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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente, vem com o devido


respeito perante Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE


BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes


fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A parte Autora requereu, por meio do processo judicial nº ${informacao_generica}, o


restabelecimento de benefício por incapacidade, eis que impossibilitado de exercer seu labor,
em virtude de graves patologias ortopédicas.

Ao longo da instrução daquela demanda, foi realizada perícia médica judicial, laudo
acostado no evento ${informacao_generica}. Do teor do referido documento, observa-se que o
Perito Judicial, à época, constatou que o Autor era (é) acometido por Hérnia de disco cervical, e
que em decorrência desta doença ele se encontrava incapaz para a atividade habitualmente
desempenhada e às semelhantes (incapacidade multiprofissional), desde ${data_generica} –
DII.

Ademais, aduziu o profissional que o Demandante, quando da realização da perícia


(${data_generica}), aguardava realização de CIRURGIA desde ${data_generica} (documento
anexo), não sendo, assim, possível precisar o caráter da incapacidade, se temporária ou
permanente. Veja trechos do laudo médico pericial (grifei):

${informacao_generica}
De mesmo modo, imprescindível se faz a análise da complementação pericial acostada
nos autos (evento ${informacao_generica}), oportunidade em que o Dr. Perito esclareceu que,
caso não fosse realizada a cirurgia retro indicada, a parte Autora estaria permanentemente
incapacitada para o trabalho. Perceba (grifei):

${informacao_generica}

Portanto, diante da necessidade de tratamento cirúrgico para recuperação laborativa, foi


concedido auxílio-doença ao Autor, por tempo indeterminado, devendo ser mantido até a
realização do procedimento invasivo e readquirida a efetiva capacidade laboral.

Ocorre que, após reavaliação na esfera administrativa, o INSS cessou o benefício até
então percebido pelo Autor, sob a absurda alegação de que inexiste incapacidade para o
trabalho. Neste ponto, cumpre salientar que o Demandante AINDA AGUARDA A REALIZAÇÃO DA
MENCIONADA CIRURGIA, o que torna muito controversa a decisão da Autarquia Previdenciária,
até mesmo em face da determinação judicial supracitada! Aliás, os atestados e laudos médicos
arrolados nestes autos corroboram a persistência do quadro incapacitante.

Logo, é pertinente o ajuizamento da presente demanda.

Dados sobre o processo administrativo:

1. Benefício concedido Auxílio-doença previdenciário

2. Número do benefício ${informacao_generica}

3. Data do início do benefício ${data_generica}

4. Data da cessação ${data_generica}

5. Razão da cessação Parecer contrário da perícia médica

Dados sobre a enfermidade:


1. Doença/enfermidade Graves Patologias Ortopédicas.

2. Limitações decorrentes Apresenta incapacidade para as atividades laborativas habituais

A parte Autora postula o restabelecimento do benefício previdenciário de


auxílio-doença, visto que persiste sem condições de desempenhar sua atividade laborativa
habitual.
Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concessão da
aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constatação. Nessa circunstância,
importante se faz a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre o valor do
benefício, independentemente de seu enquadramento no anexo I do Regulamento da
Previdência Social (decreto nº 3.048/99), conforme art. 45 da lei 8.213/91.

Ainda, na hipótese de restar provado nos autos processuais que as patologias referidas
tão somente geraram limitação profissional ao Requerente, ou seja, que as sequelas implicam
em redução da capacidade laboral e não propriamente a incapacidade sustentada, postula a
concessão de auxílio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91.

Por outro lado, cumpre salientar que o Autor preenche todos os demais requisitos
necessários para o restabelecimento da benesse, eis que, tendo sido concedido, anteriormente,
o benefício postulado em âmbito judicial (processo nº ${informacao_generica}), carência e
qualidade de segurado tornam-se matérias incontroversas, pois acobertadas pelo manto da
coisa julgada.

Assim, além da incapacidade laboral (do que se postula a realização de perícia judicial
para fins de comprovação), o Autor satisfaz os critérios legais exigidos para a concessão do
benefício.

A pretensão exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de
início do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo diploma legal.
DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no


âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS
a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar
o benefício postulado em favor da Parte Autora.
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora


vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL

Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas
aos benefícios por incapacidade e para uma adequada análise do nexo de causalidade e da
consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o Código de Ética da
categoria, e especialmente em relação ao tema, a Resolução nº 2.183/2018 do CFM, que dispõe
sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores. A recente resolução abarca dois
pontos fundamentais: 1) a necessidade do Perito analisar o histórico clínico e laboral do
segurado, além de seu local e organização de trabalho (incorporando a antiga Resolução nº
1.488/98), e 2) que o perito fundamente eventual discordância com parecer emitido por outro
médico, incorporando o Parecer nº 10/2012 do CFM.

Outrossim, também deve ser observado o Manual de Perícias do INSS (2018), que prevê
em seu Anexo I diversos pareceres que se aplicam às perícias previdenciárias, dentre os quais o
Parecer CFM nº 05/2008, que estabelece que quando houver discordância do médico perito
com o médico assistente, aquele deve fundamentar consistentemente sua decisão. Ainda, o
item 2.4 do Manual ordena que “O Perito necessita investigar cuidadosamente o tipo de
atividade, as condições em que é exercida, se em pé, se sentado, por quanto tempo, com qual
grau de esforço físico e mental, atenção continuada, a mímica profissional (movimentos e gestos
para realizar a atividade, etc.)”, além das condições em que esse trabalho é exercido.

Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da prova pericial, sejam
observadas as referidas disposições legais, uma vez que não apenas se tratam de normas
cogentes e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do laudo pericial,
como também não cabe ao Judiciário ser mais realista que o rei, no tocante ao Manual de
Perícias editado pelo próprio réu.

PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1. O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como o deferimento da


Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de arcar com as custas
processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;

2. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;

3. A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;

4. A produção de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e pericial.


Com relação à última, REQUER seja observada a Resolução nº 2.183/2018 do CFM e Manual de
Perícias do INSS;

5. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:

1. Subsidiariamente:
1. Conceder a aposentadoria por incapacidade permanente e sua eventual
majoração de 25% à parte autora, a partir da data da efetiva constatação da
incapacidade total e permanente;

2. Restabelecer o auxílio por incapacidade temporária à parte Autora, desde


quando indevidamente cessado;

3. Conceder auxílio-acidente, na hipótese de mera limitação profissional;

2. Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo


vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do
pagamento.

3. Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis


em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei
10.259/01.

Nestes Termos;

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.

, 06 de setembro de 2022.

ADVOGADO
OAB/

[1] Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}

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