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DIREITO DO TRABALHO I

Exercícios de fixação
Professora FERNANDA DA ROCHA TEIXEIRA
Data: 29/2/2016

Aluno: Nota:
Matrícula nº Turma:
QUESTÕES OBJETIVAS: ( responder no espaço reservado)

1. Marque a proposição correta:


a) é possível ao trabalhador renunciar direitos trabalhistas previstos em legislação própria, como por exemplo, o intervalo
intrajornada para refeição e descanso, objetivando a manutenção do emprego.
b) o princípio da irredutibilidade salarial é absoluto, portanto não comporta exceções, ainda que sob a tutela de entidade
sindical profissional.
c) Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda
assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado.
d) Em regra, aplica-se o instituto do ius variandi.

GABARITO: LETRA C.

2. Provas: FCC - 2015 - MANAUSPREV - Procurador Autárquico

Os princípios são proposições genéricas que exercem as funções informativa, normativa e interpretativa da ciência jurídica. Em
relação aos princípios aplicáveis ao Direito do Trabalho, é correto afirmar:

a) Derivado do princípio da intangibilidade salarial surge o princípio da irredutibilidade salarial que admite exceções somente
quando houver autorização expressa do trabalhador.
b) Desde que o trabalhador seja maior e capaz serão válidas a renúncia e a transação, independentemente de previsão legal,
ainda que lhe importem em prejuízos indiretos.
c) São princípios constitucionais específicos do Direito do Trabalho: liberdade sindical, reconhecimento das convenções e
acordos coletivos, proteção em face da automação.
d) O princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui em presunção favorável ao empregador, razão pela qual o
encargo em provar o término do contrato de trabalho é do trabalhador, quando negadas a prestação dos serviços e o
despedimento.
e) Com o objetivo de assegurar a eficácia e a segurança dos atos jurídicos no Direito do Trabalho, como regra geral, a
formalidade deve prevalecer sobre a realidade dos fatos.

GABARITO: LETRA A) Alternativa errada. O princípio da irredutibilidade salarial, embora de fato seja uma derivação
do princípio da intangibilidade salarial - este, de acepção mais genérica, estabelece garantias diversificadas da
ordem jurídica, para assegurar o valor e a disponibilidade salarial ao empregado, notadamente em virtude do seu
caráter salarial - estabelece que não se pode reduzir o salário do trabalhador, nem mesmo mediante prévia
autorização deste - e aqui o princípio se encontra com outro, o da indisponibilidade dos direitos trabalhistas. 

Apenas mediante autorização legal, ou por imposição de negociação coletiva é que pode haver redução salarial,
consoante dispõe o art. 7º, inciso VI, da CF/88 (que trata, especificamente, sobre a irredutibilidade salarial), mas
sempre devendo-se respeitar o postulado legal de que nenhuma disposição poderá prejudicar o trabalhador -
arts. 9º, 444 e 468, da CLT.

LETRA B) Alternativa errada. Em atenção ao princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhista, o trabalhador,
ainda que maior de idade, não pode dispor dos seus direitos, seja por renúncia seja por transação. Tal postulado vai
ao encontro das vedações impostas pelos dispositivos celetistas acima citados. Segundo a doutrina, contudo, a
indisponibilidade ela não é meramente absoluta, podendo também ser relativa. Nesse diapasão, admite-se margem
de agir ao empregado, no que tange a mudanças quanto aos seus direitos trabalhistas, mas em regra, apenas
mediante transação (renúncia apenas em raríssimas situações, e sempre mediante prévia autorização legal), mas
nunca podendo representar prejuízo ao trabalhador.

