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RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA

lei 11.101 de 09.02.2005

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DIREITO FALIMENTAR:
• Ramo do Direito Empresarial que regula os
procedimentos judiciais de execução
patrimonial coletiva contra a empresa
comercial insolvente, assim como as medidas
preventivas destinadas a evitar a extinção da
empresa que se encontra em dificuldades
para adimplir suas obrigações.
• Executivo
(Ação de falência)
• Direito falimentar
Preventivo
(Ação de recuperação)
Normas do microssistema de Direito Falimentar
 Direito Civil: Pessoa jurídica; Obrigações e contratos;
Responsabilidade; Direitos reais;
 Direito Empresarial: Teoria da Empresa; Direito
Societário; Contratos mercantis; Títulos de crédito.
 Direito do Trabalho: Privilégios creditórios; sucessão
trabalhista.
 Direito Tributário: Privilégios creditórios; sucessão
tributária; parcelamento de débitos.
 Direito Administrativo: Intervenção judicial na
empresa; funções do administrador judicial.
 Direito Processual: Procedimentos, rito e prazos das
ações de Recuperação Judicial e Falência;
 Direto Penal: Tipificação de crimes falimentares.
O ciclo de existência e a crise natural da
empresa
Ciclo de vida das empresas

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A CRISE DA EMPRESA
(Fábio Ulhoa Coelho)

1) CRISE ECONÔMICA: Resulta de uma retração


considerável nos negócios da empresa, em face de
redução do faturamento ou pelo aumento dos custos.

2) CRISE FINANCEIRA: Revela-se quando a empresa não


dispõe de caixa para pagar todos os seus
compromissos, demonstrando iliquidez.

3) CRISE PATRIMONIAL: É o próprio estado de


insolvência, quando os bens do ativo são
insuficientes para a satisfação integral do passivo da
empresa.
CAUSAS DA INSOLVÊNCIA DA EMPRESA

FATORES EXTERNOS FATORES INTERNOS


• Aumento da concorrência • Não reposição do capital
no mercado. pelos sócios.
• Má gestão administrativa.
• Elevação da carga tributária
e encargos sociais. • Defasagem tecnológica.
• Problemas de sucessão na
• Aumento das taxas de
empresa familiar.
juros.
• Excesso de retiradas dos
• Impacto de planos e sócios.
políticas governamentais. • Falta de planejamento e de
• Liberação de importações. reinvestimentos.
• Crise financeira mundial. • Operações ruinosas.
Insolvência do Devedor

Devedor pessoa civil Devedor empresa


(pessoa natural; sociedade (firma individual;
simples; associação civil; sociedade limitada;
fundação privada; ONG) sociedade anônima)

Insolvência civil Insolvência comercial


Preferências e privilégios Recuperação judicial,
créditórios ou extrajudicial e falência
concurso civil de credores (Lei 11.101/2005)
(Código Civil, arts. 955/965)
EFEITOS DO INADIMPLEMENTO
Código Civil
Art. 389. Não cumprida a obrigação,
responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices
oficiais regularmente estabelecidos, e honorários
de advogado.

Art. 391. Pelo inadimplemento das


obrigações respondem todos os bens do devedor.
CONCEITO DE FALÊNCIA

SENTIDO ETIMOLÓGICO: Falência vem do latim


fallere, que significa “faltar com o prometido;
faltar com a palavra; enganar”.

FALÊNCIA (PJ) FALECIMENTO (PF)

SENTIDO JURÍDICO: Falência é a falta decorrente


de desnível econômico e financeiro do devedor,
provocada pela sua incapacidade de pagamento
dos seus credores, resultando na situação de
insolvência.
FALÊNCIA  “É o efeito da função anormal do
crédito” (J.X. Carvalho de Mendonça)
PRESSUPOSTO FÁCTICO DA FALÊNCIA

INSOLVÊNCIA DA EMPRESA

INSOLVÊNCIA: É a incapacidade, temporária ou


definitiva, da empresa devedora pagar suas dívidas
perante credores. Estado de fato.

Equação da insolvência - I = Ativo < Passivo

DEFINIÇÃO LEGAL DE INSOLVÊNCIA: “Dá-se a


insolvência toda vez que as dívidas excedam à
importância dos bens do devedor” (Código Civil art.
955; CPC, art. 748)
REGIME JURÍDICO DA RECUPERAÇÃO
E DA FALÊNCIA

Lei 11.101/2005 – LEI DE


RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E
FALÊNCIA

• Recuperação Judicial.
• Recuperação Extrajudicial.
• Recuperação da Micro e Pequena Empresa.
• Falência.
• Crimes falimentares.
MUDANÇA NA PERSPECTIVA DO INSTITUTO DA
FALÊNCIA COM A LEI 11.101/2005

CONCEPÇÃO TRADICIONAL  Liquidação do


comerciante insolvente que não consegue pagar os
seus credores, com a consequente extinção da
empresa (FALÊNCIA-LIQUIDAÇÃO).

