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Direito Penal

Prof. Márcio Tadeu

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Direito Penal
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DO CRIME DE HOMICÍDIO

Façamos uma leitura detalhada do artigo 121 do Código Penal:

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:


VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A - Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

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Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar
a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos ou com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima;
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos
incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2016.

✓ Conceito: É a eliminação da vida humana extrauterina praticada por outra pessoa.


✓ Objeto Jurídico: Vida humana extrauterina, que começa com o início do parto
(completo desprendimento das entranhas, dores do parto, dilatação do colo do
útero).
✓ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (crime comum).
✓ Sujeito Passivo: Qualquer pessoa com vida.
✓ Consumação: Ocorre com a morte do ser humano, em outras palavras, conforme
posição tradicional, com a paralisação circulatória, cerebral e respiratória. É
classificado como crime instantâneo de efeitos permanentes.

Entretanto, nos termos da Lei nº. 9.434/1997 (Lei dos Transplantes), e do art. 16, § 1º,
do Decreto nº. 2.268/1997, haverá morte quando não houver atividade cerebral (morte
cerebral).

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Lei 9.434/97, Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes


do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida
de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos
não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização
de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal
de Medicina.
Decreto 2.268/97, Art. 16. A retirada de tecidos, órgãos e partes poderá
ser efetuada no corpo de pessoas com morte encefálica.
§ 1º O diagnóstico de morte encefálica será confirmado, segundo os critérios
clínicos e tecnológicos definidos em resolução do Conselho Federal de
Medicina, por dois médicos, no mínimo, um dos quais com título de especialista
em neurologia reconhecido no País.

✓ Elementos do tipo: O tipo homicídio não exige dolo específico;

✓ Meios de execução: O homicídio é classificado como crime de ação livre. Os


meios de se praticar um homicídio podem ser físicos (mecânicos, químicos ou
patogênico); morais ou psíquicos; com palavras (dizer para um cego avançar
em direção ao abismo; por meio direto (contra o corpo da vítima); indireto
(atrair a vítima para perto do leão); por ação ou omissão.

✓ Concurso de pessoas: O homicídio é um crime de concurso eventual


(unissubjetivo), entretanto, pode ser praticado por mais de uma pessoa, em
coautoria ou participação.

Classificação doutrinária do crime


de homicídio: Trata-se de crime
comum; material; de forma livre;
instantâneo; de dano; unissubjetivo;
plurissubsistente; admite tentativa.

Homicídio Simples

Homicídio simples
Art. 121 - Matar alguém:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.

Homicídio simples (art. 121, caput, CP): é aquele que contém somente os elementos
essenciais do tipo básico fundamental. Entende-se também que a identificação da

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modalidade simples do homicídio de faz por exclusão, isto é, quando não apresenta
elementos qualificadores.

Então, é um conceito “negativo”, ou


seja, somente será simples quando o
fato criminoso não for enquadrado
penalmente nos demais tipos de
homicídio. Obs: O homicídio simples, em regra, não é hediondo, mas
pode ser, conforme art. 1º, I, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes
Hediondos), desde que praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente.

Homicídio Privilegiado

Caso de diminuição de pena


§ 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, CP): é causa de diminuição de pena (1/6 a
1/3), quando o agente pratica o fato:
a) impelido por motivo de relevante valor social: refere-se a causa que tem por
fundamento interesse coletivo, como por exemplo, conforme autores tradicionais, a
morte do traidor da pátria.
b) impelido por motivo de relevante valor moral: refere-se a interesse particular,
como por exemplo a eutanásia.
Segundo Evaldo A. D’Assumpção, Ex-Presidente da Academia Mineira de Medicina,
eutanásia (homicídio piedoso) pode ser conceituada como o “ato deliberado para
retirar a vida de uma pessoa que está em grave possibilidade de um sofrimento
intenso, ou já se encontra nele, em razão de alguma doença incurável”.

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Eutanásia: Hodiernamente é entendida


como morte provocada por sentimento de
piedade à pessoa que sofre. Ao invés de
deixar a morte acontecer a eutanásia age
sobre a morte, antecipando-a. Assim, a eutanásia só ocorrerá quando a morte
for provocada em pessoa com forte sofrimento, doença incurável ou em estado
terminal e movida pela compaixão ou piedade. Portanto, se a doença for
curável não será eutanásia, mas sim o homicídio tipificado no art. 121 do
Código Penal, pois a busca pela morte sem a motivação humanística não pode
ser considerada eutanásia.

c) sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da


vítima:

✓ Existência de uma injusta provocação (não é injusta agressão, senão seria


legítima defesa). Ex.: xingamento, traição;

✓ Que, em razão da provocação, o agente fique tomado por uma emoção


extremamente forte.

✓ Reação imediata (logo em seguida...). Não pode ficar evidenciada uma patente
interrupção entre a provocação e a morte. Leva-se em conta o momento em que
o sujeito ficou sabendo da provocação.

TJ-AP - APELACAO CRIMINAL ACR


250906 AP (TJ-AP) Data: 18/09/2007
Ementa: PENAL - PROCESSO PENAL -
HOMICÍDIO - PRIVILÉGIO E
QUALIFICADORA DE NATUREZA SUBJETIVA - NULIDADE.
1) Em se tratando de homicídio privilegiado, referente a circunstância
subjetiva, predomina na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que
pode ela coexistir com circunstâncias qualificadoras, mas desde que
sejam de caráter objetivo, nunca subjetivo, contanto que compatíveis
com o privilégio. Assim, padece de nulidade a decisão do Conselho de
Sentença que reconhece o homicídio privilegiado pela violenta emoção, após
injusta provocação da vítima, e também a qualificadora do uso de recurso que
impossibilitou a defesa do ofendido. 2) Apelação provida.

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O Privilégio é sempre circunstância do crime. Sendo circunstâncias subjetivas


(ligadas ao motivo ou estado anímico do agente) são incomunicáveis. Se objetivas
(ligadas ao modo de execução) passam a ser comunicáveis.

Homicídio Privilegiado-Qualificado

A corrente majoritária entende que a pena a ser aplicada é a do homicídio


qualificado com a redução do privilégio. O Homicídio privilegiado-qualificado não é crime
hediondo.

TJ-AP - APELACAO CRIMINAL ACR


224205 AP (TJ-AP) 06/04/2006
Ementa: PENAL E PROCESSO PENAL -
JÚRI - CONTRADIÇÃO NAS RESPOSTAS
DOS QUESITOS - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO E QUALIFICADORA DO
MOTIVO FÚTIL - CIRCUNSTÂNCIAS DE NATUREZA SUBJETIVA -
NULIDADE DO JULGAMENTO.
1) Respostas afirmativas do Corpo de Jurados, reconhecendo ao mesmo
tempo o homicídio privilegiado e a qualificadora do motivo fútil,
circunstâncias de natureza subjetiva, e inconciliáveis no mesmo fato-
homicídio, por restarem contraditórias, impõem a declaração de nulidade
do julgamento, para que outro seja proferido.
2) Apelo provido.