LETRA C) Alternativa CORRETA. Tais princípios foram reconhecidos pela nossa ordem constitucional, sobretudo a
partir e sob a égide da Constituição de 1988, o que se evidencia com a leitura do disposto nos arts.  7º, inciso XXVI
(convenções e acordos coletivos), 7º, inciso XXVII (automação) e 8º, caput e inciso I, todos da CF/88;
LETRA D) Alternativa errada. Tal princípio, ao contrário, gera presunção favorável ao empregado, considerando-se
que o trabalho é que gera para o trabalhador as condições de sua subsistência, com a contraprestação pela sua
prestação de serviços, e que, nesse diapasão, ele é o maior interessado na continuidade desta prestação de
serviços; não é por outro motivo que, em regra, os contratos de emprego são firmados por prazo indeterminado. No
que tange ao ônus da prova, nos casos idênticos ao mencionado na questão, este fica a cargo do empregador, e
não do empregado, consoante dispõe a Súmula n. 212, do TST:

SÚMULA N. 212, DO TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de
serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.

LETRA E) Alternativa errada. O princípio da primazia da realidade sobre a forma dispõe em sentido diametralmente
oposto ao ora estabelecido pela questão. Tal princípio particulariza, no âmbito trabalhista, a regra de direito civil
insculpida no art. 112, do Código Civil:

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal
da linguagem.

Portanto, segundo afirma Maurício Godinho Delgado, "No Direito do Trabalho deve-se pesquisar, preferencialmente,
a prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, independentemente da vontade eventualmente
manifestada pelas partes na respectiva relação jurídica". (DELGADO, Maurício Godinho, 2009, págs. 192, 193)
RESPOSTA: C

3 - Provas: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário - Área Judiciária

O artigo 620 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê que as condições estabelecidas em Convenção Coletiva de Trabalho,
quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo Coletivo de Trabalho. Tal dispositivo consagra o
princípio da
Parte superior do formulário

a) continuidade da relação de emprego.

b) primazia da realidade sobre a forma.

c) imperatividade das normas trabalhistas.

d) norma mais favorável ao empregado.

e) irrenunciabilidade de direitoS

GABARITO: LETRA C.

4 - Provas: CESPE - 2013 - SERPRO - Analista - Advocacia

No que se refere ao direito individual do trabalho, julgue os itens a seguir. Nesse sentido, considere que as siglas CLT e TST
se referem, respectivamente, a Consolidação das Leis do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
Um dos princípios norteadores das medidas protetivas ao salário é a irredutibilidade salarial. Todavia, esse preceito não é
absoluto, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro permite a redução salarial. Justifique sua resposta.

Certo ( ) Errado ( )

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GABARITO: Artigo 7º, inciso VI, da CF.

5 - Provas: CESPE - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária
Assinale a opção correta no que diz respeito aos princípios e fontes do direito do trabalho.

a) Aplica-se o princípio da primazia da realidade à hipótese de admissão de trabalhador em emprego público


sem concurso.
b) Conforme expressa previsão na CLT, independentemente do período de tempo durante o qual o
empregado perceba gratificação de função, sendo este revertido ao cargo efetivo de origem, ainda que sem
justo motivo, ser-lhe-á retirada a gratificação, não cabendo a aplicação ao caso dos princípios da
irredutibilidade salarial e da estabilidade financeira.
c) As convenções coletivas de trabalho, embora sejam consideradas fontes do direito do trabalho, vinculam
apenas os empregados sindicalizados, e não toda a categoria.
d) A CLT proíbe expressamente que o direito comum seja fonte subsidiária do direito do trabalho, por
incompatibilidade com os princípios fundamentais deste.
e) De acordo com entendimento do TST, com fundamento no princípio da proteção, havendo a coexistência
de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às
regras do sistema do outro.