CONCEPÇÃO DA LEI 11.101  Transferência dos


ativos produtivos da empresa insolvente para outra
organização empresarial, ficando os credores do
devedor falido sub-rogados no produto da venda
desses ativos (FALÊNCIA-CESSÃO DE ATIVOS).
FUNDAMENTOS DEONTOLÓGICOS
DA LEI 11.101/2005

a) o princípio constitucional da função social da


empresa (CF, art. 170, III).

b) o princípio conservacionista ou preservacionista da


empresa.

c) a participação ativa dos credores na condução do


processo.

d) a superação da crise da empresa através de uma


solução de mercado.
CARACTERÍSTICAS NORMATIVAS
DA LEI 11.101/2005
• A nova lei de recuperação de empresas e falência tem
como finalidade essencial assegurar a continuidade
das organizações produtivas e o atendimento ao
princípio constitucional da função social da empresa.
• Os credores passam a exercer efetivo poder de
decisão na condução dos processos de recuperação e
de falência.
• A recuperação da empresa, promovida sob a
modalidade judicial ou extrajudicial, será executada a
partir de um plano aprovado pelos credores, com
diversas alternativas e meios para a reestruturação
patrimonial da empresa.
Recuperação Judicial
art. 47 – Lei 11.101/2005
• Causa - Crise econômico financeira na atividade econômica
(empresário e sociedade empresária).
• Fundamento – art. 47 (fundamento): Iliquidez
• Objetivo – tornar viável:
 A) superação da crise.
 B) permitir a manutenção:
da produção, do emprego, dos interesses dos
credores.
• Promoção:
 a preservação da empresa,
 sua função social;
 o estímulo da atividade econômica.
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Falência – art. 94 c.c. art. 75 - Lei 11.101/2005

• Causas - Insolvência patrimonial


• Fundamento - Impontualidade, resistência
executiva e indícios de fraude (art. 94 e
respectivos itens.)

• Objetivo legal – Preservar e otimizar a fonte


produtiva e viabilizar a realização do ativo e o
pagamento do passivo, tendo em conta o
estabelecimento de empresa.
• Vide arts. 1.143/1.149 do Código Civil.
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Cenários que sugerem a
recuperação da empresa
• A) Insolvência ou pré-insolvência
• B) desordem administrativo-financeira
• C) baixa moral dos funcionários
• D) sérios problemas tributário-fiscais
• E) incapacidade de geração de valor

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Estrutura Legal da Lei nº 11.101/05 (lei de direito material e
de direito processual)

 Disposições Gerais – art. 1º até 4º.


 Disposições Comuns – art. 5º até 46
 Recuperação Judicial – art. 47 até 74
 Falência – artº 75 até 160
 Recuperação Extrajudicial – artº 161 até 167
 Direito Penal Econômico – art. 168 até 188
 Disposições Finais e Transitórias – art.
189/201
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OBJETO DA LEI 11.101/2005

Art. 1º. Esta Lei disciplina a


recuperação judicial, a recuperação
extrajudicial e a falência do empresário
e da sociedade empresária, doravante
referidos simplesmente como devedor.
EMPRESAS SUJEITAS À FALÊNCIA E À
RECUPERAÇÃO

• O empresário titular de firma ou empresa


individual, aquele que exerce profissionalmente
atividade organizada de produção ou circulação de
bens ou de serviços, com inscrição regular no Registro
Público de Empresas Mercantis (Código Civil, arts. 966
e 967);
• A sociedade empresária, que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário, com
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
(Código Civil, art. 982), em especial a sociedade
limitada (Código Civil, arts. 1.052 a 1.083) e a
sociedade anônima (Lei 6.404/76).
EXERCÍCIO IRREGULAR DE ATIVIDADE
COMERCIAL
• O empresário irregular que exerce atividade
mercantil, fica sujeita, apenas, aos ônus e deveres da
lei, podendo ter a falência decretada, mas não pode
se beneficiar da recuperação judicial ou extrajudicial.
• Somente quem desempenha atividade econômica
organizada, com o concurso de outras pessoas,
estaria sujeito ao regime falimentar, de modo que o
ambulante, o feirante, o pequeno artesão, não sendo
titulares de empresa, não podem ser falidos. (Fábio
Ulhoa Coelho).
REGIME DE INSOLVÊNCIA CIVIL
(Código Civil, arts. 955 a 965)

