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MERITÍSSIMO JUÍZO DA ${INFORMACAO_GENERICA}ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICÁRIA

DE

  

ROSEMIR MELO DA CONCEIÇÃO, possui número do CPF: 734.569.102-53


vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seus
procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos


seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

 
FATOS

A Parte Autora requereu, perante a Autarquia Previdenciária, a


concessão do benefício assistencial de prestação continuada, que foi indeferido. Senão
vejamos:

Conforme expõe a documentação anexa, o motivo do indeferimento foi alegada não


satisfação do requisito de deficiência.

Neste sentido, registre-se que o Demandante apresenta graves patologias, de distintas


áreas médicas, as quais lhe impõem diversas limitações e impedimentos, de modo a satisfazer o
requisito de “deficiência” inerente ao benefício pretendido.

 Por esses motivos, os argumentos da Autarquia Previdenciária, no sentido do


indeferimento do benefício, não merecem prosperar, ensejando o presente processo.

Síntese sobre a condição pessoal do Autor:

1.      Enfermidade ou síndrome ${informacao_generica}

Obstrução da participação plena e efetiva


2.      Limitações decorrentes das
na sociedade em igualdade de condições com as
moléstias
demais pessoas.

Dados sobre o requerimento administrativo:

1. Número do benefício ${informacao_generica}

2. Data do requerimento ${data_generica}

Alegado não enquadramento no requisito


3. Razão do indeferimento
socioeconômico.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A pretensão da Parte Autora encontra respaldo legal no artigo 203, V, da Constituição


Federal, no artigo 20 da Lei 8.742/93 (regulamentado pelo Anexo do Decreto do Decreto nº
6.214/07) e demais normas aplicáveis. De acordo com a legislação inerente à matéria, é devido
o benefício àquelas pessoas deficientes ou idosas (idade igual ou superior a 65 anos) que não
possuem condições de prover o próprio sustento por seus próprios meios, nem de tê-lo provido
pelo núcleo familiar.

No caso dos autos, a deficiência do Autor resta demonstrada a partir dos documentos
médicos anexos, dos quais se exprime que a mesma é acometido por diversas graves
patologias, de distintas áreas médicas, de maneira a satisfazer a exigência prevista no artigo 20
da LOAS.

No que se refere ao requisito socioeconômico, é desnecessária a prova em juízo da


miserabilidade.

Assim dispõe o art. 15, § 5º do Decreto n. 6.214/2007, com redação dada pelo Decreto
nº 8.805/2016:

Art. 15.  

[...]

§ 5º Na hipótese de ser verificado que a renda familiar mensal per capitanão atende


aos requisitos de concessão do benefício, o pedido deverá ser indeferido pelo INSS,
sendo desnecessária a avaliação da deficiência.  (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de
2016)       (Vigência)

Desta regra conclui-se que a deficiência só é analisada pelo INSS se o postulante teve o
requisito de miserabilidade reconhecido pela Autarquia.

Sendo reconhecida a miserabilidade em âmbito administrativo, desnecessária qualquer


prova deste requisito na via judicial.

A esse respeito, cumpre salientar que a TNU julgou esta temática sob a sistemática de
recurso representativo de controvérsia (Tema 187):

(i) Para os requerimentos administrativos formulados a partir de 07 de novembro de


2016 (Decreto n. 8.805/16), em que o indeferimento do Benefício da Prestação
Continuada pelo INSS ocorrer em virtude do não reconhecimento da deficiência, é
desnecessária a produção em juízo da prova da miserabilidade, salvo nos casos de
impugnação específica e fundamentada da autarquia previdenciária ou decurso de
prazo superior a 2 (dois) anos do indeferimento administrativo; e

(ii) Para os requerimentos administrativos anteriores a 07 de novembro de 2016


(Decreto n. 8.805/16), em que o indeferimento pelo INSS do Benefício da Prestação
Continuada ocorrer em virtude de não constatação da deficiência, é dispensável a
realização em juízo da prova da miserabilidade quando tiver ocorrido o seu
reconhecimento na via administrativa, desde que inexista impugnação específica e
fundamentada da autarquia previdenciária e não tenha decorrido prazo superior a 2
(dois) anos do indeferimento administrativo.

Considerando que se trata de precedente vinculante no âmbito dos Juizados Especiais


Federais, sua aplicação é obrigatória.

Assim, deve ser dispensada a prova em juízo da miserabilidade

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora


vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL

Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas
ao presente feito e para uma adequada análise da patologia apresentada pela Parte Autora,
faz-se mister que o(s) Perito(s) observem o disposto no art. 16 do Decreto nº 6.214/07, nos
arts. 2º e 3º da Lei 13.146/15 (Estatuto do Deficiente), no art. 473 do Código de Processo Civil, à
Portaria Interministerial nº 01/2014, bem como à Resolução nº 2.183/2018 do Conselho
Federal de Medicina, que dispõem sobre as normas específicas de avaliação da pessoa com
deficiência. Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da(s) prova(s)
pericial(is), sejam observadas as referidas disposições legais, sob pena de nulidade do laudo
pericial.

DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER


Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no
âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS
a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar
o benefício postulado em favor da Demandante.

PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1. O deferimento da Gratuidade da Justiça, por ser o Autor pobre na acepção legal do termo;

2. A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;

3. A produção de todos os meios de prova, principalmente a documental e a pericial;

4. A dispensa de avaliação socioeconômica;

5. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, para que o INSS conceda o benefício
assistencial ao Autor, pagando as parcelas vencidas (a partir do requerimento administrativo -
DER em ${data_generica}) e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do efetivo
pagamento;

6. Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a obrigação de


implantar o benefício, conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei
10.259/01;

7. Em caso de recurso, a condenação do Réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios,


eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º
da Lei 10.259/01.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.


 

, 21 de abril de 2022.

 
CARLA TATIANA REIS
OAB/PE 39.961

QUESITOS A SEREM RESPONDIDOS PELO(A) SENHOR(A) PERITO(A) MÉDICO(A):

1. É possível que o Periciando se enquadre no conceito de DEFICIÊNCIA (que não se confunde com
incapacidade laboral) estabelecido pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa
com Deficiência?

2. Em caso de resposta negativa ao quesito anterior, o Sr. Perito afirma que o mesmo não possui
qualquer impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação
com barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e nas
informações, atitudinais e tecnológicas, possam obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas?

3. Na aferição da existência da deficiência, foram seguidos TODOS os parâmetros e procedimentos


estabelecidos pela Lei nº 13.146/15 e o Decreto nº 6.214/07, além do Índice De Funcionalidade
Brasileiro Aplicado para fins de Classificação e Concessão da Aposentadoria da Pessoa com
Deficiência (IF-BRA) e da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde
(CIF)?

[1] Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}.

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