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19/12/2023
Número: 0804237-32.2023.8.10.0051
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara de Pedreiras
Última distribuição : 07/11/2023
Valor da causa: R$ 35.314,68
Assuntos: Auxílio por Incapacidade Temporária, Aposentadoria por Invalidez Acidentária
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ANTONIO PATRICIO DA SILVA (AUTOR) WELLYVALDO DE ALMEIDA LIMA (ADVOGADO)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10572 07/11/2023 14:21 Petição Inicial Petição Inicial
4855
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA DA COMARCA DE
PEDREIRAS – MA
DA JUSTIÇA GRATUITA
Tendo em vista que o Requerente afirma não ter meios financeiros para arcar com as
custas processuais sem que ponha em risco o seu próprio sustento e de sua família, devem ser
concedidos os benefícios da justiça gratuita com fulcro no artigo 5º, LXXIV, da Constituição
Federal vigente, e artigos 98 caput, § 1º e incisos, 99 caput, §§ 3º e 4º, todos do Código de
Processo Civil vigente, haja visto a existência de tal possibilidade.
Desta forma, por todos os fatos alegados, deve-se entender pela possibilidade de
concessão dos benefícios da justiça gratuita.
1 – DOS FATOS
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Ao contrário do que resta informado pela parte Ré, o Demandante preenche todos os
requisitos autorizadores da percepção de auxílio – doença, pois é trabalhador/segurado urbano e
encontra-se incapacitado para o desempenho de suas atividades tendo em vista o mal do qual
padece e, ainda, pelo fato de seu trabalho só poder ser desempenhado com dispêndio de muito
esforço físico (carpintaria), bem como, devido a sua idade já avançada (54 anos).
Válido se faz ainda, ressaltar que, o último benefício recebido pelo Autor, que finalizou
no mês de dezembro de 2021, contou com a constatação de incapacidade através de exame
pericial realizado por perito oficial designado por este Nobre Juízo em demanda anterior
(processo nº 0800263-55.2021.8.10.0051), o que deixa nítido o fato de que as pericias
administrativas realizadas pela Autarquia Ré, não podem contar com qualquer definição de
veracidade, nem mesmo aquela presunção relativa, pois, o que se tem visto, é uma quantidade
imensa de processos judiciais onde o perito judicial, imparcial, destaca a existência da
incapacidade, o que contraria a perícia administrativa.
Por tal motivo, a parte Autora vem, novamente, e com base em nova negativa
administrativa, solicitar a realização de perícia imparcial para comprovar sua incapacidade, a
qual, poderá ser observada de forma definitiva, com base nos anexos e no fato do Autor já contar
com idade avançada, de sua atividade habitual depender de demasiado esforço físico e, ainda,
pelo fato do Demandante não saber desempenhas oura atividade.
Seguem as CIDs das quais padecem o Autor e que foram constatadas em laudo
médico realizado em Setembro de 2023: CID 10: M 19; M 51.1; M 52.2; M 47; M 48.0; M 54.5.
Além dessas CIDs constante do laudo mais recente, observa-se nos laudos anteriores a
descrições destas e outas CIDs, deixando nítido que, além de ter progressão da doença
incapacitante, surgiram outras, deixando nítido o fato de que não houve e não há
recuperação no caso concreto.
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Excelência, logo se nota que o benefício do Demandante jamais deveria ter
cessado, motivo pelo qual entende que o mesmo deve ser restabelecido desde o dia
seguinte àquele da cessação indevida ocorrida em 25.12.2022.
Dessa forma, inconformado com a nova negativa junto à Autarquia Ré, e tendo em
vista que continua padecendo das doenças constantes em documentos anexos, que o
impossibilitam de desempenhar suas atividades laborais, vem perante este Nobre Juízo requerer
o restabelecimento/concessão do seu benefício auxílio-doença, com a conversão do mesmo em
aposentadoria por invalidez.
2 – DOS FUNDAMENTOS
Veja-se como dispõe o artigo 59 da Lei 8.213/91:
Veja-se Nobre Julgador (a), que o Autor, segundo laudos anexos, é incapaz para
laborar em suas funções, pois sofre de diversas patologias ortopédicas adquiridas na forma de
doenças ocupacionais após acidente no trabalho e vem “piorando” sem cura, garantindo-lhe,
portanto, o direito ao benefício em questão, o qual fora negado ao Requerente.
Diga-se ainda, que conforme laudo anexo, resta nítido que a incapacidade funcional é
por tempo indeterminado.
É válido ressaltar, que o entendimento atual é de que deve ser observado o conjunto
da situação fática do Autor. Ora, Nobre Julgador (a), se o Autor não possui escolaridade sequer
razoável e não sabe desempenhar outra atividade, conta com 54 anos de idade e está
impossibilitado para sua atividade habitual por tempo indeterminado, tem-se que, no mínimo, faz
jus ao restabelecimento/concessão do benefício que lhe fora negado (auxílio-doença) ou até
mesmo a aposentadoria direta por invalidez.
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apresentada, conferindo a cada um o que lhe é devido; em termos bem
claros: cabe ao Magistrado, precipuamente, fazer justiça. Nunca se olvide,
outrossim, que as particularidades da matéria acidentária recomendam, por
vezes, um certo abrandamento da rígida legalidade e do apuro técnico
científico próprios de outras modalidades de processo,
tanto que vige a máxima inteiramente aceita em nossos pretórios de que "in
dúbio pro misero.” (Apelação Cível n.º 733.244-00/2 Rel. Regina Zaquía
Capistrano da Silva).
Assim, com base no já exposto, logo se observa que é veemente o direito ao benefício
auxílio doença, tendo em vista toda a situação fática comprovada nos laudos anexos, bem como,
todas as doenças graves que abalam o Autor.
Diga-se ainda, que tendo em vista que relatório médico anexo deixa expressa que a
incapacidade para o trabalho é por tempo indeterminado, tem-se que seria possível, inclusive, a
aposentadoria por invalidez. Veja-se:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o
caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
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reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e
ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Observe o entendimento:
PUBLICAÇÃO: 11/05/2017
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restabelecimento/concessão ou, até mesmo, a aposentadoria direta, desde o dia seguinte a de
cessação indevida.
3 – DOS PEDIDOS
a) A citação da parte Ré para que, querendo, possa apresentar defesa dentro do prazo
legal, sob pena de aplicação da revelia na forma cabível à Fazenda Pública;
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, dando
ênfase às documentais.
Dá-se à causa o valor de R$ 35.314,68 (Trinta e cinco mil trezentos e quatorze reais e
sessenta e oito centavos), para fins meramente fiscais.
Termos em que,
Pede deferimento.
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WELLYVALDO DE ALMEIDA LIMA
OAB/PI 13.179
OAB/MA 19.211 – A
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