• Pessoa civil;
• Artesãos, ambulantes e feirantes;
• Sociedade simples;
• Profissionais liberais e autônomos;
• Atividade rural;
• Associações não econômicas;
• Fundações de direito privado;
• Sociedade cooperativa.
EXCLUSÃO DO REGIME DA FALÊNCIA E
DA RECUPERAÇÃO

Art. 2º. Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia
mista;
II – instituição financeira pública ou privada,
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de
plano de assistência à saúde, sociedade
seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
REGIMES ESPECIAIS DE LIQUIDAÇÃO DE
EMPRESAS

APLICAÇÃO
TIPO DE ENTIDADE LEGISLAÇÃO SUPLETIVA

Sociedade de economia mista Lei 6.404/76 NÃO


Empresa pública D.L. 200/67 NÃO
Bancos e instituições financeiras Lei 6.024/74 SIM
Empresa de arrendamento mercantil Lei 6.024/74 SIM
Sociedade corretora DTVM Lei 6.024/74 SIM
Cooperativa de crédito Lei 6.024/74 SIM
Companhia de seguro privado D.L. 73/66 SIM
Operadora de plano de saúde Lei 9.656/98 NÃO
Entidade previdência complementar Lei Comp. 109/2001 NÃO
JUÍZO UNIVERSAL DA RECUPERAÇÃO
E DA FALÊNCIA

Art. 3º. É competente para


homologar o plano de recuperação
extrajudicial, deferir a recuperação
judicial ou decretar a falência o juízo do
local do principal estabelecimento do
devedor ou da filial de empresa que
tenha sede fora do Brasil.
CONCEITO DOUTRINÁRIO

“Estabelecimento principal é o local onde se


fixa a chefia da empresa, onde
efetivamente atua o empresário no
governo ou no comando de seus
negócios, de onde emanam as ordens e
instruções, em que se procedem as
operações comerciais e financeiras de maior
vulto e em massa, onde se encontra a
contabilidade geral”. (Rubens Requião)
RAZÕES PARA A FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA NO
JUÍZO DO ESTABELECIMENTO PRINCIPAL
1) Localização dos principais bens e ativos da empresa
falida ou em recuperação;
2) Local onde devem se concentrar a maioria dos
credores para habilitação dos seus créditos (art. 7º) e
para reunião em assembléia (art. 35);
3) Localização da administração e da contabilidade
geral da empresa (art. 7º);
4) Apuração da responsabilidade pessoal do
empresário, sócios e administradores da empresa
falida (art. 82);
5) Necessidade de comparecimento e
acompanhamento dos administradores da empresa
falida de todos os atos do processo (art. 104);
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO
JUDICIAL E À FALÊNCIA

OBRIGAÇÕES NÃO EXIGÍVEIS DA EMPRESA


DEVEDORA NA RECUPERAÇÃO E NA FALÊNCIA
(art. 5º):
I – as obrigações a título gratuito (doação, promessa
de doação, recompensa, sorteio; prêmios).
II – as despesas que os credores fizerem para tomar
parte na recuperação judicial ou na falência,
(despesas administrativas de cobrança, emolumentos
e custas de protesto de títulos, honorários
advocatícios), salvo as custas judiciais decorrentes de
litígio com o devedor.

LEGISLAÇÃO ANTERIOR (DL 7661/45): art. 23


EFEITOS DA DECISÃO QUE DEFERE O
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
OU DECRETA A FALÊNCIA (art. 6º)

• Suspensão do curso da prescrição dos créditos


sujeitos à recuperação e de todos na falência;
• Suspensão das ações e execuções contra a
empresa devedora dos credores sujeitos à
recuperação e de todos os credores na falência.
• A ação que demandar quantia ilíquida terá
prosseguimento no juízo no qual estiver se
processando.
CREDORES NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E NA
FALÊNCIA

RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 CREDORES SUJEITOS (art. 49)
a) Trabalhistas;
b) Garantia real;
c) Privilegiados;
d) Quirografários.
 CREDORES NÃO SUJEITOS (art. 49, § 3º)
Credores de vendas com reserva de domínio;
arrendamento mercantil (leasing); alienação
fiduciária em garantia.
FALÊNCIA  Todos os credores ficam sujeitos aos
efeitos da falência, inclusive o credor fiscal,
classificados na ordem de suas preferências e
privilégios (art. 83).

CRÉDITO FISCAL: Fica sujeito à falência (CTN ,art.


186), mas não se submete ao concurso de
credores (CTN, art. 187).