Fernando Capez compartilha da mesma opinião supramencionada, apontando que


"no concurso entre as circunstâncias objetivas (qualificadoras que convivem com o
privilégio) e as subjetivas (privilegiadoras), estas últimas serão preponderantes, pois
dizem respeito aos motivos determinantes do crime. Assim, o reconhecimento do
privilégio afasta a hediondez do homicídio qualificado “.

Código Penal Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições


de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Homicídio Qualificado

Homicídio qualificado
§ 2º - Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
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IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso


que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;

Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro
grau, em razão dessa condição:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º - Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe
(qualificadora subjetiva);

✓ Na paga ou promessa de recompensa, há a figura do mandante e do executor.


Ambos respondem pela forma qualificada. Também é chamado de homicídio
mercenário. A paga é prévia em relação à execução. Na promessa de
recompensa, o pagamento é posterior à execução. Mesmo se o mandante
não a cumprir, existirá a qualificadora para os dois.

✓ A qualificadora do motivo fútil (art.


121, § 2º, II, do CP) é compatível com o
homicídio praticado com dolo eventual?
SIM. O fato de o réu ter assumido o risco de
produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de
o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente,
direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta.
STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.

✓ O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de


recompensa" (inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime
de homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em
relação ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo
caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. STJ.
6ª Turma. REsp 1209852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 15/12/2015 (Info 575). Obs: existem julgados em sentido
contrário.

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✓ Motivo torpe: demonstra a maldade do sujeito em relação ao motivo do delito. É


o motivo vil, repugnante. Ex.: matar o pai para ficar com herança; matar a
esposa porque ela não quer manter relação sexual, por preconceito de
sexo, cor, religião, etnia e raça. O ciúme não é considerado motivo torpe. A
vingança será considerada, ou não, motivo torpe ou fútil dependendo do que a
tenha originado.

✓ Ciúme não é motivo torpe


✓ Ausência de motivo não é considerado fútil;

✓ Um motivo não pode ser fútil e torpe ao mesmo tempo, pois um exclui o outro

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
[...]
II - por motivo fútil (qualificadora subjetiva); (grifo nosso)

✓ Matar por motivo de pequena importância, insignificante. Exemplo: matar por


causa de uma fechada no trânsito, discussões banais entre marido e
mulher, sobre futebol, política, religião etc.). Quanto ao ciúme, prevalece o
entendimento de que não constitui motivo fútil ou torpe, se não há outras
circunstâncias a ele acrescentadas.

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
[...]
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum
(qualificadoras objetivas); (grifo nosso)

✓ Emprego de veneno: É necessário que seja inoculado de forma que a vítima não
perceba. Se o veneno for introduzido com violência ou grave ameaça, será aplicada
a qualificadora do meio cruel.

✓ Emprego de fogo: neste caso temos como exemplo o caso do índio pataxó.

✓ Emprego de explosivo: já nesse caso temos como exemplo as bombas


caseiras em torcidas de futebol. Eventual dano ao patrimônio alheio ficará
absorvido pelo homicídio qualificado pelo fogo ou explosivo.

✓ Emprego de asfixia: é o impedimento da função respiratória por esganadura,


estrangulamento, enforcamento, sufocação, afogamento e soterramento etc.

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✓ Emprego de tortura: é o suplício ou tormento que obriga a vítima sofrer


inutilmente antes da morte.

✓ A Lei de Tortura (Lei nº. 9.455/1997)


materializou o conceito legal de tortura. O seu
art. 1º, §3º, prevê a tortura qualificada pela
morte (pena de 8 a 16 anos). O resultado morte previsto na lei é culposo, ou
seja, é crime preterdoloso (dolo na tortura e culpa na morte).
✓ Se houver dolo em relação ao evento morte, o agente responderá pelo crime de
homicídio qualificado pela tortura (dolo de ponta a ponta: dolo na morte
e a tortura empegada também foi de forma dolosa).
✓ Se, durante a tortura, desejar a morte da vítima para assegurar a impunidade do
crime, haverá concurso material de crimes entre homicídio e tortura.

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
[...]
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum
(qualificadoras objetivas);

✓ Incisos III e IV são as qualificadoras objetivas, que admitem o Homicídio


Privilegiado.
✓ A jurisprudência dos Tribunais Superiores, na qual se inclui a do Superior
Tribunal de Justiça, compreende que as circunstâncias privilegiadoras, de natureza
subjetiva, e as qualificadoras, de natureza objetiva, podem concorrer no mesmo
crime de homicídio, desde que observada a lógica de compatibilidade entre as
qualificadoras e as privilegiadoras.
✓ A doutrina entente ainda, que o homicídio qualificado privilegiado não é hediondo
pelo fato do elemento subjetivo do privilégio predominar em relação à
qualificadora objetiva.
✓ Emprego de meio insidioso: uso de fraude, armadilha, parecendo não ter havido
infração penal, e sim um acidente, como no caso de sabotagem nos freios,
direção ou motor do automóvel.
✓ Emprego de meio cruel: é o que causa sofrimento desnecessário à vítima ou
revela brutalidade incomum do agente. Ex.: apedrejamento, pisoteamento e
espancamento.
✓ Emprego de meio que possa resultar perigo comum: Gera perigo a um
número indeterminado de pessoas. Não é necessário que o caso concreto
demonstre o perigo comum, basta que se comprove que o meio usado poderia
causar dano a várias pessoas. Ainda que não haja uma situação de risco específico.

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Ex.: desabamento, inundação, disparos em meio à multidão independente do


resultado.

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
[...]
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (qualificadoras
objetivas); (grifo nosso)

✓ Traição: Aproveitar-se da prévia confiança que a vítima deposita no agente


para alvejá-la (ex.: amizade, relação amorosa etc). Ex.: Matar amigo dormindo;
pelas costas;

✓ Emboscada: Também conhecido como tocaia. Ocorre quando o agente aguardar


escondido a passagem da vítima por um determinado local para matá-la.

✓ Dissimulação: Uso de artifício para se aproximar da vítima, em outras palavras,


é o disfarce que esconde o propósito criminoso, a intenção hostil do agente é
ocultada. Ex. dá-se com o uso de disfarce, fantasia ou métodos análogos
(material) para se aproximar ou dá falsas provas de amizade ou de apreço
(moral).