GABARITO: A questão em tela versa sobre princípios e fontes do direito do trabalho, conforme abaixo
analisado.

a) A alternativa “a” trata do princípio da primazia da realidade, pelo qual a verdade dos fatos possui
prevalência em relação à formalidade contratual. No caso de contratação sem concurso público, por mais
que de fato o trabalhador tenha sido contratado pelo ente estatal de fato e prestado serviço, a verdade
dos fatos não poderá prevalecer no sentido de considerá-lo como empregado de direito, face à vedação
constitucional do artigo 37, II da CRFB, conforme Súmula 363 do TST, razão pela qual o princípio da
primazia da realidade não possui prevalência de aplicação nessa hipótese, razão pela qual incorreta a
alternativa.

b) A alternativa “b” refere-se merece análise de acordo com o artigo 468 da CLT e Súmula 372 do TST,
razão pela qual incorreta.

c) A alternativa “c” trata de uma restrição de aplicação das convenções coletivas como somente aos
empregados sindicalizados, o que não resta correto, conforme artigo 611, caput, parte final da CLT,
razão pela qual incorreta.

d) A alternativa “d" vai de encontro ao artigo 8°, parágrafo único da CLT, que informa ser o direito
comum fonte subsidiária do direito do trabalho, razão pela qual incorreta.

e) A alternativa “e” retrata exatamente o disposto na Súmula 51, II do TST, razão pela qual correta.
6 - Provas: TRT 8R - 2013 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Juiz do Trabalho

Quanto à aplicação da norma mais favorável ao trabalhador independente da posição hierárquica que tenha
a norma, é CORRETO afirmar:

a) A Lei 7.064/1982, que dispôs sobre a situação de trabalhadores brasileiros contratados ou transferidos
para prestar serviços no exterior, socorreu-se da Teoria do Conglobamento no contraponto entre a lei
territorial externa e a lei brasileira originária.
b) Para se decidir qual das normas coletivas é a mais benéfica deve ser adotada a teoria da acumulação
segundo a qual, havendo duas normas coletivas, aplica-se a que for mais favorável ao trabalhador em seu
conjunto e não cláusula por cláusula.
c) No Brasil, sob o ponto de vista de sua aplicação, a convenção coletiva tem eficácia limitada, aplicável
unicamente aos convenentes e, portanto, aos associados do sindicato.
d) As regras do acordo coletivo do trabalho, por serem especiais, sempre prevalecem sobre as estipuladas em
Convenção Coletiva, que têm caráter geral.
e) A teoria do conglobamento propõe, como procedimento de seleção, análise e classificação das normas
cotejadas, o fracionamento do conteúdo dos textos normativos, retirando-se os preceitos e institutos
singulares de cada um que se destaquem por seu sentido mais favorável ao trabalhador.

GABARITO: Para a análise da validade dos ACTs e CCTs que se encontram em vigor simultaneamente, a doutrina
aventou a aplicação de algumas teorias: da acumulação (pela qual são somadas as cláusulas mais benéficas ao
trabalhador de ambos os instrumentos) e conglobamento (pela qual analisa-se qual o instrumento coletivo mais
benéfico de uma maneira geral, analisando todas as normas), sendo que esta última foi a adotada pela
jurisprudência brasileira, inclusive tendo sido positivada na lei 7.064/82 (artigo 3 o., III, destacando-se que há que
entenda que no referido dispositivo foi adotada a teoria do conglobamento orgânico ou mitigado, pelo qual se
aplicariam as normas mais benéficas de acordo com o instituto, ou seja, cotejando-se ambas as normas e aplicando
aquele instituto mais benéfico ao trabalhador, independente da quantidade de normas inseridas). Assim,
RESPOSTA: A.

7 - Provas: TRT 15R - 2013 - TRT - 15ª Região - Juiz do Trabalho


Dizia Lacordaire: entre o fraco e o forte, entre o rico e pobre, entre o patrão e o empregado, a liberdade
escraviza e a lei liberta. A compreensão do papel da legislação trabalhista no Brasil é complexa e envolve, por
certo, outras interpretações. De todo modo, do ponto de vista formal, sobre as leis trabalhistas no Brasil é
correto dizer:

a) surgem, originariamente, em 1930, no governo de Getúlio Vargas;


