dívida, salvo se já houver execução, que
prosseguirá normalmente.
Conceitos

4. Títulos de crédito
Título de crédito

• Art. 887 do Código Civil: “O título de crédito,


documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito
quando preencha os requisitos da lei”.

• Espécies mais comuns: letra de câmbio, duplicata,


nota promissória e cheque.
CHAGAS, Edilson E. D. Direito empresarial. São Paulo: Editora Saraiva, 2023.
CHAGAS, Edilson E. D. Direito empresarial. São Paulo: Editora Saraiva, 2023.
CHAGAS, Edilson E. D. Direito empresarial. São Paulo: Editora Saraiva, 2023.
Princípios informativos
1. Literalidade: atributo do título de crédito pelo qual só
vale aquilo que nele está escrito, sendo nulo qualquer
adendo;
2. Autonomia: impossibilidade de se questionar a relação
que deu origem à sua emissão, assim tornando o título
de crédito confiável;
3. Cartularidade: característica pela qual o crédito se
incorpora ao documento, ou seja, se materializa no
título.
CHAGAS, Edilson E. D. Direito empresarial. São Paulo: Editora Saraiva, 2023.
Atos cambiários
• Os atos cambiários são formas de movimentação dos
títulos para terceiros. Possuem regras e especificações
para que haja segurança para ambas as partes e a
movimentação possa ser realizada com permissão e
garantia.
• O ENDOSSO e o AVAL são garantias que permitem a
transferência e o pagamento dos títulos.
Endosso
 Endosso é um ato cambiário que permite que um credor, chamado de
ENDOSSANTE, transfira seus direitos a outra pessoa, que é chamado de
ENDOSSATÁRIO. É materializado por meio de uma assinatura no verso ou
dorso do documento.
 Tipos de endosso:
• Endosso em branco;
• Endosso em preto;
• Endosso mandato;
• Endosso caução.
Cheque
• É o título de crédito mais conhecido e utilizado.
• Regulamentado pela Lei 7.357/85.
• Trata-se uma ordem de pagamento à vista em favor de terceiro, emitida
contra um banco em razão de fundos de que a pessoa (emitente) dispõe
naquela instituição financeira.
Conceitos

Recapitulando
Recapitulando

• Teoria geral da empresa;


• Teoria geral do direito societário;
• Recuperação judicial e falência;
• Títulos de crédito.

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