✓ Recurso que dificulta ou torna impossível a defesa do ofendido: por


exemplo, embriagar a vítima com o objetivo de praticar afogamento; a surpresa
está implicitamente inserida na cláusula genérica e qualifica o crime quando tenha,
efetivamente, dificultado ou impossibilitado a defesa do agente.

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
[...]
V - para assegurar a execução (conexão teleológica), a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime (conexão consequencial): (grifos
nosso)

✓ Teleológica: quando a morte visa assegurar a execução de outro crime (ex.:


mata marido para estupra a esposa; matar o segurança para sequestrar o
empresário). Obs.: Responde pelo homicídio qualificado e pelo outro crime
subsequente em concurso material.

✓ Consequencial: ocorre quando a morte visa garantir: ocultação (queima de


arquivo) de outro crime, a impunidade - evitar que alguém seja penalizado (ex.
matar testemunha - (estuprar e depois matar a mulher) ou vantagem de outro
crime (ex.: ladrões de banco – um mata o outro).

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Matar para assegurar uma


contravenção penal não qualifica o
crime nesta modalidade, mas pode
qualificá-la por motivo fútil.
✓ Na conexão teleológica, primeiro o agente mata e depois comete o
outro crime. Na consequencial, primeiro comete o outro crime, depois
mata.
✓ Se o agente visa a garantia da execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de uma contravenção, será aplicada a qualificadora do motivo
torpe ou fútil, conforme o caso. Não incide o inciso V, pois, esse se refere
expressamente a outro crime.

Feminicídio

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino

§ 2º A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o


crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Feminicídio: É a conduta de ceifar a vida de uma mulher, em razão do gênero,


ou seja, em razão do fato de ser mulher, em outras palavras, considera-se
feminicídio o assassinato de mulher (condição especial da vítima), quando o
crime envolve “violência doméstica e familiar” ou “menosprezo ou
discriminação à condição de mulher”, tendo como vítimas, em uma larga
proporção, pessoas inseridas em relacionamentos violentos, sendo normalmente
ilícitos perpetrados por seus parceiros ou ex-parceiros.

Conforme o que já decidiu o STJ,


no HC 430.222/MG, de
15/03/2018 e HC 433.898/RS, de
24/04/2018, a qualificadora do
feminicídio possui natureza jurídica objetiva, podendo coexistir,
por exemplo, com a qualificadora do motivo torpe (subjetiva).

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Homicídio contra Agentes de Segurança Pública (HOMICÍDIO FUNCIONAL)

§ 2º - Se o homicídio é cometido:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

A Lei 13.142/15 alterou o art. 121, § 2o., do CP, nele acrescentando mais uma
circunstância qualificadora (VII)
A Lei alterou, ainda, o art. 129, acrescentando ao tipo um novo parágrafo (§12),
majorando a pena da lesão corporal (dolosa, leve, grave, gravíssima ou seguida de
morte) de um a dois terços quando praticada contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal (nesse ponto temos uma norma
penal em branco, pois deve ser complementada pela Carta Magna de 1988, que
nos indica alguns dos agentes de segurança pública cujo homicídio faz incidir a
qualificadora), integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3o. grau, em razão
dessa condição.
Por fim, foi alterada a Lei 8.072/90. O homicídio e a lesão corporal gravíssima ou
seguida de morte, quando praticados contra autoridade ou agente descrito nos
arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3o. grau,
em razão dessa condição passam a ser etiquetados como hediondos.

Homicídio Duplamente ou Triplamente Qualificado

✓ É impróprio falar em crime duplamente ou triplamente qualificado. Ou seja, não é


possível a pluralidade de circunstâncias qualificadoras. Basta uma única
circunstância qualificadora para se deslocar a conduta do caput para o § 2º do
artigo 121.
✓ As demais qualificadoras serão consideradas como circunstâncias judiciais do
artigo 59, pois o artigo 61 é expresso ao afirmar que as circunstâncias não
podem funcionar como agravantes quando forem, ao mesmo
tempo, qualificadoras.

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Homicídio Culposo

Homicídio culposo
§ 3º - Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.

A morte decorre de imprudência, negligência ou imperícia.


✓ Imprudência: consiste numa ação, conduta perigosa.
✓ Negligência: é uma omissão quando se deveria ter tomado um certo cuidado.
✓ Imperícia: ocorre quando uma pessoa não possui aptidão técnica para a
realização de uma certa conduta e mesmo assim a realiza, dando causa a morte.

Aumento de pena
§ 4º - No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
anos ou maior de 60 (sessenta) anos.

Causa de aumento de pena (art. 121, § 4°, CP).

✓ A pena é aumentada no homicídio culposo de 1/3 (um terço), se o crime resulta


de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

✓ Quando o homicídio doloso for cometido contra vítima menor de 14 anos de


idade ou maior de 60 anos, a pena é aumentada de 1/3, podendo incidir sobre
as formas simples, privilegiada ou qualificada.

No homicídio culposo, a pena é aumentada


de 1/3 se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou
foge para evitar prisão em flagrante (§ 4º do art. 121 do CP). Se a vítima
tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente para afastar
a causa de aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio
culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de
pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente,
isto é, perceptível por qualquer pessoa. STJ. 5ª Turma. HC 269038-RS,
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/12/2014 (Info 554).

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Perdão Judicial

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar


a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

Extingue-se a punibilidade, no homicídio culposo, quando as consequências da


infração venham atingir o sujeito de forma tão grave, de sorte que seja desnecessária a
aplicação da pena.

Súmula 18 do STJ: “A sentença


concessiva do perdão judicial é declaratória
de extinção da punibilidade, não
subsistindo qualquer efeito condenatório”.
O perdão judicial somente é aplicado ao homicídio culposo, e não ao
doloso, e independe de aceitação para gerar efeitos (ato unilateral).
Todavia, cabe à defesa demonstrar que as consequências da infração
atingiram o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
mostra desnecessária.

Homicídio praticado por Milícia Privada

§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for


praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.

Antes da Lei 12.720/12, o fato de o homicídio ser praticado em atividade típica


de grupo de extermínio (não falava em milícias) servia “somente” para agravar a pena-
base e para etiquetá-lo, quando simples, como hediondo, sofrendo os consectários
da Lei nº 8.072/90. Tal circunstância, portanto, escapava da apreciação dos jurados.
Agora, a circunstância de o crime ter sido (ou não) praticado em atividade típica de
grupo de extermínio (ou milícia privada) passou a ser causa de aumento e, como tal,
dependerá de reconhecimento por parte dos juízes leigos (jurados).
Deve ser observado, porém, que a Lei 8.072/90 não foi alterada, não
abrangendo no rol dos crimes hediondos o homicídio (simples) praticado por milícia
privada, em que pese, nesses casos, não se imaginar um homicídio, com esses
predicados, ser julgado como “simples”, apresentando-se, na esmagadora maioria das
vezes, impregnado de circunstâncias qualificadoras (motivo torpe, motivo fútil, meio
cruel etc).