NÃO SÃO CONSIDERADOS CREDORES:

a) Titular de pedido de restituição (art. 85).


b) Adiantamento de contrato de câmbio (art. 86, II).
• As execuções fiscais não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial (art. 6º § 7º)
ressalvada a concessão de parcelamento nos
termos do CTN e da legislação ordinária específica
(art. 68);
• Na recuperação judicial, a suspensão das ações e
execuções não excederá o prazo improrrogável de
180 dias (stay period) contado do deferimento do
processamento da recuperação;
• As ações propostas contra a empresa devedora
deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou
da recuperação judicial.
STAY PERIOD NA RECUPERAÇÃO

• Suspensão das ações e execuções pelo prazo


improrrogável de 180 dias contado do deferimento
do processamento da recuperação (art. 6º § 4º);
• Após o decurso do prazo, ficará restabelecido o
direito dos credores de iniciar ou continuar suas
ações e execuções, independentemente de
pronunciamento judicial;
• Durante o prazo do stay period, não é permitido aos
credores não sujeitos à recuperação, a venda ou a
retirada do estabelecimento do devedor dos bens de
capital essenciais a sua atividade empresarial (art.
49, § 3o).
CREDORES TRABALHISTAS

• As ações trabalhistas, inclusive as impugnações de


crédito, serão processadas perante a Justiça do
Trabalho até a apuração do respectivo crédito, que
será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor
determinado em sentença.

• O juiz trabalhista pode determinar reserva da


importância que estimar devida na recuperação
judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido
o direito, será o crédito incluído na classe própria.
• Os credores trabalhistas poderão requerer
diretamente ao administrador judicial a habilitação,
exclusão ou modificação de seus créditos.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL

• Substituta da concordata.
• Art. 47: objetivos da recuperação judicial –
recuperação da empresa, manutenção dos
empregos, manutenção da fonte produtora,
estímulo a atividade econômica.
Fases da recuperação judicial

1. Fase postulatória: vai do pedido até o


despacho de processamento.
2. Fase deliberativa: despacho de
processamento até decisão concessiva –
votação do plano
3. Fase de execução: decisão concessiva até o
encerramento – executa o plano
Fluxo da recuperação judicial

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Legitimidade ativa
• Devedor (art. 48, PU – empresário ou sociedade
empresária)
• Cônjuge sobrevivente
• Herdeiro
• Inventariante
• Sociedade simples e cooperativa não têm
recuperação judicial: artigos 2º e 198.
• Empresa de transporte aéreo não pode pedir
concordata, segundo o Código Aeronáutico (art.
199)
Requisitos subjetivos (art. 48) para o pedido de
recuperação judicial:
• Exercer as atividades há mais de 2 anos
• Não ser falido e se o for somente após sua reabilitação
• Não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de
recuperação judicial
• No caso de recuperação judicial especial o prazo será de 8
anos
• Não ter sido condenado ou não ter como administrador ou
sócio controlador pessoa condenada por qualquer dos crimes
previstos na Lei.
Créditos sujeitos à recuperação judicial

• Art. 49 – todos os créditos até a data do


pedido, ainda que não vencidos.
Créditos excluídos da recuperação judicial:

• Todos os créditos posteriores à data do pedido


• Créditos tributários (art. 6º, § 7º)
• Credor de alienação fiduciária, leasing, compra
e venda de imóvel e cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, contrato
de venda com reserva de domínio e
adiantamento de contrato de câmbio (art. 49,
§3º)
Disposições comuns à falência e à recuperação
judicial: art. 5º.
• Crédito extraconcursal – fornecimento ao
empresário em crise durante a recuperação
judicial.
Se o fornecimento teve continuidade o crédito
quirografário anterior terá privilégio geral.
Petição inicial
• Art. 51
• exposição das causas concretas da crise
• demonstrações contábeis relativas aos 3 últimos exercícios
sociais
• relação nominal dos credores
• relação dos empregados
• certidão de regularidade do devedor no Registro Público
de Empresas (só pode pedir recuperação judicial a
sociedade registrada)
• relação dos bens particulares dos sócios controladores e
administradores
• extratos atualizados das contas bancárias do devedor
Juízo competente:
• principal estabelecimento.
• Art. 52 – o juiz defere o processamento da recuperação
judicial (despacho de processamento).

• Nesse despacho será nomeado o administrador judicial (I), e o


juiz ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções
pelo prazo improrrogável de 180 dias (II).

• Não serão suspensas: ações trabalhistas, execuções fiscais,


ações que demandarem quantia ilíquida e ações relativas ao
crédito do art. 49, § 3º.

