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D a P e r i c l i ta ç ã o D a V i d a
E Da Saúde
Elemento subjetivo
Dolo de perigo, ou seja, ter a vontade consciente de colocar a vítima em
situação de risco, com a possibilidade de contrair a doença sexualmente
transmissível.
Sujeito ativo
Qualquer pessoa que tenha moléstia venérea.
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Sujeito passivo
Qualquer pessoa com quem o agente pratique o ato sexual. Inclusive
prostituta pode ser vítima deste crime.
Consumação
No momento do ato sexual ou ato libidinoso, independentemente de a
vítima ser contaminada.
Tentativa
É possível, quando o agente quer manter a relação sexual e não consegue
(Exemplo: polícia chega, não tem ereção, etc).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Em ambas as situações, seja simples (caput) ou qualificada (§ 1o), trata-se
de crime de ação penal pública condicionada à representação, nos termos do
art. 130, § 2o, do CP.
Se para determinada doença existe vacina e a vítima já está imunizada
não caracteriza crime (ex.: HPV), por ser crime impossível (art. 17 do Código
Penal).
O uso de preservativo, via de regra, exclui o crime, mas se expõe a vítima
a outro ato libidinoso capaz de transmitir a moléstia (como por exemplo, o
beijo lascivo), persiste o crime.
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SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa que esteja contaminada com doença venérea
SUJEITO PASSIVO Qualquer pessoa ainda não contaminada pela doença venérea
CONSUMAÇÃO No momento da relação sexual, ainda que não haja a contaminação
TENTATIVA É possível
QUALIFICAÇÃO Crime comum, instantâneo, formal, de ação vinculada, doloso, de
DOUTRINÁRIA perigo e de dano
AÇÃO PENAL Pública condicionada à representação
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Elemento subjetivo
Dolo de perigo. Vontade consciente de abandonar a vítima à própria sorte,
criando riscos (à vida e à saúde) resultantes do abandono.
Como não há modalidade culposa, nos casos de menores que se perdem
no supermercado ou shopping center, por mais que o responsável tenha sido
negligente: não há crime.
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Sujeito ativo
Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por aqueles que têm
o dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade (garantes), nos termos
do art. 13, § 2o, do Código Penal.
Sujeito passivo
Pessoa incapaz, de qualquer idade, desde que exista relação de assistência.
Consumação
O crime se consuma com o abandono. Contudo, o crime é de perigo
concreto, ou seja, é imprescindível que o abandono acarrete risco real para
a vítima.
Tentativa
É possível. Exemplo: quando a mãe está deixando a criança em lugar
distante e é surpreendida, não houve abandono, mas é inegável que estava
em plena execução do delito (NORONHA, 2000, p. 96).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Se a criança foge daquele que tem o dever de assistir: não há crime.
Se o agente abandona, mas vigia à distância: não há crime.
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Elemento subjetivo
Dolo de perigo.
Sujeito ativo
Qualquer pessoa, pois não há vinculação jurídica entre o agente e a vítima.
Sujeito passivo
A lei descreve as pessoas que podem ser vítimas deste crime, sendo elas:
99 criança abandonada: é aquela deixada à própria sorte pelo seu
responsável;
99 criança extraviada: é aquela que está perdida, não sabe onde reside.
LEMBRE-SE!
Em ambos os casos, criança é toda pessoa de até 12 anos incompletos, conforme
o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente – art. 2o da Lei no 8.069/90).
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Consumação
No momento em que se omite, ou seja, deixa de prestar assistência quando
pode fazê-lo.
Tentativa
É impossível, pois ou o agente deixa de socorrer e o crime está consumado,
ou alguém presta o auxílio, afastando o delito.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Se a vítima recusa auxílio, o agente responde pelo delito de qualquer jeito.
Só não responde se a vítima impede o auxílio.
Omissão de socorro em acidente de trânsito configura tipificação legal
no art. 304 do CTB (Lei no 9.503/97), somente se for o condutor do veículo
envolvido no acidente.
