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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

09/05/2023

Número: 1045868-21.2021.4.01.3900
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 11ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJPA
Última distribuição : 24/12/2021
Valor da causa: R$ 14.520,00
Assuntos: Aposentadoria por Invalidez, Auxílio-Doença Previdenciário
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
WILLIAN JORGE NATIVIDADE registrado(a) civilmente DAVID ANDERSON GOMES FERREIRA (ADVOGADO)
como WILLIAN JORGE NATIVIDADE (AUTOR)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10581 04/05/2022 12:42 Petição intercorrente Petição intercorrente
54339
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
EQUIPE DE TRABALHO REMOTO - BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE DA 1ª REGIÃO
ETRBI - EATE - EQUIPE DE ATUAÇÃO TÉCNICA ESPECIALIZADA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DO(A) 11ª VARA FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
DA SJPA

NÚMERO: 1045868-21.2021.4.01.3900
PARTE(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PARTES(S): WILLIAN JORGE NATIVIDADE

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pessoa jurídica de direito público,


representado(a) pelo membro da Advocacia-Geral da União infra assinado(a), vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, requerer o que segue.

TIPO 1 - PROPOSTA DE ACORDO. APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE


PERMANENTE. ADICIONAL DE 25% PREVISTO NO ART. 45 DA LEI Nº 8.213/91.

PROPOSTA DE ACORDO

DOS PARÂMETROS

Nome WILLIAN JORGE NATIVIDADE (373.390.468-01)

Aposentadoria por incapacidade permanente com adicional


Benefício
de 25% previsto no art. 45 da Lei nº 8.213/91

DII (data de início da incapacidade) último benefício

20/05/2021 (data imediatamente posterior à cessação do


DIB (data de início do benefício)
benefício concedido anteriormente)

DCB (data de cessação do benefício - com


Não se aplica
possibilidade de pedido de prorrogação)

DIP (data do início do pagamento administrativo - a


partir de quando a obrigação de fazer deve ser 01/05/2022
cumprida, conforme ordem judicial)

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RMI a ser apurada no momento da implantação
O INSS pagará, aproximadamente, 95% dos valores
devidos entre a DIB e a DIP, sem a aplicação de juros de
mora e corrigidos monetariamente pelo IPCA-e, abatidas as
Valores atrasados parcelas de benefícios inacumuláveis recebidos no
interregno (NBs 31/6362368685 e 32/6379267038)
e respeitado o limite máximo do teto dos Juizados
Especiais Federais, a serem pagos na forma de RPV.

DA QUITAÇÃO – A parte autora, com a realização da implantação e do pagamento, nos


moldes acima, dará plena e total quitação do principal (obrigação de fazer e diferenças devidas) e dos
acessórios (correção monetária, juros, honorários de sucumbência etc.) da presente ação;

DA COMPROVAÇÃO DO CUMPRIMENTO – A comprovação do cumprimento se dará nos


próprios autos, podendo não haver comunicação por correspondência do INSS para o segurado, devendo
a parte autora manter-se informada da movimentação deste processo a fim de evitar a suspensão do
benefício por ausência de saque junto à instituição financeira. O pagamento dos atrasados será feito,
exclusivamente, por meio de Requisição de Pequeno Valor - RPV, nos moldes do disposto na Resolução
n° 055/2009 do Conselho da Justiça Federal, e o seu montante não excederá o teto previsto no art. 3º, §
2º, da Lei nº 10.259/2001. As partes arcarão com o pagamento dos honorários de seus respectivos
advogados (art. 1º, § 5º, da Lei n° 9.469/97) e, tratando-se de processo que tramita no primeiro grau de
jurisdição do Juizado Especial Federal, não haverá pagamento de custas judiciais (art. 54, caput, da Lei nº
9.099/95);

