Você está na página 1de 5

Lesão Corporal

Conceito de Lesão Corporal trata se de uma ofensa física voltada a integridade ou à


saúde do corpo humano, não se enquadra neste tipo penal qualquer tipo de ofensa moral.
Para que se caracterize a ofensa é necessário que a vítima sofra algum dano ao seu corpo
alterando se interna ou externamente, podendo ainda abranger qualquer modificação prejudicial
à sua saúde ou ainda causando abalos psíquicos comprometedores. Tratando se de saúde, não
se deve levar em consideração apenas a pessoa saudável, vale dizer, tornar enfermo quem não
estava, mas ainda o fato de o agente ter agravado o estado de saúde de quem já se encontrava
doente.

Autolesão não é punida no direito brasileiro, salvo se estiver vinculada à violação de


outro bem ou interesse juridicamente tutelado, como ocorre por exemplo, quando o agente,
pretendendo obter indenização ou valor de seguro fere se, mutilando seu próprio corpo.

O núcleo do tipo ofender significa lesar ou fazer mal a alguém ou a alguma coisa. O
objeto da conduta é a integridade corporal ou à saúde. São sujeitos ativos e passivos podem ser
quaisquer pessoas. E o elemento subjetivo na figura prevista no caput que é a lesão corporal
simples é somente o dolo. O objeto material é a pessoa que sofre a lesão e o objeto jurídico é a
incolumidade física.

É um crime comum, pois pode ser cometido por qualquer pessoa, é crime material, pois
exige resultado naturalístico, consistente na lesão à vítima, é de forma livre, podendo ser
cometido por qualquer meio escolhido pelo agente, comissivo, pois ofender implica em ação,
mas excepcionalmente pode ser omissivo, é crime instantâneo, cujo resultado ocorre de maneira
instantânea, não se prolongando no tempo, crime de dano, pois somente se consuma com a
efetiva lesão, podendo ser cometido por um único agente, sendo assim unissubjetivo e em regra
vários atos integram a conduta de lesar, o crime em seu caput admite a forma tentada.

É uma ofensa à integridade física ou à saúde da pessoa humana, considerada muito


mais séria e importante do que a lesão leve ou simples, porém vale ressaltar que não existe
diferença entre quaisquer dos tipos de lesão corporal, embora para os efeitos de punição leve se
em consideração a espécie do dano causado à vítima. A debilidade permanente trata se de uma
frouxidão duradoura no corpo ou na saúde, que se instala na vítima após a lesão corporal
provocada pelo agente. Não se exige que seja uma debilidade perpétua, bastando ter longa
duração. Os membros do corpo humano são os braços, as mãos, as pernas e os pés. Os dedos
são apenas as partes dos membros, de modo que a perda de um dos dedos constitui se em
debilidade permanente da mão ou do pé. A função trata se da ação própria de um órgão do
corpo humano, como por exemplo função respiratória, função circulatória, a perda de um dos rins
é debilidade permanente e não perda de função, pois trata-se de órgão duplo.

Lesão corporal seguida de morte

Trata-se de um crime preterdoloso, pois é a única forma autenticamente preterdolosa


prevista no Código Penal, pois o legislador deixou nítida a exigência do dolo no antecedente
(lesão corporal) e somente a forma culposa no evento subsequente (morte da vítima). Ao
mencionar que a morte não pode ter sido desejada pelo agente, nem tampouco ele pode ter
assumido o risco de produzi lá senão, o agente responderá por homicídio doloso.
A tentativa não é possível no crime de lesão corporal seguida de morte, pois o crime
preterdoloso envolve a forma culposa e esta é incompatível com a figura da tentativa, se o
agente não quer de modo algum a morte da vítima é impossível obter a forma tentada de tal
prática delituosa, além disso se a morte ocorre o crime estará consumado e se não ocorrer a
morte será apenas crime de lesão corporal. parágrafo sexto do código penal: lesão corporal
culposa, que trata-se da figura típica do caput (ofender a integridade corporal ou a saúde de
outrem) embora com outro elemento subjetivo, a CULPA. É um tipo aberto, que depende, pois,
da interpretação do juiz para poder ser aplicado. A culpa é constituída de imprudência, imperícia
ou negligência, portanto lesionar alguém por imprudência, imperícia ou negligência concretiza
este tipo penal incriminador.

Perigo de contagio venéreo

Nessa modalidade, o simples perigo já configura o crime, não sendo necessária,


portanto, a contaminação. Desse modo, a ação do Estado é no sentido de punir aquele indivíduo
que, sabendo de sua enfermidade ou tendo pelas circunstâncias concretas condições de saber,
ainda assim pratica ato sexual tendente a transmitir ou criar perigo de transmissão do mal. É
necessário que haja contato corpóreo entre autor e vítima, de modo que aquele possa transmitir
diretamente a doença para esta.

Ainda, a vítima deve ser determinada. Os crimes contra um grande número de vítimas
estão previstos a partir do art. 250, Código Penal. Trata-se de crime comum. Assim, qualquer
pessoa pode ser o sujeito ativo. É irrelevante que saiba ou possa saber da doença, pois a
objetividade jurídica tutelada é de interesse público, supraindividual. Isso porque o legislador visa
a não disseminação da doença. Portanto, o consentimento é irrelevante.