• § 1º: o juiz ordena a expedição de edital contendo o resumo


do pedido, o despacho de processamento, a relação de
credores.
• Art. 53 – o devedor apresenta plano de
recuperação.
O prazo é de 60 dias, improrrogável, contados
da publicação do despacho de
processamento, sob pena de falência.
Meios de recuperação:
• Concessão de prazos e condições especiais
para pagamento

• Cessão, incorporação, fusão ou


transformação de sociedade
• Fusão: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem
dando origem a uma nova, que lhe sucederá em todos os
direitos e obrigações. Nesse caso, as sociedades que se
uniram serão extintas.
• Incorporação: na incorporação, uma sociedade chamada
incorporadora absorve uma ou mais sociedades,
denominadas incorporadas. Nesta hipótese, as sociedades
incorporadas se extinguem e somente a sociedade
incorporadora é que permanecerá, na qualidade de sucessora
de todos os direitos e obrigações da incorporada.
• Cisão: uma sociedade se subdivide, total ou
parcialmente, sendo que parcela de seu patrimônio
é vertido para outra ou outras sociedades, pré-
constituídas ou constituídas para esse fim. As
sociedades em favor das quais foi direcionado o
patrimônio tornam-se responsáveis pelas
obrigações da sociedade cindida. É a transferência
de patrimônio.
• Transformação: operação pela qual uma sociedade
modifica seu tipo societário, independentemente de
liquidação ou dissolução
• Art. 7º, § 1º – qualquer credor tem o prazo de
15 dias contados da publicação do edital para
apresentar habilitação dos créditos ao
administrador judicial.
• § 2º – o administrador judicial, em 45 dias
deverá apresentar nova relação de credores.
• Art. 55 – qualquer credor poderá manifestar sua
objeção ao plano de recuperação (no prazo de 30
dias contados da publicação da relação de credores).

• Art. 56 – havendo objeção de qualquer credor o juiz


convocará Assembléia Geral de credores para
deliberar sobre o plano de recuperação.

• A data da Assembléia Geral não excederá 150 dias


contados do deferimento do processamento da
recuperação judicial.
Composição da Assembléia Geral (art. 41):

• credores trabalhistas/acidente de trabalho


• créditos com garantia real
• demais credores (exceção crédito tributário)

- Quem preside a Assembléia é o


administrador judicial.
• Art. 45: todas as classes de credores devem aprovar a
proposta do plano de recuperação.

• Créditos trabalhistas – quórum – maioria simples dos


credores presentes, independentemente do valor do crédito
(§ 2º).

• Créditos com garantia real e demais credores – quórum –


mais da metade do valor total dos créditos E maioria simples
dos credores presentes. Ex. BB – 9% (SIM); Itaú – 21% (SIM),
Bradesco – 30% (NÃO). Total: 60%. Conseguiu a maioria dos
credores, mas não a maioria dos créditos = reprovação do
plano.
• Art. 56, § 4º: rejeitado o plano, o juiz
decretará a falência do devedor, salvo se
obtiver a aprovação da desistência na
assembléia geral de credores (art. 52, § 4º).
• Art. 57: se a assembléia aprovar o plano, e o
devedor apresentar certidão negativa de
débitos tributários, o juiz decidirá pela
concessão da recuperação judicial.
• Dessa decisão que concede a recuperação
cabe agravo (art. 59, § 2º).
• Do despacho que determina o processamento
não cabe recurso (Súmula 264, STJ: “É
irrecorrível o ato judicial que apenas manda
processar a concordata preventiva”).
• Natureza jurídica da sentença concessiva:
sentença ou decisão constitutiva.

• A recuperação judicial é novação dos créditos


anteriores.
• Art. 61: período de observação. Se o
empresário descumprir qualquer
compromisso assumido no plano de
recuperação no prazo de 2 anos, convola-se
em falência.
Convolação em falência
• Art. 73:
1. deliberação da assembléia geral de credores
2. não apresentação, pelo devedor, do plano
de recuperação
3. quando rejeitado o plano de recuperação
(art. 56, § 4º)
4. descumprimento de obrigação assumida no
plano de recuperação
Recuperação judicial especial
• Somente pode pedir microempresa e
empresa de pequeno porte.
Haverá apenas um tipo de crédito abrangido
pela recuperação judicial especial: crédito
quirografário (art. 71, I)
• Art. 72: favor legal. Não será convocada assembléia geral de
credores para deliberar sobre o plano.

• O juiz julgará improcedente o pedido de recuperação judicial


especial e decretará a falência do devedor se houver objeção
de mais da metade dos créditos quirografários.

• Plano: até 36 parcelas mensais, com correção. Os juros serão


de 12% ao ano, e a primeira parcela deverá ser paga 180 dias
contados da distribuição do pedido.
• QUESTÃO: Os sócios da MN Serviços Ltda., pessoa jurídica que atua no
ramo de prestação de serviços de limpeza e conservação, visando superar
situação de crise econômico-financeira, deliberaram pela recuperação
judicial da referida pessoa jurídica. Considerando a situação apresentada
e as normas relativas à recuperação judicial das sociedades empresárias,
assinale a opção correta.

a) Para que a MN Serviços Ltda. possa requerer a recuperação judicial, é


necessário que ela, no momento do pedido, esteja exercendo
regularmente suas atividades há mais de cinco anos.
b) Apenas os créditos vencidos do devedor, existentes na data do pedido,
estarão sujeitos à recuperação judicial.
c) A petição inicial da MN Serviços Ltda. deve ser instruída com as
demonstrações contábeis relativas aos cinco últimos exercícios sociais.
d) No ato em que for deferido o processamento da recuperação judicial
da MN Serviços Ltda., deve ser nomeado administrador judicial, que pode
ser pessoa física ou jurídica.

