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– Horas in itinere
No antigo regimento da CLT, o tempo que o trabalhador
despendia para realizar a sua locomoção de sua residência para
o trabalho e vice-versa era contabilizado como tempo à
disposição do empregador.
Em muitos casos, isso resultava em um acordo entre as partes para definir uma
verba que fosse considerada adequada para empresa e funcionário.
Ainda que fosse uma prática comum, a busca por esse acordo não era
regularizada antes da Reforma Trabalhista de 2017. Com isso, as negociações
eram feitas com base no entendimento dos envolvidos.
Como é agora
A nova CLT acrescentou ao documento original o artigo 484-A que regulariza
a demissão por acordo trabalhista, também chamada de distrato.
Com isso, a prática passou a ser legal e a iniciativa de propor o acordo pode
partir tanto do funcionário quanto do empregador.
Isso porque as regras estabelecidas fazem com o que o acordo trabalhista seja
financeiramente vantajoso para os envolvidos.
Por essa razão, essa modalidade de demissão também pode ser do interesse
da empresa.
I – por metade:
a) o aviso-prévio, se indenizado;
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;
II – na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço na forma do inciso I- A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não
autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
Em resumo, o acordo trabalhista assegura metade do aviso-prévio indenizado,
20% da multa sobre o FGTS (e não 40%) e demais verbas rescisórias em sua
totalidade.
– Jornada de trabalho
A CLT anterior à Reforma Trabalhista estipulava uma jornada de
trabalho de no máximo oito horas diárias, com acrescimento de
no máximo duas horas extras.
OUTRO SITE:
A regra era válida para todo processo de rescisão, exceto a demissão por justa
causa em que o desligamento do funcionário acontecia e segue acontecendo
de forma imediata.
Como é agora
A nova CLT abriu brecha para a já mencionada demissão por acordo
trabalhista. Seguindo esse tipo de demissão, o aviso-prévio pode ter duração
mínima de 15 dias ― e não de 30, como era antes.
Banco de horas
Como era antes
Até antes da Reforma, a instituição do banco de horas dependia de acordo
firmado com o sindicato trabalhista, sendo o regime elaborado pela
associação.
Empresa e trabalhadores tinham um ano para garantir que as compensações
acontecessem.
Como é agora
Já com a nova lei trabalhista, com base no texto do artigo 59, a instituição
do regime de banco de horas passa a ser permitida mediante acordo individual
escrito, firmado entre o empregador e o funcionário.
Com essa mudança, a legislação institui que o prazo para que as
compensações aconteçam é de seis meses.
Contribuição sindical
Como era antes
A contribuição sindical antes da Nova Reforma Trabalhista de 2017 era
obrigatória, sendo automaticamente descontada da remuneração dos
trabalhadores a cada março.
O valor dessa contribuição costumava ser equivalente a um dia de salário de
cada funcionário.
Como é agora
Com as mudanças que a lei 13.467/17 apresentou, alterando o artigo 579 da
CLT, a contribuição sindical passou a ser facultativa.
Sendo assim, é preciso que cada trabalhador manifeste o desejo de seguir ou
não fazendo o repasse de verba ao sindicato de sua categoria.
O DP de uma empresa deve estar bastante atento a essa questão para garantir
que a contribuição sindical só seja descontada da remuneração dos
funcionários que fizeram essa opção.
Como é agora
Com a nova lei trabalhista, convenções coletivas tem um peso
maior do que a própria lei. Isso quer dizer que é possível
estabelecer normas que vão contra o que estabelece a CLT.
VI – regulamento empresarial;
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;
Equiparação salarial
A conversa sobre equiparação salarial tem esse questionamento como um dos
pontos de partida.
Nessa conversa, estão o paragonato, ou seja, um funcionário da empresa, e
o paradigma, um colega de mesmo cargo ao qual o paragonato deseja se
igualar em termos salariais.
O artigo 460 da CLT diz o seguinte:
“Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância
ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na
mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago
para serviço semelhante”.
Diferenças de nomes dados à função exercida não podem ser consideradas
justificativas para a diferença de salário.
Como é agora
Com as regras apresentadas no artigo 461 da nova CLT, para solicitar
equiparação salarial é necessário que não haja diferença superior a quatro
anos para o tempo de empresa de paragonato e paradigma.
Ainda, o paradigma só pode ser alguém que trabalhe no mesmo
estabelecimento comercial do funcionário que solicita o reajuste salarial.
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá
igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Homologação de rescisões
Como era antes
Antes da aprovação da Reforma Trabalhista, rescisões contratuais precisavam,
obrigatoriamente, ser homologadas pelo sindicato laboral correspondente à
categoria de cada trabalhador.
Como é agora
O afastamento de gestantes de atividades insalubres segue obrigatório em
casos de nível de risco máximo.
Por outro lado, a Reforma alterou o artigo 394-A da CLT para permitir que as
gestantes, caso desejem, sigam em suas atividades em casos de insalubridade
de grau baixo ou médio.
Esse desejo deve ser embasado por um atestado médico que comprove que a
funcionária pode se expor aos níveis de insalubridade relatados.
