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ALEX CORDEIRO – RA: 2013912

TRABALHO DE DIREITO DO TRABALHO

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO

DIREITO DO TRABALHO

CURSO DE DIREITO, 5° P. NOTURNO

PROF. DENISE BRZEZINSKI

CURITIBA, 20 DE ABRIL DE 2022


REFERÊNCIAS

Cassar, Vólia Bomfim Resumo de direito do trabalho / Vólia Bomfim Cassar. – 6. ed., rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.

Delgado, Mauricio Godinho Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a
lei da reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores —Mauricio
Godinho Delgado. — 18. ed.— São Paulo : LTr, 2019
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

O Direito do Trabalho destina maior proteção jurídica ao empregado, que é a parte


mais economicamente mais vulnerável e, por isso mesmo, sujeita-se muitas vezes a condições
menos dignas de trabalho, daí a necessidade de um princípio protetivo para equilibrar esta
relação.

O princípio da proteção ao trabalhador está caracterizado pela intervenção do Estado


nas relações de emprego formando assim as bases de todo contrato de emprego.

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO

Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas
regras institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte vulnerável e
hipossuficiente na relação empregatícia, visando retificar (ou atenuar), no plano jurídico, o
desiquilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. Em que pese a reforma
trabalhista tenha relativizado, em alguns aspectos, este princípio, o que pode ser constatado
pela jurisprudência e súmulas mais recentes dos tribunais trabalhistas.

PRINCÍPIO DA PREVALENCIA DA CONDIÇÃO MAIS BENEFICA O


TRABALHADOR

Este princípio determina que toda condição mais vantajosa em que o


empregado se encontrar habitualmente prevalecerá sobre a condição anterior menos benéfica,
seja oriunda de lei, de contrato, de regime interno, de acordo ou convenção coletiva. Todo
tratamento favorável ao trabalhador, concedido tacitamente e de modo habitual não pode ser
suprimido, porque incorporado ao seu patrimônio como cláusula contratual ajustada.

Ao permitir que o empregado usufrua de condição mais favorável que aquela que é
prevista no contrato de trabalho e na lei, o empregador limitou seu poder potestativo de variar
e vinculou-se ao cumprimento desta nova condição, por tacitamente ajustada pela
habitualidade.
PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO
TRABALHADOR

O princípio da norma mais favorável pressupõe a existência de conflito entre normas


aplicáveis ao mesmo trabalhador. Neste caso, deve-se optar pela norma que for mais favorável
ao trabalhador, independentemente de hierarquia de normas. Esta é uma exceção à regra pois
não há um respeito hierarquia formal da norma e sim, em cada caso, a norma que for mais
benéfica ao empregado.

PRINCÍPIO IN DUBIO PRO MISERO OU IN DUBIO PRO OPERÁRIO

Quando uma norma comportar mais de uma interpretação razoável e distinta, deve se
optar por aquela que for mais favorável ao trabalhador, posto que este é a parte vulnerável na
relação de emprego. Ou seja, quando surgir da norma dúvida a respeito da sua interpretação,
desde que seja razoável, o exegeta deverá optar por aquela que beneficiar o hipossuficiente.

PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA

O princípio da primazia da realidade sobre a forma destina-se a proteger o trabalhador,


já que sem empregador poderia, com relativa facilidade, obrigá-lo a assinar documentos
contrários aos fatos e aos seus interesses, ou mesmo abdicando seus direitos, dado o estado de
sujeição que o empregado se encontra perante seu empregador.

O princípio da realidade sobre a forma preconiza que a verdade é mais importante do


que a formalidade. O que importa é o que realmente aconteceu, e não o que está escrito.

A reforma trabalhista modificou bastante o cenário favorável aos trabalhadores pela


aplicação do princípio da primazia da realidade sobre a forma, pois algumas modificações
feitas na CLT deixam clara a prevalência do ajustado individualmente ou coletivamente sobre
a realidade, mesmo que o contrato ou a norma seja menos favorável e diferente da realidade.

PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE, INTANGIBILIDADE E DA


IRREDUTIBILIDADE SALARIAL
O princípio da irredutibilidade salarial está consagrado no art. 7º, VI, da Constituição e
no art. 468 da CLT, significando que o empregador não pode reduzir numericamente o valor
do salário do empregado, salvo autorização em convenção ou acordo coletivo. A
intangibilidade corresponde à proteção do salário contra penhora, salvo lei em contrário; a
integralidade significa a proteção dos salários contra descontos não previstos em lei. As
exceções estão expressamente previstas em lei, tais como: o pagamento de prestação
alimentícia, a dedução de imposto de renda, a contribuição previdenciária, a contribuição
sindical, os empréstimos bancários, as utilidades e outros.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO

Informa tal princípio que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do


vínculo empregatício, com a integração do trabalhador a estrutura e dinâmica empresarial.
Apenas mediante tal permanência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir
satisfatoriamente o objetivo teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar melhores
condições, sob a ótica obreira, de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em
determinada sociedade

A regra geral quanto ao prazo do contrato de emprego é que este seja indeterminado,
portanto, a relação de emprego tende a ser duradoura. As exceções são o contrato por tempo
determinado e o contrato intermitente.

PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL IN PEJUS

As partes podem pactuar cláusulas iguais ou melhores (para o empregado) que a lei,
mas nunca contra ou em condições menos favoráveis que as previstas na lei ou nas normas
coletivas vigentes (art. 444 da CLT). Como consequência lógica do princípio da proteção, a
CLT vedou a alteração contratual, mesmo que bilateral, quando prejudicial ao empregado (art.
468 da CLT). É válida, pois, qualquer alteração unilateral ou bilateral, que não cause prejuízo
ao trabalhador, como aumento salarial ou redução da jornada, por exemplo.

PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE E DA
INTRANSACIONABILIDADE
Como regra geral, não pode o empregado, antes da admissão, no curso do contrato ou
após seu término, renunciar ou transacionar seus direitos trabalhistas, seja de forma expressa
ou tácita. O impedimento tem como fundamento a natureza dos direitos previstos nas normas
trabalhistas, que são de ordem pública, cogentes, imperativas, logo, irrenunciáveis e
intransacionáveis pelo empregado. O art. 9º da CLT declara como nulo todo ato que vise
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos direitos trabalhistas previstos na lei. Da mesma
forma, o art. 468 da CLT, que considerou nula toda alteração contratual que cause prejuízo ao
trabalhador.

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