DA MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA DO BENEFÍCIO – A parte autora fica desde já


ciente de que o benefício poderá ser revisto na forma do art. 71 da Lei nº 8.212/91 e que será mantido nos
termos da legislação em vigor, comprometendo-se a parte autora a comparecer às perícias médicas
agendadas pela Autarquia conforme previsão do art. 101 da Lei nº 8.213/91. No caso de o segurado
retornar voluntariamente ao trabalho, ou na ocorrência de comprovada recusa injustificável ao tratamento
ou à reabilitação profissional, o benefício poderá ser suspenso ou cessado, conforme as regras
administrativas de manutenção dos benefícios pelo INSS, independentemente da DCB ou de realização de
nova perícia, sem necessidade de qualquer consulta ou comunicação aos órgãos da PGF;

DA DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO (DCB) – Tratando-se de concessão de auxílio


por incapacidade temporária sem encaminhamento para procedimento de reabilitação, a parte autora
terá o seu benefício mantido até a data de cessação do benefício (DCB) fixada na proposta, tendo a opção
de solicitar administrativamente a prorrogação do benefício, conforme item abaixo. Não solicitada a
prorrogação do benefício, o mesmo será cessado na data prevista, independentemente de qualquer
notificação ou de nova perícia.
Na forma do art. 10 da Portaria Conjunta nº 2/DIRAT/DIRBEN/PFE/INSS, de 12 de
março de 2020, em se tratando de DCB vencida ou com prazo a vencer inferior a 30 dias da
DDB/atualização, o benefício será implantado com DCB no 30º dia posterior à data do efetivo
cumprimento, como forma de possibilitar o pedido de prorrogação.

DA POSSIBILIDADE DE PRORROGAÇÃO ADMINISTRATIVA DO BENEFÍCIO – No caso


de concessão de auxílio por incapacidade temporária sem encaminhamento para procedimento de
reabilitação, a parte autora poderá solicitar ao INSS a prorrogação do benefício se, à época da data de
cessação do benefício (DCB) fixada no presente acordo, entender que o estado de incapacidade laboral
permanece. O pedido de prorrogação deverá ser feito até 15 dias antes da DCB e poderá ser solicitado
através dos diversos canais de atendimento da Previdência Social, incluindo as Agências, o telefone 135 e
o canal eletrônico Meu INSS. Solicitada a prorrogação pelo segurado, o benefício será mantido até a data
da efetiva realização da perícia médica pelo INSS, podendo ser cessado se a perícia comprovar que o
segurado não mais apresenta incapacidade laboral.

DA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL – No caso de concessão de auxílio por

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incapacidade temporária com encaminhamento para procedimento de reabilitação, observa-se que
o ingresso no programa dependerá de análise de admissibilidade à cargo da equipe técnica da Autarquia;

DAS SITUAÇÕES RESOLUTIVAS – Constatada, a qualquer tempo, no todo ou em parte, a


existência de litispendência ou coisa julgada referente ao objeto da presente ação, a parte autora
concorda, desde já, que fica sem efeito a transação, sendo a presente demanda extinta. Ainda,
constatado, a qualquer tempo, pagamento indevido de valores relativos a alguma das competências
mensais abrangidas por esta proposta de transação, tanto no que concerne ao objeto da presente ação
quanto a outra prestação da Seguridade Social com ele inacumulável, a parte autora concorda, desde já,
que haja desconto parcelado em seu benefício, observados os limites legalmente estabelecidos, até a
completa quitação do valor pago a maior, monetariamente corrigido (art. 115, inciso II, da Lei nº 8.213/91
c/c art. 154 do Decreto nº 3.048/99).

DA DECLARAÇÃO SOBRE RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO ORIUNDO DO REGIME


PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – Tratando-se de concessão de aposentadoria por incapacidade
permanente, considerando a normatização das hipóteses de acumulação de benefícios de
aposentadorias e pensão por morte, com aplicação de redutores para as situações constituídas a partir de
14 de novembro de 2019, instituída pelo art. 24 da Emenda Constitucional n° 103/19 (publicada em 13 de
novembro de 2019) e pelo art. 167-A do Decreto n° 3.048/99 (com redação dada pelo Decreto n°
10.410/20), em caso de aceitação da presente proposta, a parte autora se compromete em prestar
informação verdadeira, por meio de autodeclaração, sobre a percepção de benefícios de aposentadorias
ou pensão no RPPS ou regime de proteção dos militares, inclusive com a indicação, em caso de resposta
positiva, sobre qual benefício considera mais vantajoso para aplicação do redutor no outro benefício
acumulável, bem assim as seguintes informações: a) tipo de benefício (aposentadoria ou pensão); b) em
caso de pensão, informar se era cônjuge/companheiro do instituidor; c) data de início do benefício no
RPPS/militar; d) nome/identificação do ente/órgão do RPPS/militar; e) origem (federal, estadual, distrital ou
municipal); f) natureza (civil ou militar); g) valor do benefício do RPPS/militar e competência da informação
(mês/ano); h) indicar o(s) benefício(s) para aplicação do redutor; e, i) origem da informação (declarado,
judicial ou consulta a sistema) (Anexo I da Portaria nº 528/PRES/INSS, de 22/04/2020).
Caso, no ato de aceitação da proposta de acordo, a parte autora se omita, presumir-
se-á que a mesma não é beneficiária de aposentadoria/provento ou pensão por morte do RPPS ou
decorrente(s) de atividades militares, observando-se que a omissão indevida equivalerá à emissão
de declaração falsa e, portanto, sujeita às sanções administrativas, civis e penais, conforme art.
167-A, § 7º, do Decreto nº 3.048/99. Fica ressalvada, outrossim, eventual apuração, pelo INSS, da
acumulação de benefícios, bem como a cobrança dos valores pagos indevidamente em
decorrência de omissão indevida/emissão de declaração falsa da parte autora.

RENÚNCIA – A parte autora renuncia a quaisquer outros direitos e valores eventualmente


devidos em decorrência dos mesmos fatos e fundamentos que deram origem à presente ação.

ERRO MATERIAL – As partes concordam quanto à possibilidade de correção, a qualquer


tempo, de eventuais erros materiais, na forma do inciso I do art. 494 do Código de Processo Civil.

VALIDADE – Esta proposta valerá apenas se o INSS for intimado da homologação do


acordo no prazo máximo de seis meses a contar da juntada da proposta aos autos eletrônicos, sob
pena de possível prejuízo ao erário com pagamento de benefício por incapacidade indevido em face da
recuperação da capacidade laboral da parte autora, em caso de demora no trâmite processual.

CONTRAPROPOSTA – O INSS informa que não aceita contraproposta, salvo para


correção de erro material, de modo que, caso não aceitos os termos do presente acordo pela parte
autora, requer desde já o regular prosseguimento do feito.

CONTESTAÇÃO – PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

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Caso não seja aceita a proposta de acordo, a Autarquia-ré requer a Vossa Excelência que,
ao final, julgue totalmente IMPROCEDENTES os pedidos formulados pela parte autora, condenando-a ao
pagamento da sucumbência a que deu causa, quando for o caso.

Ad argumentandum tantum, em havendo julgamento procedente, requer que seja


reconhecida a prescrição quinquenal, nos termos do art. 103, parágrafo único, da Lei nº 8.213/1991.

Importante destacar a necessidade de adequada fixação da DIB, devendo ser considerada


como data de inicio do benefício a data do laudo pericial, caso não seja possível especificar a data de
início da incapacidade na perícia realizada em juízo, mormente quando se verifica a recuperação da
capacidade da parte autora por alguns períodos e novas concessões de benefício em momentos nas quais
havia incapacidade. Nesse sentido, orienta-se a jurisprudência:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL EM JUÍZO. TERMO INICIAL.
1. Acerca do marco inicial da aposentadoria por invalidez, o entendimento
jurisprudencial consolidado desta Corte é no sentido de considerar a data da
apresentação do laudo pericial em juízo, ainda mais que, no caso em exame, não foi
possível precisar o início da incapacidade.
2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1087621 / SP, DJE
12/05/2011) (grifei).

Enunciado 79 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro “Não merece reforma a


sentença que fixa a data de início do benefício na data da perícia médica judicial
quando esta não puder definir o início da incapacidade.