64
FALÊNCIA
lei 11.101 de 09.02.2005

• O princípio que norteia a falência é “par


conditio creditorum”, ou seja, a paridade, a
igualdade de tratamento entre os credores.
• Patrimônio → é a garantia do crédito.

• A falência instala a execução concursal


→ todos os credores concorrerão a
parcela do patrimônio do empresário
para satisfação de seu crédito (igualdade
de tratamento, para de forma igualitária
repartir o patrimônio do devedor).
Pressupostos da falência:
1. Condição de empresário ou sociedade empresária (art. 1º da LF)
2. Estado de insolvência → ocorrência de um dos fatos previstos em
lei
– Impontualidade no cumprimento da obrigação(art. 94, I)
– Incorrer em execução frustrada (art. 94, II)
– Incorrer em atos de falência (art. 94, III)
• Liquidação precipitada (art. 94, IIIa)
• Negócio simulado (art. 94, IIIb)
• Alienação irregular do estabelecimento (art. 94, IIIc)
• Simulação de transferência de estabelecimento (art. 94, IIId)
• Garantia real (com o intuito de fraude) (art. 94, IIIe)
• Abandono do estabelecimento empresarial (art. 94, IIIf)
• Descumprimento do plano de recuperação judicial (art. 94, IIIg)
Fases:
• Pré-falimentar → Inicia com o pedido e
encerra com a sentença declaratória de
falência
• Falimentar → Inicia com a sentença
declaratória e encerra com a sentença de
encerramento.
• De reabilitação
Pedido
Fundamentos: artigo 94 e seus incisos.
 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
•         I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
•         II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo
legal;
•         III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
•         a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
•         b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado
ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
•         c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens
suficientes para solver seu passivo;
•         d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para
prejudicar credor;
•         e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para
saldar seu passivo;
•         f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento
ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
•         g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
•         § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I
do caput deste artigo.
•         § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.
•         § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do
parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar
nos termos da legislação específica.
•         § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se
processa a execução.
•         § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as
provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
Legitimidade ativa
• Próprio empresário (autofalência – arts. 105-7).
- Se S/A, deve haver primeiro a autorização da assembléia
geral.

• Sócio ou acionista.

• Qualquer credor. Se empresário, é necessário estar


devidamente registrado.
A sociedade em comum (aquela que não foi levada a registro,
art. 986, CC) pode sofrer falência, mas não pode ser autora do
pedido de falência.
A sociedade em comum pode pedir autofalência: art. 105, IV.
Legitimidade ativa...
• Tratando-se de empresário individual,
também pode pedir falência cônjuge, herdeiro
e inventariante.
• Credor não residente no país, desde que
preste caução ( art. 101)
– Fundamentos: dificuldade em receber a
indenização de um estrangeiro; princípio da
celeridade e economia processual (art. 75,
Parágrafo Único).
Legitimidade passiva

• Art. 1º - Empresário ou sociedade empresária

• Art. 2º - Exceções
• I- totalmente excluídos
• II- relativamente excluídos
Juízo competente

• art. 3º – local do principal estabelecimento. Se


a sede for fora do Brasil, é no local da filial.
Juízo Universal
• Art. 6º, § 8º: prevenção.

• Art. 76 - O juízo da falência é universal; Tem a


chamada “vis atractiva”, atraindo todas as
ações e interesses do falido.
• É universal porque é competente para
conhecer todas as ações sobre bens,
interesses e negócios do falido.
Exceções ao juízo universal:

• Ações trabalhistas.
• Ações fiscais.
• Ações não reguladas na lei em que o falido figurar
como autor (Ex. acidente de trânsito).
• Ações de conhecimento cuja parte interessada seja a
União, entidade autárquica ou empresa pública
federal (Art. 109, I, CF)
Hipóteses para o devedor após a citação:

1. Efetuar o depósito.
2. Apresentar contestação (Art. 98, LF: o prazo
de contestação – 10 dias).
3. Contestar e depositar.
4. Não contestar, não depositar.
5. dentro do prazo de contestação, pleitear sua
recuperação judicial (art. 95)
Depósito elisivo
Elidir significa impedir.
O depósito impede a decretação da falência.
Só é possível na impontualidade injustificada
(art. 94, I) e execução frustrada (94, II).