Caso a gestante não tenha esse desejo ou não apresente o documento
médico, deve ser afastada de sua função, o que acarreta na perda temporária
do adicional de insalubridade.
Férias
Como era antes
Até antes da Nova Reforma Trabalhista, cada trabalhador tinha o direito de
dividir suas férias em, no máximo, dois períodos.
Assim, se um funcionário conquistasse o direito a 30 dias de férias, não
precisava gozá-los todos de uma vez, podendo solicitar dois períodos de
descanso ao empregador.
Como é agora
Com a nova CLT, as férias podem ser divididas em até três períodos, como
indica o parágrafo 1° do artigo 134 que diz o seguinte:
“Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas
em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
cada um”.
Quanto a isso, é necessário observar que a regra determina que nenhum dos
períodos pode ter duração inferior a cinco dias corridos. Além disso, ao menos
um deles deve ter, no mínimo, 14 dias corridos.
Outra regra é que as férias não podem ter início dois dias antes de um feriado,
tampouco no dia do descanso semanal remunerado do trabalhador. Algo que
precisa ser observado pelo RH da empresa, assim como pelas lideranças.
Intervalo intrajornada
Como era antes
Até antes da Reforma Trabalhista de 2017, a regra era que jornadas com mais
de seis horas de duração deveriam ter intervalo intrajornada de, no
mínimo, uma hora de duração. O tempo máximo a ser concedido pelo
empregador é de duas horas.
Caso o descanso não fosse concedido ou fosse concedido parcialmente, a
empresa poderia ser condenada a indenizar o funcionário.
Como é agora
Com a nova CLT, um acordo firmado entre empregador e funcionário pode
definir descanso mínimo de 30 minutos para qualquer jornada com mais de
seis horas de duração.
Além disso, caso o descanso não seja concedido ou seja concedido
parcialmente, a indenização a ser paga considera apenas o período que, de
fato, tenha sido suprimido da intrajornada. O valor da hora extra segue
referência para o cálculo.
“Art 4º. § 2º. Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não
será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal,
ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no §1º do art. 58 desta
Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras:
I – práticas religiosas;
II – descanso;
III – lazer;
IV – estudo;
V – alimentação;
Como é agora
Com a nova CLT, muitas novidades foram apresentadas, a começar pelo fato
de que agora existe previsão contratual para o trabalho home office.
Isso nos leva a apresentar algumas regras que foram definidas pela lei n°
13.467/17:
o home office é o trabalho realizado fora da empresa que não constitui trabalho
externo;
todas as atividades a serem desenvolvidas pelo funcionário devem ser
apresentadas em seu contrato. O mesmo vale para os custos dos
equipamentos utilizados no home office, definições sobre o controle de
produtividade e afins;
por determinação do empregador, o home office pode ser convertido em
trabalho presencial desde que garantido prazo de transição mínimo de 15 dias
e que a mudança seja formalizada por um aditivo ao contrato;
mesmo para o home office, é responsabilidade do empregador orientar o
funcionário sobre saúde e segurança do trabalho.
Controle de jornada
Com a Reforma Trabalhista, o artigo 62 da CLT determina que o controle de
jornada não se faz necessário para funcionários em regime de teletrabalho.
Quanto a isso, porém, recomendamos a leitura do post Controle de ponto
em home office: tudo o que você precisa saber para entender porque seguir
com as marcações de ponto é vantajoso.
Como é agora
Já agora, com a nova CLT, a modalidade de trabalho foi incluída na
Consolidação das Leis do Trabalho.
Assim, o “bico” deixou de ser uma atividade irregular e há regras claras para
esse tipo de contratação. Confira:
com base no Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por
escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser
inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017);
ao final de cada período de trabalho, o contratado deve receber remuneração
que inclui férias proporcionais acrescidas do 1/3 constitucional, 13°
proporcional, descanso semanal remunerado e adicionais legais;
a convocação para o trabalho deve ser feita pelo empregador três dias corridos
antes da data de início, tendo o trabalhador o prazo de 24 horas para
responder se aceita o serviço;
o período de inatividade do trabalhador não é considerado tempo à disposição
do empregador;
o descumprimento do contrato por uma das partes garante à outra o
pagamento de indenização correspondente a 50% do valor da
remuneração combinada para o período de trabalho;
é dever do empregador fazer a contribuição previdenciária e o recolhimento do
FGTS;
a cada 12 meses trabalhados, o profissional tem direito a férias como qualquer
outro em regime CLT. Nesse período, o trabalhador não pode ser convocado
pelo mesmo empregador, mas tem direito de atender a outros chamados caso
deseje.
– Impactos para o
empregado
Há duas correntes opostas de análise quando o assunto são os
impactos da Reforma Trabalhista. De um lado, há analistas que
defendem que o principal impacto positivo da nova lei
trabalhista é o aumento das vagas de trabalho, já que os
processos de contratação e rescisão ficaram mais simples e
flexíveis.
https://www.projuris.com.br/blog/reforma-trabalhista/
https://tangerino.com.br/blog/reforma-trabalhista-nova-clt/