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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA__VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE____DA COMARCA DE SÃO PAULO.

Processo nº _________________

DURVAL PEREIRA, brasileiro, casado, profissão, portador da cédula de identidade


RG n° XXX, inscrito no CPF/MF sob n° XXX, usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente
e domiciliado nesta cidade, em (endereço), por seu (sua) advogado (a) infra-assinado (a),
vem, respeitosamente, propor

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO

PELO PROCEDIMENTO ESPECIAL DAS AÇÕES DE FAMÍLIA

em face de LARA PEREIRA, brasileira, casada, profissão, portadora da cédula de


identidade RG n. (...) e inscrito no CPF/MF sob n. (...), usuária do endereço eletrônico (e-mail),
residente e domiciliada nesta cidade em (endereço), com fundamento na legislação civil,
artigo 226, § 6º da Constituição Federal e artigos 693 a 699 do CPC, pelas razões de fato e
de direito a seguir aduzidas.
I. DOS FATOS

Em agosto de 2008, DURVAL e LARA se casaram sob o regime de comunhão parcial


de bens, conforme se verifica da certidão de casamento (doc. anexo). Não há pacto
antenupcial e da união nasceu um filho, Lucas, atualmente com 3 (três) anos de idade (doc.
anexo).

Depois de anos de convivência, o casal se separou de fato em setembro de 2022.


Data em que, foi feito um acordo verbal entre as partes estabelecendo a guarda compartilhada
do filho Lucas, menor impúbere; devendo a criança residir com a ré e o autor ficar com o filho
nos finais de semana.

Ainda durante a constância do casamento, ambos os cônjuges adquiriram pelo valor


de R$ 2.000,00, um cão de nome Caramelo, da raça Coker Spaniel.

Salienta-se que o cão Caramelo é muito querido pelo autor, pela ré e pelo filho do
casal. Razão pela qual, o cão Caramelo sempre acompanhava a criança quando o pai ia
buscá-lo nos finais de semana.

O autor mantém em dia as vacinas do animal e o leva ao veterinário quando


necessário.

O autor, a partir da separação, sempre contribuiu para as despesas de vestimenta,


escola, saúde e alimentação do filho Lucas, depositando mensalmente a quantia de R$
5.000,00 (cinco mil reais) na conta bancária da ré, conforme comprovam os extratos bancários
(doc. anexo).

Ocorre que, mesmo após o autor explicar à ré que, como pai, tem o direito e o dever
de conviver com seu filho, ultimamente, a ré tem dificultado a ida do menor à casa do autor,
resultando numa situação ficou insuportável e o autor sente que, aos poucos, está perdendo
o contato com o filho e com o cão Caramelo.

A ré, procurada pelo autor, negou-se a aceitar consensualmente os termos do


divórcio, razão pela qual se tornou necessária a propositura da presente demanda.

O casal, na constância do casamento, adquiriu a título oneroso os seguintes bens a


serem partilhados:

o 1 casa no valor de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais);

o 1 automóvel no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais);

o 1 apartamento no valor de R$ 530.000,00 (quinhentos e trinta mil reais);

o 1 cão, de nome Caramelo, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).


II. DO DIREITO

II.1. DIREITO AO DIVÓRCIO

Consoante a norma do art. 226, § 6.º, da Constituição Federal, o casamento civil


pode ser dissolvido pelo divórcio. Nesse sentido o EC 66/2010 suprimiu o requisito de prévia
separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de
2 (dois) anos.

Fato é que o autor não tem mais interesse na união. Sendo seu direito potestativo
divorciar-se, considerando ainda que não há motivo jurídico que justifique a manutenção do
casamento diante da falta de vontade do autor de seguir casado.

II.2. GUARDA E PENSÃO ALIMENTÍCIA

Nos termos do art. 1.583 do Código Civil, a guarda do filho menor será compartilhada,
permanecendo o menor Lucas residindo com a ré, e o autor convivendo com a criança nos
finais de semana, por atender tal situação ao melhor interesse da criança, conforme foi o
entendimento das partes e acordado momento da separação.

Salienta-se que o direito de convivência familiar é assegurado aos pais e à criança,


mas, ultimamente vem sendo descumprido pela ré.

O regime de retirada da criança do lar materno será aquele contemplado usualmente


no cenário jurisprudencial, qual seja: (i) a cada semana, o autor busca o menino, na sexta-
feira, às 18 horas e o traz de volta no domingo às 18 horas; (ii) no Dia dos Pais, a criança fica
com o autor, o mesmo ocorrendo nas duas primeiras semanas das férias escolares; (iii) no
Natal a criança fica com a ré e, na virada do ano, com o autor, e (iv) ainda nesta seara, o autor
requer que o pet Caramelo acompanhe o filho nos dias de convivência.

No que tange ao valor da contribuição para criar e educar o filho, art. 1.694, § 1º, CC,
em atenção ao binômio possibilidade/necessidade (comprovante de rendimentos em anexo),
o autor propõe a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais a fim de custear as
despesas com vestimenta, escola, saúde e alimentação do menor.

