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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DE J

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE BENEFÍCIO DE


INCAPACIDADE PERMANENTE OU CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA, contra:

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A Parte Autora auferiu o benefício de incapacidade


temporária previdenciário, conforme comprova a documentação carreada nos
autos. Todavia, após o pedido de prorrogação na esfera administrativa, foi
indeferido o benefício, sob a alegação de inexistência da incapacidade
laborativa.
A parte Requerente teve seu pedido de prorrogação
INDEFERIDO em 04/02/2020, no entanto, até a presente data, nunca obteve
melhoria em seu quadro clínico.
Assim, não há como acolher a decisão do INSS que cessou
o benefício de incapacidade temporária até então percebido pela parte Autora,
eis que, conforme parecer de alguns médicos examinadores (profissionais
indubitavelmente gabaritados para analisar o estado de saúde da parte
Requerente), ela encontra-se inapta para o exercício de suas atividades.
Ocorre que a parte Demandante encontra-se
TOTALMENTE DESAMPARADA, pois não recebe o benefício por incapacidade
e não pôde sequer se sacrificar voltando ao trabalho e, por consequência, não
possui meios de garantir seu sustento, de modo que não parece adequado
submetê-la a novo processo na esfera administrativa, exatamente em
virtude da nítida situação de desamparo em que a ela se encontra.
A parte Autora postula a concessão do benefício
previdenciário de Incapacidade temporária, visto que persiste sem condições de
desempenhar sua atividade laborativa habitual. Os ATESTADOS MÉDICOS E
RECEITUÁRIOS anexos comprovam cabalmente este fato.
Caso venha a ser apontada sua total e permanente
incapacidade, postula a concessão do Benefício de Incapacidade Permanente,
a partir da data de sua efetiva constatação. Nessa circunstância, importante se
faz a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre o valor do
benefício, independentemente de seu enquadramento no anexo I do
Regulamento da Previdência Social (decreto nº 3.048/99), conforme art. 45 da
lei 8.213/91, vez que, constatada a necessidade de auxílio por terceira pessoa,
também será devido.
Tal situação encontra respaldo nos atuais entendimentos
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

E M E N T A - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 42, CAPUT E § 2º
DA LEI 8.213/91. QUALIDADE DE SEGURADO. CARÊNCIA.
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE. REQUISITOS
PRESENTES. BENEFÍCIO DEVIDO. - Comprovada a
incapacidade total e permanente para o trabalho, bem como
presentes os demais requisitos previstos nos artigos 42, caput e
§2º da Lei n.º 8.213/91, é devida a concessão do benefício de
aposentadoria por invalidez. - Apelação do INSS não provida.
(TRF 3ª Região, 10ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL,
5002368-54.2019.4.03.6128, Rel. Desembargador Federal
MARIA LUCIA LENCASTRE URSAIA, julgado em 17/12/2020,
Intimação via sistema DATA: 08/01/2021)

E M E N T A - DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE


AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS. HONORÁRIOS DE
ADVOGADO.- Não prospera o pedido de cessação da tutela
antecipada, pois, no presente caso, está patenteado o fundado
receio de dano irreparável pela própria condição de beneficiário
da assistência judiciária gratuita, aliada à natureza do benefício
pleiteado, uma vez que a demora na prestação jurisdicional
compromete sua própria subsistência, tendo em vista o caráter
nitidamente alimentar das prestações.- É certo que o art. 43, §1º,
da Lei de Benefícios disciplina que a concessão da
aposentadoria depende da comprovação da incapacidade total
e definitiva mediante exame médico-pericial a cargo da
Previdência Social. O entendimento jurisprudencial, no entanto,
firmou-se no sentido de que também gera direito ao benefício a
incapacidade parcial e definitiva para o trabalho, atestada por
perícia médica, a qual inabilite o segurado de exercer sua
ocupação habitual, tornando inviável a sua readaptação. Tal
entendimento traduz, da melhor forma, o princípio da
universalidade da cobertura e do atendimento da Seguridade
Social.- Presentes os requisitos para a concessão do benefício
de aposentadoria por invalidez, o pedido é procedente.- Os
honorários advocatícios deverão ser fixados na liquidação do
julgado, nos termos do inciso II, do § 4º, c.c. §11, do artigo 85,
do CPC/2015.- Apelação do INSS não provida.(TRF 3ª Região,
9ª Turma, ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL, 5353661-
80.2020.4.03.9999, Rel. Desembargador Federal GILBERTO
RODRIGUES JORDAN, julgado em 01/02/2021, e - DJF3
Judicial 1 DATA: 04/02/2021)

