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CIDADE/UF
FATOS
A parte Autora requereu, perante a Autarquia Previdenciá ria, a concessã o do benefício
assistencial de prestaçã o continuada, que foi indeferido. Conforme expõ e a documentaçã o
anexa, o motivo do indeferimento foi a alegada nã o satisfaçã o do artigo 20 da Lei 8.742/93.
Neste sentido, registre-se que a Demandante é portadora de graves patologias
psiquiátricas (e.g. transtorno afetivo bipolar), as quais lhe impõ em diversas limitaçõ es
e impedimentos, de modo a satisfazer o requisito de “deficiência” inerente ao benefício
pretendido, tendo sido reconhecida administrativamente a condição de deficiente.
Nã o somente a Autora seja portadora de graves patologias, também vive em uma situaçã o
de vulnerabilidade social, onde a renda total nã o é capaz de prover algumas necessidades
bá sicas do grupo familiar.
Por esses motivos, os argumentos da Autarquia nã o merecem prosperar, ensejando o
presente processo.
Síntese sobre a condição pessoal da Autora:
1. Enfermidade ou síndrome
Graves patologias psiquiátricas
2. Limitaçõ es decorrentes das moléstias
Obstruçã o da participaçã o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condiçõ es com as
demais pessoas
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A pretensã o da parte Autora encontra respaldo legal no artigo 203, V, da Constituiçã o
Federal, no artigo 20 da Lei 8.742/93 (regulamentado pelo Anexo do Decreto do Decreto nº
6.214/07) e demais normas aplicá veis.
De acordo com a legislaçã o inerente à matéria, é devido o benefício à quelas pessoas
deficientes ou idosas (idade igual ou superior a 65 anos) que nã o possuem condiçõ es de
prover o pró prio sustento por seus pró prios meios, nem de tê-lo provido pelo nú cleo
familiar.
A condição de pessoa com deficiência é incontroversa, eis que reconhecida no
âmbito administrativo. Devendo ser dispensada a realizaçã o de perícia médica, tendo em
vista que se trata de fato incontroverso:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. FATO INCONTROVERSO. PROVA PERICIAL.
DESNECESSIDADE. SISBOV. CREDENCIAMENTO. Desnecessária a produção de prova
pericial quando o fato reputado como irregular em ação civil pública é
incontroverso. Indevido o credenciamento da empresa ABCZ Certificadora como
certificadora do Sistema Brasileiro de Origem Bovina e Bubalina - SISBOV, tendo em
vista o fato de constar entre seus sócios a Associação Brasileira de Criadores de
Zebu. (TRF4, AC 2006.70.00.001694-2, QUARTA TURMA, Relatora MARGA INGE
BARTH TESSLER, D.E. 17/08/2009 - grifado)
Assim, nã o havendo pretensã o resistida da Autarquia quanto ao requisito da deficiência,
resta plenamente preenchido.
Já no que consta ao critério econô mico relacionado ao benefício, o Supremo Tribunal
Federal decidiu pela inconstitucionalidade do patamar entabulado no artigo 20 § 3º da Lei
8.742/93, de modo que a aná lise da vulnerabilidade social experimentada pelo requerente
deve ser observada individualmente.
Veja-se:
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – RENDA FAMILIAR PER
CAPITA – CRITÉRIO DE AFERIÇÃO DE MISERABILIDADE – CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO
CONCRETO – AFASTAMENTO – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO
ARTIGO 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/93 SEM PRONÚNCIA DE NULIDADE – AGRAVO
DESPROVIDO. 1. O Colegiado de origem assentou a comprovação dos pressupostos
necessários à concessão do benefício assistencial de prestação continuada – LOAS. O
recorrente insiste no processamento no extraordinário, afirmando violados os
artigos 203, inciso V, e 229, cabeça, da Constituição Federal, apontando não
preenchido o requisito da miserabilidade. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordinário
nº 567.985/MT, de minha relatoria, tendo sido designado para redigir o acórdão o
ministro Gilmar Mendes, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade, por
omissão parcial, do artigo 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, sem pronúncia de nulidade,
asseverando o critério de renda familiar por cabeça nele previsto como parâmetro
ordinário de aferição da miserabilidade do indivíduo para fins de deferimento do
benefício de prestação continuada. Permitiu, contudo, ao Juiz, no caso concreto,
afastá-lo, para assentar a referida vulnerabilidade com base em outros elementos. 3.
Em face do precedente, ressalvando a óptica pessoal, desprovejo este agravo. 4.
Publiquem. Brasília, 30 de março de 2016. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (STF -
ARE: 937070 PE - PERNAMBUCO, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
30/03/2016, Data de Publicação: DJe-063 07/04/2016) (grifo nosso)
Assim, ao longo da instruçã o processual (por meio da elaboraçã o da avaliaçã o
socioeconô mica) a Parte Autora pretende comprovar o direito ao benefício de prestaçã o
continuada, vindo o Poder Judiciá rio a reparar a lesã o sofrida quando do indeferimento ao
pedido elaborado na esfera administrativa.
DOS PEDIDOS
OAB Nº
http://modelo.legal/dispensa-de-pericia/