Aumento de Pena no Feminicídio

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§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade


se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos ou com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou
mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente
da vítima;
IV- em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto
de 2016.

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

✓ No caso da transmissão intencional da AIDS com a intenção letal, caso ocorra a


morte da vítima, haverá o crime de homicídio.

✓ Entretanto, caso a vítima não morra, há entendimento que haverá o crime de


lesão corporal de natureza gravíssima (art. 129, § 2º, II, CP), como regra,
diante da dificuldade prática de configuração da tentativa de homicídio nesse caso.

✓ Outra corrente defende que o caso se enquadra em tentativa de homicídio.

“Em havendo dolo de matar, a relação


sexual forçada e dirigida à transmissão
do vírus da AIDS é idônea para a
caracterização da tentativa de
homicídio” - STJ, HC 9.378/RS, rel. Min. Hamilton Carvalhido,
18.10.1999).

✓ Embora portador do vírus e conhecedor do fato, mas não havendo contaminação


pela prática das relações sexuais, poderá caracterizar o crime previsto no art. 131,
CP, perigo de contágio de moléstia grave.

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de


que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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01 – ( ) – (PMMG /SOLDADO/ B) Samuel cometeu os crimes de roubo


ADAPTADA) - Na hipótese de homicídio simples e homicídio culposo.
culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a C) Álvaro cometeu os crimes de roubo e
pena, se as consequências da infração homicídio qualificados.
atingirem o próprio agente de forma tão D) Álvaro cometeu o crime de homicídio
grave que a sanção penal se torne qualificado e será responsabilizado pelo
desnecessária. resultado morte ocorrido durante o
roubo.
02 – ( ) – (PMMG/SOLDADO/ E) Álvaro e Samuel cometeram o crime
ADAPTADA) - No crime de feminicídio, de roubo qualificado pelo resultado
se o crime for praticado durante a morte.
gestação ou nos 3 (três) meses
posteriores ao parto ou ainda contra 04– (DELEGADO/PCGO) - A respeito
pessoa menor de 14 (catorze) anos, de crimes hediondos, assinale a
maior de 60 (sessenta) anos ou com opção correta.
deficiência, o criminoso responderá em A) Embora tortura, tráfico de drogas e
concurso material com o crime de terrorismo não sejam crimes hediondos,
infanticídio. também são insuscetíveis de fiança,
anistia, graça e indulto.
03 – (DELEGADO/PCGO) - Álvaro e
B) Para que se considere o crime de
Samuel assaltaram um banco
homicídio hediondo, ele deve ser
utilizando arma de fogo. Sem ter
qualificado.
ferido ninguém, Álvaro conseguiu
C) Considera-se hediondo o homicídio
fugir. Samuel, nervoso por ter ficado
praticado em ação típica de grupo de
para trás, atirou para cima e acabou
extermínio ou em ação de milícia privada.
atingindo uma cliente, que faleceu.
D) O crime de roubo qualificado é tratado
Dias depois, enquanto caminhava
pela lei como hediondo.
sozinho pela rua, Álvaro encontrou
E) Aquele que tiver cometido o crime de
um dos funcionários do banco e,
favorecimento da prostituição ou outra
tendo sido por ele reconhecido como
forma de exploração sexual no período
um dos assaltantes, matou-o e
entre 2011 e 2015 não responderá pela
escondeu seu corpo. Acerca dessa
prática de crime hediondo.
situação hipotética, assinale a opção
correta.
05 – (FGV/OAB) - José e Maria
A) Álvaro cometeu os crimes de roubo
estavam enamorados, mas
qualificado e homicídio simples.
posteriormente vieram a descobrir

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que eram irmãos consanguíneos, C) privilegiado (caso de diminuição de


separados na maternidade. pena).
Extremamente infelizes com a D) cometido sob o domínio de violenta
notícia recebida, que impedia por emoção, logo em seguida a injusta
completo qualquer possibilidade de provocação da vítima.
relacionamento, resolveram dar E) cometido por relevante valor social.
cabo à própria vida. Para tanto,
combinaram e executaram o 07– ( ) – (CESPE) - Considerando o
seguinte: no apartamento de Maria, entendimento dos tribunais superiores a
com todas as portas e janelas respeito dos crimes contra a pessoa,
trancadas, José abriu o registro do havendo o dolo de matar, considera-se a
gás de cozinha. Ambos inspiraram o relação sexual forçada e dirigida à
ar envenenado e desmaiaram, sendo transmissão do vírus da AIDS idônea
certo que somente não vieram a para a caracterização do crime de
falecer porque os vizinhos, periclitação contra a vida.
assustados com o cheiro forte que
vinha do apartamento de Maria, 08– ( ) – (CESPE) - Considerando o
decidiram arrombar a porta e entendimento dos tribunais superiores a
resgatá-los. Ocorre que, não respeito dos crimes contra a pessoa
obstante o socorro ter chegado a Comprovado o animus laedendi
tempo, José e Maria sofreram lesões (propósito de ferir) na conduta do réu e
corporais de natureza grave. Com a sua culpa no resultado mais grave, qual
base na situação descrita, assinale a seja, a morte da vítima, ainda que esse
afirmativa correta. resultado seja previsível, restará
A) José responde por tentativa de configurado o delito preterdoloso de
homicídio e Maria por instigação ou lesão corporal seguida de morte.
auxílio ao suicídio.
B) José responde por lesão corporal 09 - Paulo, querendo matar Lucia,
grave e Maria não responde por nada, vem a jogá-la da janela do
pois sua conduta é atípica. apartamento do casal. A vítima na
C) José e Maria respondem por queda não vem a falecer, apesar de
instigação ou auxílio ao suicídio, em sofrer lesões graves, tendo caído na
concurso de agentes. área do apartamento térreo do
D) José e Maria respondem por tentativa prédio. Naquele local, vem a ser
de homicídio. atacada por um cão raivoso que lhe
causa diversas outras lesões que
06 - (VUNESP/PC-SP) - A hipótese do foram à causa de sua morte.De
art. 121, § 5.º do CP, acordo com o caso apresentado e as
doutrinariamente denominada de lições acerca da teoria do crime,
perdão judicial, aplica-se ao assinale a afirmativa correta.
homicídio a) Paulo deverá responder por homicídio
A) cometido por relevante valor moral. consumado, porque realizado o resultado
B) culposo. por ele desejado desde o início.