Quanto a eventual pedido de condenação em danos morais, observa-se que o mesmo


carece de qualquer fundamento, eis que a revisão de benefícios previdenciários e a análise da existência
ou não de incapacidade são atribuições regulares do INSS, a qual não pode ser penalizada pelo simples
exercício de seu dever, qual seja, a avaliação da capacidade laboral, porquanto tal ameaça redundaria em
paralisação das atividades administrativas, por receio de ulterior condenação.

Ainda que assim não fosse, impende destacar, por oportuno, que tal solicitação não pode
ser banalizada, mormente em face da Autarquia Previdenciária, de modo a gerar indenizações indevidas,
agredindo o patrimônio público e agravando, sem razão plausível, a situação do Instituto, cujos recursos
humanos e materiais para a consecução de suas relevantes políticas públicas já se encontram,
sabidamente, combalidos.

Com efeito, para verificação da responsabilidade civil é necessário estar presente o ato
ilícito, o dano efetivamente ocorrido e o nexo causal entre os dois primeiros elementos - ausente qualquer
um dos elementos acima, como no presente caso, no qual não se observa ilicitude, não existe
responsabilidade civil. Observa-se, por oportuno, a lição de Orlando Gomes, que assim conceitua o dano
moral:

Dano moral é, portanto, o constrangimento que alguém experimenta em


consequência de lesão em direito personalíssimo, ilicitamente produzida por
outrem. (grifou-se)
(Obrigações, 11ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 1997 p. 271)

Ainda, não há, nos fólios, qualquer documentação que evidencie prova do dano moral
supostamente sofrido pela parte autora, o qual deveria ser demonstrado, eis que não se trata de dano in re
ipsa, devendo ser claramente apontado pela parte demandante o advento de prejuízo moral consistente,
que causa dor, angústia, vergonha, e não um mero aborrecimento que poderia ter sido evitado pela mera
diligência do interessado.

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Com efeito, sobre a caracterização do dano moral, a lição de SÉRGIO CAVALIERI FILHO,
(in “Programa de Responsabilidade Civil”, Editora Malheiros, 1996, São Paulo, p. 76), é a seguinte:

Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame,
sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústias e
desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou
sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de
fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre os
amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras a
ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender,
acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de
indenizações pelo mais triviais aborrecimentos.

Existe para todos uma obrigação genérica de não prejudicar, exposta no princípio alterum
non laedere. De forma correlata e como se fosse o outro lado da moeda, existe um direito, também
genérico, de ser ressarcido, que assiste a toda pessoa que invoque e prove que foi afetada em seus
sentimentos. Esse princípio sofre mitigação quando se trata de ressarcimento de dano moral - o simples
desconforto não justifica indenização.

Não por outro motivo, a jurisprudência já consagrou que inexiste dano moral pelo simples
indeferimento do benefício:

RESPONSABILIDADE CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. DANO MORAL.


INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. INEXISTÊNCIA DE ABUSO DE DIREITO DA
AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. INTERPRETAÇÃO JURÍDICA RAZOÁVEL. 1. A
responsabilidade civil dos entes públicos é objetiva, conforme artigo 37, §6º da
CF/88. É dizer: basta a comprovação do nexo entre conduta e resultado danoso para
que surja o dever de indenizar. 2. A Administração deve pautar suas decisões no
princípio da legalidade. Cabendo mais de uma interpretação a determinada lei e
estando a matéria não pacificada nos tribunais, não há óbice que haja divergência
entre a interpretação administrativa e a judicial. Assim, o mero indeferimento
administrativo de benefício previdenciário não é, por si só, razão para
condenar a Autarquia em dano moral, devendo ser analisada as especificidades
do caso concreto, especialmente a conduta do ente público. 3. Hipótese em que o
INSS, ao analisar o requerimento de pensão, não abusou do seu direito de aplicar a
legislação previdenciária, sendo razoável a interpretação dada a Lei n. 8.213/91
quanto ao término da qualidade de segurado do instituidor. Logo, legítimo e
escorreito o indeferimento do benefício. 4. Recurso conhecido e provido. (
TNU. ACÓRDÃO 200851510316411200851510316411 RELATOR(A) JUIZ
FEDERAL ANTÔNIO FERNANDO SCHENKEL DO AMARAL E SILVA FONTE DA
PUBLICAÇÃO DOU 25/05/2012)

A presente causa de pedir não caracteriza, portanto, dano moral indenizável, de modo que é
de ser totalmente indeferido qualquer pleito autoral nesse sentido.