• Art. 98, Parágrafo único: depósito elisivo =


valor total do crédito + correção monetária +
juros + honorários advocatícios.
Sentença
• Pode ser procedente ou improcedente.
• A sentença procedente → chama-se declaratória,
está declarando a falência, decretando a quebra.
– Natureza jurídica da sentença → constitutiva
• A sentença improcedente está denegando a falência
(sentença denegatória).
• Recursos cabíveis (art. 100):
- Da decisão declaratória → cabe o recurso de
agravo, na modalidade por instrumento.
• Da decisão denegatória cabe o recurso de apelação.
Fase falimentar propriamente dita
• Inicia-se com a sentença declaratória.
• Além dos requisitos do art. 458 do CPC (relatório, os
fundamentos e o dispositivo legal) observar ainda os
requisitos do art. 99:
1. Síntese do pedido, identificação do devedor, a
localização do estabelecimento principal, e a
designação dos sócios.
2. O termo legal.
3. Nomeação do administrador na forma do art. 21
Termo legal
É o lapso temporal, período suspeito, e antecede
a falência. Os atos praticados durante esse
período suspeito serão apurados, investigados.
Não pode retroagir por mais de 90 dias:
a) da data do primeiro protesto, no caso do art.
94,I;
b) da data do pedido da falência, nos casos do art.
94, II e III.
c) do pedido de recuperação judicial.
• Os atos praticados no “período suspeito” podem ser
ineficazes (art. 129) e revogáveis (art. 130).

• Na ineficácia do ato, volta ao “status quo ante”.


Art. 129, parágrafo único: a ineficácia é norma de
ordem pública, pode ser declarada de ofício pelo juiz.
Os casos de ineficácia subjetiva (atos revogáveis)
estão no art. 130: são atos com intenção de
prejudicar (por isso subjetiva).
É qualquer ato (não há enumeração). O art. 132 diz
que é necessário ação própria, chamada de ação
revocatória.
Ação revocatória:

• Prazo prescricional: 3 anos, contados da


decretação da falência.

• - Legitimidade ativa: administrador judicial,


qualquer credor, membro do MP
• Na sentença declaratória o juiz ordenará ao
falido que apresente no prazo de 5 dias a
relação nominal dos credores, sob pena de
desobediência.
• Na ausência da relação por parte do falido,
quem apresenta é o administrador judicial.
Efeitos da sentença declaratória com relação
aos credores:
1. Formação da massa falida subjetiva (saber
quem são os credores).
2. Suspensão das ações individuais dos credores
contra o falido.
3. Vencimento antecipado dos créditos para que
todos possam habilitar o crédito na falência.
4. Suspensão da fluência de juros contra a massa
falida.
5. Suspensão do curso da prescrição das
obrigações do falido.
Efeitos da sentença declaratória com relação ao
devedor (art. 102):

• o grande efeito é que o devedor fica


inabilitado para exercer qualquer atividade
empresarial a partir da sentença que decretar
a falência.
• Art. 22, III, “d”: caso de suspensão do direito
constitucional da inviolabilidade de
correspondência – o administrador pode
receber e abrir a correspondência.
Efeitos da sentença declaratória com
relação aos contratos do falido (art. 117):

• os contratos bilaterais não se resolvem


pela falência e podem ser cumpridos
pelo administrador se isso reduzir ou
evitar o aumento do passivo da massa
falida.
Verificação dos créditos:
• A sentença tem que ser publicada.
– No edital constará a sentença declaratória, a
relação de credores e após esta publicação, diz o
art. 7º, § 1º, que 15 dias após essa publicação os
credores deverão habilitar seus créditos.

• A habilitação dos créditos não é apresentada


ao Poder Judiciário, mas ao administrador
judicial.
Impacto da sentença de falência

88
Verificação dos créditos
• O art. 7º, § 2º diz que imediatamente após a
contagem dos 15 dias, o administrador
judicial, em 45 dias deverá publicar edital e
nesse edital constará a relação de credores
publicados junto com a sentença + os
credores que habilitaram seus créditos.
• Art. 8º: no prazo de 10 dias, contado da última
publicação do edital, o comitê, qualquer
credor, devedor ou seus sócios, ou o MP,
podem apresentar a impugnação contra a
relação de credores.

É uma ação de impugnação que corre em


separado. Se houver impugnação, o quadro
geral de credores só será consolidado após o
trânsito em julgado da última ação de
impugnação.
REALIZAÇÃO DO ATIVO
• Art. 139. - Logo após a arrecadação dos bens,
com a juntada do respectivo auto ao processo
de falência, será iniciada a realização do ativo.