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b) Paulo deverá responder por lesão Nessa situação, Francisco e Joana


corporal grave, em razão da quebra do deverão responder pela prática do delito
nexo causal entre a sua conduta e o de homicídio, podendo Joana beneficiar-
resultado morte. se de causa de diminuição de pena.
c) Paulo deverá responder por homicídio
culposo, porque previsível que a queda 12 – ( ) – (CESPE/PC-BA) -
por ele operada poderia causar a morte Considerando que, em determinada casa
da vítima. noturna, tenha ocorrido, durante a
d) Paulo deverá responder por tentativa apresentação de espetáculo musical,
de homicídio por força do surgimento de incêndio acidental em decorrência do
causa superveniente relativamente qual morreram centenas de pessoas e
independente que, por si só, causou o que a superlotação do local e a falta de
resultado. saídas de emergência, entre outras
e) Paulo deverá responde por tentativa irregularidades, tenham contribuído para
de homicídio, por força do surgimento de esse resultado. A causa jurídica das
causa superveniente absolutamente mortes, nesse caso, pode ser atribuída a
independente. acidente ou a suicídio, descartando-se a
possibilidade de homicídio, visto que não
10 – ( ) – (CESPE/PC-BA) - Suponha se pode supor que promotores,
que em naufrágio de embarcação de realizadores e apresentadores de shows
grande porte, tenha havido tombamento em casas noturnas tenham,
das cabines e demais dependências, deliberadamente, intenção de matar o
antes da evacuação da embarcação e público presente.
resgate dos passageiros e, em razão
desse fato, os sobreviventes tenham 13 – ( ) – (CESPE/DPE-
sofrido diversos tipos de lesões corporais AL/DEFENSOR PÚBLICO) - Considere
e centenas tenham morrido por a seguinte situação hipotética. Antônio,
politraumatismo e afogamento. Com com intenção homicida, envenenou
base nessa situação hipotética, julgue os Bruno, seu desafeto. Minutos após o
itens seguintes, de acordo com a envenenamento, Antônio jogou o que
legislação brasileira. Caso seja supunha ser o cadáver de Bruno em um
comprovada imperícia, negligência ou lago. No entanto, a vítima ainda se
imprudência da tripulação, esta poderá encontrava viva, ao contrário do que
responder judicialmente pelo crime de imaginava Antônio, e veio a falecer por
homicídio em relação às mortes ocorridas afogamento. Nessa situação, Antônio
no naufrágio. agiu com dolo de segundo grau, devendo
responder por homicídio doloso
11 – ( ) – (CESPE/PC-BA) - qualificado pelo emprego de veneno.
Considere que Joana, penalmente
imputável, tenha determinado a 14 – ( ) – (CESPE/DPE-
Francisco, também imputável, que desse PI/DEFENSOR PÚBLICO) - São
uma surra em Maria e que Francisco, por compatíveis, em princípio, o dolo
questões pessoais, tenha matado Maria. eventual e as qualificadoras do

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homicídio. É penalmente aceitável que, do cometimento do crime por motivo de


por motivo torpe, fútil etc., assuma-se o relevante valor moral.
risco de produzir o resultado.
17 – ( ) – (CESPE/DPE
15 – ( ) – (CESPE/DPE- /MA/DEFENSOR PÚBLICO DO
AL/DEFENSOR PÚBLICO) - A ESTADO) - Segundo a jurisprudência do
premeditação, apesar de não ser STJ, são absolutamente incompatíveis o
considerada qualificadora do delito de dolo eventual e as qualificadoras do
homicídio, pode ser levada em homicídio, não sendo, portanto,
consideração para agravar a pena, penalmente admissível que, por motivo
funcionando como circunstância judicial. torpe ou fútil, se assuma o risco de
produzir o resultado.
16 - (CESPE/-PI/JUIZ) - Assinale a
opção correta acerca do homicídio. 18 – ( ) – (CESPE/TRE-ES/
A) É pacífico, na jurisprudência do STJ, o ANALISTA JUDICIÁRIO) - No próximo
entendimento acerca da possibilidade de item, é apresentada uma situação
homicídio privilegiado por violenta hipotética seguida de uma assertiva a ser
emoção ser qualificado pelo emprego de julgada no que se refere aos institutos de
recurso que dificulte ou torne impossível direito penal. Tendo a casa invadida, Braz
a defesa do ofendido. e toda a sua família ficaram reféns de um
B) Na hipótese de homicídio qualificado assaltante, que se rendeu, após dois
por duas causas, uma pode ser utilizada dias, aos policiais que participaram das
para caracterizar a qualificadora e a negociações para a sua rendição. Quando
outra, considerada circunstância judicial estava sendo algemado, o assaltante
desfavorável, vedado que a segunda seja sorriu ironicamente para Braz, que, sob o
considerada circunstância agravante. domínio de violenta emoção, sacou
C) No homicídio mercenário, a repentinamente a pistola do coldre de um
qualificadora da paga ou promessa de dos policiais e matou o assaltante. Nessa
recompensa é elementar do tipo situação, a circunstância em que Braz
qualificado, aplicando-se apenas ao cometeu o delito de homicídio constitui
executor da ação, não ao mandante, causa de redução de pena.
segundo a jurisprudência do STJ.
D) A qualificadora relativa à ação do 19 – ( ) – (CESPE/PF
agente mediante traição, emboscada, /PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA
dissimulação ou outro recurso que FEDERAL) - Jarbas entrega sua arma a
dificulte ou torne impossível a defesa do Josias, afirmando que a mesma está
ofendido, como modo de execução do descarregada e incita-o a disparar a arma
delito, ocorrerá independentemente de o na direção de Mévio, alegando que se
agente ter agido de forma preordenada. tratava de uma brincadeira. No entanto,
E) De acordo com a jurisprudência do a arma estava carregada e Mévio vem a
STJ, não é possível a coexistência, no falecer, o que leva ao resultado
delito de homicídio, da qualificadora do pretendido ocultamente por Jarbas.
motivo torpe com a atenuante genérica Nessa hipótese, o crime praticado por

