Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE DIREITO
CAMPUS ITABAIANA
PROCESSO DO TRABALHO - N05

MICHAEL LIMA ANDRADE

RESUMO DO ARTIGO: RECURSO DE REVISTA NA FALTA GRAVE COMETIDA


PELO EMPREGADO

ITABAIANA
2022
O artigo em analise traz uma breve história sobre a concepção de recurso de revista,
aborda o conceito de recurso de revista, seu cabimento e requisitos para a sua admissibilidade.
Também traz a baila da analise a concepção de falta grave pelo empregado, conceituando
justa causa e a falta grave cometida pelo empregado, aborda também o inquérito judicial,
instrumento indispensável no amparo do empregado com estabilidade e o empregado decenal.

Importa relembrar as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos como pessoa humana,
lutas essas revestidas pelo sofrimento e a desvalorização. A história marcada pela
prevalescência do valor econômico sobre os mais fracos, a exploração da mão-de-obra, o
surgimento de tecnologias nas revoluções industriais e a diminuição do salário foram fatores
decisivos para os movimentos de greve coletiva e reinvindicações sindicalistas. Tamanha
proporção tomou esses movimentos que o estado ordenava que as partes, empregador e
empregado, chegassem a um acordo sobre a volta das atividades laborativas. Hoje este papel
de conciliação é feito pelos sindicatos.

Embora a conciliação seja um instrumento de resolução de conflitos desejável há


sempre casos em que as partes não concordam, vão parar na esfera judicial do trabalho de
primeiro grau conhecida como Varas do Trabalho. Caso a contenda não seja resolvida ou não
haja aceitação com a decisão preferida poderá buscar o segundo grau de jurisdição, ou seja, o
Tribunal Regional do Trabalho (TRT), tudo isso graças ao principio do duplo grau de
jurisdição previsto no artigo 5º da Constituição Federal.

Diante da concepção de Recurso de Revista e partindo da conformidade como o


princípio do duplo grau de jurisdição, não se trata de uma segunda opinião diante do caso,
mas uma garantia contra vícios nas decisões ou acórdãos proferidos. Esses vícios são
arbitrariedades ou divergências jurisprudenciais que ferem o princípio da segurança jurídica.
Vale ressaltar que o Recurso de revista tem caráter de Recurso Especial quando a decisão
violar dispositivo de lei e de caráter extraordinário quando violar norma constitucional.

Deste modo, pode-se conceituar o Recurso de Revista como um recurso de natureza


ordinária criado prioritariamente para se desvincular de qualquer erro ou arbitrariedade ao
jugar, pois não poderá ao mesmo fato ou direito dar dois entendimentos comprometendo
assim a segurança jurídica e ao princípio da isonomia. A Consolidação da Leis Trabalhistas
(CLT) traz em seu artigo 896 as diretrizes para aplicação do Recurso de Revista. O recorrente
poderá fundamentar o recurso de Revista com base nas alíneas, mas cumpre orientar que só
cabe Recurso de Revista do Acórdão proferido pela turma do TRT, pois do Acórdão que julga
o incidente de unificação de jurisprudência caberá embargos de declaração por se tratar de
decisão interlocutória.

Quanto as custas, o artigo 790-A da CLT passou a dispor que todas as pessoas
jurídicas de direito público, bem como o Ministério Público do Trabalho estão isentos ao
pagamento das custas.

Diante da análise jurisprudencial observa-se que a verdadeira fonte que norteia é a


legislação, já as fontes indiretas tem uma importância na interpretação do direito do trabalho,
a jurisprudência por exemplo, apesar de não configurar como obrigatória oferece um caminho
seguro na aplicação do direito suprimindo eventuais lacunas.

A concepção da falta grave no direito do trabalho tem um viés de extrema importância,


pois a relação trabalhista deve ser norteada pela harmonia e dignidade. Quando o empregado
incorre em algum dos atos dispostos no artigo 482 da CLT fica caracterizado a justa causa e
consequentemente sujeito a dispensa e extinção do contrato de trabalho. Deste modo,
constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de
improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por
conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de
concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d)
condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena; e) desídia no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual
ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de
insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no
serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas
físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. m) perda da habilitação ou
dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta
dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único - Constitui
igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em
inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído pelo Decreto-lei
nº 3, de 27.1.1966).
Deste modo observa-se que a justa causa é constituída pela prática de qualquer dos
fatos a que se refere o artigo 482 da CLT, sendo estes atos considerados graves violações dos
deveres e obrigação do empregado.

Cumpre ainda abordar a diferença entre a extinção do contrato de trabalho por justa
causa e por falta grave. A justa causa é o motivo relevante, previsto legalmente no artigo 482
da CLT, que autoriza a resolução do contrato de trabalho por culpa do sujeito comitente da
infração, neste caso, o empregado sem estabilidade. Já a falta grave é todo ato reiterado pelo
empregado com estabilidade sindical, empregado que não optaram pelo FGTS e possuam
estabilidade decenal contra a lei trabalhista ou contrato de modo que a relação trabalhista se
torne inviável e insustentável.

De acordo com o artigo 497 da CLT, extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de


motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão
do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro.

Nos casos em que o praticante da falta grave for empregado com estabilidade, e que
ensejar rescisão do contrato de trabalho deverá ser instaurado o inquérito judicial.

O inquérito judicial é a medida judicial que tem por objetivo apurar a falta grave do
empregado estável sendo esta apuração indispensável e apropriada para rescindir o contrato
visto que o empregador diante da estabilidade do empregado não pode despedir diretamente.

Você também pode gostar