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Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 24/05/2022 08:39:21 para sessão 0230/2022.
Relatório
NILMA RODRIGUES FARIA interpôs recurso a este órgão Colegiado, inconformada com o
indeferimento do seu requerimento ao benefício Aposentadoria por Idade.
A requerente nasceu em 05/03/1958 e contava 61 anos de idade na data de entrada de seu pedido
(19/03/2019).
Inicialmente, aponta-se que o presente processo diz respeito a pedido de Aposentadoria por Idade
formulado pela parte recorrente, que após a análise da documentação apresentada, o benefício foi
indeferido, pela não comprovação de atividade rural, conforme observa-se na comunicação de
decisão emitida pela autarquia.
Voto
EMENTA:
Do mesmo modo, após pesquisa anexada aos autos, não foi encontrada qualquer demanda judicial
em trâmite com objeto idêntico ao do presente recurso, assim, não há óbice ao prosseguimento da
análise do apelo, motivo pelo qual, preliminarmente, conheço do recurso e passo, em seguida, ao
exame do mérito.
Pretende a requerente a concessão do benefício de Aposentadoria por Idade, devendo, para que
faça jus ao pleito, preencher os requisitos na forma do Inciso II do Artigo 29 e Artigo 51 do RPS,
aprovado pelo Decreto Lei nº 3.048/99 e art. 27, inc. II, da lei 8213/91.
“A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado que
completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses
limites para sessenta e cinquenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea j do inciso V e nos
incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem como, para os segurados garimpeiros que trabalhem,
comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no §5º do art. 9º.”
“Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o
trabalhador e o empregador rural cobertos pela Previdência Social Rural, a carência das
aposentadorias por idade, por tempo de serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, levando-se
em conta o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do
benefício...”
“Art. 21. A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte individual e facultativo será de vinte
por cento sobre o respectivo salário-de-contribuição.
I - 11% (onze por cento), no caso do segurado contribuinte individual, ressalvado o disposto no
inciso II, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado e do
segurado facultativo, observado o disposto na alínea b do inciso II deste parágrafo;” (grifo nosso).
Cumpre esclarecer que o tempo de filiação previdenciária incorpora-se dia a dia ao patrimônio do
trabalhador, sob a égide do regime legal que foi prestado, a fim de caracterizar, ou não, hipótese de
direito adquirido a determinada prestação ou benefício.
Ocorre que o presente processo não se trata de Aposentadoria por Idade Rural, mas sim Urbana.
No caso em tela, a recorrente deve comprovar a carência de 180 contribuições mensais, tendo sido
apurado o total de apenas 127 contribuições consideradas para efeito de carência do benefício.
Em fase recursal, foi solicitado o cômputo de recolhimentos em atraso, quais sejam: 09/2013,
10/2013; 03/2018 a 07/2018; 01/2014, 07/2014, 08/2014,10/2014; 02/2015 a 11/2015; 04/2016 a
11/2016, bem como autoriza, caso necessário, a reafirmação da DER (Data de Entrada do
Requerimento) pra a data em que implemente todos os requisitos necessários para a concessão do
benefício.
Dessa forma, foi possível observar que os períodos de 03/2019 a 10/2019; 12/2019; 01/2021 a
12/2021; 01/2022 a 03/2022 constam pendência no CNIS (IREC-MEI – indica que a contribuição da
competência foi recolhida com código MeI / IREC-LC123 – Recolhimento no Plano Simplificado de
Previdência Social [LC 123/2006]).
(…)
(…)
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições
abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais;
Foram anexados aos autos do processo comprovantes de pagamentos dos períodos referentes a
09/2013, 10/2013; 03/2018 a 07/2018; 01/2014, 07/2014, 08/2014,10/2014; 02/2015 a 11/2015;
04/2016 a 11/2016, ficando comprovado o período requerido pela postulante em fase recursal.
Porém, em análise a contagem feita pelo INSS, foi constatado que os períodos requeridos já foram
considerados em sua contagem, sendo computados pela Autarquia anteriormente. Dessa forma,
não se faz necessário o cômputo em fase recursal, uma vez que o mesmo já ocorreu.
Diante do exposto verificamos que, com a soma do tempo constante na contagem feita pelo INSS –
Instituto Nacional do Seguro Social, e do tempo considerado com a reafirmação da DER a
requerente, ainda assim, não implementa a quantia de tempo de contribuição para fazer jus ao
deferimento do benefício pleiteado.
A luz do exposto, a decisão do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social permanece inalterada
tendo por não haver sido atingido o tempo mínimo de carência exigido em lei para a concessão do
benefício pretendido.
CONCLUSÃO
Declaração de Voto
Declaração de Voto
Decisório
Nº Acordão: 21ª JR/5715/2022