Não se espera mais a consolidação do quadro


geral. Realização do ativo = venda judicial de
bens.
Formas de realização do ativo
• Leilão. Para bens móveis ou imóveis.
• Venda por proposta fechada. O cartório
recebe as propostas e encaminha ao juiz.
• Pregão. É modalidade nova, introduzida pela
lei nova. É chamada modalidade híbrida, com
duas fases. A primeira fase é da proposta
fechada e a segunda fase é do leilão (art. 142,
§ 5º).
Plano de venda - art. 140:
1. Em bloco.
2. Não sendo possível e viável, aliena-se as
unidades produtivas de forma isolada.
3. Alienação em bloco de bens.
4. Alienação dos bens individualmente
considerados.
Classificação dos créditos – Art. 83
1. Ação trabalhista até 150 SM (se tiver um crédito de 180
SM, o restante será crédito quirografário) por credor e
acidente de trabalho (para esta não há limite).

2. Crédito com garantia real até o limite do valor do bem


gravado. Ex. empréstimo bancário de R$ 300.000, e como
hipoteca foi dado imóvel de R$ 260.000,00. Receberá este
último valor e o restante é considerado crédito
quirografário.

3. Crédito tributário independentemente de sua natureza e


tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias.
Deve ser observada a ordem da LEF (art. 29 – primeiro os
créditos da União, depois dos Estados e por fim dos
Municípios).
4. Créditos com privilégio especial (art. 964, CC).
5. Créditos com privilégio geral (art. 965, CC).
6. Créditos quirografários.
7. Multas (aqui se insere a multa tributária).
Alguns autores (como Ricardo Negrão)
chamam de créditos sub-quirografários.
8. Créditos subordinados. Alínea “b” - créditos
dos sócios e dos administradores sem vínculo
empregatício (para evitar fraude).
• Art. 84: créditos extra concursais.
São pagos antes dos créditos do art. 83. Ex.
remuneração do administrador judicial.

• Art. 67: obrigações durante a recuperação (ex.


fornecimento de bens ou serviços) – são
considerados extra-concursais. É um estímulo
que o legislador trouxe.
• Além do crédito extra-concursal, o crédito do
art. 151 também tem preferência:
os créditos trabalhistas de natureza
estritamente salarial, vencidos nos 3 meses
anteriores à decretação da falência, até o
limite de 5 SM por trabalhador, serão pagos
tão logo haja disponibilidade em caixa
Encerramento da Falência
• Art. 154 da Lei n.º 11.101/2005:
• O administrador apresenta as contas no prazo de 30 dias.
O juiz manda publicar edital com aviso sobre as contas.
Caberá impugnação no prazo de 10 dias.
O MP manifesta-se em 5 dias.
Por fim, o administrador tem 10 dias para apresentar
relatório final.
• Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a
falência por sentença.
• Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
– pagamento dos credores
– pagamento de mais de 50% dos créditos quirografários
– decurso do prazo de 5 anos contados da sentença do
encerramento, se não houver crime falimentar
– decurso do prazo de 10 anos contados do encerramento da
falência se o falido tiver sido condenado por prática de crime
falimentar.
– O empresário só estará reabilitado quando requerer ao juiz uma
sentença de extinção das obrigações (art. 159).
– É necessária a reabilitação penal se tiver praticado crime
falimentar.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
• Concordata branca/Ato de falência: são
acordos privados que o devedor faz
diretamente com seus credores de forma
extrajudicial.
101
Requisitos:
• Art. 161. Só pode pedir o agente que estiver há
mais de 2 anos na atividade.
• § 3º. O devedor não poderá requerer a
homologação de plano extrajudicial se estiver
pendente pedido de recuperação judicial ou se
houver obtido recuperação judicial ou
homologação de outro plano de recuperação
extrajudicial há menos de 2 anos.
• O descumprimento da recuperação
extrajudicial não se convola em falência.
• Créditos tributários e créditos trabalhistas e
de acidente de trabalho estão fora do pedido
de recuperação extrajudicial (art. 161, § 1º,
art. 49, § 3º).
Espécies de homologação
• Há 2 tipos de homologação:

1. Homologação facultativa – art. 162: ocorre quando todos os


credores assinarem o plano.
2. Alguns credores não concordam com o plano – homologação
obrigatória, compulsória ou impositiva – art. 163. Haverá
homologação que obriga todos os credores abrangidos no
plano, desde que esse plano seja assinado por credores que
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada
espécie por ele abrangidos.

• Da sentença de homologação cabe recurso de apelação (art.


164, § 7º), sem efeito suspensivo.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
• Art. 192: a lei não se aplica aos processos de
falência anteriores ao seu início de vigência.

• § 2º: o pedido de concordata anterior à vigência


da lei não obsta o pedido de recuperação judicial.

• § 3º: o processo de concordata será extinto e os


créditos serão levados para a recuperação judicial

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