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EXMO. SRA.

JUIZA FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE URUGUAIANA – SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Processo n. 5000876-57.2021.4.04.7108

DANIEL DE OLIVEIRA, já qualificado no presente processo, vem,


respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu
procurador, inconformado com a sentença proferida, interpor
RECURSO INOMINADO com fulcro no art. 1.009 e segs. do
CPC/2015, c/c 42 da Lei 9.099/95. Nessa conformidade, REQUER o
recebimento do recurso, sendo submetidos os autos, com as razões
recursais anexadas, à Egrégia Turma Recursal, para que, ao final,
seja dado provimento ao presente recurso. Deixa de juntar preparo
por requerer a concessão da gratuidade da Justiça.

Nestes termos,
P. Deferimento.

Taquara-RS, 06 de Dezembro de 2021.

Roger Bento de Souza


OAB/RS 98.365

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE, DA TURMA
RECURSAIS FEDERAL DA 4° REGIÃO.

RECORRENTE: DANIEL DE OLIVEIRA


RECORRIDO: INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCESSO: 5000876-57.2021.4.04.7108
ORIGEM: 1ª VARA FEDERAL DE URUGUAIANA

RAZÕES DO RECURSO

EMÉRITOS JULGADORES,

I – BREVE SÍNTASE

O Apelante, ajuizou o presente processo visando a concessão de


auxílio-doença indeferido na esfera administrativa por alegada não comprovação de
incapacidade para o trabalho.

Instruído o feito, foi sentenciada improcedente a demanda,


entendendo a Magistrada de primeiro grau que o Autor não logrou êxito em comprovar o
requisito específico de incapacidade, de modo que seu direito restou prejudicado.

Desta forma, não resta alternativa ao Demandante senão a


interposição do presente, visando da sentença combatida.

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II – DOS FATOS

A Douta Sentença prolatada pelo juízo de 1ª instância julgou


improcedente o pedido formulado pela parte autora, não restabelecendo o benefício de
incapacidade temporária, conforme laudo pericial acostado no Evento 35:

Em função disto, exsurge o direito em interpor o presente recurso,


visando, em última análise, a procedência total do pedido esboçado na peça inaugural.

A douta decisão deverá ser reformada para que a Autarquia Federal


seja condenada a conceder o auxílio doença requerido pelo segurado, equivocadamente
negado na esfera administrativa.

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Ocorre, no entanto, que o laudo da perícia médica judicial, de
forma absolutamente heterodoxa, ou seja, em posição diametralmente oposta àquela
esposada pelos laudos e exames médicos colecionados pela parte autora e apensados aos
autos, refere a inexistência de incapacidade laborativa.

O perito judicial manifestou sua discordância com as informações


narradas pelo autor, não somente em virtude do não reconhecimento do nexo de
causalidade de suas enfermidades, mas ainda pela falta de especialidade médica do
Perito o qual não é ORTOPEDIA mas sim de CLÍNICO GERAL, o que por si só já
demonstra o prejuízo ao Autor na elaboração do referido laudo.

Ademais, o autor mencionou ao perito judicial que estaria


exercendo sua atividade laboral a base de remédios, o que sem dúvida implicou pela não
constatação de incapacidade, ocorre que tal situação é perfeitamente possível em
decorrência da recente decisão do tema 1013 do STJ:

EMENTA:PREVIDENICÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA.


TEMA 1013/STJ.1. O Superior Tribunal de Justiça, no Tema n° 1013 dos Recursos
Especiais Repetitivos, firmou a seguinte tese: ‘’No período entre o
indeferimento adminitrativo e a efetiva implantação de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez, mediante decisão judicial, o segurado do RPGS
tem direito ao recebimento conjunto das rendas do trabalho exercido, ainda
que incompativél com sua incapacidade laboral, e do respectivo benefício
previdenicário pago retroativamente.’’ (TRF4,AC 50034445-2020.4.04.9999,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA,
juntado aos autos em 28/10/2020.

Da mesma forma, por mais que o laudo não aponte a gravidade da


enfermidade do autor, o mesmo é portador de Transtornos de discos lombares e de
outros discos invertebrais – CID10 – M51.1, encontrando-se incapaz para o labor a anos,
conforme consta nos laudos acostados no Evento1 – EXMMED6, inclusive, com indicação
cirúrgica a qual aguarda que seja realizada pelo SUS, Evento1 – EXMMED6 fls. 6.

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Neste sentido, quando da propositura do feito Evento1, o Autor
apresentou vasta documentação médica, no sentido de que o mesmo está
impossibilitado de exercer a atividade habitual de PEDREIRO, pois tal atividade
habitualmente desempenhada pelo autor exige vigor físico e perfeito funcionamento das
capacidades físicas, de modo que a mera necessidade de realização de cirurgia, no caso,
comprova a ausência das circunstanciais necessárias à prática plena de sua atividade
laboral.

Como visto, Excelência, o laudo pericial do Evento 45, converge em


sentido diametralmente oposto aos documentos médicos constantes nos autos, que dão
conta da INCAPACIDADE TOTAL.

Por estes motivos, considerando que o Demandante apresenta


patologia ortopédica, tendo sido avaliado por médico do clínico geral, imperativo que
seja determinada a realização de nova avaliação pericial, com médico especialista em
ORTOPEDIA.

Gize-se que eventual indeferimento do presente pedido, além de


cercear a defesa do Autor, pode lhe implicar prejuízo irreparável, haja vista o quadro de
saúde grave, que não o possibilita garantir sua própria subsistência. Isto sem falar nos
prejuízos à integridade física que podem ser ocasionados, eis que sua atividade
laborativa habitual exige esforços físicos intensos.

Ademais, o que fugiu a r, sentença foi a sensibilidade de analisar de


uma forma ampla o presente caso, afinal os sintomas e efeitos perversos de sua doença
incidem e tem repercussão gigantesca no cerne de sua atividade cotidiana e no Princípio
da Dignidade Humana e das Liberdades Fundamentais, as quais o segurado, de alguma
forma busca abrandar por meio da previdência Social.

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Não podemos esquecer também de alguns princípios como o in
dubio pro misero e da função social da previdência, e, basta análise da documentação
médica juntada nos autos para verificar a complexibilidade do caso e necessidade de
perícia específica.

Diante do exposto fica evidenciada a necessidade de nova perícia


na especialidade requerida na petição inicial.

IV - DO PEDIDO

Em face do exposto, POSTULA pelo provimento do presente


recurso, e, com a realização de nova perícia médica e consequente, a reforma da r.
Sentença, nos termos da fundamentação retro, a fim de que seja reagendada nova
perícia médica com ORTOPEDIA e ao final, conceder o benefício de AUXÍLIO-DOENÇA
desde a DER fixada em 02/03/2020.

Nestes termos, pede deferimento.

Taquara-RS, 06 de Dezembro de 2021.

Roger Bento de Souza


OAB/RS 98.365

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