Importante observar que o autor já vem efetuando os depósitos mensais na conta X,


do banco Y em nome da ré, conforme comprovam os extratos bancários em anexo.

O valor além de estar de acordo com as possibilidades do alimentante, é coerente


com as necessidades do filho, que atualmente vem despendendo o valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), conforme tabela descritiva e recibos de gastos em anexo.
Em caso de desemprego, requer, desde logo, a definição de que o valor da pensão
alimentícia equivalha a dois salários-mínimos mensais.

A ré, por ter condições de trabalhar e de se manter, não necessita da fixação de


pensão alimentícia em seu favor.

II.3. DA PARTILHA

Conforme consta, as partes se casaram pelo regime da comunhão parcial de bens


(arts. 1.658 a 1.666 do Código Civil) em agosto de 2008 e não houve a celebração de pacto
antenupcial.

Assim, no tocante aos bens, segue a descrição patrimonial correspondente para que
se efetue a partilha considerando o direito de cada um, à metade de seu valor:

o Casa no valor venal de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), cujos dados


detalhados constam nos docs. anexos;

o Veículo automotor com valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), cujas


especificações seguem nos docs. anexos;

o Apartamento no valor venal de R$ 530.000,00 (quinhentos mil reais), cujos dados


detalhados constam nos docs. anexos;

o Cão Caramelo no valor de R$ 2.000,00, documento em anexo.

O autor propõe a seguinte partilha:

a) A casa, no valor venal de R$ 600.000,00, ficará com a ré; local em que esta reside
com o menor, por entender que será o melhor para a criança.

b) O apartamento, no valor venal de R$ 530.000,00 e o automóvel no valor de R$


70.000,00 caberão ao autor.

c) Com relação ao pet Caramelo, o autor propõe que sua propriedade seja mantida
em condomínio, permitindo a ré que este acompanhe o menor nos dias de
convivência.

Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no Resp. n.


1.713.167-SP, Relator Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19.06.2018, que, em voto do
Min. Marco Buzzi, considerou o animal de estimação bem semovente infungível e indivisível,
sendo de propriedade de ambos os demandantes, por força do regime de bens da comunhão
parcial estabelecido entre as partes.

Voto-Vista Ministro Marco Buzzi – Resp. n. 1.713.167-SP:


Ademais, embora ausente, sim, uma norma especifica para lidar com
o fato ora submetido a julgamento, é suficiente utilizar as diretrizes
atinentes ao Direito das Coisas, ao qual pertence a categoria de
animais de estimação (bens semoventes, infungíveis e indivisíveis),
pois, ainda que haja forte tendência por parte da sociedade
contemporânea ao tratamento diferenciado e carinhoso para com
esses, tal atitude não obriga, tampouco exige equipará-los ao ser
humano.
... cadela Kimi, bem semovente infungível e indivisível, é de
propriedade de ambos os demandantes por força do regime de bens
estabelecido entre as partes.

Dessa forma, os bens serão divididos e o cão Caramelo permanecerá em


copropriedade de ambos, comprometendo-se o autor, a continuar a despender os cuidados
com vacinas, e veterinário quando o pet necessitar.

III. OPÇÃO PELA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO

Embora as tentativas anteriores de resolução consensual do conflito tenham falhado,


infelizmente guiadas pela resistência da ré em admitir o fim do casamento, o autor opta pela
audiência consensual, consciente de que tal procedimento seria benéfico para as partes e
para o menor.

Requer-se a designação de audiência de mediação por força do vínculo existente


entre as partes (art. 695, CPC).

IV. PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer o autor que seja julgado procedente o pedido da presente
ação, decretando-se o divórcio do casal nos termos pleiteados e sendo a ré condenada a
arcar com os ônus de sucumbência.

Requer ainda:

a) a citação da ré, por oficial de Justiça, sendo o mandado acompanhado de contrafé


para que conheça os termos da presente ação e, querendo, manifeste-se nos termos da lei;

b) a designação da sessão inicial de autocomposição;

c) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito (art. 698,


CPC);

d) a decretação da guarda compartilhada do menor nos termos do art.1.634 do


Código Civil;
e) que o autor possa desfrutar da companhia do pet Caramelo nos termos solicitados,
permanecendo em copropriedade;

f) a partilha dos bens, conforme discriminado;

g) a fixação da pensão alimentícia ao menor no valor de R$ 5.000,00 mensais;

h) a expedição de mandado determinando a averbação da sentença de divórcio junto


ao cartório de registro civil competente, para fins de direito;

Requer provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, especialmente por
juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal da ré.

Dá à causa o valor de R$ 1.262.000,00 (hum milhão, duzentos e sessenta e dois


mil reais), nos termos do art. 292, III e VI do CPC.

Termos em que,

Pede deferimento.

(...................), (...) de (...........) de (....).

______________________________________

Advogado

OAB/UF nº

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