No que se refere aos requisitos legais exigidos no caso, se


exprime dos documentos em anexo que a parte Autora era empregada
doméstica e recebeu benefício por incapacidade temporária entre 07/07/2018
até 19/02/2020, o que torna carência e qualidade de segurado matérias
incontroversas, pois já reconhecidas no momento do deferimento administrativo.
A pretensão exordial vem amparada nos artigos 42 e 59 da
Lei 8.213/91 e a data de início do benefício deverá ser fixada da data em que foi
cessado o referido benefício no âmbito administrativo, ou seja, desde o dia
19/02/2020.

TUTELA DE URGÊNCIA

A antecipação de tutela será deferida quando restar


demonstrada a verossimilhança das alegações do pedido, tão como o periculum
in mora da prestação jurisdicional. Disto se infere que, havendo inequívoca prova
da veracidade dos argumentos exordiais e, sendo iminente a necessidade da
obtenção da tutela, deve o Magistrado deferir antecipadamente o objeto
postulado.
No presente processo, que visa à prestação de benefício
previdenciário por incapacidade, resta evidente o periculum in mora, eis que se
tratando de benefício de caráter alimentar. Assim, é intuitivo o risco de
ineficácia do provimento final da lide, exatamente por estar a parte Autora
desprovida de qualquer fonte de renda e, por consequência, de manter a
digna mantença.
Nesta toada, verifica-se que a parte Autora necessita da
concessão do benefício em tela para custear a sua vida, tendo em vista que
não reúne condições de executar atividades laborativas e, portanto, não
pode patrocinar a própria subsistência.
A verossimilhança das alegações vestibulares resta
demonstrada, as quais revelam o total preenchimento dos requisitos legais
inerentes ao benefício pretendido, tão como pelos ATESTADOS MÉDICOS
E EXAMES que evidenciam a inaptidão para o trabalho e, assim, torna
satisfeito o requisito de incapacidade.
ISTO POSTO, imperioso sejam antecipados os efeitos
da tutela, por meio do deferimento, in limine litis, da prestação do benefício
ora requerido, eis que evidenciados os requisitos o periculum in mora e
dano.
DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente peça


inaugural, bem como o deferimento da Assistência Judiciária Gratuita, pois a
parte Autora não tem condições de arcar com as custas processuais sem o
prejuízo de seu sustento e de sua família;
2) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS, para, querendo, apresentar defesa;
3) A produção de todos os meios de prova,
principalmente pericial, documental e testemunhal;
4) A antecipação dos efeitos da tutela, sendo
deferido o benefício de incapacidade temporária à parte Autora, in limine
litis, pelos argumentos acima expostos;
5.1.1) Condenar o INSS a conceder o Benefício de
incapacidade permanente a parte autora e sua eventual majoração de 25% à
parte autora, a partir da data da cessação, ou, subsidiariamente, conceder o
benefício de incapacidade temporária à parte Autora, desde quando
indevidamente indeferido;
5.2) Pagar as parcelas vencidas e vincendas,
monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros
legais e moratórios, incidentes até a data do pagamento.
5.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e
honorários advocatícios, eis que cabíveis em segundo grau de jurisdição, com
fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
Atribui-se a causa o valor de 32.678,76 (trinta e dois mil
seiscentos e setenta e oito reais e setenta e seis centavos) (parcelas vencidas+
12 meses de parcelas vincendas)

Termos em que, pede deferimento.

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