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Josias e por Jarbas, em concurso de contratado, apesar de receber uma


pessoas, foi o homicídio doloso. gorjeta para observar os sócios do
clube na piscina, durante toda a
20 – ( ) – (CESPE/PF/ESCRIVÃO semana. Em seu horário de
DA POLÍCIA FEDERAL) - A respeito do “serviço”, com várias crianças
direito administrativo e do direito penal, brincando na piscina, fica
julgue o item abaixo. Considere a observando a beleza física da mãe de
seguinte situação hipotética. Márcia uma das crianças e, ao mesmo
resolveu disputar corrida de automóveis tempo, falando no celular com um
no centro de uma cidade, em ruas com amigo, acabando por ficar de costas
grande fluxo de veículos e pedestres. Ela para a piscina. Nesse momento, uma
anteviu que a corrida poderia causar criança vem a falecer por
acidente com consequências graves, afogamento, fato que não foi notado
mas, mesmo assim, assumiu o risco. De por Carlos. Sobre a conduta de
fato, Márcia, ao perder o controle do Carlos, diante da situação narrada,
automóvel, acabou matando uma assinale a afirmativa correta.
pessoa, em decorrência de a) Não praticou crime, tendo em vista
atropelamento. Nessa situação, houve o que, apesar de garantidor, não podia
elemento subjetivo que se conhece como agir, já que concretamente não viu a
dolo eventual, de modo que, se esses criança se afogando.
fatos fossem provados, Márcia deveria b) Deve responder pelo crime de
ser julgada pelo tribunal do júri. homicídio culposo, diante de sua omissão
culposa, violando o dever de garantidor.
21 - (FGV/OAB) - João, com c) Deve responder pelo crime de
intenção de matar, efetua vários homicídio doloso, em razão de sua
disparos de arma de fogo contra omissão dolosa, violando o dever de
Antônio, seu desafeto. Ferido, garantidor.
Antônio é internado em um hospital, d) Responde apenas pela omissão de
no qual vem a falecer, não em razão socorro, mas não pelo resultado morte,
dos ferimentos, mas queimado em já que não havia contrato regular que o
um incêndio que destrói a obrigasse a agir como garantidor.
enfermaria em que se encontrava.
Assinale a alternativa que indica o 23 – (FGV/OAB) -Paulo tinha inveja
crime pelo qual João será da prosperidade de Gustavo e, certo
responsabilizado. dia, resolveu quebrar o carro que
A) Homicídio consumado. este último havia acabado de
B) Homicídio tentado. comprar. Para tanto, assim que
C) Lesão corporal. Gustavo estacionou o veículo e dele
D) Lesão corporal seguida de morte. saiu, Paulo, munido de uma barra de
ferro, foi correndo em direção ao
22 – (FGV/OAB) - Carlos presta bem para danificá-lo. Ao ver a cena,
serviço informal como salva-vidas de Gustavo colocou-se à frente do carro
um clube, não sendo regularmente e acabou sendo atingido por um

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golpe da barra de ferro, vindo a cardiopatia. Nessa hipótese é


falecer em decorrência de correto afirmar que
traumatismo craniano derivado da A) Jaime deve responder por homicídio
pancada. Sabe-se que Paulo não culposo, na modalidade culpa consciente.
tinha a intenção de matar Gustavo e B) Jaime deve responder por homicídio
que este somente recebeu o golpe doloso, na modalidade dolo eventual.
porque se colocou à frente do carro C) Pode ser aplicado à hipótese o
quando Paulo já estava com a barra instituto do resultado diverso do
de ferro no ar, em rápido movimento pretendido.
para atingir o veículo, que ficou D) Pode ser aplicado à hipótese o
intacto. Com base no caso relatado, instituto da legítima defesa preordenada.
assinale a afirmativa correta.
A) Paulo responderá por tentativa de 25 – ( ) – (UEG/PC-GO/AGENTE) -
dano em concurso formal com homicídio Sobre o crime de homicídio, não é
culposo. obrigatória a redução da pena pelo juiz
B) Paulo responderá por homicídio quando do reconhecimento pelo conselho
doloso, tendo agido com dolo eventual. de sentença da prática de um homicídio
C) Paulo responderá por homicídio privilegiado, tendo em vista tratar-se de
culposo. uma causa especial de redução de pena,
D) Paulo responderá por tentativa de portanto, facultativa sua aplicação.
dano em concurso material com
homicídio culposo. 26 – ( ) – (UEG/PC-GO/AGENTE) -
Sobre o crime de homicídio, a
24 – (FGV/OAB) - Jaime, objetivando premeditação é expressamente
proteger sua residência, instala uma considerada como qualificadora do crime
cerca elétrica no muro. Certo dia, de homicídio, elevando, portanto, os
Cláudio, com o intuito de furtar a marcos sancionatórios.
casa de Jaime, resolve pular o
referido muro, acreditando que 27 – ( ) – (UEG/PC-GO/AGENTE) -
conseguiria escapar da cerca elétrica Sobre o crime de homicídio, embora haja
ali instalada e bem visível para a possibilidade de coexistência entre um
qualquer pessoa. Cláudio, homicídio qualificado-privilegiado, ele
entretanto, não obtém sucesso e não poderá ser considerado hediondo.
acaba levando um choque, inerente à
atuação do mecanismo de proteção. 28 – ( ) – (UEG/PC-GO/AGENTE) -
Ocorre que, por sofrer de doença Sobre o crime de homicídio, o motivo
cardiovascular, o referido ladrão fútil, que qualifica o homicídio, é aquele
falece quase instantaneamente. motivo abjeto, indigno, desprezível, que
Após a análise pericial, ficou provoca acentuada repulsa.
constatado que a descarga elétrica
não era suficiente para matar uma 29 – ( ) – - (CESPE/DPF) –No crime
pessoa em condições normais de de homicídio, admite-se a incidência
saúde, mas suficiente para provocar concomitante de circunstância
o óbito de Cláudio, em virtude de sua qualificadora de caráter objetivo

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referente aos meios e modos de vida humana, considerada o bem


execução com o reconhecimento do jurídico mais importante do homem,
privilégio, desde que este seja de razão de ser de todos os demais
natureza subjetiva. interesses tutelados, merecendo
inaugurar a parte especial do nosso
30 - (CESPE/DPRF) -João e Maria são Diploma Penal. Considerando os
casados e residem em uma fazenda. crimes contra a vida, assinale a
Maria está no final de sua gestação e alternativa INCORRETA.
terá seu filho na maternidade de um a) A vida é tratada nesse tópico tanto na
município próximo. Quando Maria forma intra (biológica) quanto
entra em trabalho de parto, João a extrauterina, protegendo-se, desse
leva de carro para a maternidade. modo, o produto da concepção
Contudo, como Maria sente muita (esperança de homem) e a pessoa
dor, e João está nervoso, ele dirige humana vivente.
seu veículo na rodovia imprimindo b) O dolo do homicídio pode ser direto (o
velocidade superior à permitida. Ao agente quer o resultado) ou eventual (o
fazer uma ultrapassagem perigosa, agente assume o risco de produzi-lo).
João provoca um acidente e mata o c) A Lei nº 13.104/2015 inseriu o inciso
motorista do outro veículo. Analise a VI no art. 121 do Código Penal: o
situação penal de João. feminicídio, entendido como a morte de
A) João cometeu o crime de homicídio mulher em razão da condição do sexo
culposo. feminino (leia-se, violência de gênero
B) João cometeu o crime de lesão quanto ao sexo).
corporal seguida de morte. d) Infanticídio, segundo dispõe o Diploma
C) João não cometeu nenhum crime, Penal Brasileiro, é matar o próprio filho
pois agiu em estado de necessidade. independentemente da condição
D) João cometeu o crime de direção fisiopsicológica do sujeito ativo.
perigosa. E) João cometeu o crime de e) Três são as formas de praticar o
homicídio privilegiado. induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio: nas duas primeiras hipóteses
31 – (CESPE/PC-MA/ INVESTI- (induzimento e instigação), temos a
GADOR) - Admite a modalidade participação moral; já na última (auxílio),
tentada o crime de material.
a) instigação ao suicídio sem resultado
lesivo. 33 – (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR) -
b) aborto. No que se refere aos crimes contra a
c) lesão corporal culposa. pessoa, assinale a opção correta.
d) omissão de socorro. a) Ocorre o feminicídio quando o
e) difamação cometida verbalmente. homicídio é praticado contra a mulher por
razões da condição de sexo feminino,
32 – (FUNDATEC/PC-RS/ESCRIVÃO) como quando o crime envolve a violência
- Dos crimes contra a pessoa, doméstica e familiar ou o menosprezo ou
destacam-se aqueles que eliminam a a discriminação à condição de mulher.

