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Direito do Trabalho II

PROF. THIAGO LOURES


Roteiro
1) Apresentação do professor.
2) Apresentação do cronograma.
3) Recordando de Direito do Trabalho 1 ( conceito de vínculo de emprego e seus requisitos +
princípios)
4) OAB
5) Encaminhamentos
Recordando Dir. Trabalho 1
Vínculo de emprego
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Requisitos cumulativos:
Pessoalidade
Não eventualidade
Subordinação
Onerosidade
Logo....
Se é trabalho voluntário.... Não tem vínculo de emprego.

Se poderia se fazer substituir por qualquer pessoa.... Não tem vínculo de emprego.

Se trabalhava eventualmente, indo no dia que quisesse...Não tem vínculo de emprego.

Se tinha total autonomia sobre como e quando trabalharia... Não tem vínculo de emprego.
Atenção !
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Cuidado c/ fraude!
Pejotização- O simples fato de o contratado ter um CNPJ e emitir nota fiscal, não afasta a pessoalidade, se na
realidade o serviço era prestado por pessoa física, que não podia se substituir por outra.
VÍNCULO. PEJOTIZAÇÃO. O reclamante, embora contratado por meio de pessoa jurídica, prestava serviços
pessoalmente, auferia valores mensais fixos, possuía acesso ao local de trabalho por meio de crachá fornecido aos
demais empregados, era transportado de ônibus da reclamada juntamente com os demais empregados e realizou
exame demissional para deixar o trabalho. Além disso, a simulação do contrato de prestação de serviço é
evidenciada pelos fatos de que não havia especificação dos serviços, nem cláusula penal, os pagamentos eram
realizados sem prova de efetivos cronograma e relatório de execução dos serviços supostamente contratados e
houve prorrogação do contrato sem indicação de motivos e pelos mesmos valores. Tudo a indicar o vínculo de
emprego. Nega-se provimento. HORAS EXTRAS. AUSÊNCIA DE CARTÕES. JORNADA DA INICIAL. Cabia à reclamada
juntar aos autos os cartões de ponto de todo o contrato de trabalho, o que não realizou, incidindo no caso, a
aplicação da Súmula 338/TST, que gera...(TRT-24 00248802120155240072, Relator: RICARDO GERALDO MONTEIRO
ZANDONA, Data de Julgamento: 19/09/2017, 2ª Turma)
Princípios
1) Princípio da Proteção
2) Princípio da Norma mais favorável
3) Princípio da imperatividade das normas trabalhistas
4) Princípio da indisponibilidade de direitos trabalhistas
5) Princípio da Condição mais benéfica
6) Princípio da Inalterabilidade Contratual lesiva
7) Princípio da Intangibilidade Salarial
8) Princípio da Primazia da Realidade dos fatos sobre a forma
9) Princípio da Continuidade da Relação de emprego
1) Princípio da Proteção
O objetivo é buscar equidade em uma relação desigual economicamente, onde o empregado é a
parte mais fraca, pela sua necessidade de trabalhar e sustentar sua família.
2) Princípio da Norma mais favorável
Aplicada em 3 situações: 1) elaboração da regra (função informativa); 2) conflito de regras
(função hierarquizante); 3) interpretação da regra (função interpretativa normativa)

Ex.: Jornada de trabalho


Art. 7º, inciso XIII CF/88 (limite de 8 h diárias e 44 h semanais)
Jornada: segunda até sábado, das 08 às 18, com uma hora de almoço.
9 h por dia- pelo limite de 8 h diárias - 1 h extra por dia, logo 6 h extras semanais.
9 h por dia, 6 vezes na semana  9x6= 54 h semanais- 44 h semanais (limite)= 10 h extra
semanais.
3) Princípio da imperatividade das
normas trabalhistas
Restrição do princípio do direito civil, da autonomia da vontade das partes. Pois como uma das
partes é mais fraca, sua assinatura e concordância prévia não são capazes de afastar a validade
das normas trabalhistas.
Exceção para reforma (hipersuficiente)
No caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal
igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social, ele terá livre estipulação em seu contrato de trabalho, para dispor das hipóteses do 611-
A da CLT, como trocar o dia do feriado; ter intrajornada de 30 minutos; prever banco de horas
anual, etc. ( art. 444, parágrafo único, CLT)
4) Princípio da indisponibilidade de
direitos trabalhistas
Em regra o empregado não pode abrir mão de direitos trabalhistas, ao longo do contrato de
trabalho.
Exceção da reforma: Ação para homologação de acordo extrajudicial (art. 855- B até 855-E da
CLT)
5) Princípio da Condição mais benéfica
É referente para cláusulas contratuais e direito adquirido. Ex:
Súmula nº 51 do TST
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e
25.04.2005
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente,
só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um
deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
6) Princípio da Inalterabilidade
Contratual lesiva
Regra: caput art. 468 CLT.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado,
sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Exceção (reforma): § 1º e 2º do art. 468 da CLT


§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado
reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o
direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
7) Princípio da Intangibilidade Salarial
Art. 7º (CF), apresenta direitos sociais dos trabalhadores, e no inciso VI afirma que é um direito
social do trabalhador:
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

Obs. Positiva da reforma: Art. 611-A, §3º da CLT


§ 3o Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o
acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa
imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
8) Princípio da Primazia da Realidade
dos fatos sobre a forma
RECURSO ORDINÁRIO. INSTRUTOR DE CURSO NO SENAI. EQUIPARAÇÃO AO CARGO DE
PROFESSOR. Tendo em vista o preenchimento dos requisitos do art. 317 da CLT e da Lei nº
12.014/09 pela autora e ainda de acordo com o princípio da primazia da realidade, faz jus ao
reconhecimento do vínculo de emprego como professora e os direitos oriundos de dita categoria
profissional.(TRT-1 - RO: 00118340420155010072 RJ, Relator: JOSE DA FONSECA MARTINS
JUNIOR, Data de Julgamento: 22/05/2018, Gabinete do Desembargador José da Fonseca
Martins Júnior, Data de Publicação: 26/05/2018)
9) Princípio da Continuidade da Relação
de emprego
Por ele existem mecanismos para desestimular a dispensa, como a multa de 40% sobre o saldo
do FGTS, o próprio aviso prévio.
Súmula nº 212 do TST
DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado.
OAB XXIII Exame OAB (2017)
Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y e Z. Com a crise econômica
que assolou o país, todas as empresas do grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de
obra. Para evitar dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10% dos salários dos
seus empregados por convenção coletiva; Y acertou a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez
a mesma redução, por acordo individual escrito com os empregados.

Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.


a) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme previsto na
Constituição da República.
b) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por acordo individual,
razão pela qual as empresas Y e Z estão erradas.
c) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornando-a inválida.
d) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram negociadas e, em razão
disso, são válidas.
Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y e Z. Com a crise econômica
que assolou o país, todas as empresas do grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de
obra. Para evitar dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10% dos salários dos
seus empregados por convenção coletiva; Y acertou a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez
a mesma redução, por acordo individual escrito com os empregados.

Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.


a) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme previsto na
Constituição da República.
b) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por acordo individual,
razão pela qual as empresas Y e Z estão erradas.
c) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornando-a inválida.
d) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram negociadas e, em razão
disso, são válidas.
Encaminhamentos
1) Quais os requisitos para se configurar o vínculo de emprego?

2) Existe irredutibilidade do salário no Brasil?

3) O autônomo que presta serviços com cláusula de exclusividade para um tomador de serviços,
tem direito ao vínculo de emprego?

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