No caso de condutor que culposamente provoca homicídio ou lesão
corporal e omite socorro, responde pelos arts. 302 e 303, respectivamente,
do CTB, com aumento de pena.
Há omissão de socorro no Estatuto do Idoso (art. 97 da Lei no 10.741/2003),
nos casos de a vítima ser pessoa idosa (mais de 60 anos), e em situações mais
específicas, quando será afastada a aplicação do art. 135 do Código Penal.
Se a omissão for de pai para filho, enfermeiro para paciente, ou outras
situações de assistência de garantidores (art. 13, § 2o, do CP) poderá haver
crime de abandono de incapaz (art. 133 do CP).
Se várias pessoas negam assistência à vítima, todas respondem pelo delito.
Se apenas um presta socorro, havendo várias pessoas que poderiam fazê-
-lo, os demais não cometem crime, pois a vítima foi socorrida, e como é uma
obrigação solidária, o ato de uma desobriga a todas as outras.
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Observações importantes
A obrigatoriedade para o preenchimento de formulários deve ser
sempre prévio ao atendimento, e não posterior (BITENCOURT, 2014,
p. 306). Vale ressaltar que em determinados casos é lícita a exigência de
prévio preenchimento de formulários, nas ocasiões em que tal informação
seja necessário para a vida e saúde do paciente, como em determinadas
intervenções cirúrgicas que possam colocar a vida do paciente em risco, como
por exemplo: a especificação do tipo sanguíneo do indivíduo a ser atendido,
que pode ser necessário em determinadas intervenções médicas, sendo nesse
caso uma conduta atípica.
Elemento subjetivo
Dolo de exigir alguma forma de garantia, ou preenchimento de formulário,
como condição de atendimento médico emergencial do paciente.
Sujeito ativo
É crime próprio, pois só configura como autor do crime aquele que determina
que o atendimento médico-hospitalar de urgência apenas será realizado se houver
a entrega de uma das garantias elencadas no tipo penal, ou ainda a exigência
de preenchimento de formulários para tanto, como por exemplo, o diretor,
gestor, sócios etc. Contudo, na prática, quem faz essa imposição de garantias
normalmente são os atendentes do estabelecimento médico, que embora sujeito
a ordens, também deverá responder pelo delito, em concurso de agentes.
Sujeito passivo
Qualquer pessoa que estiver necessitada do atendimento médico-
-hospitalar de urgência, bem como a pessoa da qual, em virtude de alguma
impossibilidade do paciente, forem exigidas as garantias descritas no tipo
penal para que haja o atendimento (GRECO, 2015, p. 378).
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Consumação
No momento em que há a exigência das garantias ou preenchimento dos
formulários elencados no caput do tipo penal.
Tentativa
Embora com divergência na doutrina, entendemos que não é possível
a tentativa deste delito, já que se há exigência para o atendimento o crime
já está consumado, impossibilitando o fracionamento de sua execução
(BITENCOURT, 2014, p. 308).
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punição dos maus-tratos, desde que haja um vínculo entre o agente e a vítima,
de modo a controlar o poder disciplinar da pessoa que se valha da posição de
superioridade.
Elemento subjetivo
Dolo, vontade de maltratar a vítima.
Sujeito ativo
É crime próprio, pois só configura como autor do crime aquele que tem
autoridade sobre o outro, pais, tutores, babás, cuidadores, professores,
médicos, enfermeiros, carcereiros etc.
LEMBRE-SE!
Marido não pode ser sujeito ativo em relação à mulher, pois não há vínculo de
autoridade sobre ela.
Sujeito passivo
Pessoa incapaz, de qualquer idade, desde que exista relação de assistência,
nas situações previstas na lei.
Consumação
No momento em que a vítima se expõe ao perigo.
Tentativa
Só é possível nas condutas comissivas (ex.: iria dar um soco no filho e
alguém não deixa). Nas condutas omissivas a tentativa é impossível.
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