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b) A pena pela prática do homicídio hipótese de qualificação do


doloso simples será aumentada de um homicídio o cometimento do ato com
terço se o agente deixar de prestar emprego de veneno, fogo, explosivo,
imediato socorro à vítima, não procurar asfixia, tortura ou outro meio
diminuir as consequências do seu ato ou insidioso ou cruel, ou de que possa
fugir para evitar a prisão em flagrante. resultar perigo comum. Esse
c) Em se tratando de homicídio doloso dispositivo legal é exemplo de
simples, o juiz poderá deixar de aplicar a interpretação
pena caso as consequências da infração a) analógica.
atinjam o próprio agente de forma tão b) teleológica.
grave que a sanção penal se torne c) restritiva.
desnecessária. d) progressiva.
d) A pena do feminicídio poderá ser e) autêntica.
aumentada se o crime for praticado
durante a gestação ou nos seis meses 35 – (CESPE/PC-MA/ ESCRIVÃO) -
posteriores ao parto. Pune-se a tentativa no crime de
e) Se o agente cometer o crime de a) omissão de socorro.
homicídio qualificado sob violenta b) injúria cometida verbalmente.
emoção, logo após injusta provocação da c) induzimento a suicídio sem resultado
vítima, o juiz deve considerar essa lesivo.
circunstância como atenuante genérica d) lesão corporal leve dolosa.
na aplicação da pena. e) homicídio culposo.

34 – (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO) - O
Código Penal estabelece como

01.C 02.E 03.D 04.A 05.A 06.B 07.E 08.C 09.D 10.C
11.E 12.E 13.E 14.C 15.C 16.A 17.E 18.C 19.E 20.C
21.B 22.B 23.C 24.D 25.E 26.E 27.C 28.E 29.C 30.A
31.B 32.D 33.A 34.A 35.D

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01 – CERTA – Caso de Perdão Judicial.

02 – ERRADA - § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até


a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou
com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015 e alterado pela Lei nº 13.771/2018)

03 – LETRA “D” - Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será


responsabilizado pelo resultado morte ocorrido durante o roubo. Cabe ressaltar
o Art. 29 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

04 – LETRA “A” - A) Embora tortura, tráfico de drogas e terrorismo não sejam


crimes hediondos, também são insuscetíveis de fiança, anistia, graça e indulto.
B) Para que se considere o crime de homicídio hediondo, ele deve ser
qualificado - ERRADO. O homicídio simples praticado por ação de grupo de
extermínio é hediondo
C) Considera-se hediondo o homicídio praticado em ação típica de grupo de
extermínio ou em ação de milícia privada. Milícia Privada não consta na lei de
crimes hediondos.
D) O crime de roubo qualificado é tratado pela lei como hediondo. Não
E) Aquele que tiver cometido o crime de favorecimento da prostituição ou outra
forma de exploração sexual no período entre 2011 e 2015 não responderá pela
prática de crime hediondo. Reponde pois foi considerado hediondo a partir da
Lei nº 12.978, de 2014.

05 – Letra “A” - Entendimento Doutrinário Majoritário - José responde por


tentativa de homicídio (porque abril a torneira do gás.) . Se Maria tivesse
morrido, responderia por Homicídio qualificado pela asfixia. Maria responde por

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instigação ou auxílio ao suicídio, pois “resolveram dar cabo à própria vida. Para
tanto, combinaram e executaram o seguinte...”. Exceção a teoria monista. Cada
um responde por um crimes, apesar de terem concorrido para o mesmo
resultado.

06 - Letra “B” – Homicídio Culposo.

07 - Errado - Considerando o entendimento dos tribunais superiores a respeito dos


crimes contra a pessoa, havendo o dolo de matar, considera-se a relação sexual forçada
e dirigida à transmissão do vírus da AIDS, em regra, a doutrina majoritário reconhece o
crime de Lesão Corporal Gravíssima (Resulta enfermidade Incurável).

08– CERTO - JURISPRUDÊNCIA - Nos crimes contra a pessoa Comprovado o animus


laedendi (propósito de ferir) na conduta do réu e a sua culpa no resultado mais grave,
qual seja, a morte da vítima, ainda que esse resultado seja previsível, restará configurado
o delito preterdoloso de lesão corporal seguida de morte.

09 – Letra “D” - As causas relativamente independentes originam-se da própria conduta


do agente. São relativas, pois não existem sem a atuação do agente. Entretanto tais
causas são capazes de produzir por si só o resultado. Lúcia não teria caído na área do
apartamento térreo do prédio (logo, o cachorro não teria a atacado) se Paulo não
a jogasse da janela.

10 – CERTO - Caso seja comprovada imperícia, negligência ou imprudência da


tripulação, esta poderá responder judicialmente pelo crime de homicídio em relação às
mortes ocorridas no naufrágio (HOMICÍDIO CULPOSO).

11 – ERRADO - Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
ter sido previsível o resultado mais grave. A questão é bem clara quando diz que
Francisco matou Maria por questões pessoais. Logo, não era possível a Joana prever o
advento do resultado mais grave. Portanto, Joana não pode ser responsabilizada pela
morte da vítima. Como consequência, por exemplo, não se pode cogitar de um delito
cometido em concurso de pessoas, já que não houve identidade de atos.

12 - ERRADO - A causa jurídica das mortes, nesse caso, pode ser atribuída a homicídio
doloso ou culposo, dependendo da situação. Exemplo o caso emblemático da BOATE
KISS.

