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reforma trabalhista foi um dos temas mais discutidos na política brasileira


nos anos de 2017 e 2018. Afinal, estamos falando de um tema que impacta
diretamente em questões essenciais para o desenvolvimento de um país.

As leis trabalhistas procuram diminuir o desemprego, que aumenta com a


recessão e colabora para o seu crescimento, com inadimplência e diminuição
no poder de compra.

A mudança na legislação também pode repercutir na qualidade dos empregos,


ou seja, no grau de segurança que o trabalhador tem a partir de seu vínculo
empregatício.

Por fim, as leis que regulamentam as relações de trabalho estão associadas


com as condições que os administradores têm para contratar mais.

 O que é Reforma Trabalhista?


A reforma trabalhista é um conjunto de mudanças, aprovado em 2017,
no Decreto-Lei Nº 5.452/1943, que instituiu a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).

Para alterar a CLT, foi aprovada a Lei Nº 13.467/2017, que também


modificou outras três leis relativas a direitos dos trabalhadores e deveres dos
empregadores.

As modificações mexem em questões como férias, horário de descanso e


alimentação, carga horária, remuneração, ações na justiça e outras.

De 1943 para cá, muitos artigos, parágrafos e incisos foram eliminados,


acrescentados ou reescritos.

O que caracteriza a lei de 2017 uma reforma trabalhista foi o fato de terem
sido promovidas várias alterações em uma mesma lei, em vez de mudanças
pontuais.
A criação da CLT representou grande avanço para o país na época. Mas
muitas décadas se passaram desde então.

Principais alterações que a reforma trabalhista provocou na CLT.


Férias
O trabalhador  seu período de férias em três períodos (antes, o máximo era
dois), caso acordado com o empregador – um deles não poderá ser inferior a
14 dias corridos, e os demais a cinco.
Jornada de trabalho
Pode ser de 12 horas diárias, seguidas de 36 de descanso, respeitando o limite
de 44 horas semanais (antes, o limite era de 8 horas diárias).
Tempo na empresa
Atividades como descanso, alimentação, estudo, atividades de interação, troca
de uniforme e higiene pessoal não são mais consideradas como serviço
efetivo.
Descanso
O intervalo mínimo dentro da jornada de trabalho é de pelo menos 30
minutos (antes, era uma hora).
Remuneração
Não é mais obrigatório que a remuneração por produtividade seja igual ou
superior ao salário mínimo ou piso da profissão. Trabalhador e empregador
podem negociar as remunerações que não fazem parte do salário.
Plano de carreira
Não é mais necessário homologar o plano de carreira no Ministério do
Trabalho, nem registrá-lo em contrato. Ele pode ser negociado entre patrões e
trabalhadores e alterado constantemente.
Transporte
O tempo que o trabalhador se desloca até o trabalho e retorna para sua
casa não deve ser computado na jornada de trabalho.

Antes, isso acontecia quando a localidade era de difícil acesso ou não servida
de transporte público.
Trabalho intermitente
A nova lei passa a prever a modalidade na qual o colaborador é pago por
período de trabalho, recebendo por horas ou diárias.

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Home office
A reforma trabalhista também passou a incluir na CLT a modalidade
de trabalho remoto (home office), na qual o trabalhador formaliza com o
patrão, em contrato, os recursos que utilizará. O controle do trabalho é feito
por tarefa.
Trabalho parcial
Um emprego com jornada parcial pode ter até 30 horas semanais (antes eram
25), sem a possibilidade de horas extras; ou de 26 horas ou menos, com a
possibilidade de até 6 horas extras.
Negociação
Convenções e acordos coletivos entre empresas e sindicatos podem prever
condições diferentes e prevalecer sobre a legislação, mesmo que essas
condições não sejam melhores do que as previstas em lei.
Normas coletivas
Com a reforma trabalhista, os sindicatos e empresas podem dispor livremente
sobre o prazo de validade de acordos e convenções coletivas.
Representação
Agora, a CLT regula o artigo da Constituição sobre o representante de
trabalhadores de empresas com no mínimo 200 funcionários. Eles podem
escolher três representantes, que não precisam mais ser sindicalizados.
Demissão
O contrato de trabalho pode ser extinto de comum acordo, com pagamento de
metade do aviso prévio e metade da multa de 40% sobre o FGTS, mas sem
direito a seguro-desemprego.
Danos morais
Na regra anterior, o valor para indenizações por danos morais na Justiça do
Trabalho era estipulado pelos juízes. Agora, há tetos para situações
específicas.
Contribuição sindical
A contribuição sindical deixou de ser obrigatória, passando a ser opcional.
Gravidez
Mulheres grávidas ou lactantes podem trabalhar em ambientes considerados
insalubres, desde que o empregador apresente atestado médico garantindo não
haver risco ao bebê e à mulher.

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Mulheres demitidas agora têm até 30 dias para informar a empresa sobre a
gravidez.

Antes, não havia prazo e as gestantes não podiam trabalhar em local insalubre
independentemente de haver atestado ou não.
Banco de horas
A regra anterior previa condições e limites para o banco de horas.

Agora, as diretrizes podem ser definidas por acordo individual escrito, desde


que a compensação ocorra em um período máximo de seis meses.
Rescisão contratual
A rescisão do contrato de trabalho pode ser homologada na empresa, na
presença de advogados do empregador e do funcionário.

Antes, devia ser feita nos sindicatos.


Ações judiciais
O trabalhador que entra com ação na Justiça do Trabalho é obrigado a
comparecer às audiências (antes, podia faltar em até três) e arca com os custos
do processo caso perca a ação (antes, não tinha despesa alguma).

Além disso, agora é prevista punição para quem age com má fé, com multa e
indenização para a parte contrária.
Multa
A multa para empregador que mantém empregado não registrado passa a ser
de R$ 3 mil por empregado ou R$ 800 para microempresas ou empresas de
pequeno porte (antes, era de um salário mínimo regional, com acréscimo em
caso de reincidência).

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