Somente incide este artigo em ato sexual ou libidinoso. Senão, é o art. 131, Código
Penal. Se as duas pessoas possuem a doença, e crime impossível pois não há a exposição ao
perigo de contagio. Em confronto com o art.129, prevalece este pôr a pena ser maior. No caso, é
aquela questão onde o peixão engole o peixinho. Se a transmissão resultou em morte, responde
por lesão corporal seguida de morte ou homicídio, dependendo da intenção.

Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente

Trata-se de crime subsidiário, ou seja, só é aplicado se não há enquadramento


especifico em outro artigo. Possui o verbo expor, que significa colocar em perigo a vida ou a
saúde de outrem. O perigo deve ser direto, isto é, deve ocorrer em relação à pessoa
determinada. Deve também ser um perigo iminente, ou seja, imediato, aquele prestes a se
convolar em dano.

Note-se que a ação física desencadeada pelo sujeito ativo não visa causar nenhum dano
em alguém, mas simplesmente criar uma situação da qual resulte uma ameaça de lesão para a
vida ou saúde de outrem. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não sendo necessário
qualquer vínculo entre as partes. O sujeito passivo também qualquer pessoa. Apenas se exige
que o seja determinado.

O disparo de arma de fogo em via pública tem lei especifica, mas também poderia ser
enquadrado neste artigo. O artigo exige dolo, podendo ser direto ou eventual. Ex: Arremessar
objetos e via pública. No entanto, se houver o dolo de dano, será tentativa de homicídio ou lesão
corporal dolosa.

Abandono de incapaz

  Trata-se de crime contra a pessoa que consiste em abandonar (deixar sem a devida
assistência) aquele que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, que não é capaz
de se defender dos riscos do abandono, independentemente de sua idade. O crime será
qualificado se resultar lesão corporal de natureza grave ou morte. As penas serão aumentadas
se o abandono ocorrer em lugar ermo, se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge,
irmão, tutor ou curador da vítima e se a vítima for maior de 60 anos.

Omissão de socorro

A tutela da norma penal destaca aqui a defesa da vida e da saúde da pessoa, que se dá
mediante imposição de um dever geral de solidariedade no sentido de que todos têm a
obrigação dar assistência à criança abandonada ou extraviada, à pessoa inválida ou ferida,
assim como ao desamparado ou em grave e eminente perigo de vida, quando isso for possível
sem risco pessoal, também punindo o ato egoístico daquele que nem sequer se digna a pedir o
socorro da autoridade pública, em favor da vítima.
Embora descreva condutas alternativas (“deixar de prestar assistência” ou “não pedir,
nesses casos, socorro”), não se pode concluir que a redação da norma outorga ao autor do fato
a liberdade de optar entre prestar assistência ou apenas chamar o socorro, para que não lhe
incida a pena cominada. Isso porque, enquanto ausente o risco pessoal ao autor, é plenamente
exigível que se solidarize com a situação do ofendido de modo a lhe prestar imediato socorro.
Assim, é de se admitir o pedido de socorro como providência subsidiária, possível
apenas diante da impossibilidade de o autor alcançar imediato amparo ao ofendido. Sendo
possível o socorro, sem risco ao autor, e tendo ele apenas solicitado auxílio à autoridade pública,
tem-se que o crime restará caracterizado.
Contudo, o delito não se configura quando demonstrado que o próprio socorro ou o
chamado por ele implicar em risco pessoal ao autor do fato.
A norma descreve ato omissivo próprio, pois, diante da obrigação de assistir o desvalido,
implícita na norma penal, a simples omissão impõe a incidência do artigo 135 do Código Penal.
Descarta-se o enquadramento do tipo como omissivo impróprio justamente por não incidir
quaisquer daquelas alíneas do § 2.º do artigo 13 do Código Penal.
Qualquer pessoa que encontre alguém nas condições de vulnerabilidade previstas no
artigo em questão pode ser considerada autor do crime. O caput do dispositivo elenca um rol de
pessoas que figuram como sujeitos passivos do crime em questão:
Compreende-se como criança, para a norma, o infante que não pode oferecer defesa
própria à situação de risco à qual foi submetida, sendo considerada abandonada aquela exposta
à situação de risco.
A criança extraviada é aquela que está perdida.
A pessoa inválida é a que, por deficiência, doença ou idade, está exposta ao risco.
A pessoa ferida é a que teve sua integridade corporal ofendida.
O desamparado é o que não tem qualquer auxílio.
A gravidade da situação e a eminência do perigo em que se encontra a pessoa, que
também encampam elementares do tipo, devem ser avaliadas no caso concreto, porquanto
qualquer pessoa submetida a tais condições também é considerada sujeito passivo do crime.
A norma exige a consciência do autor no sentido de que sua conduta (de não prestar
assistência ou não pedir ajuda) deixará o ofendido desamparado, exposto a risco.
O crime se consuma diante da omissão do autor à falta de socorro à vítima. Não se
cogita a hipótese de tentativa.
Direito Penal

Edson Carlos Martiniano de Sousa


Matricula 201489485

Você também pode gostar