13 – ERRADO - Em tese, o erro sobre o nexo causal ou aberratio causae é irrelevante,


pois o que importa é que ele queria o resultado e o alcançou. O dolo será geral, abarcando
todo o desenrolar da conduta típica, do início até a sua consumação. O problema da

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questão, no entanto, está na menção ao dolo de segundo grau, já que este ocorre quando
o agente aceita a produção de danos colaterais, como o assassino que planta uma bomba
no veículo da vítima assumindo matar o motorista e o segurança. No caso o agente queria
e atingiu o resultado pretendido. Sua vontade se dirigiu àquele fim, caracterizando o dolo
de primeiro grau.

14 – CERTO - O Supremo Tribunal Federal concluiu a possibilidade de coexistência do


dolo eventual com as qualificadoras do motivo torpe ou do motivo fútil no crime de
homicídio: Concluiu-se pela mencionada compossibilidade, porquanto nada impediria que
o paciente – médico –, embora prevendo o resultado e assumindo o risco de levar os
seus pacientes à morte, praticasse a conduta motivado por outras razões, tais como
torpeza ou futilidade. (RHC 92571/DF, rel. Min. Celso de Mello, 30.6.2009. (RHC-
92571)).

15 – CERTO. A premeditação, apesar de não ser considerada qualificadora do delito de


homicídio, pode ser levada em consideração para agravar a pena, funcionando como
circunstância judicial. Por fim, acrescentou não haver, por outro lado, razão para se
alegar a ocorrência de bis in idem pelo fato de o magistrado ter analisado o iter percorrido
para a consumação do delito, haja vista que, apesar da falta de consenso, na doutrina,
acerca dos elementos do art. 59 do CP em que deveria ser enquadrada a premeditação,
dúvida não haveria de que ela pode e deve ser analisada no momento da fixação da
pena-base, tal como ocorrera na espécie. Após, o julgamento foi adiado em virtude do
pedido de vista do Min. Cezar Peluso.
HC 94620/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.3.2009. (HC-94620)
HC 94680/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.3.2009. (HC-94680
-
16 – Letra “A” - CRIMINAL. HC. HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO.
IMPOSSIBILIDADE.RECURSO QUE DIFICULTOU A DEFESA DO OFENDIDO. DELITO
PRATICADO SOB VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA
VÍTIMA.AUSÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.I. Hipótese na qual o
acusado foi condenado pela prática de homicídio privilegiado pela violenta emoção, logo
em seguida a injusta provocação da vítima, combinada com a qualificadora do emprego
de recurso que dificultou a defesa do ofendido.II. Não existe incompatibilidade entre o
privilégio previsto no § 1.º do art. 121 do Código Penal e as circunstâncias qualificadoras
previstas no § 2.º do mesmo dispositivo legal, desde que estas não sejam de caráter
subjetivo. Precedentes do STJ e do STF.III. Ordem denegada.(HC 74.362/MG, Rel.
Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ 25/06/2007, p. 273)
B) ERRADA
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. DOSIMETRIA. FIXAÇÃO DA
PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. ART. 59 DO CÓDIGO PENAL.MOTIVAÇÃO
PARCIALMENTE IDÔNEA. UTILIZAÇÃO DA SEGUNDA QUALIFICADORA COMO
CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DESFAVORÁVEL. POSSIBILIDADE. ORDEM PARCIALMENTE
CONCEDIDA.2. "Consoante iterativa jurisprudência desta Casa de Justiça, havendo

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multiplicidade de qualificadoras, nada impede que uma delas sirva para caracterizar o
tipo especial, enquanto as demais sejam utilizadas na primeira (circunstância judicial
desfavorável) ou segunda (agravante genérica) etapas do critério trifásico" (HC
118.890/MG, 6.ª Turma, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe de 03/08/2011).

17 – ERRADO - O Supremo Tribunal Federal concluiu a possibilidade de coexistência do


dolo eventual com as qualificadoras do motivo torpe ou do motivo fútil no crime de
homicídio.

18 – CERTO - HOMICÍDIO PRIVILEGIADO. Nessa situação, a circunstância em que


Braz cometeu o delito de homicídio constitui causa de redução de pena.

21- Letra “B” - Homicídio tentado. Art. 13 § 1º - A superveniência de causa


relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado;
os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

25 – ERRADO - Sobre o crime de homicídio, É obrigatória a redução da pena pelo juiz


(que nesse caso, só faz a dosimetria da pena) quando do reconhecimento pelo
conselho de sentença (Tribunal do Juri) da prática de um homicídio privilegiado, tendo
em vista tratar-se de uma causa especial de redução de pena, portanto, facultativa sua
aplicação.

26 – ERRADO - A premeditação não é expressamente considerada como qualificadora


do crime de homicídio, elevando, portanto, os marcos sancionatórios. A premeditação,
apesar de não ser considerada qualificadora do delito de homicídio, pode ser levada em
consideração para agravar a pena, funcionando como circunstância judicial. Por fim,
acrescentou não haver, por outro lado, razão para se alegar a ocorrência de bis in idem
pelo fato de o magistrado ter analisado o iter percorrido para a consumação do delito,
haja vista que, apesar da falta de consenso, na doutrina, acerca dos elementos do art.
59 do CP em que deveria ser enquadrada a premeditação, dúvida não haveria de que ela
pode e deve ser analisada no momento da fixação da pena-base, tal como ocorrera na
espécie. Após, o julgamento foi adiado em virtude do pedido de vista do Min. Cezar
Peluso.
HC 94620/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.3.2009. (HC-94620)
HC 94680/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 12.3.2009. (HC-94680

27 – CERTO -Sobre o crime de homicídio, embora haja a possibilidade de coexistência


entre um homicídio qualificado-privilegiado, ele não poderá ser considerado hediondo. O
Privilégio afasta a hediondez do crime.

28 – ERRADO - Sobre o crime de homicídio, o MOTIVO TORPE que qualifica o


homicídio, é aquele motivo abjeto, indigno, desprezível, que provoca acentuada repulsa.

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29 - CERTO - No crime de homicídio, admite-se a incidência concomitante de


circunstância qualificadora de caráter OBJETIVO referente aos meios e modos de
execução com o reconhecimento do privilégio, desde que este seja de natureza
SUBJETIVA.

35 – letra “D”
a) omissão de socorro - CRIMES OMISSIVO PRÓPRIO - NÃO ADMITE TENTATIVA.
b) injúria cometida verbalmente - CRIMES FORMAL VERBAL - NÃO ADMITE TENTATIVA
c) induzimento a suicídio sem resultado lesivo – CRIME DE MERA CONDUTA - NÃO
ADMITE TENTATIVA.
d) lesão corporal leve dolosa - CRIME MATERIAL - ADMITE TENTATIVA.
e) homicídio culposo.- CRIME CULPOSO. Em regra NÃO ADMITE TENTATIVA.

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