Por fim, eventualmente procedente o pedido de condenação da autarquia na


concessão/restabelecimento postulado na petição inicial, o que se admite tão-somente para fins de
argumentação, toda a matéria versada na contestação deverá ser enfrentada na decisão, para efeito de
futura interposição de recursos excepcionais. A matéria fica, portanto, desde já prequestionada para fins
recursais.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Isto posto, a Advocacia-Geral da União (AGU), em nome do Instituto Nacional do Seguro

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Social (INSS):

1. Requer a intimação da parte autora acerca desta proposta e, havendo concordância, seja
homologado o presente acordo, extinguindo-se o processo com resolução de mérito, nos
termos do art. 487, III, “b”, do Código de Processo Civil
2. Informa que a proposta de acordo formulada não implica em reconhecimento expresso ou
tácito da procedência do pedido, nem em renúncia ao direito de recorrer, mas apenas
objetiva que o processo termine mais rapidamente, favorecendo a todos os que litigam em
Juízo, inclusive por propiciar a mais célere implantação do benefício e o pagamento de
atrasados em demandas como a presente. Assim, na hipótese de não aceitação da a
proposta pela parte autora, requer a improcedência dos pedidos formulados na inicial.
3. Em caso de julgamento de procedência da ação, pugna pela incidência da prescrição
quinquenal, pela fixação da DIB na data do laudo pericial e pela fixação de DCB, em caso
de concessão de auxílio por incapacidade temporária sem encaminhamento para
reabilitação, nos termos da Recomendação Conjunta CNJ/AGU/MTPS nº 01, de 15 de
dezembro de 2015.
4. Ainda, considerando-se o disposto nos arts. 24 da Emenda Constitucional n° 103/19 e art.
167-A do Decreto n° 3.048/99, na eventualidade de o INSS ser condenado a conceder
aposentadoria ou pensão à parte autora, quando do trânsito em julgado ou havendo
deferimento da antecipação dos efeitos da tutela em qualquer fase processual, requer a
intimação da parte autora para que informe se recebe benefício de aposentadoria ou
pensão de Regime Próprio de Previdência Social, considerando-se a sua omissão como
declaração de que a mesma não é beneficiária de aposentadoria/provento ou pensão por
morte do RPPS ou decorrente(s) de atividades militares e observando-se que a omissão
indevida equivalerá à emissão de declaração falsa e, portanto, sujeita às sanções
administrativas, civis e penais, conforme art. 167-A, § 7º, do Decreto nº 3.048/99,
ressalvada eventual apuração, pelo INSS, da acumulação de benefícios, bem como a
cobrança dos valores pagos indevidamente em decorrência de omissão indevida/emissão
de declaração falsa da parte autora. Em caso de acumulação, deverá a parte autora
apresentar declaração nos moldes do Anexo I da Portaria nº 528/PRES/INSS, de
22/04/2020, bem como, até a data da intimação da CEAB-DJ para cumprimento da
decisão judicial, anexar documentação comprobatória dos dados informados.
5. Pugna desde já pelo desconto, de eventual montante retroativo, dos valores já pagos
administrativamente ou de qualquer benefício inacumulável recebido no período, bem
como pelo deferimento da cobrança nos próprios autos de eventuais valores pagos
indevidamente à parte autora em sede de antecipação dos efeitos da tutela, conforme
entendimento do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1384418/SC).

Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito.

Nesses termos, pede deferimento.

Brasília, 04 de maio de 2022.

GUSTAVO BARROS QUEIROZ


Procurador Federal
Matrícula nº 1.553.014

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