b) na esfera constitucional, estão mencionadas desde 1934, quando se expressou o princípio de que as leis
trabalhistas devem observar, dentre outros preceitos, o de melhorar as condições dos trabalhadores;
c) ganharam posição de relevo na Constituição de 1937, não tendo sido superada por Constituição posterior;
d) objetivam a melhoria da condição social do trabalhador, desde, que não prejudiquem o
interesse .econômico pois na busca da justiça social deve-se seguir os ditames da ordem econômica;
e) seguem o preceito de que “A ordem econômica deve ser organizada conforme os princípios da justiça
social, conciliando a liberdade de iniciativa com a valorização do trabalho humano, que foi enunciado,
originariamente, na Constituição de 1988.

GABARITO: Vejamos cada uma das afirmativas aventadas:


LETRA A) Alternativa errada. Anteriormente a 1930 já havia no Brasil certa produção legislativa trabalhista,
calcada, contudo em manifestações esparsas, conforme salienta Maurício Godinho Delgado, podendo ser citadas
como exemplo, a legislação acidentária do trabalho (Lei n. 3.724/19) e a Lei Elói Chaves, que instituiu as Caixas de
Aposentadoria e Pensões para os ferroviários (Lei 4.682/23). Todavia, efetivamente pode-se dizer que o período de
INSTITUCIONALIZAÇÃO do direito do trabalho teve início a partir de 1930, no governo Vargas, mas isso não
significa que as leis trabalhistas começaram a ser editadas nesse período (DELGADO, Maurício Godinho, 2009, págs.
101, 102 e 103).

LETRA B) Alternativa CORRETA. A primeira Constituição Brasileira a atribuir envergadura constitucional à proteção
do trabalho foi a de 1934, notadamente em virtude da influência sofrida pelas Constituições do México, de 1917, e a
de Weimar, de 1919, que foram os marcos do surgimento das chamadas Constituições Sociais. Os direitos
trabalhistas ganharam especial proteção nos arts. 121 a 123.

LETRA C) Alternativa errada. A Constituição de 1937 foi outorgada, imposta unilateralmente por Getúlio Vargas,
tendo caráter extremamente autoritário. Foi, nesse contexto, apelidada de "Polaca", pois sofrera influência da
Constituição fascista polonesa. Nesse diapasão, os direitos trabalhistas passaram a ser extremamente controlados
pelo regime ditatorial, que teve caráter nitidamente centralizador, situação que floresceu, sobremaneira, a partir do
estado de sítio instaurado a partir de 1935. Nesse sentido, afirma Godinho:

"Entretanto, logo imediatamente o governo federal retomou seu controle pleno sobre as ações trabalhistas, através
do estado de sítio de 1935, dirigindo preferencialmente às lideranças políticas e operárias adversárias da gestão
oficial. Mais do que isso, com o estado de sítio de 35, continuado pela ditadura aberta de 1937, pôde o governo
federal eliminar qualquer foco de resistência à sua estratégia político-jurídica, firmando solidamente a larga
estrutura do modelo justrabalhista, cujas bases iniciara logo após o movimento de outubro de 1930". (Ibid, pág.
103)

LETRA D) Alternativa errada. Pelo contrário, a proteção constitucional assegurada à ordem econômica passa,
necessariamente, pela proteção do trabalho humano, que não pode ser relegada a segundo plano. Logo, o interesse
econômico é que não pode se sobrepôr aos direitos do trabalhador, nem à proteção, igualmente constitucional,
conferida ao trabalho. Dois dispositivos constitucionais, em especial, expressam tal preocupação: o art. 1º, que
estabelece como fundamento da República Federativa do Brasil os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
(inciso IV) e o art. 170, que no seu caput afirma:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios: (grifamos)

LETRA E) Alternativa errada. A primeira Constituição Brasileira a tratar, expressamente sobre a ordem econômica
foi a de 1934, basicamente nos dispositivos compreendidos entre os arts. 115 a 143.
RESPOSTA: B

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